Enquanto isso, Braide avança…

Alheio às idas e vindas do governador Carlos Brandão na relação com seus aliados remanescentes do dinismo – o que prejudica o avanço de um candidato da base – prefeito de São Luís costura alianças em todo o estado

 

EXEMPLO EM TODO O MARANHÃO. Eduardo Braide com a amiga Cleide Coutinho: apoios e influência vão se enfileirando em todas as regiões do estado

Editorial

A indefinição do governador Carlos Brandão (PSB) em relação ao candidato de sua base para a sua sucessão em 2026 trava o avanço tanto do vice-governador Felipe Camarão (PT) quanto do secretário Orleans Brandão (MDB); mas esta postura claudicante favorece, sobretudo, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD).

  • líder em todas as pesquisas, Braide supera os 70% dos votos na Grande São Luís;
  • uma vitória na região metropolitana pode tornar irreversível a vitória no interior.

Sem liberdade para discutir alianças e projetos, nem Camarão, nem Orleans conseguem avançar em conversas de apoios eleitorais, já que não sabem se terão o apoio de Brandão. Essa insegurança deixa também os partidos – PT e MDB – sem saber como atuar na pré-campanha.

Enquanto Brandão trava sua própria base, Braide organiza agenda no interior maranhense; ele já construiu base sólida em Imperatriz, Balsas e caminha para se consolidar também na região de influência de Caxias.

Segundo especialistas em análise de pesquisas eleitorais, o prefeito de São Luís torna-se praticamente imbatível se superar a casa dos 40% de intenção de votos antes das convenções; nos dias atuais ele tem entre 30% e 35%, mas mostra potencial para crescimento.

  • a indefinição de Brandão quanto ao governo leva a uma dúvida também em relação às vagas de senador;
  • com a força eleitoral do candidato a governador, a oposição pode ter força para eleger também os senadores.

Governador, pré-candidatos a governador e a senador, aliados políticos de todas as correntes ainda têm tempo de sentar à mesa e tentar equacionar o palanque de 2026, seja ele com que candidato for.

Mas este tempo está passando rapidamente e os adversários avançando na mesma velocidade.

É simples assim…

Simplício alfineta Brandão: “quem foi governador realmente pode esquecer?”

Numa clara resposta ao que governador cobrou do ministro Flávio Dino, ex-secretário lembrou que, no interior, “correntes políticas dominam prefeituras há décadas, por indicados ou familiares”

 

“ESQUECERAM DE MIM?!?”. Flávio Dino governou por oito anos; Brandão agora quer que ele esqueça disso e o deixe governar sozinho

O ex-secretário de Indústria e Comércio e ex-candidato a governador Simplício Araújo publicou nesta quarta-feira, 19, em suas redes sociais, uma espécie de exortação ao governador Carlos Brandão (PSB), uma resposta ao que Brandão cobrou do ex-governador Flávio Dino.

“E quando se elege um aliado, amigo ou parente para continuar no poder, isso significa realmente “virar a página” ou apenas manter o governo sob outra face? Afinal, onde começa o verdadeiro desapego ao poder?”, provocou Simplício.

  • no início da semana, em entrevista ao jornal O Globo, Brandão cobrou de Flávio Dino que ele deveria esquecer que foi governador e o deixasse governar;
  • o governador lamentou ainda que o ministro do STF use “grupinho” na Assembleia para criar problemas para seu governo a partir de ações no Supremo.

“Acho que, depois de governar, é preciso esquecer que foi governador. Quando tem muita interferência, começa a ter problema. Estamos politicamente afastados, mas não rompidos”, lamentou Brandão. (Relembre aqui)

Para Simplício Araújo , o mais importante para um ex-gestor é mesmo cuidar de sua vida e buscar pessoas competentes e capazes para a sucessão, “não parentes, sócios, amigos ou aliados de primeira hora”.

