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Exclusivo!!! O vídeodepoimento de Júnior Bolinha…

Acusado de ser o articulador do assassinato do jornalista Décio Sá teria falado ao delegado Ney Anderson – que não aparece nas imagens – cita diretamente o empresário Marcos Regadas e acusa de quadrilha um grupo de pessoas sem sobrenome identificado

 

O ex-empresário José Raimundo Sales Chaves Júnior, o Júnior Bolinha, revelou ao que seria o  delegado Ney Anderson – então membro da Superintendência de Investigações Criminais (Seic) – uma verdadeira quadrilha envolvendo o que seriam figurões.

O blog Marco Aurélio D’Eça teve acesso a um recorte do suposto depoimento de Bolinha a uma pessoa que seria Ney Anderson (cuja voz foi confirmada por pessoas próximas), cita nominalmente o empresário Marcos Regadas e fala de uma quadrilha envolvendo um “secretário”, uma pessoa de nome “Ricardo” e outra, de nome “Marco Aurélio”.

O recorte do depoimento em poder deste blog tem apenas 27 segundos, o que torna impossível identificar, por contexto, quem seriam os tais “secretário”, “Ricardo” e “Marco Aurélio”.

Também não fica claro se o depoimento tem relação com o caso Décio Sá, uma vez que em nenhum momento do curto recorte esse dado é citado.

A conversa inicia com a pessoa que seria Ney Anderson fazendo uma pergunta direta ao ex-empresário:

– O senhor acha que o Marco Aurélio tinha contato com o Marcos Regadas?!? – pergunta o delegado.

Bolinha apenas balança a cabeça positivamente, levando o delegado a questionar: “porquê?!?“.

– Porque, doutor, na realidade é uma quadrilha; é o Marco Aurélio, é o secretário, é o Ricardo, é uma quadrilha. Eles tudo são amigos (sic). O Marco Aurélio já comprou apartamento na mão de Marcos Regadas, todo mundo sabe – afirma Bolinha.

A exceção do nome de Regadas, que ele cita com sobrenome, não fica claro no recorte do depoimento quem são os outros personagens citados.

O titular do blog Marco Aurélio D’Eça acionou pessoas próximas ao delegado Ney Anderson, que confirmaram ser dele a voz que interroga Bolinha.

AS PERGUNTAS FEITAS AO SECRETÁRIO JEFFERSON PORTELA, sem resposta até a edição deste post

O titular do blog também acionou um número de telefone que seria do secretário de Segurança Jefferson Portela, a quem encaminhou o vídeo e fez a seguinte pergunta:

– Você poderia me confirmar se esse vídeo é autêntico?!? E foi mesmo gravado pela SEIC?!?.

A pergunta a Portela – sem resposta até o agendamento deste post – foi feita na quarta-feira, 1º, às 11h56.

O vídeo, na verdade, já circula há algum tempo nos meios políticos e jornalísticos; o depoimento teria sido o motivo do afastamento do delegado Ney Anderson do caso Décio, já na gestão de Jefferson Portela.

DELEGADO NEY ANDERSON: DISPOSIÇÃO PARA REABRIR O CASO DÉCIO e transferência para delegacias de bairro

Segundo apurou este blog, Anderson foi transferido para a Delegacia do Vinhais e, posteriormente, à Delegacia da Cidade Operária, de onde pediu licença temporária.

O blog tem informações de que há um outro vídeo – ainda mais tenso – com depoimento de Fábio Aurélio Saraiva Silva, o Fábio Capita, também ao delegado Ney Anderson.

Mas esta é uma outra história…

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Sete anos depois assassinato de Décio Sá continua obscuro…

Suspeitas de manipulação de inquérito, acusações contra membros do Ministério Público e da polícia – e um estranho silêncio da Justiça – marcam as investigações e o processo envolvendo políticos, policiais, empresários e criminosos de todo tipo

 

TÚMULO DO JORNALISTA DÉCIO SÁ: após o enterro, o silêncio de “colegas jornalistas” “políticos amigos”, policia, Ministério Público e Justiça

Há um estranho silêncio entre políticos, policiais, membros do Judiciário e até da imprensa quando o assunto é a morte do jornalista Décio Sá.

Curiosamente, muitos desses políticos e jornalistas que hoje se calam diante da evidência de manipulação do inquérito policial que apurou o assassinato, eram os mesmos que batiam no peito dizendo-se “amigo e aliado” do jornalista.

Décio Sá foi assassinado no dia 23 de abril de 2012, em um restaurante na Avenida Litorânea.

