Exclusivo!!! Ana Paula toma de Brandão o controle do PSB no Maranhão…

Senadora maranhense foi recebida em Recife nesta quinta-feira, 17, pelo presidente nacional do partido, João Campos, que deve3 comunicar ainda hoje a decisão ao governador

 

NA ESQUERDA LULISTA. Ana Paula vai reforçar a bancada do PSB no Senado, e deve levar o marido deputado estadual para o partido

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A senadora Ana Paula Lobato (ainda no PDT), vai comandar o PSB no Maranhão; a decisão foi tomada nesta quinta-feira, 17, pelo presidente nacional da legenda, João Campos.

Com a decisão, o governador  Carlos Brandão perde o comando do partido.

  • João Campos ressente-se do desempenho do PSB nas eleições de 2024, sob o controle de Brandão;
  • o partido também enfrenta dificuldades para montar as suas chapas de deputados federais e estaduais;
  • além disso, o governador tem deixado claro que seguirá para outro partido até as eleições de 2026.

Este blog Marco Aurélio d’Eça já havia noticiado que Brandão estava em busca de um partido mais alinhado com os eu novo projeto, de centro direita, e deveria se mudar para o União Brasil ou o MDB, partidos já alinhados à sua família.

Além de Ana Paula, o PSB deve receber o deputado estadual Othelino Neto, que disputará vaga na Câmara Federal em 2026.

A tomada do partido, muda também a correlação de forças políticas no Maranhão, na base do governo Lula (PT).

Sobretudo entre os dinistas, mais à esquerda, e os brandonistas, de centro-direita…

Felipe Camarão integra chapa nacional do PT…

No mesmo fim de semana em que recebe adesão de mais de 100 diretórios municipais, vice-governador é chamado a compor o diretório nacional do partido, encabeçado pelo ex-ministro Edinho Silva, que tem apoio do presidente Lula e da ex-presidente da legenda Gleisi Hoffmann

 

CÚPULA NACIONAL DO PT. Vice-governador maranhense Felipe Camarão vai compor a delegação da chapa encabeça por Edinho Silva

O vice-governador Felipe Camarão ultrapassou neste fim de semana a marca de mais de 100 diretórios municipais do PT que assinaram manifesto de apoio à sua candidatura ao Governo do  Maranhão; no mesmo fim de semana, Camarão foi confirmado na chapa encabeçada pelo ex-ministro Edinho Silva para o comando nacional do partido.

  • embora apoie candidaturas maranhenses, o vice-governador não se envolve diretamente na disputa do PED do PT; 
  • ao mesmo tempo ele se consolida como o principal representante maranhense no comando nacional do partido.

“Firme e forte na luta, pelo melhor para o meu partido e para o nosso país!”, declarou Camarão, ao integrar a chapa nacional, que traz no nome uma sentença: “Derrotar a extrema direita e avançar na construção de um novo Brasil”.

Marcado por acusações entre os antigos dirigentes locais – a maioria vinculada ao governo Carlos Brandão (PSB) – o Processo de Eleição Direta do PT maranhense tem como pano de fundo o debate sobre candidatura própria nas eleições de 2026.

Com interlocução direta no diretório nacional, o vice-governador acompanha nos bastidores a movimentação das várias tendências internas do partido.

A eleição para o comando do PT ocorre em 6 de julho…

Exclusivo!!! Brandão vai para o MDB; Orleans disputará pelo União Brasil…

Grupo principal do governador deve se aninhar em cinco partidos para as eleições de 2026, todos de centro-direita, o que deve confirmar o esvaziamento do PSB no Maranhão

 

NOVOS CAMINHOS. Brandão reuniu-se com Rueda há quatro semanas, confirmou a ida de Orleans e disse que se filiará ao MDB

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O governador Carlos Brandão (PSB) reuniu-se há quatro semanas com o presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda; foi agradecer o convite para entrar no partido, mas confirmou que irá se filiar ao MDB.

  • para o União Brasil, quem vai é o secretário de Assuntos Municipais Orleans Brandão;
  • os Brandão terão, portanto, espaço em dois dos principais partidos políticos do país.