“Que governadores e prefeitos, ao deixarem seus cargos, abandonem qualquer pretensão de continuidade — seja de sonhos, políticas públicas, esquemas ou vaidades pessoais”, ressaltou o ex-secretário.

“O ministro Flávio Dino está obviamente fora das lides políticas. Agora, a passagem dele pela politica está registrada na história e por muito tempo será pauta, quer seja entre os políticos ou mesmo pelo povo”, respondeu o deputado estadual Othelino Neto (Solidariedade).

A mesma opinião parece fazer parte da avaliação de Simplício Araújo, cujas críticas são duras em relação ao governador.

O Palácio dos Leões não respondeu nenhuma das críticas à entrevista de Brandão…

Abaixo, o artigo de Simplício Araújo:

É possível esquecer que se governou?

Essa reflexão tem me incomodado nos últimos dias. Fui candidato a governador do Maranhão e, ao avaliar o estado sob diferentes perspectivas — tanto pelo que conheço da gestão pública quanto pela realidade maranhense —, me pergunto: quem governou realmente pode esquecer do que fez?

Ser governador é mais do que um sonho. É uma missão que ultrapassa limites pessoais, familiares e políticos. Quem ocupa o cargo tem a oportunidade de implementar planos e projetos estratégicos que vão além do tempo de um mandato. Mas o que acontece quando esse tempo acaba?

Em países desenvolvidos, o governante é um mero gerente de políticas públicas. Nos mais pobres, ele se torna o “dono do poder”, buscando, a qualquer custo, deixar isso claro — seja para permanecer diretamente no cargo, seja para perpetuar sua influência por meio de sucessores.

Percorrendo diversos municípios do Maranhão, percebo que uma mesma corrente política domina algumas prefeituras há décadas, seja por meio de indicados, seja através de familiares. Será que os governantes que iniciaram esses ciclos realmente esquecem o governo depois que saem, mesmo deixando sucessores no poder?

Não estou insinuando que todos fazem dos cargos públicos apenas um meio de enriquecimento pessoal ou de fortalecimento de grupos. Penso também nos gestores que iniciaram projetos de mudança e depois viram seus sucessores — muitas vezes eleitos pela força da máquina pública ou pelo legado do antecessor — alterarem drasticamente a direção das políticas públicas.

É possível que esses ex-governantes simplesmente esqueçam os projetos que começaram? Mais que isso: conseguiriam abrir mão dos privilégios e benesses que o poder confere? Se tivessem a chance, será que seus sucessores apagariam completamente sua memória, como os agentes K e J fazem no filme MIB – Homens de Preto?

Sarney, FHC, Bolsonaro, Dilma e até mesmo o próprio Lula esqueceram que foram presidentes? Ex-prefeitos e líderes que elegeram sucessores no Maranhão realmente se afastaram depois? Programas, políticas públicas, influência e experiência devem simplesmente ser jogados na lata do lixo?

E quando se elege um aliado, amigo ou parente para continuar no poder, isso significa realmente “virar a página” ou apenas manter o governo sob outra face? Afinal, onde começa o verdadeiro desapego ao poder?

Se a resposta for sim, se é possível esquecer, então que essa lógica valha para todos. Que governadores e prefeitos, ao deixarem seus cargos, abandonem qualquer pretensão de continuidade — seja de sonhos, políticas públicas, esquemas ou vaidades pessoais.

Final de mandato? O melhor seria cuidar da vida e esquecer que governaram. E, principalmente, buscar pessoas competentes e capazes para a sucessão — não parentes, sócios, amigos ou aliados de primeira hora.

Quem dera fosse assim!

* Simplício foi deputado federal, secretário de Industria e Comércio do Maranhão e candidato a governador em 2022. 

