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Doze anos depois, caso Décio Sá pode ser todo anulado….

Incidente de Ilicitude protocolado no Tribunal do Júri em fevereiro deste ano mostra que as provas básicas que embasaram a acusação contra os supostos autores intelectuais do crime foram irregularmente forjadas pela polícia e chanceladas pelo Ministério Público, o que pode levar ao livramento de todos os acusados – incluindo o próprio assassino confesso Jhonatan de Souza – e gerar mais um crime sem solução no Maranhão

 

Da esquerda para a direita: Júnior Bolinha, Fábio Buchecha, José Miranda e Gláucio Alencar, todos hoje em liberdade e nunca julgados pelo caso Décio Sá

Completando 12 anos nesta terça-feira, 23, o assassinato do jornalista Décio Sá será fatalmente anulado se a justiça maranhense seguir rigorosamente o protocolo e acatar os documentos elencados no Incidente de Ilicitude de Prova nº 0006555-79.2020.8.10.0001-Júri, protocolado na 1ª Vara do Tribunal do Júri de São Luís em 14 de fevereiro deste ano.

Interposto às vésperas do primeiro Júri Popular do caso, o do ex-empresário José Raimundo Sales Chaves Júnior, o Júnior Bolinha – apontado como contratante do assassino – o Incidente elenca uma série de provas documentais, áudios, vídeos, resultados de perícias, escutas telefônicas e imagens que mostram a manipulação da polícia para apontar supostos culpados.

Este incidente processual já teve imediatamente duas consequências:

  • 1 – o promotor que acompanhou o caso desde o início, Rodolfo Soares Reis, declarou-se suspeito e “sem a necessária isenção para prosseguir no caso”;
  • 2 – o Júri Popular de Júnior Bolinha, marcado para o dia 4 de abril, foi cancelado pelo juiz Gilberto de Moura Lima.

Estes dois fatos foram registrados com exclusividade por este blog Marco Aurélio d’Eça – que teve acesso ao documento encaminhado à Justiça – no post “Promotor se declara suspeito e primeiro Júri Popular do caso Décio é cancelado…”.

– Ninguém pode ser investigado, denunciado ou condenado com base, unicamente, em provas ilícitas, quer se trate de ilicitude originária, quer se cuide de ilicitude por derivação. Qualquer novo dado probatório, ainda que produzido, de modo válido, em momento subsequente, não pode apoiar-se, não pode ter fundamento causal nem derivar de prova comprometida pela mácula da ilicitude originária – diz o Incidente de Ilicitude, assinado pelo advogado Aldenor Cunha Rebouças Júnior. (Leia a íntegra aqui)

 

Assassino confesso, Jhonatan de Sousa é o único já condenado pelo caso Décio, mas ele também pode ser beneficiado pela anulação de todo o processo

O documento protocolado na justiça maranhense mostra documentadamente fraudes na investigação da polícia, à época comandada pelo hoje deputado federal Aluisio Mendes (PRB); o principal fundamento originário da acusação – que levou à declaração de suspeição do promotor Rodolfo, é o suposto testemunho do personagem Valdêmio José da Silva.

  • Valdêmio José da Silva foi apresentado por Aluisio Mendes como a principal testemunha contra Jhonatan de Sousa e os demais acusados, incluindo o agiota Gláucio Alencar, seu pai, José Miranda, o próprio Júnior Bolinha e outros acusados que depois foram retirados do processo;
  • Valdêmio foi declarado morto pela polícia, em uma suposta execução na Vila Pirâmide revelado em um obscuro relato à imprensa, sem vítima, sem corpo sem enterro e sem família do suposto morto, que nunca mais foi visto.

Este blog Marco Aurélio d’Eça havia questionado a existência de Valdêmio José da Silva ainda no início das investigações, e manteve sua posição ao longo dos anos, numa série de posts relacionados abaixo:

O Incidente de Ilicitude de Provas já paralisou todo o processo, até que seja analisado em todas as instâncias da Justiça, como registra o próprio documento encaminhado à Justiça.

