Editorial: Brandão para um lado, Camarão pra outro…

Mas ao contrário do que imaginam a classe política, os torcedores de lado a lado e os observadores da cena política, os movimentos de cada um tendem a convergir para o mesmo objetivo em 2026

 

ENCONTROS OU DESENCONTROS?!? O aparente distanciamento entre governador e vice deve convergir para os mesmos interesses em 2026

Editorial

O governador Carlos Brandão protagonizou neste sábado, 26, o Encontro do PSB maranhense, sem a presença do vice-governador Felipe Camarão (PT), que estava em outro evento; na sexta-feira, 25, foi Camarão quem protagonizou encontro de parlamentares do PT, sem a presença de Brandão, que atendia prefeitos em palácio.

  • nos últimos dias, as idas e vindas de governador e vice geraram fortes especulações;
  • torcedores de um e de outro ora mostram otimismo, ora pessimismo sobre 2026.

“É claro que há, de lado a lado, quem não tenha interesse na unidade entre governador e vice – por causa dos próprios interesses pessoais – e  isso é natural; esse jogo de pressão e contrapressão vai existir até o dia da decisão final, gerando angústia e disse-me-disse”, responde o titular deste blog sempre que chamado a resenhar sobre o tema 2026.

Este blog Marco Aurélio d’Eça tem observado há tempos que muito da percepção da base brandonista e camaronista é construída pelas narrativas da mídia, sobretudo a blogosfera – este blog incluído, sem falsa modéstia.

Mas o fato é que, tanto Brandão quanto Camarão estão exercendo perfeitamente os seus papeis institucionais neste período eleitoral.

  • Brandão é o governador e será governador pelo menos até abril de 2026, quando, só então, vai dizer se sai ou não;
  • Camarão é o vice-governador que pode ou não assumir o governo, mas isso não o impede de se movimentar até lá.

“É óbvio que se Brandão disser agora que deixará o governo para ser candidato a senador estará decretando o fim do seu governo; da mesma forma, é bastante óbvio que, se Camarão ficar parado esperando a hora, a onda vai levá-lo – com perdão do trocadilho – por que não haverá tempo de se viabilizar”, é o que entende o titular deste blog em sus conversas.

Assim será até 2026, quando chegar a hora da decisão; lembrando que o jogo de pressão e contrapressão também continuará.

E os que têm coração fraco que lute…

Imagens do dia: Brandão, Camarão e Weverton juntos em Paço do Lumiar…

Governador, seu vice-governador e o senador participaram de eventos no município ao lado do prefeito Fred Campos e da presidente da Alema Iracema vale, em mais uma ação sintonizada com a sucessão estadual de 2026
 

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Brandonistas esperam solução de questões na Alema e no TCE-MA

Aliados do governador Carlos Brandão veem no fim dos processos envolvendo as duas instituições uma retribuição dos dinistas aos gestos do próprio Brandão em favor do vice-governador Felipe Camarão

 

PENDÊNCIAS LEGAIS. A Assembleia legislativa é palco de duas questões envolvendo dinistas e brandonistas

Análise da Notícia

Aliados do governador Carlos Brandão (PSB) passaram a comentar mais abertamente dois casos envolvendo questões de interesse direto do Palácio dos Leões, como que esperando uma recíproca do grupo remanescente do dinismo aos gestos do próprio Brandão em favor do vice-governador Felipe Camarão (PT).

  • uma destas questões pendentes trata da eleição da presidente da Assembleia Legislativa, deputada Iracema Vale (PSB);
  • a outra envolve as duas vagas do Tribunal de Contas do Estado, pendentes por causa de ações no Supremo Tribunal Federal;
  • em todos os casos – na Alema e no TCE-MA – os processos estão sub judice por enfrentar ações movidas pelos chamados dinistas.

 “Eu sinceramente não acredito em mudança do resultado da eleição. Mas, de qualquer forma, garanto que estou muito tranquila quanto a isso, seja qual for a decisão do Supremo. E sigo trabalhando, do jeito que vocês sabem como trabalho: ouvindo as pessoas, fazendo a boa política. Seja como presidente, ou como deputada, eu seguirei atuando da mesma forma”, comentou a própria presidente da Assembleia, Iracema Vale, nesta terça-feira, 25, em conversa com jornalistas.

