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O esvaziamento da base de Flávio Dino

Governador que começou a gestão com 17 partidos aliados perdeu apoios ao longo do mandato e chega à reta final com apenas três legendas dispostas a apoiar sua “escolha pessoal” pelo vice-governador Calos Brandão

 

Flávio Dino terá dores de cabeça para manter sua base unida após “escolha pessoal’ pela candidatura do vice Carlos Brandão

Análise de conjuntura

O governador Flávio Dino (PSB) chega à reta final do seu governo com apenas três legendas dispostas a segui-lo em seu projeto de apoio ao vice-governador Carlos Brandão (PSDB) nas eleições de outubro.

Desde que fez sua “escolha pessoal” por Brandão, Dino perdeu vários partidos, restando apenas o seu PSB, o PCdoB e o PROS dispostos a seguir com Brandão.

Das legendas que faziam parte da base governista, seis estão com o senador  Weverton Rocha: PDT, DEM, PP, PRB, PSL e Rede Sustentabilidade.

Outros três partidos – PL, Avante e Patriotas – são ligados ao deputado federal Josimar Maranhãozinho, e se afastaram desde meados de 2021.

PTB e PTC (atual Agir36) seguem vinculados ao projeto do presidente Jair Bolsonaro, inclusive com candidaturas próprias ao governo.

Sobram PT e Cidadania que podem até continuar na base de Dino, mas dependem da conjuntura nacional e das federações partidárias com PSB e PSDB.

Flávio Dino chega aos últimos meses de governo, portanto, esvaziado como liderança política.

O que pode ter influência direta em seu projeto de chegar ao Senado…

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Lula e o PT sugerem a Dino ter dois candidatos a governador…

Ex-presidente aconselhou o governador a se acertar com o senador Weverton Rocha, enquanto que o presidente regional petista, Francimar Melo, defendeu dois palanques no Maranhão

 

Tanto Lula quanto Francimar Melo já defendem, palanque duplo para Flávio Dino no Maranhão

Se depender da vontade do ex-presidente Lula – e do seu partido, o PT – o governador Flávio Dino terá dois palanques para sua candidatura a senador no Maranhão.

Apoiador da candidatura do senador Weverton Rocha (PDT) ao governo, Lula quer que Dino se acerte com o pedetista, já que não apoiará a candidatura do vice-governador Carlos Brandão (PSDB).

Já o presidente regional do PT, Francimar Melo, que se reuniu com Lula nesta quarta-feira, 19, em São Paulo, admitiu a hipótese de dois palanques para o governador; um do PT/PDT, outro do PSDB.

O próprio Weverton Rocha já disse que seu candidato a senador pode ser o governador  Flávio Dino, independentemente do seu apoio a Brandão.

Dino insiste com Brandão por que precisa da estrutura do governo para se viabilizar ao Senado, mesmo sendo candidato praticamente único.

A sugestão de Lula e do PT é uma hipótese para Dino pensar.

Pelo menos até o dia 31…

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Duarte Jr. trata PSB como sigla de aluguel para Brandão e é criticadeo por petista…

Deputado estadual diz que a transferência do vice para o partido de Flávio Dino irá resolver a pendência com o PDT, tratando a legenda como mero depósito de candidatos, como classificou o ex-secretário Márcio Jardim

 

Com sua lógica “bora resolver”, na tentativa de encontrar solução para o problema de Brandão, Duarte júnior trata PSB e PT coimo prostitutas

Uma nota infeliz do deputado  Duarte Júnior, tratando o próprio partido, o PSB, como sigla de aluguel, gerou fortes críticas do ex-secretário Márcio Jardim, um dos principais interlocutores do PT maranhense na cúpula nacional do partido.

Após declaração do ex-presidente Lula, de que não apoiará um candidato do PSDB no Maranhão, Duarte saiu-se com seu famoso jargão “Bora resolver?”.

– Lula não apoia candidato do PSDB. Carlos Brandão vem pro PSB e o PT indica o próximo vice-governador  do Maranhão – ensinou Duarte, ele próprio um especialista em troca de partidos.

Mas a “solução” de Duarte Júnior foi criticada imediatamente por Márcio jardim, um dos petistas maranhenses com mais acesso à cúpula nacional do PT.

– Lastimo essa visão arcaica que trata partido como motel, onde o político entra por mera conveniência, fica pouco tempo, dá uma rapidinha e vai embora. Isso corrompe a democracia. Ademais, ao tratar o PT como prostituto de plantão, sempre disposto a servi-los, você ofende os petistas – disse Jardim, comentando a postagem de Duarte Júnior.