– Enquanto tramitar o incidente de ilicitude, não poderá haver sentença de mérito no processo principal, sob pena de gerar nulidade futura, por desconsideração de prova importante ou por consideração de prova ilícita – diz o autor.

 

Além de paralisar o processo, este incidente deve anular toda a investigação do caso Décio, livrar os supostos mandantes, impedir novas investigações que levem aos verdadeiros mandantes e anular até mesmo o Júri do assassino Jhonatan de Souza.

E lá se vão 12 anos sem o jornalista Décio Sá… 

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Alvo de Junior Bolinha em 2023, empresário é morto em São Luís…

Um ano depois de sofrer um atentado a mando do acusado de ser o agenciador da morte de Décio Sá é executado em uma barbearia no Anjo da Guarda exatamente na véspera do 12º aniversário de morte do jornalista

 

Felix Mendes, o Felinho, foi morto nesta segunda-feira, 22, um ano depois de sofrer atentado que resultou na morte do seu filho

O empresário e agricultor Félix da Silva Mendes Filho, o “Felinho”, foi executado na manhã desta segunda-feira, 22, em uma barbearia do Anjo da Guarda.

A informação é do jornalista Domingos Costa. (Leia aqui)

Em abril de 2023, Felinho sofreu um atentado em seu racho, na Vila Maranhão, ocasião em que executaram o seu filho,  Marcelo Mendes Martins; este blog Marco Aurélio d’Eça publicou a informação, à época, com o título “Assassino do Tech Office envolvido em outra execução”.

De acordo com a polícia, o atentado de 2023 fora encomendado pelo ex-empresário Raimundo Sales Chaves Júnior, o Júnior Bolinha, acusado de ser o agenciador do pistoleiro Jhonatas de Souza, que executou o jornalista Décio Sá na noite do dia 23 de abril de 2012; 

Júnior Bolinha deveria ter enfrentado o Júri Popular pela morte de Décio Sá no último dia 4 de abril, mas o julgamento foi suspenso por causa de um documento que aponta irregularidades na obtenção das provas apresentadas pela Polícia e pelo Ministério Público nas investigações do crime contra o jornalista.

A anulação dessas provas pode levar, inclusive, à anulação de todo o caso Décio Sá, como este blog Marco Aurélio d’Eça revelou, com, exclusividade, no post “Promotor se declara suspeito e Júri do caso Décio com Júnior Bolinha é cancelado…”. 

O assassinato de Décio Sá completa 12 anos nesta terça-feira, 23…

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Promotor se declara suspeito e Júri do caso Décio com Júnior Bolinha é cancelado

Representante do Ministério Público no processo, Rodolfo Soares dos Reis encaminhou à 1ª Vara do Tribunal do Júri petição em que se declara “sem a necessária isenção para prosseguir no caso”, após apresentação de Incidente Processual de Ilicitude que pode anular toda a investigação da morte do jornalista, inclusive a própria denúncia contra os acusados, por ter sido baseada em provas obtidas ilegalmente ou por manipulação policial

 

Uma das operações aleatórias da polícia para tentar elucidar o caso Décio Sá, com escuta de blogueiros, jornalistas, políticos e empresários

O juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri Gilberto de Moura Lima determinou a retirada de pauta do julgamento do ex-empresário José Raimundo Sales Chaves Júnior, o Júnior Bolinha, acusado de ser o contratante do assassino do jornalista Décio Sá; o Júri estava marcado para o dia 4 de abril, como revelou este blog Marco Aurélio d’Eça, no post “12 anos depois primeiro acusado da morte de Décio Sá vai a Júri popular…”.

A decisão do juiz de cancelar o Júri se deu após decisão do promotor Rodolfo Soares Reis, de declarar-se suspeito para atuar no processo, uma vez que, segundo ele próprio, “considerando o conhecimento de causa superveniente, não mais se sente com a necessária isenção para prosseguir atuando neste Processo-crime”.

