Novidade das eleições de 2016, candidato do Podemos deixou de ser surpresa para se transformar em expectativa em 2020, mas se mantem no mesmo estilo de quatro anos atrás, valendo-se exclusivamente do recall eleitoral, o que pode explicar a ainda residual, mas já perceptível queda nas pesquisas
Braide tem restringido suas relações político-eleitorais a um grupo restrito, sem nenhum avanço nas alianças até este momento da campanha, em que apresenta queda nas pesquisas
Favorito nas eleições de 2020, o deputado federal Eduardo Braide (Podemos) foi uma espécie de azarão nas eleições de 2016; e chegou ao segundo turno naquele pleito, exclusivamente, por se tornar a surpresa do último debate. (Relembre aqui, aqui, aqui e aqui)
Quatro anos depois, o que foi considerado surpresa virou expectativa, e todos esperam de Braide desempenho tão bom ou melhor que o de 2016.
Esta expectativa, combinada à sua postura de auto-isolamento, pode ser perigosa para o favoritismo do candidato do Podemos.
Em 2016, Braide teve pela frente candidatos tidos por inexperientes ou mesmo ruins de debate; em 2020, será confrontado por adversários como Duarte Júnior (Republicanos), Neto Evangelista (DEM), Bira do Pindaré (PSB), Carlos Madeira (Solidariedade), Rubens Júnior (PCdoB) e Adriano Sarney (PV), todos capacitados para o tète-a-tète.
Aliás, Adriano Sarney é tido como o responsável pela pá-de-cal nas pretensões de Braide quatro anos atrás, com um único discurso na Assembleia, que destruiu a postura de independência que o candidato do Podemos tentava passar na propaganda.
Com adversários sofríveis em 2016, Braide deitou e rolou, tornando-se a surpresa daquele debate; agora, a surpresa se tornou expectativa
Esta postura equidistante do favorito nas pesquisas pode já estar refletindo nas pesquisas.
Ainda que residual – ou mesmo insignificante do ponto de vista da totalização – as pesquisas já mostram uma tendência de queda nos números do candidato.
Ele tinha 43,1% das intenções de voto em 22 de julho; menos de 20 dias depois, aparece com 39%.
Esses dados, por si só, podem ser irrelevantes para a disputa; mas somados a outros aspectos, como o isolamento do candidato, a força da militância dos adversários e a pancadaria da propaganda eleitoral podem ser significativos ao fim do primeiro turno.
Eduardo Braide precisa, portanto, sair do isolamento e se mostrar, de fato, à população.
Não apenas aos 40% que estão com ele, mas aos demais 60% que mostram preferir outro caminho…
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