Mas a expressão de desespero de Duarte Júnior tem explicação política.

A situação do vice-governador Carlos Brandão é complicada. Ele não tem garantias de que, se filiando ao PSB, receba o apoio de Lula e do PT; e ainda corre o risco de, deixando o PSDB, perder tanto o ninho tucano quanto o Cidadania.

Soluções prostitutas, como a de Duarte Júnior, só enfraquecem ainda mais o vice-governador…

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Flávio Dino não fecha a conta por apoio a Brandão e pode adiar decisão do dia 31

Governador tenta cooptar lideranças partidárias e presidentes de partidos, mas as ações dos seus principais articuladores, incluindo o próprio vice Carlos Brandão, geram cada vez mais um clima de racha na base e afastam aliados

 

Flávio Dino até tenta construir uma base sólida em torno de Carlos Brandão, mas a postura do vice e de seus aliados só afasta as lideranças políticas e partidárias

É preciso reconhecer o esforço do governador  Flávio Dino (PSB) na tentativa de construir uma base sólida de apoios à sua “escolha pessoal” pela candidatura do vice-governador Carlos Brandão ao Governo do Estado.

Mas as ações dos aliados de Dino – incluindo o próprio Brandão – só tem afastado, cada vez mais, as principais lideranças e partidos da base.

Com ataques quase diários aos aliados, o secretário de Comunicação Ricardo Capelli cria um clima de antipatia entre lideranças partidárias e políticas, a exemplo do que ocorre com a senadora Eliziane Gama (Cidadania) e o com o deputado federal André Fufuca (PP).

Mas Brandão também gera beligerância na base.

Sua ansiedade para tomar apoios do senador Weverton Rocha (PDT) – que lidera todas as pesquisas de intenção de votos – leva o vice-governador a ações desastradas, como a atual interferência na eleição para a mesa diretora da Câmara.

Principal candidato a governador, Weverton tem hoje o apoio de DEM, PDT, PP, PRB, PSL, Rede e da presidente do Cidadania, Eliziane Gama; além disso, conta com a força dos presidentes da Assembleia Legislativa Othelino Neto(PCdoB), do presidente da Famem, Erlânio Xavier (PDT), e do presidente da Câmara Municipal, Osmar Filho (PDT), além de prefeitos dos principais colégios eleitorais.

Flávio Dino tentou convencer todo este pessoal a apoiar Brandão, mas diante da postura do vice e de Capelli, nenhum deles aceitou romper com Weverton.

Para tentar amenizar o clima de racha que prejudica sua imagem nacional como candidato a senador, o governador terá que repensar as estratégias até a reunião do dia 31, quando pretende bater o martelo pelo apoio a Brandão.

Diante do esvaziamento da candidatura do vice, ele pode, inclusive, adiar a decisão.

Ou optar pela solução José  Roberto Arruda…

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Brandão tenta interferir na Câmara e fecha portas com Braide

Ao agir diretamente para influenciar as eleições no Parlamento de São Luís – que nenhuma relação de poder tem com o Governo do Estado – vice-governador afronta pessoalmente o prefeito Eduardo Braide, a quem o processo de escolha da nova Mesa Diretora da Casa interessa diretamente

 

Brandão com vereadores de São Luís: influência direta na eleição da Câmara abre fortes arestas na seara estadual

Análise da notícia

Duas forças políticas estão agindo diretamente na tentativa de influenciar o processo de escolha da nova mesa diretora da Câmara Municipal de São Luís.

Uma legítima e outra ilegítima.

O prefeito Eduardo Braide (Podemos) tem legitimidade para tentar influenciar a escolha dos vereadores por que a eleição interna na Casa interessa diretamente à sua gestão; é legítimo, portanto, que ele tenha preferências e tente angariar votos para seu preferido.

Afinal, é seu governo que vai conviver pelos próximos três anos com a Câmara, numa relação de poder que precisa estar azeitada em todos os seus aspectos.

A outra força atuando diretamente na eleição do Parlamento Municipal é o vice-governador  Carlos Brandão (PSDB), este, sim, ilegítimo no processo.

A Câmara de São Luís não tem qualquer tipo de correlação de poder com o Governo do Estado e não teria qualquer interferência direta na eventual gestão de Brandão como governador.