“Boa conversa com o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, para fortalecer alianças no presente e alinhar parcerias no futuro”, disse o governador, à época. (Leia aqui)

Além do União Brasil e do MDB, o grupo do governador se aninhará no PRB (Republicanos) – que deve formar federação com o MDB -, no PP, hoje federado com o próprio União Brasil, e no Podemos, que vai englobar o PSDB.

A articulação para esta movimentação foi confirmada a este blog Marco Aurélio d’Eça por pelo menos três interlocutores do governador e por membros do dinismo, aos quais já havia sido comunicada a mudança.

Partido de esquerda e do campo progressista, o PSB deve voltar as raízes a partir de 2026, em aliança com PT, PDT, PCdoB e outros partidos de centro-esquerda.

São os alinhamentos sendo feitos para a sucessão estadual…

Pré-candidato a senador, Roberto Rocha já estuda refazer planos…

Com cenários confusos para a sucessão estadual – em que dinistas podem estar com Braide e Brandão pode perder, mesmo com a máquina – ex-senador´, que trabalha para estar na chapa de Lahésio, vê novas possibilidades

 

VISÃO DE FUTURO. Roberto Rocha enxerga as várias possibilidades na sucessão estadual e refaz projetos com base na análise de conjuntura

O ex-senador Roberto Rocha (sem partido) comentou pela primeira vez desde as eleições de 2022 sobre o seu futuro político, diante dos cenários confusos que se apresentam para as eleições de 2026.

A princípio pré-candidato a senador, ele admite que já revê seus planos.

“Prefiro ser candidato a senador para continuar meu trabalho interrompido em 2022. Mas, em política, faço diagnóstico pessimista para mim, e otimista para o adversário. Assim, me preparo melhor. Não sou tolo e sei que em qualquer lugar do Brasil uma candidatura de senador está na conjuntura de governador e presidente. É um “combo”. Imagine no Maranhão, uma economia completamente estatal, onde tudo e todos dependem do poder público?”, ponderou Rocha, em conversa exclusiva com este blog Marco Aurélio d’Eça.

  • para Roberto Rocha, em abril de 2026 é possível ter um cenário melhor das eleições;
  •  será quando o governador Carlos Brandão e o prefeito Eduardo Braide decidirão o futuro.

“Contudo, desde já, posso apostar que sem o governo do estado, nenhum aliado do ex-governador Flávio Dino se elege. Nenhum! Imagine ele assistir vestido na toga todos os seus aliados políticos morrerem abraçados, sem poder nem mesmo falar nada…Significa que Flavio Dino, ou sai do STF, e se candidata a governador do Maranhão, ou seu grupo se abraça com a prefeitura de São Luís. Ponto!”, pensa o ex-senador.

Roberto Rocha diz não ter dúvidas de que os “dinocomunistas estão caminhando para estar juntos com Eduardo Braide parra governador e Felipe Camarão como vice ou senador”.

“Assim, Brandão fica no governo, com seu sobrinho candidato, e poderá ter como candidata ao Senado Roseana Sarney; será a melhor forma que ele terá para tentar neutralizar o Lula, candidato à reeleição”, aponta.

  • neste cenário, pensa Rocha, Braide acha que vai enfrentar apenas o sobrinho do Brandão e o Lahesio Bonfim (Novo);
  • “e, neste cenário”, admite ele, “pode ganhar em primeiro turno, e ainda fazer os dois senadores, ambos do Flávio Dino”.

“Ora, e onde estaria Roberto Rocha? seria candidato a senador com quem, já que tem lado? Claro, com Lahesio! Ocorre que no nordeste, o candidato a governador que ganha no 1⁰ turno invariavelmente faz os dois senadores. Então, óbvio, neste caso eu teria que refazer meus planos…”, admite o ex-senador.

Político experimentado, Rocha deixa claro que não está fazendo juízo de valor, mas apenas analisando a conjuntura.

