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Custo da cooptação de Othelino expõe fragilidade da candidatura de Brandão

Ao se ver obrigado a entregar ao presidente da Assembleia Legislativa sua cobiçada primeira suplência de senador, Flávio Dino mostra que nem mesmo o festival de adesões causadas pelo loteamento de cargos no governo conseguiu mostrar força do seu vice-governador

 

Incapaz de articular sozinho, Brandão obrigou Dino a um derradeiro esforço, de alto custo, para ter Othelino em sua campanha

Análise da notícia

O governador Flávio Dino (PSB) usou nos últimos meses – sem sucesso – toda a força do seu governo para tentar mostrar à opinião pública a viabilidade da candidatura do seu vice, Carlos Brandão (PSB).

Mas cada gesto de Dino em direção às bases do senador Weverton Rocha (PDT), ao contrário de mostrar força, apenas expôs a fragilidade política de Brandão.

A cooptação do presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto (PCdoB) nesta quarta-feira, 31, expôs ainda mais esta fragilidade; Dino foi obrigar a entregar a sua cobiçada primeira suplência de senador em troca da adesão do deputado ao seu vice, um gesto que pode ser visto como desesperado às vésperas de sua saída do cargo.

Para o Palácio dos Leões, o afastamento de Othelino da campanha de Weverton é simbólica por que – ao contrário de outros aliados, cuja adesão a Brandão já era esperada desde sempre – o presidente da Assembleia era visto como uma força de resistência na base do pedetista.

Muito mais do que uma derrota do senador, porém, a adesão do parlamentar expõe com toda força a incapacidade de avançar demonstrada até aqui pelo vice-governador.

Nas últimas semanas, Brandão e seus aliados no Palácio dos Leões e na imprensa vêm comemorando o festival de adesões garantido pelo completo loteamento de cargos no futuro governo; mas nem esse festival de cooptações foi capaz de “esvaziar” – como desejavam – a candidatura de Weverton.

O senador mantém-se como líder nas pesquisas e com forte apelo popular, consolidado como uma das opções de segundo turno, situação que Flávio Dino e companhia tentam minimizar, tapando o sol com peneira.

A cooptação de Othelino é o último esforço de Flávio Dino antes de entregar o cargo, nesta quinta-feira, 31. Esforço que lhe custou a importante primeira suplência de senador, geralmente reservada à escolha pessoal do candidato.

A partir de hoje será Brandão contra Weverton, ainda que o vice tenha o auxílio do ex-governador, mas agora sem o poder da caneta.

E é este enfrentamento direto, um contra um, que dirá quem, de fato, está mais pronto para ser eleito governador do Maranhão…

 

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Roberto Rocha é o candidato de Bolsonaro no Maranhão

Presidente não quer relação com o deputado federal Josimar Maranhãozinho e não acredita na viabilidade do prefeito Lahésio Bonfim; e quer o senador filiado a um partido ligado ao seu governo

 

Roberto Rocha sempre foi o preferido de Bolsonaro no Maranhão; e agora o presidente deu aval ao senador para buscar partido de sua base

O senador  Roberto Rocha recebeu o aval direto do presidente Jair Bolsonaro (PL) para buscar entendimento com um dos partidos que devem compor a base governista nas eleições de 2022.

Essa movimentação já gerou pelo menos um efeito: a desistência do prefeito de São Pedro dos Crentes, Dr. Lahésio Bonfim, de se filiar ao PTB; o partido, comandado pela deputada estadual Mical Damasceno, pode ser o caminho de Rocha.

Roberto Rocha sempre foi o preferido de Bolsonaro para encarar a disputa pelo governo no Maranhão, num contraponto aberto com o grupo do governador Flávio Dino (PSB).

Mesmo filiado ao PL, Bolsonaro não espera ver uma candidatura do deputado federal Josimar Maranhãozinho, e já vetou aliança do partido com a esquerda.

Também não acredita na viabilidade de Lahésio Bonfim, apesar da simpatia pelo prefeito.

O grande empecilho de Roberto Rocha no PTB ainda é o assédio do Palácio dos Leões à legenda.

Nos últimos dias, áudios com agressões impublicáveis espalhadas em grupos de evangélicos acusam Mical Damasceno de ter negociado apoio a Carlos Brandão.

A deputada não se manifestou sobre o assunto.

Roberto Rocha tem até segunda-feira, 4, para decidir sua filiação…

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Carlos Brandão terá o governo da volta ao passado…

De Luiz Fernando Silva a Aderson Lago, passando por José Reinaldo Tavares e Julião Amin, vice-governador traz de volta à cena figuras que já estavam aposentadas da política, em uma gestão totalmente diferente da pensada pelo próprio Flávio Dino em 2014

 

Brandão com Flávio Dino ao lado de José Reinaldo, maior símbolo do retorno ao passado do governo-tampão

Ensaio

O governo-tampão de Carlos Brandão (PSB), que começa neste sábado, 2, será uma espécie de volta ao passado na política do Maranhão. 

