Em São Luís, institutos sem tradição alguma fazem pesquisas com mais de mil entrevistas por um custo até dez vezes menor que o preço cobrado por empresas tradicionais para levantamentos com 805 eleitores; porquê a Justiça Eleitoral insiste em fingir que não vê o problema?!?
Editorial
Há quatro pesquisas de intenção de votos em São Luís registradas no TRE-MA para divulgação nos próximos dias.
Uma delas é a do Ibope, contratada pelo Grupo Mirante e supervisionada pela Rede Globo.
Valor para 805 entrevistas: R$ 63,5 mil.
As outras três são de institutos de pesquisas sem a menor tradição no ramo – e outros com histórico de suspeitas em seus levantamentos. A do notório DataM, por exemplo, será com 1 mil entrevistados, 200 a mais que a do Ibope, a um preço seis vezes menor: R$ 10 mil.
A do Instituto Prever, também com 1 mil questionários custará R$ 8.000.
E eis que surge um tal Impar Comunicações/Henrimond Comunicações, que fará 1.100 entrevistas ao custo de R$ 7 mil;
Ou seja, gastará R$ 6,36 por cada um dos questionários aplicados.
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Pesquisas de intenção de votos são legítimas quando usadas para orientar candidatos e eleitores sobre os rumos da corrida eleitoral. mas passam a ser perniciosas e até criminosas ao processo quando usadas para tentar influenciar a vontade popular.
Levantamentos deste tipo envolvem custos altíssimos, como treinamento e diárias de entrevistadores, fiscais e supervisores de equipes; alimentação, transporte e gastos com impressão e montagem dos questionários, sem falar nos custos com estatísticos, analistas e tabuladores.
Impossível, portanto, que se consiga fazer pesquisas com menos de R$ 7,00 por questionário; há menos que elas sejam manipuladas e fantasiosas, apenas para atender a um interesse específico.
Mas isso é também manipular a vontade do eleitor e tentar forçar uma realidade inexistente no cenário real.
Em outras palavras, são fraudes pura e simplesmente.
E aqui se faz uma pergunta: por que os juízes eleitorais continuam fingindo que não veem nada disso? Por que o Ministério Público Eleitoral faz de conta que não é com ele?
Êh, Maranhão que não muda…