Nas últimas semanas, este blog Marco Aurélio d’Eça mostrou que Brandão decidiu abrir espaços na agenda do governo para a participação do vice-governador Felipe Camarão, que ganhou também adesão de secretários, deputados estaduais e de prefeitos ao seu projeto de candidatura em 2026. (Releia aqui, aqui, aqui e também aqui)

Este blog Marco Aurélio d’Eça também revelou, com exclusividade, que estes gestos de Brandão em favor de Camarão incomodaram brandonistas, sobretudo na  Assembleia Legislativa.

Situação que pode ser resolvida com um simples gesto do outro lado…

Exclusivo!!! Brandonistas temem avanço de dinistas no governo Brandão…

Deputados estaduais e aliados políticos do governador mostraram forte incômodo com os gestos do Palácio dos Leões em favor do vice-governador Felipe Camarão – e com a recíproca dos aliados do ministro do STF Flávio Dino

 

IMAGEM SÍMBOLO. A presença de Orleans Brandão em eventos com Felipe Camarão é o que mais incomoda os brandonistas contrários à pacificação

Exclusivo

Este blog Marco Aurélio d’Eça conversou com pelo menos doze deputados estaduais, auxiliares do governo e aliados políticos do governador Carlos Brandão (PSB) sobre os recentes gestos do Palácio dos Leões em favor do vice-governador  Felipe Camarão (PT); e percebeu em todos eles um forte incômodo com a reaproximação dos dinistas.

  • Brandão abriu espaço na agenda do governo para participação direta de Felipe Camarão em entrega e lançamento de obras; (Veja aqui, aqui e aqui)
  • além disso, o vice-governador recebeu na última semana apoio de secretários de estado e de prefeitos em diversos municípios; (Leia aqui, aqui e aqui)
  • diante da movimentação do Palácio dos Leões, este blog Marco Aurélio d’Eça ouviu a bancada dinista, que respondeu positivamente aos gestos. (Veja aqui)

“Essa reunificação é ruim pra mim; pro meu projeto de 2026”, admitiu um dos deputados ligados ao governo e que rejeita a aproximação dos dinistas.

“Eu ainda preciso entender como um governo abre mão de uma bancada de 30, 35 deputados em favorecimento a uma meia dúzia”, reclamou outro parlamentar.

Este blog Marco Aurélio d’Eça, a pedidos, decidiu manter os nomes dos parlamentares “em off”; até por que, como eles mesmos dizem, “Brandão sabe quem é quem no seu lado”.

Mas a postura dos deputados mostra que é a Assembleia o principal foco de resistência à reunificação entre os grupos de Brandão e os remanescentes do governo Flávio Dino.

Para esses aliados, a aliança em torno de Felipe Camarão resultaria na retomada do poder pelos dinistas; e acham que isso prejudicaria seus projetos políticos.

  • dos ouvidos pelo blog, a maioria absoluta defende a permanência de Brandão no cargo; 
  • para eles o governador tem plenas condições de lançar qualquer nome e vencer a eleição.

No Palácio dos Leões, a ordem é que os gestos em favor de Camarão continuem sendo feitos.

E os dinistas agradecem…

Exclusivo!!! Dinistas reagem a gestos de Brandão por Camarão e acenam por unidade…

À exceção de Othelino Neto – por motivos próprios – parlamentares elogiam a presença do vice-governador nos atos do governo e dizem esperar que isso avance para consolidar a pacificação da base

 

ARMISTÍCIO POSTO. Aliados de Felipe Camarão responderam bem aos gestos de Brandão para 2026

Exclusivo

Pelo visto a paz está mesmo selada entre o governador Carlos Brandão (PSB) e o grupo remanescente do governo Flávio Dino, que se convencionou chamar de dinistas.

A participação efetiva do vice-governador Felipe Camarão (PT) em atos do governo – e as manifestações simpáticas de aliados e familiares do governador – foi recebida de forma positiva pela base que vinha se estremecendo com o Palácio dos Leões 

  • Camarão tem participado cada vez mais de atos do governo, em São Luís e no interior;
  • Familiares de Brandão também têm se manifestado mais favoravelmente ao vice para 2026.