E são exatamente esses cenários possíveis que irão definir seu próprio futuro…

Ao PSD pouco importa o candidato de Braide a presidente…

Partido deixará candidato à vontade na sucessão estadual, tanto entre eleitores de direita quanto da esquerda, sem precisar se envolver no debate da corrida presidencial

 

FECHADO TOTAL. Braide recebeu aval de Kassab para disputar o governo, pouco importando seu candidato a presidente

Em primeira mão

Se depender do PSD nacional, o prefeito de São Luís Eduardo Braide não sofrerá qualquer cobrança ideológica nas eleições de 2026, quando deve disputar o Governo do Estado. Como candidato a governador, o prefeito poderá buscar votos tanto entre eleitores de direita como também entre os de esquerda, sem precisar defender candidatos presidenciais de um lado ou de outro.

“Não há nenhuma exigência do PSD de que ele [Braide] apoie o presidente Lula (PT) ou Bolsonaro (PL); ou mesmo outros nomes da direita ou da esquerda. O PSD é liberal nesse aspecto”, disse o presidente nacional da legenda, Gilberto Kassab, em conversa com pessedistas maranhenses, segundo apurou este blog Marco Aurélio d’Eça.

Os maranhenses filiados ao PSD são exemplos desta pluralidade ideológica no partido.

  • senadora Eliziane Gama, por exemplo, é ligada ideologicamente a Lula;
  • já o deputado federal Josivaldo JP é Bolsonarista de quatro costados;
  • essa pluralidde se repete nas bancadas do partido em todos os estados.

Em 2022, após perder o apoio de Lula, o senador Weverton Rocha (PDT), historicamente de esquerda, decidiu assumir uma postura ambígua em relação às eleições presidenciais, o que, na visão de analistas custou-lhe o segundo lugar e um possível segundo turno, que acabou nem ocorrendo; essa história foi contada neste blog Marco Aurélio d’Eça, no post “O reposicionamento de Weverton Rocha…”.

Ao contrário de Weverton, Braide nunca se definiu ideologicamente, embora tenha postura sócio-cultural claramente cristã-conservadora, o que nunca incomodou eleitores da esquerda ou da direita; ele pode, portanto, manter-se ao largo do debate presidencial

Mas resta saber se, em uma disputa que parece polarizada nacionalmente, o eleitor compreenderá sua postura “nem aí”…

Eduardo Braide vai pela esquerda ou pela direita?

Mesmo com viés retorcido na motivação para falar do prefeito de São Luís, ex-candidato a governador Lahésio Bonfim levanta uma questão significativa no debate sucessório

 

POR ONDE ELE VAI?!? Para Lahésio, Braide não é de direita, mas a esquerda também não o vê como um dos seus; afinal, por onde caminha o prefeito?

É claro que a motivação do ex-candidato a governador Dr. Lahésio Bonfim (Novo) é outra, e não apenas o viés ideológicos do prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD); o ex-candidato está incomodado com a ocupação de espaços do adversário na disputa pelo governo.

Mas Lahésio levanta questões significativas com relação a Braide em 2026: afinal de contas, se for candidato, Braide vai pela esquerda ou pela direita?!?

  • o prefeito está filiado ao PSD, partido da base do governo Lula e um dos principais sustentáculos do PT no Congresso;
  • por outro lado, tem o apoio de bolsonaristas como o deputado federal Aluisio Mendes e a suplente Mariana Carvalho. 

“Como é que a direita vai pedir para eu deixar um projeto para apoiar alguém que não é de direita? Que direita é essa?”, questiona Lahésio Bonfim.

Braide só atende a imprensa em eventos públicos, com restritas perguntas; e dificilmente fala sobre política, sucessão e disputa presidencial, mas este blog Marco Aurélio d’Eça tem conversado com a senadora Eliziane Gama – outra liderança do PSD no Maranhão – e ela garante o posicionamento partidário pró-Lula (PT).

O prefeito de São Luís já teve, inclusive, uma conversa pessoal com o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, que lhe deu as diretrizes para as eleições de 2026.

Pela postura conservadora-cristã-católica que adota na própria vida pessoal, é pouco provável ver Braide defendendo postulados progressistas ao lado do presidente Lula, por exemplo.

Mas ele também nunca se posicionou – pelo menos publicamente – em defesa ou alinhamentos dos ideais da direita ou do bolsonarismo.