Mas o tucano decidiu quebrar todas as lanças na tentativa de influenciar a escolha do novo presidente da Casa, criando arestas em duas frentes:

1 – ao jogar o peso do governo na escolha da Câmara, Brandão confronta diretamente o prefeito  Eduardo Braide (Podemos) e diz a ele, com todas as letras, que não o quer como aliado nas eleições de outubro, em que será candidato a governador;

2 – ao aliciar vereadores, inclusive com ofertas de espaço na seara estadual, o vice-governador afronta diretamente deputados estaduais, que atuarão diretamente na correlação de forças com seu mandato e se ressentem exatamente da falta de espaços na seara estadual.

Decidido a ser candidato a governador, de qualquer forma, Brandão já atuou diretamente em três importantes eleições desde 2020; perdeu as três.

Tentou vencer a eleição para prefeito – contra o próprio Braide – apoiando o deputado  Duarte Júnior (PSB), mas foi derrotado, inclusive com apoio de governistas que não aceitaram a imposição do nome de Duarte.

Também tentou confrontar o atual presidente da Famem, Erlânio Xavier (PDT), inventando a candidatura do prefeito de Caxias, Fábio Gentil (PRB), e usando toda a força da máquina do governo; mas perdeu de novo.

E perdeu para o PDT, de Osmar Filho, a eleição na Câmara Municipal, quando não conseguiu, sequer, ciar um candidato contra o pedetista.

Após três derrotas seguidas, Brandão agora tenta de novo mostrar-se forte em São Luís com a eleição da Câmara Municipal

Se perder de novo, corre um risco adicional: botará Eduardo Braide no colo dos seus adversários de outubro.

O que, fatalmente, pode levar a uma nova derrota…

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Roseana Sarney e o caminho do MDB

Partido precisa da força eleitoral da ex-governadora para impedir o esvaziamento de candidatos nas eleições de outubro, mas ela resiste a encarar nova disputa pelo Governo do Estado

 

Reunidos com Roseana, emedebistas aprovaram manter seu nome como candidata ao governo; pelo menos até as convenções

O MDB precisa manter o nome da ex-governadora como pré-candidato ao Governo do Estado, pelo menos até as convenções.

Líder nas pesquisas, Roseana tem força para atrair candidatos à Câmara Federal e à Assembleia Legislativa, além de impedir defecções no partido, como as anunciadas saídas do deputado federal Hildo Rocha e dos estaduais  Arnaldo Melo e Socorro Waquim.

Mas a ex-governadora não pretende concorrer ao governo, embora a executiva do partido mantenha seu nome como pré-candidata.

Ela sabe que, independente do número de pré-candidatos que a legenda possa ter à Câmara, seu nome,. por si só, é capaz de garantir votos suficientes para se eleger e abrir espaço para a eleição de, pelo menos, mais um deputado federal.

E é com o nome de Roseana em evidência que o MDB pretende administrar o caminho até as eleições…

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Carlos Brandão vai ter que escolher entre o PT e o PSDB…

Se aceitar virar “esquerdista” e for aceito no PSB de Flávio Dino, para tentar dar palanque ao ex-presidente Lula, vice-governador terá que abrir mão do PSDB; por outro lado, se decidir ficar no ninho tucano, onde tem raízes ideológicas, ele já sabe que perderá o apoio petista, provavelmente para oi senador Weverton Rocha

 

Brandão comemorou o apoio do Cidadania – sem a senadora Eliziane Gama – mas não disse que terá que ficar no PSDB para manter esta aliança

O vice-governador Carlos Brandão vive nestes meses que antecedem sua posse como governador uma espécie de escolha de Sofia: até abril, ele terá que escolher entre o PT ou o PSDB como seu partido nas eleições de outubro.

E a escolha de um excluirá, automaticamente, o outro de sua base

Para piorar a situação do candidato de Flávio Dino (PSB), qualquer que seja a sua escolha estará, pondo um dos lados no colo do senador Weverton Rocha (PDT), que já lidera as pesquisas de intenção de votos.

No fim de semana, Brandão e seus aliados comemoraram apoio do Cidadania à sua candidatura; mas esconderam na divulgação que esse apoio se dará por causa da federação partidária que o Cidadania está construindo com o PSDB.

Ou seja, o apoio impõe a Brandão que permaneça no PSDB; e permanecendo na federação tucana, perderá automaticamente o PT, que já namora abertamente com o senador  Weverton.

