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A curiosa “transição” ideológica de petistas maranhenses…

Lideranças do partido de Lula no Maranhão não apenas votaram em Jair Bolsonaro, como agora até participam de sua transição num movimento que leva à pergunta: que caminho terá o PT no estado?!?

 

Fábio Gondim durante campanha a deputado federal pelo PT; mudança ideológica de um extremo ao outro

Primeiro foi o blogueiro Robert Lobato, ex-dirigente do PT no Maranhão.

Filiado histórico do partido, ele surpreendeu ao declarar “voto crítico de um socialista convicto” no deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), no segundo turno das eleições presidenciáveis, contra Fernando Haddad, do próprio PT. (Relembre aqui)

Agora, o ex-secretário de Administração do Maranhão, Fábio Gondim – ex-candidato a deputado federal pelo PT – é convidado a compor a equipe de transição de Bolsonaro.

Curiosamente, os dois petistas-agora-bolsonaristas são alinhados ao senador Roberto Rocha (PSDB), talvez a principal antítese maranhense dos postulados da esquerda, em geral, e do PT, em particular.

Mas o movimento político de Bob Lobato e de Fábio Gondim diz muito mais do PT maranhense.

Aglomerado de interesses pessoais, sem nenhuma força política estadual, o partido de Lula sempre foi no Maranhão uma espécie de massa de manobra, que cada interesse movimentava para o lado que quisesse.

E a relação intensa destes petistas com Roberto Rocha, do PSDB, revela a pouca importância que o partido tem no estado.

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Ao perseguir a esquerda, Bolsonaro acena com pensamento único no Brasil…

Presidente eleito diz que quer um Brasil sem ideologias, mas tenta impor os ideais da extrema direita como pensamento único, transformando o país em uma espécie de “ditadura branca”, onde só se poderá pensar de uma forma

 

MORDAÇA IDEOLÓGICA. Impedir alguém de expressar seui pensamento político é como carregá-lo num pau de arara em praça pública

Editorial

O discurso do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), e dos seus auxiliares, é o da transformação do Brasil em um país sem ideologias. Mas seus gestos, suas ações e seus discursos apontam apenas para a mudança de perfil ideológico e não para o fim das ideologias.

Bolsonaro quer um país com ideologia de Direita e não sem ideologia – até porque impossível é viver sem ideologia.

Ao perseguir petistas, comunistas e esquerdistas no Ministério Público, na Polícia Federal, no Ministério da Saúde, no Meio Ambiente e Agricultura, e na Educação, o presidente aponta para uma espécie de ditadura, em que só se pode pensar de um jeito.

O futuro ministro da Educação declarou que pretende “varrer o marxismo das escolas públicas”. E deixa claro qual o seu ideal de ensino: o militar, com a consequente ordem unida cívica que marca este tipo de educação, focada na “hierarquia e disciplina” dos quartéis.

Bolsonaro já disse que não quer na diplomacia brasileira embaixadores identificados com o pensamento de esquerda; exige o denuncismo contra professores de esquerda nas escolas e faculdades, e  forçou o abandono dos médicos cubanos no programa “Mais Médicos”.

HOMENS E ARMAS. Com suas declarações pós-eleição, Bolsonaro deixa claro o caminho da perseguição ideológica

Uma sociedade é mais desenvolvida quanto mais ela for plural.

E o pluralismo de uma sociedade se funda na liberdade de expressão, de pensamento e de credo; na igualdade das raças e na equidade de gênero.

Exigir de uma sociedade pensamento único no que diz respeito à sua história, suas raças e seus credos é castrar as liberdades individuais e transformar os cidadãos em espécies de robôs, fadados a seguir o rebanho.

Para muitos grupos – evangélicos e religiosos de um modo geral; militares e conservadores – esta sociedade é a ideal porque força o Estado a fazer por eles o que suas pregações já não têm mais forças para fazer.

Cada um pode conviver com seus ideais de vida, suas crenças e suas ideologias da maneira como bem lhe convir; e pode até cobrar fidelidade canina dos que aceitam seguir suas doutrinas.

Mas fazer do estado instrumento de opressão a quem pensa diferente, só pode ser classificado de uma única forma: ditadura, seja ela assassina ou não.