O próprio vice-governador é uma figura de outros tempos, representante da tradicional política coronelista do sertão maranhense, que o ainda governador Flávio Dino (PSB) prometeu “varrer da política” nas eleições de 2014.

E de fato varreu, mas apenas por uns tempos.

O que se vê ressurgir no cenário político maranhense a partir da perspectiva de ascensão de Brandão são tipos como os ex-deputados Aderson Lago e Julião Amin, o ex-prefeito de Ribamar, Luiz Fernando Silva, e o ex-governador José Reinaldo Tavares, para ficar apenas em alguns nomes.

Todos eles – alguns há anos – já estavam de pijama em suas casas, aposentados da política.

E todos viveram em uma outra época da política, já desfocada na atual conjuntura.

Mas são com estas personagens que Brandão mantém relação desde sempre; natural que queira estar com eles no governo.

O futuro governador-tampão não tem relação não conhece e sequer sabe o nome de algumas das jovens lideranças surgidas a partir da vitória do próprio Flávio Dino.

Tanto que errou o nome de um dos expoentes do PSB nacional – o prefeito de Recife João Campos – e até o do atual presidente do PT maranhense, Francimar Melo.

O tipo de política pensada e praticada por Carlos Brandão é diferente da exercida por lideranças como os senadores Eliziane Gama (Cidadania) e Weverton Rocha (PDT), o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (sem partido), e os também pré-candidatos Edivaldo Júnior (PSD) e Dr. Lahésio Bonfim (PTB).

É uma política diferente até mesmo da de alguns dos seus próprios aliados, como os deputados estaduais Duarte Júnior (PSB) e Dr. Yglésio (sem partido), e o prefeito de Caxias, Fábio Gentil (PRB).

Carlos Brandão exercerá, portanto, um governo da vota ao passado, em práticas, costumes e ações.

Será bom para o Maranhão?!?

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Flávio Dino fracassa em outra promessa de campanha: dobrar o efetivo da Polícia Militar

Mesmo sem dados oficiais claramente disponíveis, sites do próprio governo e portais de credibilidade permitem dizer que, nos oito anos de mandato do governador comunosocialista o efetivo de policiais à disposição da população praticamente estagnou em comparação com os últimos anos do governo Roseana Sarney

 

Flávio Dino prometeu dobrar efetivo da PM em 2014, mentiu em 2015 dizendo ter chegado a 15 mil e agora entrega o governo com pouco mais de 10 mil homens na tropa

Encerrando nesta quinta-feira, 31, o seu mandato de governador do Maranhão, o comunista Flávio Dino apresenta fracassos nas principais promessas de campanha feitas em 2014.

O blog Marco Aurélio D’Eça já mostrou que ele piorou o índice de miséria nos oito anos de mandato e vai deixar o Maranhão na rabeira do ranking da competitividade.

Mas Flávio Dino fracassou também em outra promessa de impacto: dobrar o efetivo da Polícia Militar do Maranhão.

Apesar das dificuldades de informações sobre o efetivo militar no estado, é possível fazer o levantamento com base em dados – ainda que confusos – fornecidos pelo próprio governo a sites tradicionais e portais oficiais.

Em 2015, quando assumiu o governo, Flávio Dino dispunha de 8.398 policiais, segundo levantamento do site G1 Maranhão. (Veja aqui)

Em janeiro de 2022, esse efetivo era de 10.836 PMs, um acréscimo de apenas 2.438 novos policiais em oito anos; isso quer dizer que Flávio Dino conseguiu nomear apenas 304 novos policiais por ano durante o seu mandato.

Em 2018, o governador chegou a mentir descaradamente em seu programa eleitoral, anunciando um efetivo de 15 mil homens na PM; foi desmascarado e apagou o vídeo da propaganda enganosa.

Para conseguir cumprir a promessa de dobrar o efetivo, o governador precisaria nomear ao menos 3 mil novos policiais por ano, a partir de 2015, algo absolutamente fora da realidade.

O mais grave é que a promessa de Dino de dobrar o efetivo militar não era para oito anos e sim quatro anos, o que amplia o seu fracasso.

E se for comparada a relação PM/população o fracasso comunista é ainda maior.

Ele entrega o mandato amanhã para o seu vice, Carlos Brandão (PSB), com a taxa de um policial para cada 816 habitantes; esta taxa é exatamente a mesma de 2015. (Entenda aqui e aqui) 

É a pior taxa policial/habitante do país.