Rodolfo Reis atuou em diversas fases do processo, com várias manifestações nos autos; no documento encaminhado ao juiz, o promotor não detalha os motivos de sua suspeição e diz apenas que teve “conhecimento de causa superveniente”.

Mas este blog Marco Aurélio d’Eça teve acesso ao Incidente de Ilicitude nº 0006555-79.2020.8.10.0001 – Júri, interposto pela defesa de Júnior Bolinha, que além de levar ao adiamento de seu Júri,  pode, inclusive, anular todo o processo do caso Décio Sá, desde o início das investigações até a denúncia feita pelo Ministério Público.

O documento mostra ao juiz Gilberto de Moura Lima – com base nos próprios relatórios da polícia – que toda a investigação comandada pelo então secretário de Segurança Aluisio Mendes, hoje deputado federal, se norteou por uma interceptação telefônica ilegal contra Fábio Roberto Cavalcante Lima e Valdênio José da Silva, baseado em uma denúncia anônima de que seriam eles os assassinos.

Ocorre que os dois sequer foram citados na denúncia, nenhum dos denunciantes é listado nos autos e não há documento que tenha autorizado a interceptação de seus telefones, o que torna o conjunto de provas da polícia toda ilícita.

– Beira o surreal que um aparelho celular apreendido na posse de VALDÊNIO e FÁBIO ROBERTO, com exames residuográficos negativos, não reconhecidos e sequer denunciados, sirva de caminho a indivíduo jamais identificado e inquirido (Raimundão). (…) É imprescindível que a polícia técnica maranhense emule os fatos, que mais parecem um conto fantástico ou uma sorte investigativa proporcional ao acerto da megasena da virada – provoca o Incidente de Ilicitude, em sua página 17.

Decisão do juiz Gilberto Moura cancelando o Júri com Júnior Bolinha, após declaração de suspeição do promotor que atuava no caso

É a primeira vez em 12 anos que o personagem Fábio Roberto Cavalcante Lima surge no caso Décio Sá; Já Valdênio José da Silva é uma figura misteriosa que este blog Marco Aurélio d’Eça questionou desde o início; abaixo alguns dos posts sobre ele:

O Incidente de Ilicitude anexado ao processo do caso Décio já suspende, de imediato, toda as tramitações, que só poderão voltar a correr – inclusive eventuais julgamentos – após estas questões serem solucionadas na Justiça; no mérito, ele pede a anulação de todos os atos do processo, incluindo investigações, denúncias, pronúncia a Júri e julgamentos.

A morte de Décio completa 12 anos no próximo dia 23 de abril.

Alguns dos crimes pelos quais respondem os acusados já até prescreveram por falta de julgamento; e se todo o caso for anulado, os demais crimes também caminharão para a prescrição e ninguém pagará por eles.

Principalmente os verdadeiros autores…

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12 anos depois, primeiro acusado pela morte de Décio Sá vai a Júri Popular…

Justiça marcou para o dia 4 de abril o julgamento em Conselho de Sentença de José Raimundo Sales Chaves Júnior, o Júnior Bolinha, acusado de ser o agenciador do pistoleiro Jhonatan de Sousa, que matou o jornalista em abril de 2012, em um crime que chocou toda a sociedade maranhense; o acusado pode revelar novos nomes durante o Tribunal do Júri

 

Jhonatan de Sousa (à esquerda) teria sido contratado por Júnior Bolinha para matar Décio Sá; agenciador irá a Júri Popular em 4 de abril

O Tribunal do Júri marcou para o dia 4 de abril o julgamento do ex-empresário José Raimundo Sales Chaves Júnior, o Júnior Bolinha, acusado de ser o agenciador do assassino do jornalista Décio Sá; Bolinha é o primeiro dos quatro acusados pela trama contra o jornalista a sentar no banco dos réus, mas ele contesta a versão da polícia e aponta outros mandantes do crime.

Décio Sá foi morto no dia 24 de abril, em um restaurante da Avenida Litorânea; as investigações da polícia – à época sob o comando do hoje deputado federal Aluisio Mendes (Republicanos) – apontou como mandantes os empresários e agiotas Gláucio Alencar e José Miranda (já falecido), tendo Bolinha como o contratante do matador Jhonatan de Souza, que este blog Marco Aurélio d’Eça também já apontou como uma farsa.