Quase dois meses depois, em 13 de junho, a polícia apresentou os supostos responsáveis, misturando no mesmo rol gente da polícia, empresários, políticos, agiotas e bandidos cruéis.

Mas a lógica que levou à motivação do crime nunca foi claramente explicada; nem pela Polícia, muito menos pelo Ministério Público ou pela Justiça. (Entenda aqui e aqui).

Apontado como agenciador do pistoleiro que executou Décio, o ex-empresário José Raimundo Sales Chaves Júnior, o Júnior Bolinha, acusou desde sempre empresários da construção civil pela morte do jornalista.

O blog Marco Aurélio D’Eça chegou a publicar a carta de Bolinha encaminhada à Justiça, mas foi obrigado a retirá-la da página no dia 5 de agosto de 2013, por decisão do juiz Sebastião Joaquim Lima Bonfim.

JÚNIOR BOLINHA: PEÇA-CHAVE, IGNORADO PELA POLÍCIA, isolado pela Política e desprezado pela Justiça e pela sociedade

Segundo Bolinha, à época, houve uma trama nos porões da Secretaria de Segurança para direcionar o caso – prendendo bodes expiatórios e protegendo figurões da alta sociedade, ligados a políticos.

E essa trama teria envolvido políticos  com poder à época, empresários e policiais do comando da Secretaria de Segurança.

De lá para cá, muitas têm sido as tentativas de reabrir o caso, todas esbarrando na má vontade da Justiça, do Ministério Público e da própria polícia.

Último a tentar ouvir novas versões do caso, o delegado Ney Anderson foi transferido da Seic após ouvir Júnior Bolinha e outras testemunhas.

O fato é que, sete anos depois, a morte do jornalista tem um autor preso – o pistoleiro Jonathan de Souza – outros 12 supostos envolvidos pronunciado a Júri popular, mas em liberdade, e uma série de furos que a polícia, a justiça e o Ministério Público se recusam a esclarecer.

E tudo parece caminhar para o esquecimento.

Por parte dos próprios colegas, inclusive…

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O misterioso caso Valdêmio…

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Reclamação ao CNJ desmente Ministério Público sobre desembargadores e caso Décio…

Processo que tramita no Conselho Nacional de Justiça desde 2018 – quando o Ministério Público já era chefiado pelo atual procurador, Luiz Gonzaga Martins Coelho – aponta que ele pode ter prevaricado ao não abrir procedimento para apurar casos denunciados sob sua própria tutela

 

LUIZ GONZAGA ACIONOU NO CNJ OS MESMOS DESEMBARGADORES QUE, segundo Thiago Bardal, Jefferson Portela mandou investigar

A Reclamação Disciplinar nº 0010133-38.2017.2.00.0000 encaminhada pelo Ministério Público Maranhense ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) desmente o  procurador-geral de Justiça, Luiz Gonzaga Martins Coelho, em relação a casos envolvendo o desembargador Tyrone José Silva, do Tribunal de Justiça do Maranhão, e o assassinato do jornalista Décio Sá.

A denúncia da PGJ é datada de 2017, quando o MP maranhense já estava sob o comando de Gonzaga, e acusa Tyrone de negociar sentenças em diversos processos, todos elencados na reclamação.

O curioso é que a Procuradoria-Geral de Justiça eximiu-se de responsabilidade, em nota encaminhada ao blog de Neto Ferreira, sobre a denúncia do delegado Thiago Bardal contra o mesmo Tyrone Silva.

– Informamos que, em respeito ao princípio da independência funcional e aos princípios do juiz e promotor natural, compete ao juiz e promotor que atuam no caso a tomada das providências devidas em relação às declarações relatadas pelo réu em juízo – disse a nota da PGJ, publicada por Ferreira. (Saiba mais aqui)

PRINT DO PROCESSO QUE TRAMITA NO CNJ A PEDIDO DO MINISTÉRIO PÚBLICO maranhense, envolvendo o desembargador Tyrone Silva

Ao negar-se determinar abertura de processo de investigação contra o desembargador – ao mesmo tempo em que denuncia este mesmo desembargador ao CNJ (cujas punições são meramente administrativas) – o procurador-chefe pode ter prevaricado em suas funções.

Na Reclamação apresentada ao CNJ, o Ministério Público maranhense deixa claro que o membro do Tribunal de Justiça agiu de “forma contrária à ordem jurídica e à defesa dos interesses sociais, o que tem causado espanto na comunidade jurídica e na sociedade local, gerando, inclusive, descrédito do Poder Judiciário”.