Dinistas reagem à entrevista de Brandão…

Entre os aliados do ministro do Supremo Tribunal Federal, os deputados Othelino Neto e Rodrigo Lago criticaram a fala do governador ao jornal O Globo; outros preferiram “não se manifestar neste momento”

 

RISCANDO O CHÃO. Reagindo ou não ao que disse o governador, aliados do ministro Flávio Dino viram a entrevista a O Globo como declaração de guerra

Em primeira mão

Atingiu o fígado do dinismo no Maranhão a entrevista do governador Carlos Brandão (PSB) ao jornal O Globo, confirmando suas posições políticas, desqualificando o grupo de aliados do ministro Flávio Dino e revelando uma “interferência” do próprio Dino no governo; mas entre os principais aliados do ministro, apenas os deputados estaduais Othelino Neto (Solidariedade) e Rodrigo Lago (PCdoB) se manifestaram.

“O governador disse pela primeira vez publicamente o que fala na intimidade e pratica desde o início do seu governo: o distanciamento do legado político responsável pela eleição dele. O ministro Flávio Dino está obviamente fora das lides políticas. Agora, a passagem dele pela politica está registrada na história e por muito tempo será pauta, quer seja entre os políticos ou mesmo pelo povo”, disse Othelino.

“Em razão de profundas divergências programáticas, há tempos sustento que todo o grupo que defende o legado do Governo Dino deixe o governo. Não foi esse o governo que elegemos, infelizmente”, completou Lago.

  • Procurados, o deputado federal Márcio Jerry e o estadual Carlos Lula disseram achar melhor evitar comentários neste momento;
  • outros, como os deputados estaduais Júlio Mendonça e Leandro Bello nem responderam às mensagens até o fechamento deste post.

O ponto mais grave da entrevista de Brandão foi o envolvimento do ministro Flávio Dino no debate político estadual, diretamente ou mesmo por intermédio do que Brandão chamou de “grupinho”.

“Tem um grupinho no estado ligado ao ministro (Dino) que cria essa situação e leva a nível de Supremo. O que a gente esperava é que não tivesse interferência do Supremo, lamento muito isso. É muito ruim o Judiciário entrar nessa esfera. Espero que seja resolvido. Tentei algumas vezes [falar com o ministro], mas não prosperou”, revelou Brandão.

O governador deixou claro o desalinhamento com os postulados do dinismo:

  • assumiu claramente a relação com o setor do agronegócio, do qual faz parte;
  • reafirmou alinhamento com o presidente Lula, mas de forma pessoal, não ideológica;
  • e confirmou aproximação com o grupo Sarney, principal adversário de Dino no Maranhão.

“Nós disputamos em 2014 contra o Lobão Filho e em 2018 contra a Roseana Sarney, só que em 2022 eu me aproximei muito do grupo do presidente José Sarney. Foram nossos adversários por dois mandatos, mas hoje estamos muito próximos. Há pessoas do MDB que participam do meu governo, e eles entregaram a presidência do partido para o meu irmão (Marcus Brandão). Estamos alinhados. (…) O Flávio sempre foi muito ferrenho adversário dos Sarney, é uma pessoa mais ideológica. Eu não sou assim, tenho boa relação com os evangélicos, com o agro. Eles me adoram”, disse o governador.

A posição dos dinistas – alguns respondendo e outros silenciando – reforça a ideia de que acusaram mesmo o golpe.

E agora precisam assimilá-lo…

Após encontro com Eliziane, Sarney ensina: “o ódio alimenta o ódio”…

Ex-presidente da República faz um alerta aos políticos brasileiros – maranhenses incluídos – sobre a necessidade de se repensar as relações com adversários; e afirma: “casa dividida não prospera”

 

HORA DE ARRUMAR A CASA. Brandão em passeio com Sarney pelo Palácio dos Leões: “casa dividida não prospera”, alerta ex-presidente

Prestes a completar 4o anos desde a sua ascensão à presidência da República, ato que encerrou a ditadura militar no Brasil, o ex-presidente José Sarney (MDB) escreveu nesta sexta-feira, 21, uma exortação à paz na política; ao criticar o clima de ódio que domina a política no Brasil – Maranhão incluído – Sarney lembrou que “o ódio alimenta o ódio”.