Este blog Marco Aurélio d’Eça sempre contestou a versão da polícia; em uma carta encaminhada a vários veículos de imprensa – cuja autenticidade foi atestada por ele próprio – Júnior Bolinha aponta outros mandantes para a execução, o que ele deve repetir durante o Juri Popular do dia 4 de abril.

Além de Gláucio Alencar, José Miranda, Júnior Bolinha e Jhonatan de Sousa, também foram apontados como envolvidos no crime o bon vivant Fábio Bocheca e o hoje coronel da Polícia Militar Fábio Capita, que segundo as investigações era o dono da arma usada pelo assassino.

À exceção de Jhonatan de Souza, nenhum dos envolvidos está preso; e alguns seguem a vida normal em sociedade.

Não há previsão de julgamento dos demais acusados…

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Caso Décio Sá: um crime sem solução…

Numa das mais escandalosas manipulações da história do Maranhão, polícia, Ministério Público e Judiciário se uniram para criar uma narrativa que agradasse aos poderosos de plantão, muitos dos quais o próprio jornalista dedicava devoção absoluta

 

Décio Sá: injustiçado esquecido por aqueles que ele aplaudia

A morte do jornalista Décio Sá é, até hoje, passados 11 anos, um crime com corpo e sem cabeça.

A polícia, o Ministério Público e o próprio Judiciário se juntaram para criar uma teia que agradasse aos poderosos de plantão, muitos aplaudidos em vida pela própria vítima, hoje esquecida até por pessoas próximas, a quem ele dedicou anos de sua existência.

Sob a tutela do hoje deputado federal Aluisio Mendes, a investigação do assassinato de Décio Sá foi montada claramente para livrar o mandante, apontando um bode expiatório chamado Gláucio Alencar, a quem muitos poderosos deviam e precisavam tirar de circulação.

Mas o agenciador do pistoleiro Jhonatan de Souza, foi Junior Bolinha, que trabalhava, bebia e vivia em volta do empresário Marcos Túlio Regadas.

A arma usada pelo assassino pertencia ao capitão da PM Fabio Aurélio, o Fábio Capita, que era segurança de… Marcos Túlio Regadas.

E a rota de fuga do assassino foi montada a partir do Jeep Clube de São Luís, à época coordenado pelo próprio Capita.

O próprio Júnior Bolinha escreveu carta em que aponta Regadas como mandante do assassinato, fato totalmente ignorado por policiais, juízes e promotores que cuidaram do caso.

Empresário poderoso, dono da Franere, do Golden Shopping e do Rio Anil Shopping, Regadas era sogro de ninguém menos que Tati Lobão, neta do então senador Edson Lobão. Era um homem que frequentava as altas rodas, financiava campanhas eleitorais e tinha relações com clãs poderosos do Maranhão, tanto no Executivo quanto no Judiciário.

Gláucio era um empresário da construção, mas sua atividade principal era a agiotagem; financiava prefeitos, vereadores, deputados, juízes, promotores, policiais e criminosos de toda sorte.

Muita gente o devia; muita gente ganhou com sua prisão pela morte de Décio.

A história contada por Aluísio Mendes agradou aos poderosos, beneficiou empresários e tirou de circulação o incômodo chamado Gláucio Alencar.

Hoje, Décio Sá é assunto proibido na roda de conversas até de gente que se dizia próxima.

E o crime segue sem solução…

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Assassino do Tech Office envolvido em outra execução

Gibson César Soares Cutrim, que matou a queima-roupa o empresário João Bosco Pereira – num crime que envolveu o sobrinho do governador Carlos Brandão – foi contratado pelo empresário Júnior Bolinha para matar um lavrador e seu filho na zona rural de São Luís

 

Imagem dos criminosos Júnor Bolinha e Gibson Cutrim

Pronunciado a Júri Popular pela.morte de Décio Sá, Júnior Bolinha contratou Gibson Cutrim para outro assassinato (imagem: Domingos Costa)

O assassino confesso do empresário João Bosco Pereira Oliveira, Gibson César Soares Cutrim, está sendo investigado pela polícia maranhense por outro assassinato, menos de seis meses depois da execução no Tech Office.