É simples assim…

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Sobre derrota de Bolsonaro e governadores do Nordeste…

Ausência de qualquer membro do futuro governo na reunião com os gestores em Brasília reforça o distanciamento que o presidente eleito demonstra com a região que o derrotou nas eleições

 

Governadores nordestinos reunidos em Brasília; ninguém do governo Bolsonaro compareceu

Ainda está mal explicada a ausência do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL – e de seus representantes – na reunião dos governadores do Nordeste, nesta quarta-feira, 21.

É bem verdade que não ficou claro também se a chamada para o encontro foi mesmo feita pelo governo Bolsonaro e se foi uma tentativa frustrada dos governantes.

Bolsonaro foi derrotado em todos os estados nordestinos e parece incomodado com a situação.

E como seu perfil é de represália – a julgar pela postura de perseguição a petistas, comunistas e esquerdistas em todos os setores do governo – muito provavelmente sua relação com os nordestinos deverá ser de desprezo.

Agora é esperar 12 de dezembro para amenizar a má impressão.

De lado a lado…

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Quatro investigados e um justiceiro…

Ministério de Jair Bolsonaro vai iniciar com políticos denunciados pelos mesmos crimes que o presidente eleito condenou na campanha; e terão do lado um juiz que fez fama ao agir contra um partido específico

 

ONYX LORENZONI COM SÉRGIO MORO. Pedido de desculpas resolve problema da corrupção e caixa2?

O poderoso futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, é investigado por fraudes em negociações com Fundos de Pensão; mesmo assim foi confirmado no governo Jair Bolsonaro (PSL).

O futuro chefe da Casa Civil, Onys Lorenzoni (DEM), é investigado por recebimento de caixa 2 das empresas investigadas na operação Lava Jato; mesmo assim, foi confirmado por Bolsonaro.

MORO COM PAULO GUEDES. Corrupção em fundos de pensão e interlocução por ministério

A futura ministra da Agricultura, Teresa Cristina (DEM), é investigada por favorecer a JBS, empresa-símbolo da corrupção investigada na Lava Jato; mesmo assim, estará na equipe de Bolsonaro.

O ministro da Saúde anunciado nesta terça-feira, 20, Luiz Henrique Mandetta, é investigado por fraude em licitação, tráfico de influência e Caixa 2; e teve seu nome anunciado por Bolsonaro.

Todos estes investigados sentarão na mesma mesa do futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro, o justiceiro do PT, que já até tem discurso para defender os colegas de ministério.

Este será o governo Bolsonaro…

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Hildo Rocha aprofunda diálogo com equipe econômica de Bolsonaro…

Parlamentar quer iniciar o debate para buscar o aperfeiçoamento da reforma tributária já no início do próximo governo

 

Integrantes da comissão especial da Reforma Tributária realizaram, nesta terça-feira, 20, reunião para ouvir dos representantes da área econômica do presidente eleito Jair Bolsonaro considerações sobre a proposta de reforma tributária produzida pela comissão.

Após a reunião, foi realizada coletiva da qual participaram o presidente da Comissão, deputado Hildo Rocha (MDB/MA); o relator deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) e membros do colegiado.

“As teses defendidas pelos interlocutores do novo governo são viáveis, mas é necessário que o comando da equipe de transição formalize as propostas para que a comissão possa aperfeiçoar o relatório do deputado Luiz Carlos Hauly. Nós já temos um relatório pronto mas, logicamente, é necessário que a equipe econômica de Bolsonaro formalize as orientações para que possamos melhorar as propostas”, destacou o parlamentar.

Teses em debate

Rocha explicou que as mudanças recomendada das pela Comissão serão implantadas por meio de Emenda à Constituição. “A proposta contida no relatório do deputado Hauly substitui o ICMS; IPI; ISS; CIDE; PIS/COFINS e outros tributos pelo Imposto Sobre Valor Agregado (IVA). Dessa forma, simplifica-se o sistema tributário brasileiro acaba-se a guerra fiscal e aumenta a transparência sobre a arrecadação dos tributos”, argumentou o deputado.

Hildo Rocha destacou que em função da complexidade da matéria, haverá necessidade de se elaborar leis complementares que definirão critérios para a concretização da reforma tributária.

“A população brasileira não aguenta mais pagar tantos impostos. O modelo atual penaliza os mais pobres e privilegia os mais ricos. Portanto, a reforma tributária é necessária, urgente e inadiável. Precisamos modernizar o nosso sistema tributário, precisamos de um sistema mais justo e eficiente. Isso só será possível com o aprofundamento do diálogo, com acordos e entendimentos”, declarou Hildo Rocha.

