Em seu primeiro ano na Câmara Federal, a partir de 2019, deputado passou a controlar emenda de outros colegas maranhenses, o que chamou atenção da mídia e serviu de base para a investigação da Polícia Federal

CAIXAS DE DINHEIRO. Josimar em uma das operações da Polícia Federal, que mostra o parlamentar conferindo dinheiro vivo
O deputado federal Josimar Maranhãozinho (PL) apresentou esta semana ao Supremo Tribunal Federal a sua peça de defesa no processo em que é réu por desvio e venda de emendas parlamentares; sua tentativa de livrar-se da condenação tem duas premissas básicas:
- 1 : ele alega que a Procuradoria-Geral da República não provou que a emenda usada em São José de Ribamar lhe pertencia;
- 2: a PGR não mostrou na denúncia o momento em que ele propôs ao então prefeito Eudes Sampaio a propina de R$ 1,6 milhão.
“Para se afirmar que alguma das emendas parlamentares – que, de acordo com a PGR, teriam sido propostas em troca do pagamento de vantagem indevida – seria de autoria do embargante, deveria ter sido apresentado algum documento que demonstrasse tal autoria, o que jamais foi trazido aos autos”, diz a defesa do deputado.
A história de Josimar Maranhãozinho com as emendas parlamentares remonta a 2019, seu primeiro ano na Câmara como deputado federal.
Em fevereiro de 2020, este blog Marco Aurélio d’Eça traz a primeira postagem: “venda de emendas parlamentares pode virar escândalo nacional…”; em junho de 2020, este blog Marco Aurélio d’Eça traz outro post: “Josimar Maranhãozinho ganha fama de papão de emendas…”,
No final daquele ano de 2020, o texto-chave para entender a relação de Josimar com as emendas parlamentares é publicado por este blog Marco Aurélio d’Eça, no post “Josimar controla emendas de três deputados maranhenses”.
- na época, a Polícia Federal havia ido bater na Prefeitura de São José de Ribamar, do prefeito Eudes Sampaio;
- segundo a denúncia, Josimar compra emendas do pastor Gildenemyr, de Marreca Filho e de Júnior Lourenço;
- além de controlar o PL, ele também tinha poder sobre o Patriotas e o Avante, partidos desses deputados federais.
“A prisão na semana passada do agiota Josival Cavalcante, o Pacovan – em uma operação da Polícia Federal envolvendo o prefeito de Ribamar, Eudes Sampaio (PTB) – foi um alerta a um grupo de deputados federais maranhenses que seguem as ordens do colega Josimar de Maranhãozinho (PL)”, dizia o texto da época.
A importância da cronologia foi tamanha para a PGR que em seu relatório final, de outubro de 2021, a Polícia Federal usou informações deste blog Marco Aurélio d’Eça, como foi mostrado no post “Denúncias deste blog embasam relatório contra Josimar Maranhãozinho…”.
A partir deste relatório, a Procuradoria-Geral da República montou sua denúncia, após ouvir também o prefeito Eudes Sampaio, que confirmou as negociações com Josimar e seu grupo.
E o resultado foi a decisão unânime do STF, tornando o deputado e seu fantoche político Pastor Gildenemyr (PL) réus por corrupção.
O que pode levá-los a 20 anos de cadeia…
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