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A violência se espalha pelo Maranhão

O assassinato da enfermeira que trabalhava em Pedrinhas é só mais um caso envolvendo o complexo penitenciário, que há anos dá sinais de colapso.

O tiroteio da avenida Kennedy é outro caso de violência que marcou o feriadão, assim como a execução do jardineiro, em Codó, e o assassinato do músico Lomanto, em Alto Alegre do Pindaré.

A violência toma conta do Maranhão, e o “governo da mudança” não consegue dar respostas à população.

Sem segurança, homens de bem andam assustados, sem ter a quem recorrer.

E não adianta culpar o tempo passado.

Afinal, não foi pra mudar que o Maranhão mudou?!?

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Arnaldo Melo e a campanha “Maranhão de Paz”…

Maranhão, Segurança Pública

Arnaldo Melo, com a cúpula da Segurança, no lançamento do programa

Quando assumiu o comando do estado, o governador Arnaldo Melo (PMDB) disse que uma de suas principais metas era reduzir a violência no Maranhão, garantindo um período de paz e tranquilidade nas festas de fim de ano, exatamente o período que durará seu governo.

O governador cumpriu ontem a promessa e lançou o programa “Maranhão de Paz”, que tem como objetivo diminuir os índices de criminalidade e atuar de forma incisiva nas ações de combate ao tráfico de drogas, homicídio, porte ilegal de armas, assaltos, além de outros crimes.

Maranhão de segurança plena

Os novos equipamentos que serão usados pela polícia

– Precisamos colaboração da sociedade nessa grande operação que estamos lançando para garantir a segurança da população – declarou Arnaldo Melo.

A operação terá quatro fases e participação de 800 homens, das polícias civil e militar. Abrangerá todos os municípios da Grande São Luís e do interior.

Na região metropolitana de São Luís, a operação inclui barreiras fixas e móveis, nas principais avenidas,  abordagens a veículos e a pessoas, em diferentes locais, e incursões nos bairros de maior incidência criminal.

A ação também será estendida ao interior do estado, abrangendo municípios como Pindaré-Mirim, Barra do Corda, Estreito, Imperatriz, Caxias, Timon e Balsas.

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Os critérios de Aluísio Mendes…

Aluísio quer evitar qualquer dúvida no caso Cutrim

É compreensível – e respeitável – o critério adotado pelo secretário de Segurança Pública, Aluísio Mendes, em relação ao suposto envolvimento do deputado Raimundo Cutrim (PSD)  com o assassinato do jornalista Décio Sá.

O Maranhão inteiro sabe da relação conturbada existente entre Aluísio e Cutrim, sucessor e sucedido, substituto e substituído na Secretaria de Segurança.

Neste aspecto, qualquer atitude de Aluísio que pudesse ser entendida como contrária a Cutrim, poderia ser interpretada como uma espécie de represália do secretário.

Natural, portanto, que Aluísio mantenha absoluta cautela no caso.

Por isso ele não tomou nenhuma atitude após o depoimento de Jhonatan de Souza, que disse com todas as letras: Cutrim “é o principal mandante na morte de Décio”.

Com uma informação destas, o melhor é investigar, esgotar todas as possibilidades, esclarecer todas as  dúvidas para, só então, agir.

Aluísio quer, com isso, deixar claro que, mesmo tendo as condições, não usará a máquina do sistema de Segurança contra um adversário.

Mas se ficar comprovada a culpa deste adversário…

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Aluísio perdeu as condições de ficar no comando da Segup…

Valdêmio: assassinado a tiros

A governadora Roseana Sarney (PMDB) tem obrigação de mudar toda a cúpula da Secretaria de Segurança Pública.

A execução do criminoso Valdênio José Silva – preso em abril como suspeito de participação no assassinato do jornalista Décio Sá – estava anunciada em letras garrafais.

E se a polícia não evitou, figura como cúmplice dos criminosos – de uma forma ou de outra.

Aluísio Mendes e sua equipe falharam mais uma vez, como falharam também na investigação do caso Décio.

Veldêmio foi preso sob suspeita de dar fuga ao pistoleiro que assassinou o jornalista.

Dias depois, em uma conversa com o titular deste blog, testemunhada por diretores e jornalistas do Sistema Mirante – o secretário afirmou ter o pistoleiro confessado participação em um crime recente, em Teresina.

A polícia também sabia que o bandido já tinha sido preso em Alagoas, por chefiar quadrilha de roubo de cargas e era conhecido na Vila Pirâmide como agenciador de pistoleiros.