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Em reunião com Bolsonaro, Allan Garcês previu nomeação do ministro da Saúde…

Médico maranhense que participa da transição em Brasília chegou a sugerir ao próprio presidente eleito, ainda durante a campanha, o nome de Luiz Henrique Mandetta, confirmado ontem, para o comando do ministério

 

O médico maranhense e ex-candidato a deputado federal Allan Garcês previu com meses de antecipação a nomeação do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

Na verdade, Garcês chegou a fazer ele próprio a indicação do deputado democrata, quando teve a palavra em um encontro de médicos com o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), ainda durante a campanha.

– Eu vou me atrever a sugerir um nome para próximo ministro da Saúde; Luiz Henrique Mandetta – disse Allan Garcês, para aplausos da plateia presente ao encontro, no dia 27 de junho.

Mandetta, que é deputado federal pelo DEM do Mato Grosso do Sul, foi confirmado na pasta nesta terça-feira, 20, pelo próprio Bolsonaro, em reunião com a bancada democrata.

Sinal de que Allan Garcês está, no mínimo, em sintonia fina com o governo Bolsonaro…

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Novo ministro da Saúde fortalece Juscelino Filho…

Deputado federal maranhense elogiou a escola do democrata Luiz Henrique Mandetta para a pasta, fortalecendo ainda mais o DEM no futuro governo Jair Bolsonaro

 

Juscelino na reunião do DEM com Bolsonaro: três ministros assegurados

O deputado federal maranhense Juscelino Filho (DEM) comemorou a indicação do colega de bancada Luiz Henrique Mandetta para o Ministério da Saúde do governo Jair Bolsonaro (PSL).

Juscelino participou pessoalmente da reunião com Bolsonaro.

– Participei do anúncio feito pelo presidente Jair Bolsonaro, do próximo ministro da Saúde, nosso amigo, colega médico e de partido, o deputado federal Luiz Henrique Mandetta – afirmou Juscelino.

Com a indicação de Mandetta, o DEM mostra força no governo Bolsonaro já com três ministérios assegurados.

Além da Saúde, o partido de Juscelino vai comandar a Casa Civil, com Onyx Lorenzoni, a Agricultura, com a também deputada federal do DEM do Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina Dias, como ministra da Agricultura.

O anúncio foi feito no Centro Cultura do Banco do Brasil, onde funciona o governo de transição…

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A oposição está dispensada; Bolsonaro joga ele próprio contra seu governo…

Despreparado, presidente eleito cuida ele mesmo de formular as propostas de seu futuro governo e opor-se a elas; e mostra-se reticente e desconfiado diante das ideias dos seus próprios indicados para o Ministério

 

VAI E VOLTA. Bolsonaro não precisa de ninguém para contestar o que diz; ele mesmo se desmente depois

A oposição está dispensada, por ora.

Bolsonaro cuida de ele mesmo formular as propostas de seu futuro governo e opor-se a elas. 

A transferência da embaixada brasileira em Israel para Jerusalém estava decidida e foi até confirmada pelo presidente eleito ao jornal israelense Hayon.

Quando o Egito suspendeu uma visita ao Cairo do chanceler Aloysio Nunes Ferreira, porém, Bolsonaro contestou que a medida pudesse ser uma retaliação dos árabes:

– O martelo nem foi batido ainda… – disse.

O famoso martelo está custando a cair em outros assuntos.

A fusão entre os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente foi anunciada e desmentida repetidas vezes.

E, sobretudo, o martelo mantém-se preguiçosamente suspenso na questão da Previdência.

Na entrevista ao apresentador Datena, Bolsonaro opôs-se à proposta de mudança para o sistema de capitalização, esposada pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes:

– Quem vai garantir que essa nova Previdência vai dar certo?.

Feito presidente, Bolsonaro experimenta, como Pilatos, quanto é duro procurar a verdade.

O juiz Moro reforça a tendência de, dentro do futuro governo, opor-se a ele, ou corrigi-lo. Ele não concorda em classificar o MST como organização terrorista, como quer Bolsonaro.

– Não é consistente – definiu Moro

Diminuir a maioridade penal acha aceitável, mas só para poucos crimes: homicídio, lesão grave e estupro. E proibir saídas da prisão, só em caso de membros de facções do tráfico.

Essas e outras questões foram expostas em entrevista coletiva em que o juiz da La­va-Jato se apresentou tão claro e seguro quanto o presidente eleito se mostra reticente e desconfiado em semelhantes ocasiões. 

