É quase um ciclo crônico o que ocorre no Brasil e no mundo: a esquerda eleva as condições de vida em todos os níveis, muitos enriquecem e se acham melhores que os de baixo, elevando ao poder o pessoal da direita, que favorece os mais ricos; e o ciclo recomeça
Não é novidade o principal foco do noticiário sócio-econômico no Brasil esta semana: “8,7 milhões de pessoas saíram da linha da pobreza entre 2022 e 2023”.
A mesma notícia – praticamente igual e sem tirar uma vírgula – foi dada em 2005, na análise dos números do IBGE no segundo ano do primeiro mandato do presidente Lula (PT).
É simples assim.
- os programas de transferência de renda são, no mundo todo, os mais eficazes para combater à pobreza e à extrema pobreza;
- e estes programas são foco de políticas públicas dos setores da esquerda – não da direita – usados em todos os países do mundo.
A queda na pobreza em 2023 é resultado, principalmente, do dinamismo no mercado de trabalho e do aumento na cobertura de benefícios sociais”, diz Leonardo Athias, gerente de Indicadores Sociais do IBGE.
Mas é quase um ciclo crônico.
A esquerda vence as eleições, implanta seus programas sociais, tira as pessoas da pobreza e muitas enriquecem; Ao enriquecer, muitos se acham na elite social, começam a criticar os programas sociais e passam a defender os postulados da direita, que, no poder, beneficiam os mais ricos; e o ciclo recomeça.
Dizer que a direita favorece os mais ricos não é uma crítica; é uma constatação.
Pela sua própria essência ideológica, a direita pensa nos mais capazes, mais fortes, mais ágeis, mais altos. Entende que são os melhores que precisam ser beneficiados com as políticas públicas, e que esses melhores carregarão os demais.
Por isso os ciclos se repetem mundo a fora.
- o Brasil tem caso concreto para análise histórica sobre o enriquecimento e o empobrecimento do país nos últimos 20 anos;
- a esquerda governou entre 2003 e 2016, período em que milhões saíram da miséria; e foi demonizada no país a partir de 2016.
- os governos Temer e Bolsonaro, entre 16 e 22, apostaram nos postulados da direita; o resultado histórico é conhecido por todos.
Na mesma semana em que se tem a boa notícia de que milhões deixaram a linha da pobreza no país, o tal “mercado” reclama do pacote fiscal do governo Lula; e qual o maior ponto de insatisfação? a isenção do imposto de renda para os que ganham até R$ 5 mil.
É o mesmo mercado que comemora lucro de R$ 28,4 bilhões dos bancos apenas no terceiro trimestre de 2024. São R$ 28,4 bilhões em três meses, e pra produzir o quê?!?
É assim que se entende direita e esquerda…