Mesmo assim, o pôs em liberdade há 15 dias.

O próprio sistema de Segurança Pública acaba figurando como suspeito neste caso.

Se a polícia sabia do risco de queima de arquivo, por que o pôs em liberdade? E se o pôs, porque não monitorou a ponto de, pelo menos, saber que ele corria o risco de ser executado?

A incapacidade da Segup em dar respostas ao caso Décio – e agora com a queima-de-arquivo de peça importante no processo –  deixa Aluísio Mendes sem condições de continuar na Segup.

A menos que já tenha elucidado o crime de Décio e esteja proibido de revelar o mandante.

Mas, neste caso, a responsabilidade é do próprio governo…

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Polícia vai divulgar retrato-falado de assassino de Décio…

Décio Sá: finalmente se saberá os traços do seu possível assassino

Quase 40 dias depois do crime, a polícia finalmente deve divulgar o retrato falado do assassino do jornalista Décio Sá.

A divulgação pode ocorrer já nesta quinta-feira, mas ainda não foi definido o horário.

O blog apurou que a cúpula da Segurança Pública está apenas tomando algumas providências antes da divulgação.

Se tiver tempo de garantir todas elas, o retrato-falado será tornado público.

Confeccionado desde os primeiros dias após a morte do jornalista, o retrato foi mantido em sigilo por decisão da Secretaria de Segurança.

Este blog foi o único a levantar, insistentemente, a importância da divulgação para a elucidação do crime. 

Em uma das últimas postagens sobre o tema – segunda-feira – mostrou retratos falados de outros crimes e como influenciaram na descoberta dos criminosos, o que levou a uma reflexão por parte da polícia. (Releia aqui)  

Agora, a própria polícia decide divulgar a primeira “imagem” do que seria o assassino de Décio Sá.

Ainda terá importância???

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Assembleia vai discutir situação do jornalista no estado…

Jornalistas vão discutir condições de trabalho

Assembleia Legislativa realiza, dia 28,  audiência pública para debater a realidade do trabalho do “jornalista no Estado Democrático de Direito” e apontar soluções. A proposta é da deputada Eliziane Gama (PPS), também jornalista.

De acordo com a parlamentar, o debate abrirá uma ampla discussão acerca dos diretos, deveres e da realidade dos jornalistas no contexto social do estado.

A audiência é parte das manifestações públicas dos parlamentares e do Comitê de Imprensa da Assembleia resultantes do assassinato do jornalista Décio Sá, há duas semanas – que incluem ainda a possível instalação de uma CPI para apuração dos crimes de pistolagem no Maranhão.

Serão convidados para a audiência pública os seguintes representantes:

Celso Augusto Schröder – presidente da Federação Nacional dos Jornalsitas;

Marcelo Moreira – presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo;

Benoit Hevieu – representante no Brasil da ONG “Repórteres Sem Fronteiras”;

Francisco Gonçalves da Conceição – Diretor do programa de Pós-Graduação  em Comunciação Social da Ufma;

Sérgio Macêdo – secretário de Comunicação Governo do Maranhão;

Luiza Oliveira – Secretária de Direitos Humanos.

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Passeata pela Paz cobra resposta do governo à violência…

Moradores de várias comunidades assoladas pela violência integraram o movimento

A caminhada em homenagem ao jornalista Décio Sá, hoje, na Avenida Litorânea, transformou-se em um protesto popular contra a falta de resposta do Governo do Estado às ações de violência no Maranhão.

Parentes e amigos de outras vítimas da pistolagem se juntaram a jornalistas, políticos, populares e parentes de Décio para cobrar ações mais efetivas do govenro.

A ausência da governadora Roseana Sarney (PMDB) nos dias que sucederam o crime também foi criticada.

Irmã de Décio Sá, a professora Vilenir Sá leu os nomes de várias outras vítimas da pistolagem – assassinadas já depois da morte do jornalistas – cujos crimes continuam sem solução e criticou a incapacidade da Secretaria de Segurança.

Pela proximidade com o governo, Décio Sá simbolizou a cobrança por segurança

Presente à caminhada, o vice-governador Washington Oliveira (PT) foi obrigado a responder perguntas sobre as falhas na investigação do caso Décio, da falta de resposta da polícia e até sobre o paradeiro da governadora.

A caminhada começou por volta das 10 horas, em frente ao parquinho da Litorânea. Centenas de manifestantes caminharam até o restaurante Estrela do Mar, onde Décio foi executado.