  • curiosamente, o artigo do ex-presidente foi escrito dois dias depois de ele receber em sua residência de Brasília, a senadora Eliziane Gama (PSD);
  • no Maranhão, Eliziane tem sido uma das mais efetivas defensoras da unidade dos grupos do governador Carlos Brandão (PSB) e do ministro Flávio Dino.

“Também resultado desse mal, escrevo sobre a divisão que vemos hoje no Brasil: a casa está dividida, justamente pelo ódio que perpassa pela política brasileira. E uma casa dividida não prospera. Disso já sabemos nós, cristãos”, ensina Sarney.

O ex-presidente direcionou o artigo à política brasileira – à divisão ideológica radical resultante do surgimento do bolsonarismo, que foi abraçado pela extrema direita a partir de 2018 – mas pode ser usada também na política maranhense, hoje protagonizada pela guerra fratricida entre dinistas e brandonistas.

Sobretudo pelo fato de o artigo ter sido publicado após a visita de Eliziane; a senadora já esteve com o governador Carlos Brandão e com o vice-governador  Felipe Camarão (PT) em busca da paz entre os dinistas e brandonistas. (Relembre aqui e aqui)

  • Sarney ressalta que sempre teve adversários políticos, mas nunca os considerou inimigos;
  • o ex-presidente pregou que, hoje, no Brasil, o ódio existe de lado a lado “e deve acabar”.

“O ódio hoje é real. E deve acabar. Ele é a semente que desponta como o instrumento de divisão não só dos políticos, como do povo brasileiro. Não é difícil encontrarmos dentro das famílias discussões acaloradas e situações difíceis em que as posições são dogmáticas”, pregou José Sarney.

O artigo do ex-presidente foi publicado em diversos jornais, portais e sites do país.

Leia a íntegra abaixo:

Eu, muitas vezes, em entrevistas, artigos, disse que, ao longo da vida, nunca tive capacidade de sentir ódio. E isso considero que me fez e faz muito bem. O ódio traz como consequência maior o ressentimento, e este, a amargura, que faz muito mal a nós próprios e deforma o nosso modo de viver.

Conheci um homem que tinha uma alma pura, o deputado Djalma Marinho. Era uma figura muito conhecida e respeitada na Câmara dos Deputados. Foi candidato a presidente da Casa. Perdeu. Eu e o deputado Nelson Marchezan fomos a sua casa prestar-lhe solidariedade. Com o meu jeito de não cultivar sentimentos negativos, disse-lhe: “Djalma, não guarde ressentimentos.” Ele me respondeu: “Sarney, eu não guardei dinheiro na vida, que é coisa boa, lá vou guardar ódio e ressentimento, que não prestam para nada?”. Foi ele que, depois, na comissão que presidia, recusou-se a cumprir uma ordem do governo para processar o deputado Moreira Alves, em 1968, quando o país estava sob as normas do AI-5. Renunciou ao cargo de presidente e, repetindo o espanhol Calderón de La Barca, marcou a Casa com a célebre frase: “Ao rei tudo, menos a honra”.

Mas quero falar também das consequências do ódio, que muitos escritores registraram na literatura, como Tolstói, cuja personagem feminina vai ao suicídio sucumbida pelo ódio; Dostoiévski, com o alerta de que “o ódio alimenta o ódio”; Shakespeare, com o seu Otelo, o Mouro de Veneza, cujo ciúme o leva a matar sua fiel esposa, Desdêmona, um destino de ódio construído pelo relato falso de infidelidade por Iago, um suboficial preterido numa promoção.

Também resultado desse mal, escrevo sobre a divisão que vemos hoje no Brasil: a casa está dividida, justamente pelo ódio que perpassa pela política brasileira. E uma casa dividida não prospera. Disso já sabemos nós, cristãos.

Na política brasileira, eu, que por mais de meio século a acompanho como espectador, interlocutor, participante e até como protagonista, nunca vi uma época em que os homens se dividissem entre uns adeptos do diabo e outros, de Deus. De tal modo que a luta política extravasou para um nível em que uns são conduzidos à salvação e outros, condenados à perdição.