“Tem ocorrido diálogos e espero sinceramente que avancem. Nesse contexto a presença do vice governador Felipe Camarão nas atividades oficiais do governo pode ser lido sim como gesto positivo nesses diálogos”, destacou o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB).

Um dos principais interlocutores do ex-governador Flávio Dino, Jerry tem servido de ponte para reabertura de diálogo entre os dois grupos, e vê nessa movimentação de Camarão um resultado concreto desses diálogos.

“Felipe Camarão tem atuado, desde sempre, com lealdade e responsabilidade ao lado do governador, ajudando a enfrentar os muitos problemas que o Maranhão ainda precisa resolver. Como um dos grandes quadros da política, é natural – e necessário – que seja cada vez mais convidado a contribuir”, completou o deputado estadual Carlos Lula (PSB).

“Vejo que está no caminho da paz; O Brandão senador e o Camarão governador. É muito melhor para o estado”, prega o também deputado estadual Leandro Bello (Podemos).

  • entre os dinistas, apenas o deputado estadual Othelino Neto (Solidariedade) deixa claro sua oposição ao governo Brandão.
  • mas a reaproximação ainda precisa ser assimilada por brandonistas no governo e na própria Assembleia Legislativa;

 “Acho que seria um fato positivo uma eventual desincompatibilização do governador. Assim o estado ficará livre do desastre que é a administração dele. Quanto a supostos gestos do Brandão, não os vejo. O mais importante não são gestos políticos e sim uma mudança radical no modelo de gestão. E isso não ocorrerá”, alfinetou Othelino.

Assim como ele – mas por outros motivos – há gente do lado do próprio Brandão que se mostra contrária a uma reaproximação com os dinistas.

Eles só ainda não mostraram a cara…

Secretários de Brandão já assimilam Camarão 2026…

Auxiliares mais próximos do governador têm participado de ações ao lado do vice-governador e manifestado cada vez mais publicamente defesa pelo alinhamento eleitoral para a sucessão estadual

 

TODOS COM CAMARÂO. O chamado núcleo mais próximo do governador já manifesta publicamente apoio ao vice-governador para 2026

A manifestação do secretário de Articulação Política Rubens Pereira, repercutida na mídia digital nesta sexta-feira, 21, é mais um posicionamento público de um auxiliar do governador Carlos Brandão (PSB) em favor da candidatura do vice-governador Felipe Camarão em 2026.

“Governo unido; trabalhando para transformar a Educação”, disse Rubens, em suas redes sociais, ao destacar a participação de Camarão e do secretário Orleans Brandão (MDB) em evento em São Luís.

  • além de Rubão Pereira, o chefe da Casa Civil, Sebastião Madeira, também mostra entusiasmo com a aliança pró-Camarão;
  • outros que já participaram de eventos com o vice-governador foram Maurício Martins, da Segurança, e Jandira Dias, da Seduc.

A nova posição do governo Brnadão em relação a Felipe Camarão não é automática, mas fruto de um conjunto de movimentações, algumas delas reveladas com exclusividade neste blog Marco Aurélio d’Eça, a exemplo do post “Brandão faz última tentativa de pacificação com os dinistas…”.

O próprio Felipe Camarão mostra-se à vontade com a situação.

“Eu não estou preocupado com isso [com a saída do governador do cargo]. Eu tô preocupado em ajudar o governador a fazer um grande mandato, rodando o Maranhão todo fazendo duas representações a ele”, disse ele, ao ser perguntado, em Timon, sobre a eventual posse no governo. 

A paz com o governador tem dado ao vice a oportunidade de percorrer o Maranhão como agente do governo.

O que, naturalmente, fortalecerá sua pré-candidatura…

Gestos de Brandão por Felipe são muito mais do que os dinistas podem querer…

Governador não apenas tem dado espaços para o vice-governador aparecer como protagonista do governo como também estimula a participação de gente de sua confiança nos eventos com o petista

 

NO CENTRO DO GOVERNO. Felipe tem liderado agenda com importantes auxiliares de Brandão, como Maurício Martins, Orleans Brandão e Jandira Dias

Ensaio

Se esperavam um gesto do governador Carlos Brandão (PSB) pela unidade do seu grupo político nas eleições de 2026, os chamados dinistas não viram apenas um, mas vários gestos nas últimas semanas.