Vários colegas de profissão, parentes e amigos do jornalistas se alternaram no microfone para cobrar Justiça.

Em seguida, balões brancos foram soltados, para simbolizar a esperança por paz.

Décio Sá foi assassinado no dia 23 de abril, minutos depois após deixcar a redação do jornal O EstadoMaranhão.

Até agora, a polícia não divulgou o retrato falado do assassino.

E decidiu manter a investigação em sigilo…

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Morte de Décio traz Flávio Dino de volta ao debate público…

Flávio Dino: solidariedade à família de Décio

O assassinato do jornalista Décio Sá levou o ex-deputado Flávio Dino (PCdoB) à decisão de retomar o debate político no Maranhão.

Em seu primeiro artigo publicado no Jornal Pequeno desde a morte do filho Marcelo, Flávio Dino diz que, vicenciando o luto, tem todas as razões para se solidarizar com a família de Décio, seus amigos e colegas de profissão.

Para além de análises sobre seu papel político ou sua conduta profissional, há algo muito maior agora: um ser humano foi assassinado, e nada justifica tamanha violência – afirma o ex-deputado.

Para Flávio Dino, há uma identidade entre a morte do seu filho e a de Décio, já que, ambas, poderiam ter sido evitadas.

Em seu artigo, ele discorre sobre as razões que levaram à morte de Marcelo Dino e afirma que as causas não estão apenas em falhas profissionais, mas em um sistema de saúde privado movido pelo lucro a qualquer custo.

Com relação ao assassinato de Décio Sá, o comunista diz esperar eficiência nas investigações do Sistema de Segurança.

Conheço os profissionais das nossas Polícias e sei que são capazes de tão importante tarefa, bastando que tenham apoio e incentivo – afirmou.

A íntegra do artigo de Flávio Dino pode ser lido no blog de John Cutrim…

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Polícia Federal precisa entrar no caso Décio…

Crimes sem solução proliferam pelo Maranhão (img

Há muitas coisas estranhas envolvendo a circunstância do crime e as investigações do assassinato do jornalista Décio Sá, que forçam, por si só, uma entrada oficial da Polícia Federal no crime.

É claro que, não sendo crime federal, a PF só pode atuar como consultora, mas, do jeito que está, parece que a coisa dificilmente andará.

A governadora do estado ainda não se manifestou publicamente. A família de Décio já divulgou carta endereçada à própria governadora, mas não mereceu resposta pública até o momento.

Seus secretários mais fortes – o chamado “núcleo duro” – também silenciam sobre o assunto. E alguns deles eram bem próximos do próprio Décio.

A Secretaria de Segurança fechou-se em copas e não dá satisfações à sociedade.

O crime vai ficando sem solução e, possivelmente, gerando outros.

O assassinato do policial João Santana Lobato, experiente investigador que trabalhava na equipe que conduz o caso Décio foi executado ontem à noite.

A notícia está no blog de Marcial Lima.

A versão oficial da polícia é a de que teria sido latrocínio, já que levaram a moto (que nem pertecencia a ele, diga-se de passagem).

Mas, e se não for latrocínio?

O secretário Aluísio Mendes diz apenas que não vai comentar o caso “para não gerar especulações”.

Ora, especulações são geradas exatamente pela falta e informação…

PS.: Casos menores, ocorridos em outros estados, geraram entrevistas coletivas sucessivas dos governadores e até a demissão de toda a cúpula da segurança. Aqui, gera apenas notas – e muitas delas a contragosto.
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Crise entre Cutrim e Aluísio desgasta Segup…

Iamgem: blog de Robert Lobato

A governadora Roseana Sarney (PMDB) tem que tomar providências urgentes em relação à crise entre o secretário de Segurança, Aluísio Mendes, e o deputado Raimundo Cutrim (PSD), ex-titular da pasta.

Um é seu auxiliar direto e lhe deve obediências. O outro, é membro de sua base parlamentar na Assembleia e também deve obediência – ou que peça pra sair.

As denúncias de um de e de outro desgastam a imagem da Segurança Pública no Maranhão.

Cutrim diz que Aluísio faz grampo no Maranhão, coisa que, dizem, o próprio Cutrim era especialista em sua passagem pelo cargo.

Aluísio rebate acusando Cutrim de ter sido leniente com facções criminosas, o que, dizem o próprio Aluísio é.

E Roseana não pode assistir a tudo como se nada estivesse acontecendo…