E quando provoca essa discussão, Lahésio quer botar a ideologia do prefeito em pratos limpos…

A (R) evolução ideológica de Marcos Silva…

Ex-dirigente do PSTU, hoje no PT, rompe com o radicalismo da ultra-esquerda e defende a ampliação das alianças socialistas para barrar o crescimento da extrema-direita e do bolsonarismo

 

AVANÇO IDEOLÓGICO. Marcos Silva alerta para o risco do isolacionismo da esquerda e o perigo do bolsonarismo à espreita

Em artigo publicado em suas redes sociais nesta segunda-feira, 7,  o militante socialista e ambientalista Marcos Silva expõe a sua evolução ideológica e faz um resgate histórico da esquerda nos últimos 25 anos, apontando para as eleições presidenciais de 2026.

“O cenário eleitoral de 2026 será decisivo. O bolsonarismo, embora ferido, segue vivo, com base social organizada e apetite por poder. Nesse contexto, a frente ampla que sustenta o governo Lula não é uma concessão vergonhosa – é uma trincheira necessária. Trata-se de garantir a sobrevivência da democracia, não de nutrir ilusões institucionais”, admite Silva, para completar: “Abandonar essa frente em nome de uma pureza ideológica abstrata é, na prática, abrir caminho para o avanço da extrema-direita. Não se trata de abdicar do horizonte socialista, mas de reconhecer que ele não virá sem democracia, sem organização concreta e sem mobilização popular.”

 Marcos Silva foi um dos fundadores do PSTU no Maranhão e um de seus principais dirigentes durante mais de 20 anos. Ambientalista, funcionário de carreira da Caema, ele filiou-se ao PT a partir do governo Flávio Dino (PCdoB).

  • Tido por extrema esquerda, o PSTU prega a revolução do proletariado e pureza ideológica no embate político;
  • Marcos Silva mostra que esta utopia não prevalece na realidade concreta, que exige ações concretas no poder. 

“Falo com a experiência de quem passou 25 anos construindo, organizando e defendendo o PSTU – um partido que se propunha a realizar uma revolução “puro sangue”, dirigida exclusivamente pelos trabalhadores, sem qualquer forma de conciliação. Acreditei nisso com todas as forças. Durante esse período, enquanto denunciávamos a democracia burguesa e recusávamos alianças táticas, o fascismo ganhava terreno no subsolo da sociedade. Em 2018, vimos o resultado: a vitória de Jair Bolsonaro. Não porque nossa crítica estivesse errada, mas porque subestimamos a complexidade da luta política real. Pagamos um preço alto por nos afastarmos da realidade concreta em nome de uma ideologia abstrata”, ponderou o ativista.

O artigo de Marcos Silva é uma tentativa de falar com a sociedade para além da esquerda radical, entendo a realidade do país e buscando formas de manter um governo que avance alinhado às necessidades das camadas mais populares e da classe trabalhadora, em diálogo com todos os setores socais.

O que representa, sem dúvida, uma evolução ideológica concreta…

Leia abaixo a íntegra do artigo:

Ilusão Revolucionária ao Realismo da Luta: Por que a Esquerda Precisa Sair da Bolha e Construir um Caminho Concreto para o Socialismo

Por Marcos Silva, ativista do PT e da Federação Brasil da Esperança

Há algo de profundamente sintomático no estado atual de parte da extrema esquerda brasileira. Enquanto o mundo real exige organização paciente, luta concreta e articulação ampla para barrar retrocessos, setores como o PCBR Reconstrução Revolucionária se refugiam em uma política imaginária, na qual a revolução seria sempre iminente — desde que se aplicasse a linha “correta”.

Mas política não se faz com pensamento positivo ou voluntarismo. Como ensinava Lênin, trata-se de uma análise concreta da situação concreta. E a conjuntura atual exige responsabilidade, estratégia e compreensão profunda da correlação de forças. Não há espaço para o infantilismo revolucionário travestido de pureza ideológica.