Ao mesmo tempo em que reforça a posição do seu vice, o governador tem buscado gente de sua estrita confiança para reforçar a ideia de candidatura a deputado federal do secretário de Articulação Municipal Orleans Brandão (MDB), como este blog Marco Aurélio d’Eça registrou no post “Audreia Noleto confirma candidatura de Orleans Brandão a deputado federal…” e também no post “‘Sempre defendi a unidade sob a liderança de Brandão’, diz Rafael de Timon”.

Mas se tem a boa vontade do governador, o novo momento do vice-governador tem a ver também com sua mudança de atitude.

Felipe Camarão mudou de comportamento em relação aos dinistas, mostrou lealdade ao governo e até rompeu com o principal líder da rebeldia, o deputado estadual Othelino Neto (Solidariedade).

Se a nova relação entre o governador e o vice já permite apostar na chapa Camarão e Brandão em 2026, ainda pode ser cedo para cravá-la; mas o nível de confiança tende a evoluir para a segurança mútua no que diz respeito ao papel de cada um nas eleições de 2026.

E isso muda todo o cenário da sucessão… (Não entendeu? Entenda aqui)

Simplício alfineta Brandão: “quem foi governador realmente pode esquecer?”

Numa clara resposta ao que governador cobrou do ministro Flávio Dino, ex-secretário lembrou que, no interior, “correntes políticas dominam prefeituras há décadas, por indicados ou familiares”

 

“ESQUECERAM DE MIM?!?”. Flávio Dino governou por oito anos; Brandão agora quer que ele esqueça disso e o deixe governar sozinho

O ex-secretário de Indústria e Comércio e ex-candidato a governador Simplício Araújo publicou nesta quarta-feira, 19, em suas redes sociais, uma espécie de exortação ao governador Carlos Brandão (PSB), uma resposta ao que Brandão cobrou do ex-governador Flávio Dino.

“E quando se elege um aliado, amigo ou parente para continuar no poder, isso significa realmente “virar a página” ou apenas manter o governo sob outra face? Afinal, onde começa o verdadeiro desapego ao poder?”, provocou Simplício.

  • no início da semana, em entrevista ao jornal O Globo, Brandão cobrou de Flávio Dino que ele deveria esquecer que foi governador e o deixasse governar;
  • o governador lamentou ainda que o ministro do STF use “grupinho” na Assembleia para criar problemas para seu governo a partir de ações no Supremo.

“Acho que, depois de governar, é preciso esquecer que foi governador. Quando tem muita interferência, começa a ter problema. Estamos politicamente afastados, mas não rompidos”, lamentou Brandão. (Relembre aqui)

Para Simplício Araújo , o mais importante para um ex-gestor é mesmo cuidar de sua vida e buscar pessoas competentes e capazes para a sucessão, “não parentes, sócios, amigos ou aliados de primeira hora”.

“Que governadores e prefeitos, ao deixarem seus cargos, abandonem qualquer pretensão de continuidade — seja de sonhos, políticas públicas, esquemas ou vaidades pessoais”, ressaltou o ex-secretário.

“O ministro Flávio Dino está obviamente fora das lides políticas. Agora, a passagem dele pela politica está registrada na história e por muito tempo será pauta, quer seja entre os políticos ou mesmo pelo povo”, respondeu o deputado estadual Othelino Neto (Solidariedade).

A mesma opinião parece fazer parte da avaliação de Simplício Araújo, cujas críticas são duras em relação ao governador.

O Palácio dos Leões não respondeu nenhuma das críticas à entrevista de Brandão…

Abaixo, o artigo de Simplício Araújo:

É possível esquecer que se governou?

Essa reflexão tem me incomodado nos últimos dias. Fui candidato a governador do Maranhão e, ao avaliar o estado sob diferentes perspectivas — tanto pelo que conheço da gestão pública quanto pela realidade maranhense —, me pergunto: quem governou realmente pode esquecer do que fez?