Ocorre que o PT é o sonho de consumo do atual governador  Flávio Dino, que vem forçando uma transferência de Brandão para o seu partido, o PSB, exatamente para poder ter o ex-presidente Lula em seu palanque.

Se Brandão decidir deixar o PSDB para atender Flávio Dino, perderá automaticamente não apenas o controle do ninho maranhense, mas também o próprio Cidadania.

E os dois partidos tendem a desembarcar, automaticamente, no palanque de Weverton.

Embora faça festa a todo momento tentando vender a ideia de articulação política, Brandão sabe que sua situação é uma das mais difíceis do ponto de vista partidário.

Mais cedo ou mais tarde, porém, terá que escolher entre a cruz e a espada…

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De como Ricardo Capelli força o racha na base de Flávio Dino

Com ataques diários – tanto com uso de blogs financiados pelo Palácio dos Leões, quanto por sua própria manifestação pessoal – secretário de Comunicação provoca aliados, gerando forte instabilidade no grupo do governador

 

Capelli virou, de uma hora para outra, o principal articulador político de Flávio Dino; e está fazendo estragos

Alçado do nada à condição de principal articulador político do governador Flávio Dino (PSB), o secretário de Comunicação Ricardo Capelli teria a missão de agregar a base para as eleições de outubro.

Mas ele tem feito exatamente o contrário.

Agressivo, de postura indiferente e sem conhecer a dinâmica das relações políticas no Maranhão, Capelli tem contribuído de forma sistemática para afastar aliados da base de Dino.

A enquadrada dada nele pelo deputado federal André Fufuca (PP) neste fim de semana é um exemplo de que o secretário fala o que quer e leva Flávio Dino a ouvir o que não quer.

Com relação a Fufuca, Cappeli atacou ninguém menos que o rpesidente nacional do PP, minstro Ciro Nogueira. Aliado à base do senador Weverton Rocha (PDT), o PP vem sendo assediado pelo vice-governador  Carlos Brandão (PSDB).

Mas se depender de Capelli…

Fufuca saiu em defesa do ministro Ciro Nogueira e enquadrou o secretário de Flávio Dino

Além de André Fufuca, o secretário já atacou lideranças do porte da senadora Eliziane Gama (Cidadania), do presidente da Famem, Erlanio Xavier (PDT), do presidente da Assembleia, Othelino Neto (PCdoB) e até mesmo o próprio Weverton Rocha, que disputa com Brandão a condição de candidato da base ao governo.

Para provocar aliados, ele usa uma rede de blogs financiada pelo Palácio dos Leões, tanto no Maranhão quanto na mídia nacional. 

Todos esses ataques e provocações de Ricardo Capelli visam, curiosamente, forçar o apoio das lideranças a Brandão.

E só Flávio Dino acha que ele está certo na estratégia…

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Ricardo Murad prega início de novo ciclo político no Maranhão

Ao incluir o governador  Flávio Dino como último governador da era compreendida por “Grupo Sarney”, ex-deputado reconhece os avanços econômicos e estruturais deste período, mas diz que é preciso iniciar nova época, em que a riqueza do Maranhão seja distribuída aos maranhenses

 

Imagem reproduzida por Ricardo Murad em suas redes sociais põem Flávio Dino como último representante do período que ele entende como de poder do Grupo Sarney

Análise histórica

O ex-deputado Ricardo Murad divulgou em suas redes sociais, no fim de semana, importante relato histórico dos últimos 60 anos de vida política no Maranhão.

Para ele, o período entendido como de mando do chamado Grupo Sarney – no qual o ex-secretário inclui também o governador Flávio Dino (PSB) como último representante – teve seus avanços significativos nos campos estruturais e econômicos, elevando o PIB do Maranhão para a 17ª posição no país; mas é preciso avançar mais, distribuindo a riqueza aos maranhenses.

– Não queremos mais enriquecer o estado, queremos enriquecer os maranhenses. Essa é a questão central das eleições. Mudar o sistema para dar vez ao povo – disse Murad.

Secretário de Saúde entre 2009 e 2014, Ricardo Murad foi responsável pela implantação do maior programa na área já visto na história do Maranhão; além de implantar hospitais em todas as regiões, o programa valorizou profissionais de saúde e deu atendimento digno aos cidadãos. (Relembre aqui, aqui, aqui, aqui,  e também aqui).

É com esta autoridade que o ex-secretário faz a análise histórica, reconhecendo avanços, mas apontando para o futuro.