Caso Décio

GLÁUCIO ALENCAR TEVE AÇÃO JULGADA POR TYRONE SILVA EM QUE O PROCURADOR GONZAGA VIU SUSPEITAS DE PARCIALIDADE e recorreu ao Tribunal de Justiça

Na peça encaminhada por Luiz Gonzaga, na condição de chefe da PGJ, Tyrone José Silva é acusado também de favorecer o agiota Gláucio Alencar, pronunciado a Júri Popular como mandante do assassinato do jornalista Décio Sá.

– Quanto ao Processo n. 0009147-41.2016.8.10.0000, o reclamante sustenta parcialidade do magistrado em relação ao agiota Gláucio Alencar, supostamente evidenciada através do deferimento do levantamento da constrição em propriedade de origem comprovadamente ilícita (sic) – diz o despacho do conselheiro Humberto Eustáquio Soares Martins, assinado eletronicamente às 10h20m42 do dia 27 de fevereiro de 2019.

Trata-se de um pedido de desbloqueio de uma das empresas de Alencar (fruto da Medida Cautelar Criminal n.º 2648-16.2013.8.10.0000), em que Tyrone decidiu monocraticamente a favor do agiota.

Em 2018, quando veio a público o depoimento de Júnior Bolinha dando novos rumos ao caso Décio Sá, a assessoria de Luiz Gonzaga apressou-se em negar que tenha partido da PGJ a orientação para reabrir o caso. (Entenda aqui)

Em outras palavras, o procurador pode ter prevaricado novamente, ao não determinar procedimento diante do que ele próprio chamou de parcialidade de um membro do TJ-MA em favor de um dos envolvidos no assassinato.

Em seu despacho, o conselheiro Soares Martins deu 15 dias para manifestação do Tribunal de Justiça, o que teria encerrado em meados de março.

Não há informações sobre a resposta do TJ-MA ao CNJ…

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O depoimento que mexe com o caso Décio e o abafa dos agentes públicos…

Às vésperas do sétimo aniversário de morte do jornalista, denúncias feitas há mais de um ano pelo ex-empresário Júnior Bolinha voltam a incomodar os bastidores da Polícia e do Ministério Público, que preferem evitar o assunto

 

DEPOIMENTO DE BOLINHA À SEIC ASSOMBRA BASTIDORES DO CASO DÉCIO há mais de um ano; polícia e MP preferem silenciar

Janeiro de 2018. O ex-empresário júnior Bolinha – pronunciado a Júri Popular por envolvimento na morte do jornalista Décio Sá – presta sigiloso depoimento ao Departamento de Combate ao Crime Organizado (DCCO) da Superintendência de Investigações Criminais (Seic).

Na conversa com a polícia, Bolinha acusa políticos, empresários, a própria polícia e agentes do Ministério Público de atuarem para direcionar as investigações e evitar alcançar outros envolvidos. (Entenda aqui)

Detalhe: o ex-empresário fala do caso respondendo a uma pergunta do próprio chefe do DCCO, delegado Ney Anderson Gaspar, que quis saber se houve direcionamento nas investigações.

Março de 2018. Após o depoimento de Bolinha vir à tona, repercutindo nos meios políticos, empresariais e policiais, Ney Anderson é transferido do seu departamento para uma delegacia de bairro. (Saiba mais aqui)

DELEGADO NEY ANDERSON FOI TRANSFERIDO DA SEIC LOGO APÓS OUVIR BOLINHA; agora está na delegacia de bairro

Um ano depois, agora em março de 2019, estranhamente, esse mesmo depoimento de Bolinha volta a mexer com os bastidores do caso Décio, sem que haja qualquer novidade que posa levar a uma retomada do caso.

E mais uma vez, polícia, justiça e Ministério Público tratam de desconversar ou silenciar sobre o assunto.

Será por quê?!?

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Afinal, quem os protege?!?

Júnior Bolinha cara a cara com empresário na Justiça…

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Acusados do caso Décio podem usar caso Bruno para buscar liberdade…

Além de Gláucio Alencar, o empresário Júnior Bolinha também está preso sem nunca ter sido julgado, argumento que foi usado a favor do goleiro, mesmo já tendo até condenação em primeira instância

 

Júnior Bolinha ainda está preso. Gláucio conseguiu liberdade na semana passada; julgamento sem previsão

A demora no julgamento do caso  Décio Sá pela justiça maranhense pode levar à soltura de todos os acusados ainda não julgados no caso.

O princípio é o mesmo usado pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, que mandou soltar o goleiro Bruno – mesmo já condenado em primeira instância – por causa da demora no julgamento do seu recurso.

Pela lei, ninguém pode ficar preso ad eternum, sem julgamento formal.

Décio Sá foi morto em abril de 2012, e os acusados estão presos desde junho daquele ano.