Eu, pessoalmente, sempre tive adversários. E a estes nunca considerei inimigos. Essa concepção de adversários como inimigos foi proposta por Carl Schmitt, jurista oficial do Terceiro Reich, para quem a política era uma guerra, na qual devíamos eliminar os contrários e levá-los até a morte — como ocorreu na Alemanha com a morte de milhões de judeus. O ódio ao inimigo também justificou, logo depois da Revolução Russa, a violência e crueldade dos comunistas aos milhões de perseguidos e eliminados. O exemplo simbólico e maior na Rússia talvez tenha sido o fuzilamento da família inteira do Czar Nicolau II, que hoje pela Igreja Oriental foi considerado santo.

Eu era deputado no Rio de Janeiro quando ouvi Carlos Lacerda, o maior orador a que assisti no parlamento, defender-se — no processo que moveram contra ele por ter divulgado um telegrama secreto, que envolvia o Jango e o Peron, num tempo em que os discursos tinham títulos, a que chamou de A corrida dos touros embolados — daqueles que o acusavam de uma maneira odienta, retrucando com a seguinte denúncia: “Aqui até o ódio é fingido”.

Não é o que ocorre hoje no Brasil. Situação repelida por todos nós. O ódio hoje é real. E deve acabar. Ele é a semente que desponta como o instrumento de divisão não só dos políticos, como do povo brasileiro. Não é difícil encontrarmos dentro das famílias discussões acaloradas e situações difíceis em que as posições são dogmáticas.

O ódio leva até ao que está sendo apurado no processo sobre a inacreditável proposta de assassinato, a ser cumprido nas figuras do presidente e do vice-presidente e de um ministro do Supremo Tribunal Federal. O caso segue o devido processo legal — somos um Estado de Direito — no Supremo e depois, tudo devidamente apurado, haverá a punição prevista na lei dos responsáveis.

O ódio é danoso, cruel, indigno, divisionista. Por julgá-lo assim, quero vê-lo extirpado do nosso país. Sou partidário do diálogo, de ver o próximo como objeto de convergência e não da divergência. Por tudo isso e mais, não há palavras suficientes que definam o mal que o ódio produz. Somos irmãos e como irmãos devemos viver em paz. Que os dirigentes e líderes do país viajem por outros caminhos que não este, o do ódio. Por isso, só me cabe encerrar dizendo: Ódio não!

Felipe Camarão recebe bancada dinista…

Um dia depois de mais uma tentativa fracassada do governador Carlos Brandão de reunificar a base governista, vice-governador recebe os deputados estaduais mais próximos do ministro Flávio Dino

 

PROJETO UNIFICADO. Deputados dinistas se reúnem com Felipe Camarão um dia após o fracasso de mais uma tentativa de acordo com Carlos Brandão

O vice-governador Felipe Camarão (PT) recebeu na manhã desta sexta-feira, 20, os deputados que formam a chamada bancada dinista na  Assembleia Legislativa.

O encontro ocorre um dia depois e mais uma tentativa frustrada do governador  Carlos Brandão (PSB) reunificar a base na Assembleia Legislativa.

  • participaram do encontro os deputados Othelino Neto (SDD), Francisco Nagib (PSB), Rodrigo Lago (PCdoB), Carlos Lula (PSB), Júlio Mendonça (PCdoB) e Leandro Bello (Podemos);
  • também compõe a base mais próxima ao ministro do STF Flávio Dino o deputado estadual Ricardo Rios (PSB), que não participou do encontroa com Felipe Camarão.

Na noite de ontem os mesmos deputados estiveram com o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), ao lado do também deputado estadual Eduardo Braide (PSD).