– Vitorino Freire reinou absoluto até 1965 quando Sarney se elegeu governador. Com Sarney iniciou-se um novo tempo. São 57 anos de um sistema com grandes resultados macroeconômicos, mas que falhou em resolver o principal problema, a pobreza. É necessário acabar com a crescente concentração de renda e o aumento de pobres – prega Murad, para quem o governador Flávio Dino (PSB) é o último representante do ´período sarneysista.

Ricardo Murad aponta que este período trouxe também anomalias políticas, como a compra de mandatos eletivos e a manutenção de privilégios de poderosos, paradigmas que precisam ser quebrados

– Não será fácil porque significará o fim do poder e dos privilégios daqueles que se aproveitam das fragilidades dos eleitores para manter seus mandatos. Ficou fácil obter um mandato, basta ter poder e dinheiro – desabafa. 

O ex-deputado e ex-secretário alerta o eleitor para fiar atento sobre qual dos pré-candidatos a governador apresenta condições de iniciar um novo ciclo, “tal qual Sarney em 1965”.

– Essa é a questão central das eleições. Mudar o sistema para dar vez ao povo – pregou Murad, que deixa claro ainda não ver luz no fim do túnel.

– É o desafio que enfrentaremos para mudar o ciclo no dia 2 de outubro. Com quem? Eu ainda não tenho ideia – conclui o ex-parlamentar.

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Fracassado com Felipe Camarão, Flávio Dino tenta plano B para ter o PT com Brandão

Após esvaziamento do balão de ensaio criado em torno do secretário de Educação, governador tenta agora transferir o vice para o PSB, ao mesmo tempo em que tenta afastar de Lula o senador Weverton Rocha

 

Com o balão de ensaio de Felipe Camarão esvaziado, Dino tenta agora convencer o PT que o tucano Brandão é, sim, de esquerda

O governador Flávio Dino (PSB) viu frustrada sua tentativa de convencer a cúpula nacional do PT a não apoiar a candidatura do senador Weverton Rocha (PDT) ao Governo do Estado.

Com o esvaziamento do balão de ensaio criado em torno do nome do secretário de Educação Felipe Camarão – que anunciou oficialmente o fim de sua “candidatura” – Dino agora tenta um plano B para convencer petistas a apoiar o tucano Carlos Brandão.

Esse plano B o comunosocialista tenta efetivar em duas frentes:

1 – garantir a transferência de Brandão para o PSB sem perder o controle do PSDB no Maranhão;

2 – tentar afastar de Lula o senador Weverton Rocha (PDT), criando factoides em torno do pedetista, usando a mídia financiada pelo Palácio dos Leões.

A primeira frente de ação é mais simples: controlado pelo próprio Dino, Brandão vai para onde o governador quiser; o problema é convencer o PSB nacional – onde Dino tem pouca ou nenhuma influência – de que seu vice é, de fato, um socialista, alguém com conceitos claros do que é ser de esquerda.

Além disso, é quase impossível que, deixando o PSDB da forma como está saindo, Brandão mantenha o controle da legenda; mesmo por que, não tem quadros na bancada nacional para mostrar força ao tucanato.

Quando nem Flávio Dino tinha coragem, Weverton foi o primeiro maranhense a estar com Lula, em Curitiba, como mostra este vídeo de 2018

Com relação à segunda frente de ação para ter o PT, Flávio Dino começou uma tentativa de desgastar a imagem de Weverton Rocha, tentando colar nele a pecha de bolsonarista, usando “pistoleiros digitais”, como definiu o também senador Roberto Rocha (PSDB).

É pouco provável que, com essa artimanha, Dino consiga afastar Weverton de Lula, cuja relação é histórica, anterior ao próprio Dino.

Das atuais lideranças políticas maranhenses, Weverton é o único que esteve com Lula desde o movimento estudantil, e o apoiou em todas as suas campanhas eleitorais, fato já reconhecido publicamente pelo próprio Lula. 

Além disso, Weverton foi o primeiro maranhense a estar em Curitiba, onde o ex-presidente ficou preso após o golpe que o afastou das eleições de 2018.

O PT nacional só deve decidir em março qual o caminho eleitoral no Maranhão, mas de uma coisa Flávio Dino já tem convicção: “o PSDB, não!”, como declarou a ele o próprio Lula.

E sem seu balão de ensaio no PT, o governador  fica sem margem de manobra entre os petistas maranhenses…