A Militância Encenada: o Caso do Congresso dos Bancários do Maranhão

O recente Congresso dos Bancários do Maranhão é um exemplo eloquente da desconexão entre discurso e realidade. Na mesa de abertura, cerca de 15 organizações políticas e sindicais se revezaram em falas inflamadas. Entretanto, havia na plateia uma quantidade reduzida de pessoas diante do potencial de mobilização da categoria bancária no estado — em sua maioria, dirigentes sindicais ou militantes já envolvidos nas pautas debatidas. Ou seja, militância falando para a militância.

Essa situação não é resultado da incapacidade da direção do sindicato, composta por ativistas sérios e comprometidos com as lutas da classe trabalhadora. O problema está na ausência de mobilização real. Os sindicatos precisam retomar sua vocação histórica de organizar os trabalhadores e trabalhadoras, com base na formação sindical e política.

Assisti ao vídeo do evento, disponível no YouTube, que até agora conta com pouco mais de 800 visualizações — um número modesto até mesmo para os padrões da esquerda organizada. O que se viu foi a encenação de um poder simbólico que não corresponde a nenhuma capacidade real de mobilização social. E é sobre esse tipo de ilusão performática que setores como o PCBR baseiam suas análises sobre “avanços revolucionários”. Isso não é política concreta: é teatro.

Um Depoimento Pessoal: 25 Anos em Nome da Revolução “Puro Sangue”

Falo com a experiência de quem passou 25 anos construindo, organizando e defendendo o PSTU — um partido que se propunha a realizar uma revolução “puro sangue”, dirigida exclusivamente pelos trabalhadores, sem qualquer forma de conciliação. Acreditei nisso com todas as forças.

Durante esse período, enquanto denunciávamos a democracia burguesa e recusávamos alianças táticas, o fascismo ganhava terreno no subsolo da sociedade. Em 2018, vimos o resultado: a vitória de Jair Bolsonaro. Não porque nossa crítica estivesse errada, mas porque subestimamos a complexidade da luta política real. Pagamos um preço alto por nos afastarmos da realidade concreta em nome de uma ideologia abstrata.

O Erro do PCBR: Imaginação Substituindo a Realidade

O ativista do PCBR sustenta que alianças amplas, como a que sustenta o governo Lula, seriam uma traição de classe. Mas ignora que não existe hoje no Brasil correlação de forças que permita uma ruptura revolucionária isolada, sem apoio popular massivo e sem articulação com setores progressistas diversos.

O vanguardismo que defende não constrói poder popular — ao contrário, isola a esquerda da classe trabalhadora, que lida cotidianamente com as contradições do sistema e busca melhorias imediatas: salário, saúde, educação, segurança. A revolução não virá de podcasts ou panfletos doutrinários, mas da ação organizada das massas — se e quando houver base real para isso.

Valério Arcary do PSOL e a Dureza da Militância Real

Valério Arcary, um dos mais experientes militantes da esquerda socialista brasileira, nos oferece uma reflexão fundamental. Participante da Revolução dos Cravos em Portugal, ex-dirigente do PT e da CUT, primeiro presidente do PSTU e atualmente, ao lado de Guilherme Boulos, um dos principais dirigentes do PSOL, Arcary sabe que mobilizar a classe trabalhadora é tarefa lenta, repleta de rupturas e recomeços.

Tenho orgulho de ter militado ao seu lado por mais de vinte anos na construção do PSTU. Hoje, estou no PT, atuando na corrente Articulação CNB, convicto de que não existe luta consequente pelo socialismo no Brasil sem o fortalecimento do Partido dos Trabalhadores. Da mesma forma, não há sindicalismo combativo capaz de contribuir para a superação do capitalismo sem a CUT como instrumento de organização, formação e luta da classe trabalhadora.

Para Arcary, construir uma alternativa socialista exige disputar a institucionalidade democrática, acumulando forças e construindo hegemonia. Negar essa realidade é ceder ao delírio voluntarista de uma revolução que só existe na cabeça de militantes desconectados do chão da fábrica, dos sindicatos e das periferias.

2026: Em Jogo, a Sobrevivência da Democracia

O cenário eleitoral de 2026 será decisivo. O bolsonarismo, embora ferido, segue vivo, com base social organizada e apetite por poder. Nesse contexto, a frente ampla que sustenta o governo Lula não é uma concessão vergonhosa – é uma trincheira necessária. Trata-se de garantir a sobrevivência da democracia, não de nutrir ilusões institucionais.