Fernando Braide também foram a oposição na  Assembleia Legislativa…

Palácio dos Leões quer bancada em peso por Iracema na Câmara Federal

Governo Brandão iniciou uma ofensiva em Brasília contra a ação do partido Solidariedade que questiona no STF a reeleição da presidente da Assembleia Legislativa, o que vai expor também quem é quem entre dinistas e brandonistas

 

O TAMANHO DA BANCADA?!? Dos 18 deputados maranhenses, Duarte Júnior, Rubens Jr. e Aluisio Mendes já atenderam ao pedido do Palácio

O governo Carlos Brandão (PSB) iniciou em Brasília uma ofensiva considerada até Kamikaze, contra a ação do partido Solidariedade que questiona a reeleição da deputada estadual Iracema Vale (PSB) à presidência da Assembleia Legislativa.

O objetivo é chamar os membros da bancada federal para discursos em que denunciam o processo como ameaça à democracia:

A estratégia tem dois objetivos principais:

  • 1 – expor ao país o uso político do Supremo Tribunal Federal pelo ministro Flávio Dino;
  • 2 – revela na bancada maranhense quem é quem entre deputados dinistas ou brandonistas.

Até agora, dos 18 deputados federais maranhenses, Brandão – que esteve na capital federal na terça-feira, 17 – conseguiu discursos de Aluisio Mendes (PRB), Rubens Pereira Jr. (PT) e Duarte Júnior (PSB), como revelou este blog Marco Aurélio d’Eça nos posts ,e,e, ce e

  • Aluísio Mendes é aliado de Iracema Vale antes mesmo de ser aliado de Brandão;
  • Rubens Jr. é afilhado de Flávio Dino, mas tem o pai no secretariado de Brandão;
  • Duarte Jr. surgiu na política pelas mãos de Dino, mas hoje é aliado de Brandão.

A estratégia de Brandão – que, segundo apurou este blog Marco Aurélio d’Eça foi pensada mesmo por Marcus Brandão – dividiu opiniões tanto entre os brandonistas quanto os dinistas.

  • para muitos, tem efeito zero no STF a gritaria na Câmara;
  • para outros, a tentativa de constrangimento irrita ministros.

De qualquer forma, a quantidade de deputados federais que se manifestar até esta quinta-feira, 19, quando se encerram os trabalhos na Câmara Federal, trará à classe política uma outra revelação:

O tamanho do dinismo e do brandonismo entre os deputados federais…

Mas havia Xandão pra estragar a festa…

Homenagem a Flávio Dino transcorria em clima de pacificação na base do governador Carlos Brandão… até que chegou a notícia de que o ministro do STF havia determinado, de novo, a exoneração de Marcus Brandão do novo cargo no governo

 

FIM DE FESTA. Não havia dúvidas de que todos neste grupo queriam, com sincera esperança, a paz entre dinistas e brandonistas; mas tem Alexandre de Moraes…

Tudo estava transcorrendo dentro da mais perfeita paz, como haviam planejado.

  • Três senadores presentes: Ana Paula Lobato (PDT), Eliziane Gama (PSD) e Weverton Rocha (PDT);
  • um ministro de estado, Juscelino Filho (União Brasil), que comanda as comunicações no país;
  • deputados federais,  Rubens Pereira Jr. (PT) e Márcio Jerry (PCdoB), que organizou a festa;
  • o deputado estadual Othelino Neto (Solidariedade) ficou em seu canto, com fala amena;
  • até o ex-prefeito Edivaldo Júnior (sem partido) apareceu para brindar Flávio Dino.

Tudo preparado para celebrar a vitória de Flávio Dino, em 2014, considerado pelos comunistas um marco na história política do Maranhão; e todos, sem exceção, defendendo a chapa Felipe Camarão (PT) governador/Carlos Brandão senador em 2026.

Até Weverton Rocha, que ainda não decidiu de que lado está, fez discurso forte e de consenso:

Se alguém apostar que o time de Lula ficará rachado no Maranhão vai perder. Sempre vencemos unidos e estaremos juntos de novo em 2026. E o governador Carlos Brandão será senador; a outra vaga nós decidiremos como sempre fizemos, no diálogo”, disse o líder pedetista.