Ser governador é mais do que um sonho. É uma missão que ultrapassa limites pessoais, familiares e políticos. Quem ocupa o cargo tem a oportunidade de implementar planos e projetos estratégicos que vão além do tempo de um mandato. Mas o que acontece quando esse tempo acaba?

Em países desenvolvidos, o governante é um mero gerente de políticas públicas. Nos mais pobres, ele se torna o “dono do poder”, buscando, a qualquer custo, deixar isso claro — seja para permanecer diretamente no cargo, seja para perpetuar sua influência por meio de sucessores.

Percorrendo diversos municípios do Maranhão, percebo que uma mesma corrente política domina algumas prefeituras há décadas, seja por meio de indicados, seja através de familiares. Será que os governantes que iniciaram esses ciclos realmente esquecem o governo depois que saem, mesmo deixando sucessores no poder?

Não estou insinuando que todos fazem dos cargos públicos apenas um meio de enriquecimento pessoal ou de fortalecimento de grupos. Penso também nos gestores que iniciaram projetos de mudança e depois viram seus sucessores — muitas vezes eleitos pela força da máquina pública ou pelo legado do antecessor — alterarem drasticamente a direção das políticas públicas.

É possível que esses ex-governantes simplesmente esqueçam os projetos que começaram? Mais que isso: conseguiriam abrir mão dos privilégios e benesses que o poder confere? Se tivessem a chance, será que seus sucessores apagariam completamente sua memória, como os agentes K e J fazem no filme MIB – Homens de Preto?

Sarney, FHC, Bolsonaro, Dilma e até mesmo o próprio Lula esqueceram que foram presidentes? Ex-prefeitos e líderes que elegeram sucessores no Maranhão realmente se afastaram depois? Programas, políticas públicas, influência e experiência devem simplesmente ser jogados na lata do lixo?

E quando se elege um aliado, amigo ou parente para continuar no poder, isso significa realmente “virar a página” ou apenas manter o governo sob outra face? Afinal, onde começa o verdadeiro desapego ao poder?

Se a resposta for sim, se é possível esquecer, então que essa lógica valha para todos. Que governadores e prefeitos, ao deixarem seus cargos, abandonem qualquer pretensão de continuidade — seja de sonhos, políticas públicas, esquemas ou vaidades pessoais.

Final de mandato? O melhor seria cuidar da vida e esquecer que governaram. E, principalmente, buscar pessoas competentes e capazes para a sucessão — não parentes, sócios, amigos ou aliados de primeira hora.

Quem dera fosse assim!

* Simplício foi deputado federal, secretário de Industria e Comércio do Maranhão e candidato a governador em 2022. 

Dinistas reagem à entrevista de Brandão…

Entre os aliados do ministro do Supremo Tribunal Federal, os deputados Othelino Neto e Rodrigo Lago criticaram a fala do governador ao jornal O Globo; outros preferiram “não se manifestar neste momento”

 

RISCANDO O CHÃO. Reagindo ou não ao que disse o governador, aliados do ministro Flávio Dino viram a entrevista a O Globo como declaração de guerra

Em primeira mão

Atingiu o fígado do dinismo no Maranhão a entrevista do governador Carlos Brandão (PSB) ao jornal O Globo, confirmando suas posições políticas, desqualificando o grupo de aliados do ministro Flávio Dino e revelando uma “interferência” do próprio Dino no governo; mas entre os principais aliados do ministro, apenas os deputados estaduais Othelino Neto (Solidariedade) e Rodrigo Lago (PCdoB) se manifestaram.

“O governador disse pela primeira vez publicamente o que fala na intimidade e pratica desde o início do seu governo: o distanciamento do legado político responsável pela eleição dele. O ministro Flávio Dino está obviamente fora das lides políticas. Agora, a passagem dele pela politica está registrada na história e por muito tempo será pauta, quer seja entre os políticos ou mesmo pelo povo”, disse Othelino.

“Em razão de profundas divergências programáticas, há tempos sustento que todo o grupo que defende o legado do Governo Dino deixe o governo. Não foi esse o governo que elegemos, infelizmente”, completou Lago.