Abandonar essa frente em nome de uma pureza ideológica abstrata é, na prática, abrir caminho para o avanço da extrema-direita. Não se trata de abdicar do horizonte socialista, mas de reconhecer que ele não virá sem democracia, sem organização concreta e sem mobilização popular.

Conclusão: Um Caminho Concreto para o Socialismo

A esquerda brasileira precisa romper com a bolha. É preciso disputar o presente com responsabilidade, estratégia e compromisso com as urgências do povo. A crítica à ordem deve vir acompanhada da construção de hegemonia – o que exige unidade tática, formação política e base social enraizada.

Defendemos, sim, uma frente ampla de governo, composta por setores democráticos e populares, em defesa da democracia, da soberania nacional e dos direitos sociais. Dentro dessa frente, cabe à esquerda socialista organizar uma fração combativa, que impulsione o desenvolvimento com justiça social e ambiental, acumulando forças para que o socialismo deixe de ser uma utopia distante e se torne uma possibilidade concreta, viável e necessária.

Porque, como dizia Lênin, sem análise concreta da situação concreta, não há política revolucionária – só autoengano.

Flávio Dino estreia em pesquisa sem herdar votos de Lula…

Ministro do Supremo Tribunal Federal começou a ser citado por jornalistas há apenas uma semana, e marca menos de dois dígitos em todos os cenários do levantamento do Instituto Gerp

 

AINDA INCIPIENTE. Estreante nas pesquisas presidenciais de 2026, Flávio Dino ainda não recebe transferência de votos de Lula

Análise da Notícia

O ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino aparece em um distante terceiro lugar no cenário da sucessão presidencial que lhe foi mais favorável na pesquisa do Instituto Gerp, divulgados nesta segunda-feira, 31.

  • Sem o presidente Lula (PT) na disputa, Dino marca 6% das intenções de votos;
  • ele fica atrás de Bolsonaro (PL) e com menos da metade dos votos de Ciro Gomes (PDT);
  • mas supera por um ponto Pablo Marçal, Ratinho Jr. e Romeu Zema; e por dois Ronaldo Caiado.

É preciso deixar claro que Flávio Dino nunca se manifestou como candidato e nem pode movimentar-se como político; seu nome surgiu como opção da esquerda há menos de uma semana, por intermédio de jornalistas de Brasília.

O que se percebe dos números do Instituto Gerp, é que os votos de Lula ainda não beneficiam Flávio Dino e se pulverizam entre diversos candidatos, com beneficio maior para o pedetista Ciro Gomes.

  • sem Lula e sem Bolsonaro, por exemplo, Dino sobe para 8% e Ciro vai a 17%, em empate técnico com Tarcísio de Freitas, com 18%;
  • neste cenário, o maranhense perde para Pablo Marçal (13%) e Ratinho Jr. (9%), mas vence de Zema, que tem 5%, e Caiado, com 4%.
  • no último cenário, Ciro mantém a performance, em empate técnico com Eduardo Bolsonaro; e Dino fica com 7%, atrás de Marçal, ratinho e Zema

A impressão que os números do Instituto Gerp traz é que o eleitor do presidente Lula ainda não trabalha com a ideia de não vê-lo na disputa, e acaba ficando sem opção quando ele é retirado da lista.

Este é o primeiro levantamento a incluir o nome do ex-governador maranhense…

Brandão ignora abertura do aniversário do PT…

Evento que deve durar até sábado, foi marcado pela presença do vice-governador Felipe Camarão e de lideranças nacionais do partido, que defenderam a unidade na base governista para as eleições de 2026

 

LEGADO HISTÓRICO. Lideranças petistas defenderam os valores do PT e os avanços do governo Lula

Esperado pela massa petista que apoia seu governo, o governador Carlos Brandão (PSB) foi a grande ausência na abertura das festividades de aniversário de 45 anos do PT, nesta quinta-feira, 6, na sede da Fetaema, no Araçagy.