Apenas o assassino confesso Jhonatan de Sousa –  e seus comparsas na execução – tiveram julgamento e já estão condenados.

Dos demais acusados,  Fábio Capita, Fábio Bucheca e José Alencar Miranda aguardavam julgamento em liberdade. 

Apenas Gláucio Alencar e Júnior Bolinha permaneciam presos – há quase cinco anos – mesmo sem julgamento algum.

Nestes cinco anos, Alencar estava recebendo o mesmo tratamento de condenado – como regime diferenciado, segregação… – mesmo sem ter sido julgado em nenhuma instância.

Gláucio foi solto semana passada pelo Superior Tribunal de Justiça; agora, apenas Júnior Bolinha permanece preso.

Também sem qualquer pena a privar-lhe a liberdade…

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A insistência de Cutrim no caso Décio…

Deputado entende que as investigações devam ser reabertas, mas enfrenta resistência dos chefes da polícia, o desinteresse do Ministério Público e a leniência da Justiça, que já tem seus bodes expiatórios

 

cutrim

Assim como este blog na imprensa, o deputado estadual Raimundo Cutrim (PCdoB) é uma voz solitária na classe política em defesa da reabertura do caso Décio Sá, executado em 2012.

Assim como este blog, Cutrim também não acredita na versão apresentada pela polícia, ratificada pelo Ministério Público e aceita integralmente pela Justiça – mesmo diante de tantos furos e contradições apresentadas na peça investigatória.

Cutrim apostava no governo Flávio Dino (PCdoB) para reabrir o caso. E principalmente no delegado Jefferson Portela, do mesmo PCdoB, alçado ao posto de Secretário de Segurança.

Mas Portela não demonstra qualquer interesse na reabertura do caso.

E tem o apoio do Ministério Público, que sequer deu mais notícias a respeito da investigação de uma ameaça a um de seus próprios membros, o promotor Fernando Barreto, tido como a próxima vítima.

E a Justiça acabou por aceitar a versão da polícia, endossada pelo MP, sem qualquer tipo de questionamento ou cobrança de mais evidências.

E assim, Cutrim vai falando sozinho, na tentativa de limpar a própria honra.

E nem seus novos aliados parecem lhe dar ouvidos…

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O temor de Júnior Bolinha…

Preso sob a acusação de ter contratado o pistoleiro que executou o jornalista Décio Sá,  o ex-empresário Júnior Bolinha tem razões para temer por sua vida.

Ele é uma espécie e arquivo vivo de algumas ações de bastidores, muitas ligadas à própria morte do jornalista.

Júnior Bolinha acusa empresário Marcos Regadas

Bolinha teme por sua ida e quer transferência

E não há dúvida de que, no Presídio São Luís I, onde está, se trona um alvo fácil para possível queima de arquivo.

Bolinha mantém contatos – ou manteve – com figurões da política e do mundo empresarial e tem informações privilegiadas, algumas delas já passadas, inclusive, para a própria polícia.

A propósito, Júnior Bolinha é testemunha em um processo  relacionado ao caso Décio Sá, cuja  audiência está marcada para o dia 22 de janeiro.

Ele vai esclarecer sobre uma carta encaminhada ao então secretário Aluísio Mendes, em que fez acusações a algumas pessoas não relacionadas pela polícia no caso Décio.

A carta foi publicada neste e em outros blogs e o próprio Bolinha confirmou sua autenticidade em entrevista exclusiva ao Jornal Pequeno.

Tanto que o Ministério Público abriu procedimento investigativo para apurar as acusações, embora, té hoje, não tenha se pronunciado.

Bolinha, portanto, precisa estar vivo para dizer o que sabe.

Mas, óbvio, que há quem não tenha interesse nisso…

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Com a palavra o Ministério Público…

Polícia fala da elucidação do caso Décio. Sempre com o MP ao lado

O Ministério Público Estadual é a única testemunha independente para esclarecer as dúvidas jogadas pelo deputado estadual Raimundo Cutrim (PSD) sobre as investigações do assassinato do jornalista Décio Sá.

Segundo Cutrim – que classificou de “moleque travestido de secretário” o titular da Segurança Pública, Aluísio Mendes – o depoimento de Jhonatan de Souza foi ensaiado para incriminá-lo.

A polícia pode desmentir e garantir que não houve manipulação, mas o testemunho dos promotores que acompanham o caso é fundamental no processo.

Foram seis representantes do Ministério Público indicados a acompanhar as investigações.

Desde o início estão os promotores Marco Aurélio Cordeiro Rodrigues, Ana Carolina Cordeiro de Mendonça e Luiz Muniz Rocha Filho.