  • Procurados, o deputado federal Márcio Jerry e o estadual Carlos Lula disseram achar melhor evitar comentários neste momento;
  • outros, como os deputados estaduais Júlio Mendonça e Leandro Bello nem responderam às mensagens até o fechamento deste post.

O ponto mais grave da entrevista de Brandão foi o envolvimento do ministro Flávio Dino no debate político estadual, diretamente ou mesmo por intermédio do que Brandão chamou de “grupinho”.

“Tem um grupinho no estado ligado ao ministro (Dino) que cria essa situação e leva a nível de Supremo. O que a gente esperava é que não tivesse interferência do Supremo, lamento muito isso. É muito ruim o Judiciário entrar nessa esfera. Espero que seja resolvido. Tentei algumas vezes [falar com o ministro], mas não prosperou”, revelou Brandão.

O governador deixou claro o desalinhamento com os postulados do dinismo:

  • assumiu claramente a relação com o setor do agronegócio, do qual faz parte;
  • reafirmou alinhamento com o presidente Lula, mas de forma pessoal, não ideológica;
  • e confirmou aproximação com o grupo Sarney, principal adversário de Dino no Maranhão.

“Nós disputamos em 2014 contra o Lobão Filho e em 2018 contra a Roseana Sarney, só que em 2022 eu me aproximei muito do grupo do presidente José Sarney. Foram nossos adversários por dois mandatos, mas hoje estamos muito próximos. Há pessoas do MDB que participam do meu governo, e eles entregaram a presidência do partido para o meu irmão (Marcus Brandão). Estamos alinhados. (…) O Flávio sempre foi muito ferrenho adversário dos Sarney, é uma pessoa mais ideológica. Eu não sou assim, tenho boa relação com os evangélicos, com o agro. Eles me adoram”, disse o governador.

A posição dos dinistas – alguns respondendo e outros silenciando – reforça a ideia de que acusaram mesmo o golpe.

E agora precisam assimilá-lo…

A O Globo, Brandão apenas confirma tudo o que este blog já disse…

Governador confirmou envolvimento direto do ministro Flávio Dino em política, chamou de “grupinho” os remanescentes do dinismo e confirmou que sua decisão sobre 2026 só será tomada em 2026

 

AÇÃO POLÍTICA INDEVIDA. Brandão falou pela primeira vez do que chamou de “interferência” de Flávio Dino em seu governo

Análise da Notícia

Tudo o que o governador Carlos Brandão (PSB) disse ao jornal O Globo – e que repercute em blogs e portais maranhenses desde as primeiras horas desta segunda-feira, 17 – já foi antecipado por este blog Marco Aurélio d’Eça em diversos posts ao longo dos últimos meses.

“Acho que, depois de governar, é preciso esquecer que foi governador. Quando tem muita interferência, começa a ter problema. Estamos politicamente afastados, mas não rompidos”, revela Brandão, mostrando clara insatisfação com a “presença” de Dino no governo, talvez a mais grave revelação da entrevista a O Globo.

  • em 4/4/2024, este blog Marco Aurélio d’Eça revelou a falta de identidade de esquerda e a relação histórica de Brandão com o Agronegócio, no post “Brandão é de direita; errado é pensar dele o contrário…”;
  • o governador confirmou exatamente essa sua relação com segmentos conservadores, incluindo também evangélico, e até orientou o presidente Lula a buscar diálogo com estes setores sociais.

“Eu não sou assim, tenho boa relação com os evangélicos, com o agro. Eles me adoram. Eu disse ao presidente sobre essa questão dos evangélicos e do agro. Deixar essa questão ideológica um pouco de lado. O ministro (Carlos) Fávaro é do agro, uma boa ponte”, assumiu o governador.

Em nenhum momento da entrevista Brandão citou o vice-governador Felipe Camarão (PT) e muito menos o sobrinho Orleans Brnadão (MDB); mas confirmou que só decidirá sobre eleição em 2026, exatamente como este blog Marco Aurélio d’Eça mostrou no post “Fala de Orleans indica decisão de Brandão só em 2026…”.

A entrevista de Carlos Brandão pode ter sido novidade para blogs e portais maranhenses só por que veio de O Globo.

Mas os leitores deste blog Marco Aurélio d’Eça já sabiam de tudo antecipadamente…