Repercussão negativa do descarte da candidatura de Wellington do Curso pelo PSDB levou o senador a fazer uma análise semântica da sua própria declaração, segundo a qual é fundamental evitar o segundo turno “contra duas máquinas em São Luís”
A nota do senador tucano: Roberto Rocha sendo exatamente Roberto Rocha
O senador Roberto Rocha (PSDB) voltou a ser o senador Roberto Rocha após repercussão negativa de sua declaração, em que admite o descarte da candidatura de Wellington do Curso, no PSDB, para ampliar as chances de Eduardo Braide (Podemos) vencer em primeiro turno.
Numa nota divulgada nesta terça-feira, 21 Rocha usou uma semântica toda sua para desdizer o que disse na entrevista de domingo, ao jornal O EstadoMaranhão.
– Nem estou dizendo em que momento estaremos juntos, se no primeiro ou no segundo turno, mas que estaremos, estaremos – disse Rocha, em uma nota divulgada nesta terça-feria, 21.
Na entrevista, no entanto, o senador apresentou a seguinte análise:
– É perceptível a estratégia de Flávio Dino em lançar vários candidatos e forçar um segundo turno na tentativa de impedir uma vitória de Eduardo Braide no primeiro turno. E segundo turno em São Luís contra duas máquinas, estado e prefeitura, é complicado. Dessa forma, o olhar político pode transcender as necessidades partidárias.
Ora, é, de fato, uma questão puramente de semântica.
Quando o senador reconhece, ele próprio, que Flávio Dino trabalha para ter várias candidaturas com o objetivo único de levar a disputa para um segundo turno; e o próprio Rocha admite que “Segundo turno em São Luís contra duas máquinas, estado e prefeitura, é complicado”, o que ele está querendo dizer?
Obviamente está querendo dizer – e disse claramente, quando estabeleceu: “o olhar político pode transcender as necessidades partidárias” – é que a melhor opção para o PSDB é mesmo fechar com Braide logo em primeiro turno.
O recuo de Roberto Rocha pode ter ocorrido pela interpretação que a mídia alinhada ao Palácio dos Leões deu à sua entrevista, como mais uma traição, desta vez a Wellington do Curso, do seu próprio partido.
Mas o que ele defendeu na entrevista a O Estado foi, pura e simplesmente, uma aliança ampla em torno de Braide, para garantir sua vitória logo em primeiro turno, evitando assim, o “complicado” segundo turno “contra duas máquinas”.
É simples assim…
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