Bolsonaro nutre um sentimento de aversão aos principais órgãos da imprensa, Rede Globo inclusive e Folha de S.Paulo na primeira linha de tiro (“Por si só esse jornal acabou”). 

Moro foi só carinhos à imprensa, no fim de sua entrevista:

– A coletiva foi a forma que reputei apropriada para prestar esclarecimentos necessários, mas também em homenagem ao trabalho que a imprensa realizou durante toda a Operação Lava-Jato.

Texto de Roberto Pompeu de Toledo, publicado na edição de Veja de 14 de novembro de 2018 sob o título “Qual a verdade?”

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Ultradireita maranhense ainda tenta acesso a Bolsonaro…

Formado por militares das Forças Armadas e da PM – e por conservadores de todos os tipos no interior – movimento de ultradireita mostra rejeição a Maura Jorge e tenta fazer do coronel Monteiro o interlocutor do novo governo no Maranhão

 

EM BUSCA DE INTERLOCUÇÃO. Coronel Monteiro com Jair Bolsonaro ainda na pré-campanha; falta de acesso isola direita maranhense

Um grupo de ultradireita que gira em torno do coronel reformado do Exército José Ribamar Monteiro Segundo (PHS) resolveu reforçar suas posições na Internet para tentar forçar uma interlocução direta com o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).

Este grupo, que tem desde militares das Forças Armadas e da PM, conservadores católicos e evangélicos, políticos que agora se assumem de extrema direita – e até monarquistas – não reconhece a interlocução da  ex-candidata Maura Jorge (PSL) e tenta construir um projeto de poder em torno de Monteiro.

Mas, por enquanto, não tem tido sucesso na aproximação com Bolsonaro.

Entre os membros da União da Direita Maranhense (UDM), apenas o médico Allan Garcês conseguiu chegar até o núcleo central do novo governo; e isso por uma articulação política dele próprio, e não do grupo. (Entenda aqui)

O próprio Garcês enfrenta certa resistência no grupo monteirista.

Desde a campanha, a ultradireita em torno do coronel Monteiro se reunia em diversos grupos de WhatsApp – “QG Bolsonaro”, “Maranhão é Bolsonaro”, “Endireita Imperatriz” e “Viva a Direita”, dentre outros – que agora decidiram se unificar no “Endireita Maranhão”.

– Temos como referência o “Endireita Maranhão” o qual tem por finalidade introduzir na política maranhense pessoas novas, com ideologia de direita de modo a potencializar a evolução cultural, social e econômica do Maranhão – disse um dos comunicados, embora a cultura e o social sejam dois dos alvos do governo Bolsonaro.

VIVA O REI!!! Monarquistas também se alinham ao projeto da ultradireita maranhense em busca de interlocução com Bolsonaro

Nos grupos, é dura a crítica ao governo Flávio Dino (PCdoB) e ao grupo Sarney; e agressiva a reação a qualquer menção a Maura Jorge, que foi candidata a governadora pelo partido de Bolsonaro.

O coronel Monteiro chegou a ser pré-candidato a governador, mas teve a candidatura rechaçada pelo PHS, que optou por aliança com o senador Roberto Rocha (PSDB). (Relembre aqui)

O projeto do grupo é fazer de Monteiro o principal interlocutor do presidente eleito no Maranhão.

Por enquanto, no entanto, estão apenas nas adjacências do poder…

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Maura Jorge cumpre agenda política na transição de Bolsonaro em Brasília..

Ex-candidata a governadora participa de reuniões com representantes do novo governo e trata de demandas próprias para o estado do Maranhão, além de estratégias para fortalecer a direita no estado

 

Maura Jorge em quatro momentos com membros da equipe de transição

A ex-candidata a a governadora Maura Jorge (PSL) está em Brasília desde a quarta-feira, 14, em contato direto com a equipe de transição do governo Jair Bolsonaro (PSL).

Em reuniões diretas com as equipes que discutem os vários aspectos do novo governo, Maura recebe coordenadas específicas para o Maranhão e discute com membros da equipe e futuros ministros.

– Agora, sim, tenho certeza que o Nordeste e o Maranhão terão voz e vez – disse Maura Jorge.

Ela já conversou com o futuro ministro de Segurança Institucional, general Heleno; com o coordenador da transição governamental, Gustavo Bebiano, e com o deputado federal Hélio Bolsonaro, além de Julian Lemos, que coordena as ações para a região Nordeste.