Segundo a investigação, no dia 12 de janeiro, Gibson foi contratado pelo empresário Júnior Bolinha – acusado pelo assassinato do jornalista Décio Sá – para matar o lavrador Felix da Silva Mendes Filho, mas acabou matando apenas o filho do alvo, Marcelo Mendes Martins.

O crime teria motivação na disputa entre Bolinha e Felix por uma motoniveladora.

Gibson César seria um dos homens que chegou ao Rancho Félix, na Vila Maranhão, para matar o proprietário; houve troca de tiros e a vítima acabou sendo o filho do lavrador.

Pelo mando, a Justiça já decretou a prisão preventiva de Júnior Bolinha, que é considerado foragido; mas não há informações sobre ações contra Gibson César.

Crime do Tech Office

Em 19 de agosto de 2022, Gibson César matou a tiros o empresário João Bosco Pereira Oliveira, após discussão por divisão de propina.

O crime ganhou forte repercussão durante a campanha eleitoral por causa da presença de Daniel Brandão, sobrinho do governador Carlos Brandão (PSB), que esteve com vítima e assassino na mesma mesa, minutos antes da execução.

Pelo assassinato de João Bosco, Gibson Cutrim foi duas vezes preso pela polícia, mas ganhou liberdade por decisão do Tribunal de Justiça.

Além das mortes de Bosco e Marcelo, o matador responde por outro assassinato, também nunca julgado…

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Exclusivo!!! O vídeodepoimento de Júnior Bolinha…

Acusado de ser o articulador do assassinato do jornalista Décio Sá teria falado ao delegado Ney Anderson – que não aparece nas imagens – cita diretamente o empresário Marcos Regadas e acusa de quadrilha um grupo de pessoas sem sobrenome identificado

 

O ex-empresário José Raimundo Sales Chaves Júnior, o Júnior Bolinha, revelou ao que seria o  delegado Ney Anderson – então membro da Superintendência de Investigações Criminais (Seic) – uma verdadeira quadrilha envolvendo o que seriam figurões.

O blog Marco Aurélio D’Eça teve acesso a um recorte do suposto depoimento de Bolinha a uma pessoa que seria Ney Anderson (cuja voz foi confirmada por pessoas próximas), cita nominalmente o empresário Marcos Regadas e fala de uma quadrilha envolvendo um “secretário”, uma pessoa de nome “Ricardo” e outra, de nome “Marco Aurélio”.

O recorte do depoimento em poder deste blog tem apenas 27 segundos, o que torna impossível identificar, por contexto, quem seriam os tais “secretário”, “Ricardo” e “Marco Aurélio”.

Também não fica claro se o depoimento tem relação com o caso Décio Sá, uma vez que em nenhum momento do curto recorte esse dado é citado.

A conversa inicia com a pessoa que seria Ney Anderson fazendo uma pergunta direta ao ex-empresário:

– O senhor acha que o Marco Aurélio tinha contato com o Marcos Regadas?!? – pergunta o delegado.

Bolinha apenas balança a cabeça positivamente, levando o delegado a questionar: “porquê?!?“.

– Porque, doutor, na realidade é uma quadrilha; é o Marco Aurélio, é o secretário, é o Ricardo, é uma quadrilha. Eles tudo são amigos (sic). O Marco Aurélio já comprou apartamento na mão de Marcos Regadas, todo mundo sabe – afirma Bolinha.

A exceção do nome de Regadas, que ele cita com sobrenome, não fica claro no recorte do depoimento quem são os outros personagens citados.

O titular do blog Marco Aurélio D’Eça acionou pessoas próximas ao delegado Ney Anderson, que confirmaram ser dele a voz que interroga Bolinha.