Flávio Dino ocupou o poder no Maranhão com a promessa de mudar os índices do estado no período em que estivesse comandando os rumos da população.

Mas sai do governo fracassado em todos os aspectos de sua gestão…

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Correntes do PT defendem Zé Inácio na vice…

Deputado estadual é mais orgânico e identificado com as lutas sociais que os nomes enxertados no partido pelo governador Flávio Dino para tentar compor com o seu vice, Carlos Brandão

 

Zé Inácio tem mais identificação coma s lutas do PT em setores onde Brandão é visto com forte resistência

Algumas das principais correntes do PT maranhense começaram a defender mais abertamente a candidatura do deputado estadual Zé Inácio a vice-governador, caso o partido componha mesmo com o candidato do Palácio dos Leões, Carlos Brandão (PSB).

Para a maior parte dos petistas, Zé Inácio é mais orgânico no partido que os dois nomes enxertados pelo governador Flávio Dino (PSB) – o secretário Felipe Camarão e o deputado federal Rubens Pereira Júnior.

ligado aos movimentos sociais e, principalmente, às lutas do campo – setor em que Brandão é visto como latifundiário, aos grilos de terra e ao agronegócio, Inácio já foi superintendente do Incra e atua diretamente vinculado a movimentos negros, quilombolas e indígenas.

Flávio Dino tentou impor o nome de Felipe Camarão ao PT tentando convencer o ex-presidente Lula – mais ligado ao senador Weverton Rocha (PDT) – de que o partido poderia ter um candidato ao governo; mas sua ideia fracassou diante da falta de vínculo histórico do secretário com a legenda.

Esta semana, Dino fez novo movimento para tentar ter o controle da indicação do PT, levando o afilhado Rubens Júnior para a legenda.

Os movimentos do governador – que deixa o cargo nesta quinta-feira, 31 – são vistos pelas correntes do PT como uma tentativa de aparelhar o partido.

E reagem com a indicação de um nome histórico, como o de Zé Inácio…

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Erlânio Xavier vai permanecer na Famem e na prefeitura

Presidente da entidade municipalista e prefeito de Igarapé Grande vinha sendo estimulado a concorrer ao Senado, mas optou por permanecer nos postos e coordenar a campanha do senador Weverton Rocha

 

Erlânio é um dos principais apoiadores de Weverton; e tinha o nome cotado para encarar a disputa pelo Senado

O presidente da Federação dos Municípios do Maranhão (Famem), Erlânio Xavier (PDT), que é prefeito de Igarapé Grande, vai permanecer à frente da entidade municipalista e do município.

Ele vinha sendo estimulado por aliados a ser candidato ao Senado na chapa majoritária encabeçada pelo senador Weverton Rocha (PDT), mas optou por ficar nos dois postos que ora ocupa.

Um dos principais coordenadores de campanha de Weverton Rocha, Erlânio tem forte influência sob prefeitos.

E articula a campanha do senador pedetista entre os gestores…

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Brandão e Othelino farão os movimentos mais esperados do início de abril

Vice-governador vai assumir o mandato de Flávio Dino e terá três meses para se consolidar como opção de voto para governador; presidente da Assembleia anunciará se sai ou se fica no PCdoB, o que indicará seu caminho eleitoral

 

Após caminhar com Weverton nos últimos quatro anos, Othelino agora está entre Flávio Dino e Brandão; e precisa dizer se sai ou fica no PCdoB

O vice-governador Carlos Brandão (PSB) e o presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto (PCdoB) farão os dois movimentos mais significativos desta reta final da pré-campanha eleitoral.

Brandão assume o governo no dia 2 de abril, mesmo dia em que Othelino terá que dizer se fica ou se sai do PCdoB, como ele próprio anunciou ainda em dezembro.

Com a posse, Brandão passa a ser o titular do Palácio dos Leões, no lugar de Flávio Dino (PSB); terá apenas três meses para consolidar seu grupo e ratificar as adesões que recebeu neste início de 2022.

Para isso, precisa cumprir promessas e ofertas feitas em troca da adesão de deputados, prefeitos e dirigentes partidários.

O gesto de Othelino é ainda mais significativo pelo inusitado do acontecimento.

Aliado de primeira hora do senador Weverton Rocha (PDT), o presidente da Assembleia participou de todas as edições do “Maranhão Mais Feliz” em 2021; e chegou a anunciar em dezembro que se filiaria ao PDT.

Mas a partir de fevereiro passou a mudar o comportamento e foi anunciado como apoiador de Brandão por vários blogs alinhados ao Palácio dos Leões. O próprio Brandão chegou a anunciar em evento do PCdoB que o deputado permaneceria no partido.

A permanência ou não do parlamentar no PCdoB será, portanto, um sinal claro do caminho que ele vai escolher nas eleições de outubro.