Mas eis que, por volta das 20 horas chega a notícia fatídica:

o ministro Alexandre de Moraes mandou exonerar Marcus Brandão do novo cargo público, para qual havia sido nomeado apenas poucas horas antes pelo irmão governador.

A festa acabou.

Alguns não conseguiram esconder a indisfarçável alegria; outros mostraram-se preocupados com o que pode acontecer em outras questões no Supremo Tribunal Federal.

E àquelas alturas, a repercussão da notícia era o fato mais importante da noite.

Xandão jogou água na festa da pacificação…

Brandão dá ultimato a dinistas com cargos no governo…

Governador espera até o final de dezembro que secretários, subsecretários e titulares de institutos, empresas e órgãos públicos decidam se seguem leais ao governo ou ao ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino

 

OS FORA DA FOTO. Alguns destes que ilustram esta imagem de janeiro de 2023 deverão sair dela a partir de janeiro de 2025

Diante da guerra fratricida que trava com o ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino, o governador Carlos Brandão (PSB) tomou a primeira medida pragmática em relação à preservação do seu governo; ele deu ultimato a todos os dinistas que ainda ocupam cargos no governo.

Esses dinistas – indicados, aliados e simpatizantes – terão que decidir até o final de dezembro se seguem leais às suas orientações ou se mantêm relação estreita com Dino; em janeiro, o governador fará sua primeira reforma administrativa.

Na mira estão secretarias de peso no governo, além de empresas e órgãos públicos:

  • a Secretaria de Cidades é ocupada por Robson Paz, ligado ao deputado Márcio Jerry (PCdoB);
  • a pasta da Agricultura Familiar tem o ex-deputado federal Bira do Pindaré, próximo de Dino;
  • a Secretaria de Igualdade Racial é comandada por Gerson Pinheiro, ex-presidente do PCdoB;
  • a Secretaria do Trabalho e Economia Solidária tem o jornalista Luiz Henrique Sousa à frente;
  • Chico Gonçalves era dos Direitos Humanos, foi concorrer a deputado e acabou não voltando mais; 
  • a pasta da Juventude tinha à frente Tatiana Pereira, que disputou a eleição e também não voltou.

Outros ligados ao dinismo já praticamente se enquadraram no brandonismo e devem permanecer como cota pessoal do próprio governador. São eles:

  • o titular da Secretaria de Administração Penitenciária, Murilo Andrade, tornou-se “imexível”.
  • a esposa do deputado federal Duarte Júnior, Karen Barros, do Procom-MA aderiu com o marido;
  • Cricielle Muniz, diretora do IEMA, é ligada também a Washington Oliveira, hoje mais próximo a Brandão.  

Além da definição do futuro dos aliados de Flávio Dino, Brandão deve fazer mudanças em outras pastas, estas de cunho pessoal.

Mas também abrirá vaga para novos aliados:

  • o atual secretário-geral de governadoria, Luiz Fernando Silva, é cotado para a secretaria de Educação;
  • Secretário de Articulação Municipalista, Orleans Brandão pode assumir a Secretaria de Governo;
  • Marcus Brandão ja teve até publicada a nomeação na Secretaria de Articulação Legislativa;
  • o governador deve fazer mudanças também no comando da Secretaria de Comunicação Social.
  • o PDT deve ocupar a Secretaria de Economia Solidária, com o vereador Raimundo Penha.

As mudanças devem se concretizar já nos primeiros dias de 2025, quando o governador pretende, também, definir os rumos eleitorais de 2026.

Com ou sem aliança com os dinistas…

Qual é a oposição no Maranhão?!?