  • o evento, celebrado também por lideranças de outros partidos de esquerda, foi marcado pela presença do vice-governador Felipe Camarão, candidato do partido ao governo em 2026;
  • Brandão foi anunciado como umas figuras ilustres convidadas no convite-release do evento, distribuído desde o início da semana e publicado no blog do jornalista Ed Wilson Araújo.

“Entre os(as) convidados(as) estão a militância e dirigentes do partido, parlamentares, lideranças dos movimentos sociais, o governador Carlos Brandão e o vice PTista Felipe Camarão, ministros, gestores e simpatizantes da legenda”, disse o rebuscado texto de Ed Wilson. (Leia a íntegra aqui)

AVAL PARTIDÁRIO NACIONAL. Felipe fala à militância petista diante de Francimar Melo, Paulo Akamoto e Zé Ignácio

As lideranças nacionais do partido Edinho Silva e Paulo Okamoto – ambos fortemente vinculados ao presidente Lula – pregaram abertamente a importância da defesa da base do governo Carlos Brnadão e da candidatura de Camarão ao governo.

O deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) falou em nome das outras agremiações, mas optou por saudar lideranças histórias do PT. 

O encerramento dos festejos de aniversário do PT será neste sábado, 8, no mesmo local.

Brandão também é esperado…

De como Lula e a esquerda conseguem diminuir a pobreza no país…

É quase um ciclo crônico o que ocorre no Brasil e no mundo: a esquerda eleva as condições de vida em todos os níveis, muitos enriquecem e se acham melhores que os de baixo, elevando ao poder o pessoal da direita, que favorece os mais ricos; e o ciclo recomeça

 

O CICLO RECOMEÇOU. Dois anos após reassumir o comando do país, Lula e seu governo apresentam os primeiros resultados socio-econômicos

Não é novidade o principal foco do noticiário sócio-econômico no Brasil esta semana: “8,7 milhões de pessoas saíram da linha da pobreza entre 2022 e 2023”.

A mesma notícia – praticamente igual e sem tirar uma vírgula – foi dada em 2005, na análise dos números do IBGE no segundo ano do primeiro mandato do presidente Lula (PT). 

É simples assim.

  • os programas de transferência de renda são, no mundo todo, os mais eficazes para combater à pobreza e à extrema pobreza;
  • e estes programas são foco de políticas públicas dos setores da esquerda – não da direita – usados em todos os países do mundo.
A queda na pobreza em 2023 é resultado, principalmente, do dinamismo no mercado de trabalho e do aumento na cobertura de benefícios sociais”, diz Leonardo Athias, gerente de Indicadores Sociais do IBGE.

Mas é quase um ciclo crônico.

A esquerda vence as eleições, implanta seus programas sociais, tira as pessoas da pobreza e muitas enriquecem; Ao enriquecer, muitos se acham na elite social, começam a criticar os programas sociais e passam a defender os postulados da direita, que, no poder, beneficiam os mais ricos; e o ciclo recomeça. 

Dizer que a direita favorece os mais ricos não é uma crítica; é uma constatação.

Pela sua própria essência ideológica, a direita pensa nos mais capazes, mais fortes, mais ágeis, mais altos. Entende que são os melhores que precisam ser beneficiados com as políticas públicas, e que esses melhores carregarão os demais.

Por isso os ciclos se repetem mundo a fora.

  • o Brasil tem caso concreto para análise histórica sobre o enriquecimento e o empobrecimento do país nos últimos 20 anos;
  • a esquerda governou entre 2003 e 2016, período em que milhões saíram da miséria; e foi demonizada no país a partir de 2016.
  • os governos Temer e Bolsonaro, entre 16 e 22, apostaram nos postulados da direita; o resultado histórico é conhecido por todos.

Na mesma semana em que se tem a boa notícia de que milhões deixaram a linha da pobreza no país, o tal “mercado” reclama do pacote fiscal do governo Lula; e qual o maior ponto de insatisfação? a isenção do imposto de renda para os que ganham até R$ 5 mil.

É o mesmo mercado que comemora lucro de R$ 28,4 bilhões dos bancos apenas no terceiro trimestre de 2024. São R$ 28,4 bilhões em três meses, e pra produzir o quê?!?

É assim que se entende direita e esquerda…