Simples assim…

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Com força de Paulo Victor, gesto de Gutemberg e postura de Osmar Filho, Câmara reforça unidade e independência

Vereadores contemplam coragem e persistência do colega comunista e dão passo importante para consolidar o legislativo como poder de fato, independente e harmônico entre si e na relação com os demais poderes

 

Vereadores reunidos após declaração de apoio de Gutemberg a Paulo Victor; unidade e independência defendida por todos

O caminho da unidade na Câmara Municipal foi construído por um importante tripé político.

A coragem, a força e a persistência do vereador Paulo Victor (PCdoB) levou até quem não acreditava em suas chances a reconhecê-lo como um líder político em ascensão.

Também foi fundamental para o processo a postura de magistrado do atual presidente da Casa, Osmar Filho; eleito com os votos dos demais 30 vereadores, Osmar conduziu todo o processo dando abertura a todos os pretendentes ao posto.

E o gesto de grandeza do vereador Dr. Gutemberg (PSC) consolidou o processo de unidade, ao decidir abrir mão da candidatura para evitar uma disputa na Casa que já se encaminhava para um desfecho claro.

A Câmara atinge neste processo eleitoral um outro patamar na relação, tanto com a Prefeitura de São Luís quanto com os demais entes da federação.

E os vereadores saem fortalecidos.

Todos eles, governistas ou oposicionistas…

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Os caminhos de Eduardo Braide…

Pouco mais de um ano depois de assumir e atingir picos altíssimos de popularidade durante a campanha de vacinação contra a pandemia de coronavírus, prefeito de São Luís enfrenta enormes dificuldades na Câmara Municipal, perdeu o comando do próprio partido e ainda enfrenta uma greve interminável no transporte público; e agora precisa se recompor para voltar a ter importância eleitoral

 

Eduardo Braide enfrenta momento delicado no mandato, mas tem tempo e poder para recompor sua articulação em várias frentes

Análise da notícia

O prefeito de São Luís, Eduardo Braide (agora sem partido), vive o pior momento de sua respeitável carreira política.

Sem articulação política, sem poder de comunicação e sem base partidária sólida, Braide viu escorrer pelas mãos a eleição de um aliado à presidência da Câmara Municipal; além disso, perdeu o controle do Podemos, partido que comandava praticamente sozinho no Maranhão.

E enfrenta uma greve sem precedentes na história do transporte público de São Luís.

Eleito em 2020 com importante votação – após quatro anos de espera da população que já apostava nele desde 2016 – o prefeito tornou-se no intervalo entre os dois pleitos importante liderança política estadual, a ponto de ser cotado, inclusive, para disputar o Governo do Estado em 2018.

Mas o seu primeiro ano à frente da prefeitura indica uma forte dificuldade na articulação política e nenhum poder de relação na mídia, o que dificulta a construção de uma agenda positiva.

Bombardeado em várias frentes, sobretudo pelo vice-governador Carlos Brandão (PSB), que tem um projeto de poder que não o contempla, Braide sabe que precisa se recompor politicamente antes mesmo da eleição de governador.

Ele tem caminhos para isso.

É preciso, acima de tudo, construir um grupo experiente na condução do mandato, na articulação midiática e, sobretudo, na relação com a classe política, construindo uma base de apoio que chegue não apenas à Câmara, mas às bancadas estadual e federal. 

Só assim, chegará ao ano pré-eleitoral de 2023 em condições de concorrer com chances à reeleição.

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Eleição na Câmara de São Luís será novamente por aclamação…

Assim como em 2020, com a eleição de Osmar Filho, agora em 2022 o vereador Paulo Victor conseguiu aglutinar o maior número de aliados, consolidando-se como a única opção para comandar a Casa a partir de 2023

 

Paulo Victor se consolidou ao longo de 2021, recebendo agora também o apoio de Gutemberg Araújo

O vereador  Paulo Victor  (PCdoB) deve ser aclamado presidente da Câmara Municipal em eleição prevista para o início de abril.

Victor conseguiu reunir o maior número de apoiadores em torno dos eu nome, o que levou á desistência do também candidato Dr. Gutemberg Araújo (PSC).

O vereador comunista vai repetir Osmar Filho (PDT) em 2020 e terá seu nome votado por todos os vereadores de São Luís.

Paulo Victor consolidou-se como candidato ainda em 2021, reunindo aliados de todos os partidos – incluindo o ex-líder do governo, Marcial Lima (Podemos); o que levou ao esvaziamento de outros eventuais candidatos.

Ligado ao prefeito Eduardo Braide (Podemos), Dr. Gutemberg desistiu da disputa nesta segunda-feira, declarando aliança com Paulo Victor.