Os três acompanharam de perto coletas de provas, diligências, pedidos de quebra de sigilo telefônico e, principalmente, depoimentos de testemunhas.

Cutrim jogou dúvidas sobre processo comandando por Aluísio

Depois, chegaram mais três promotores, que se juntaram ao grupo e acompanharam a prisão e os depoimentos de todos os envolvidos, desde o início.

Um destes representantes do MP, inclusive, está com um grupo de policiais em Minas Gerais, para averiguar se um bandido preso no interior daquele estado é o mesmo que deu fuga a Jhonatan de Souza, o matador de Décio Sá.

Promotores e policiais atuam juntos no caso desde as primeiras horas após o assassinato de Décio.

A manipulação dos depoimentos, portanto, só poderia ocorrer com a conivência dos promotores.

Que se manifestem, então…

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Louvores à imprensa…

Este blog não faz qualquer ressalva à divulgação de aspectos da investigação do caso Décio Sá em blogs, sites, jornais, rádios ou TV.

Pelo contrário, este blog ovaciona o mérito destes comunicadores, capazes de furar o bloqueio do sigilo das investigações e tornar públicos fatos que mudam a tragetória da história.

Este é um dos papéis da imprensa como mediadora social.

Por isso, este blog não se deixa levar pela tolice dos que não conhecem os meandros da profissão e caem no ridículo de afirmar “vazamentos propositais” no caso.

Ainda que fossem propositais, méritos para o jornalista.

Um delegado, um advogado, um político ou quem quer que seja que tenha vazado uma informnação, só escolhe vazar para um jornalista específico, entre tantos, por que confia neste jornalista.

E esta confiança jornalista-fonte se constrói com credibilidade e respeito mútuo.

Este blog também respeita a decisão de jornais, rádios, TVs, blogs e profissionais que decidiram seguir a determinação da polícia e não divulgam nada que não seja oficial.

Mas o blog entende também que a imprensa não tem esta obrigação.

A imprensa faz o seu papel social ao divulgar os fatos à sociedade – principalmente aqueles que os demais atores sociais tentam esconder.

E a divulgação dos depoimentos do caso Décio por blogs como Itevaldo Júnior, Gilberto Léda e Luís Pablo devem ser louvados pela excelência do trabalho.

Isto é fazer imprensa…

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“Eu não lhe prometi um mar de rosas”…

Juíza Alice nega pressões…

O título acima é um trecho de música da banda The Fever’s, sucesso da Jovem Guarda. Expressa bem a análise do caso dos juízes Alice de Souza Rocha e Paulo Augusto Moreira Lima.

A primeira teve autorizada ontem, no Tribunal de Justiça do Maranhão, seu pedido de transferência da 1ª Vara do Tribunal do Juri, onde presidia as investigações do assassinato do jornalista Décio Sá.

O outro, juiz de Goiás, determinou a prisão do bicheiro Carlinhos Cachoeira e pediu pra sair do caso no início da semana.

Alice nega que seu pedido de trasnferência tenha a ver com o caso Décio. Moreira Lima, por sua vez, assume que se sentiu ameaçado, mas nega que tenha agido por covardia.

O exemplo dos dois é um retrato da situação do serviço público no Brasil.

Juízes não vivem num mar de rosas. Na maioria dos casos, enfrentam situações adversas na condução de comarcas em ambientes de tensão, em localidades sem estrutura e cercado por ameaças de toda sorte.

Mas eles sabiam disso desde quando decidiram fazer o concurso público para ser juiz. Assim como o titular deste blog – e qualquer outro jornalista – sabia desde cedo os riscos inerentes à sua profissão.

Mas todos fizeram o juramento de servir ao povo, independentemente das condições que encontrassem.

Juiz Moreira Lima nega covardia

O problema está na praga  em que se tornaram os concursos públicos no Brasil. Pelo menos 95% dos concurseiros de plantão estão a fazer provas não para servir ao povo, mas pela atração do salário farto e das comodidades do cargo.

Um juiz, apesar das adversidades, ganha muitíssimo bem para o trabalho que faz.

Se um jovem bacharel em Direito tiver a noção exata dos riscos inerentes à profissão, saberá, certamente, valorizar o salário que recebe, enfrentanto estas adversidades e valorizando cada centavo que investiu na carreira que escolheu.

Mas, se o foco for apenas o alto salário – como imagina a maioria dos que fazem concurso para a área – certamente a missão de servir ao povo e o juramento que fizeram no início da carreira ficarão em segundo plano.

E estes nunca serão juízes de fato…