Racha interno que tem levado à crise na base do governo Carlos Brandão tem confundido analistas e observadores da cena política, mas os adversários do governador e dos eu grupo estão à espreita apostando na divisão interna para ocupar os espaços de poder

 

RACHA É SÓ RACHA. O que restar de um eventual rompimento entre dinistas e brandonistas é apenas mais um lado da base governista; a oposição está no outro lado do espectro

A mídia digital que acompanha a política, analistas e observadores da cena política acostumaram-se a chamar de oposição, nos últimos meses, o grupo formado por deputados federais e estaduais ligados ao agora ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino.

Trata-se de um equívoco. 

O que existe é um governo – o de Carlos Brandão (PSB) – na iminência de sofrer um racha em sua base, que vem sofrendo fissuras desde o início do mandato.

  • oposição no Maranhão, hoje, é o prefeito Eduardo Braide (PSD), que vem ocupando de forma habilidosa o vácuo deixado por este racha;
  • oposição é Dr. Lahésio Bonfim (Novo), embora não tenha construído bases nas eleições municipais e esteja mudo no processo;
  • oposição seria o senador Weverton Rocha (PDT), que se mantém calado a espera da melhor barca eleitoral para pular para dentro. 

A oposição terá o seu lado definido nas urnas. O governo é representado por quem está no governo, ficando ou não no cargo. Se fica no mandato, representa um lado, mas significa que este lado rachou e vai rachado, mas o mesmo lado. O outro lado é a oposição, não representada por A ou B, mas por um sentimento que alguém interpreta na campanha”, explica o ex-senador Roberto Rocha.

Por este entendimento de Rocha, haveria então três vias no atual processo:

  • 1 – um candidato oficial do governo, com apoio da máquina do Palácio dos Leões;
  • 2 – um candidato do que resultou do racha do governo, reunindo os insurgentes governistas;
  • 3 – um candidato da chamada oposição, aquele que representar projeto antagônico ao que está no poder.

Em outras palavras, levando em consideração a eleição nacional, será um candidato vinculado diretamente ao presidente Lula (PT), que pode ter ou não apoio do Palácio, e um candidato do projeto oposto ao de Lula, mais de centro-direita.

O que restar desses dois lados, estará entre os insurgentes.

Mas não necessariamente representarão a oposição.

Simples assim…

Uma aposta e uma escolha para 2026…

Ex-deputado Joaquim Nagib Haickel, experiente observador da cena política maranhense não vê mais chances reais de um entendimento entre o ministro Flávio Dino e o governador Carlos Brandão; e desenha futuros prováveis para a sucessão estadual

 

EXPERIÊNCIA E HISTÓRIA. Joaquim Haickel na antiga tribuna que homenageava seu pai: conhecimento para fazer prognósticos

Analista político e autor de um dos blogs de análises mais respeitados do Maranhão, o ex-deputado Joaquim Nagib Haickel expôs suas impressões sobre a guerra fratricida envolvendo os grupos do ministro Flávio Dino e do governador Carlos Brandão (PSB). 

Caso o governador queira deixar o governo para concorrer, em seu lugar assume o vice, que neste caso pertence ao grupo de Flávio Dino, o que por si só inviabilizaria tal projeto, pois não haveria confiança suficiente entre as partes, principalmente depois do episódio da eleição na Alema”, aponta Haikel.

O ex-deputado faz uma aposta e revela uma escolha para 2026:

  • A aposta: se fosse para apostar, eu apostaria que Brandão ficará no governo até o fim de seu mandato, e fará de tudo para eleger seu sucessor, dois senadores e uma grande bancada de deputados federais e estaduais…
  • A escolha: que Brandão e Felipe se desincompatibilizassem para concorrer ao Senado, e para seus lugares fossem escolhidos, na Alema, quem pudesse fazer uma transição sem litígios e traumas; e que a sucessão deles pudessem nos trazer pelo menos alguma esperança de dias melhores.

“Se a Justiça brasileira for minimamente séria, não sofrer influência espúria ou corporativismo”, o ex-parlamentar não vê chances de prosperidade na ação de Othelino Neto (Solidariedade) contra o resultado da eleição na Assembleia  Continue lendo aqui…