AS PERGUNTAS FEITAS AO SECRETÁRIO JEFFERSON PORTELA, sem resposta até a edição deste post

O titular do blog também acionou um número de telefone que seria do secretário de Segurança Jefferson Portela, a quem encaminhou o vídeo e fez a seguinte pergunta:

– Você poderia me confirmar se esse vídeo é autêntico?!? E foi mesmo gravado pela SEIC?!?.

A pergunta a Portela – sem resposta até o agendamento deste post – foi feita na quarta-feira, 1º, às 11h56.

O vídeo, na verdade, já circula há algum tempo nos meios políticos e jornalísticos; o depoimento teria sido o motivo do afastamento do delegado Ney Anderson do caso Décio, já na gestão de Jefferson Portela.

DELEGADO NEY ANDERSON: DISPOSIÇÃO PARA REABRIR O CASO DÉCIO e transferência para delegacias de bairro

Segundo apurou este blog, Anderson foi transferido para a Delegacia do Vinhais e, posteriormente, à Delegacia da Cidade Operária, de onde pediu licença temporária.

O blog tem informações de que há um outro vídeo – ainda mais tenso – com depoimento de Fábio Aurélio Saraiva Silva, o Fábio Capita, também ao delegado Ney Anderson.

Mas esta é uma outra história…

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Sete anos depois assassinato de Décio Sá continua obscuro…

Suspeitas de manipulação de inquérito, acusações contra membros do Ministério Público e da polícia – e um estranho silêncio da Justiça – marcam as investigações e o processo envolvendo políticos, policiais, empresários e criminosos de todo tipo

 

TÚMULO DO JORNALISTA DÉCIO SÁ: após o enterro, o silêncio de “colegas jornalistas” “políticos amigos”, policia, Ministério Público e Justiça

Há um estranho silêncio entre políticos, policiais, membros do Judiciário e até da imprensa quando o assunto é a morte do jornalista Décio Sá.

Curiosamente, muitos desses políticos e jornalistas que hoje se calam diante da evidência de manipulação do inquérito policial que apurou o assassinato, eram os mesmos que batiam no peito dizendo-se “amigo e aliado” do jornalista.

Décio Sá foi assassinado no dia 23 de abril de 2012, em um restaurante na Avenida Litorânea.

Quase dois meses depois, em 13 de junho, a polícia apresentou os supostos responsáveis, misturando no mesmo rol gente da polícia, empresários, políticos, agiotas e bandidos cruéis.

Mas a lógica que levou à motivação do crime nunca foi claramente explicada; nem pela Polícia, muito menos pelo Ministério Público ou pela Justiça. (Entenda aqui e aqui).

Apontado como agenciador do pistoleiro que executou Décio, o ex-empresário José Raimundo Sales Chaves Júnior, o Júnior Bolinha, acusou desde sempre empresários da construção civil pela morte do jornalista.

O blog Marco Aurélio D’Eça chegou a publicar a carta de Bolinha encaminhada à Justiça, mas foi obrigado a retirá-la da página no dia 5 de agosto de 2013, por decisão do juiz Sebastião Joaquim Lima Bonfim.

JÚNIOR BOLINHA: PEÇA-CHAVE, IGNORADO PELA POLÍCIA, isolado pela Política e desprezado pela Justiça e pela sociedade

Segundo Bolinha, à época, houve uma trama nos porões da Secretaria de Segurança para direcionar o caso – prendendo bodes expiatórios e protegendo figurões da alta sociedade, ligados a políticos.

E essa trama teria envolvido políticos  com poder à época, empresários e policiais do comando da Secretaria de Segurança.

De lá para cá, muitas têm sido as tentativas de reabrir o caso, todas esbarrando na má vontade da Justiça, do Ministério Público e da própria polícia.

Último a tentar ouvir novas versões do caso, o delegado Ney Anderson foi transferido da Seic após ouvir Júnior Bolinha e outras testemunhas.

O fato é que, sete anos depois, a morte do jornalista tem um autor preso – o pistoleiro Jonathan de Souza – outros 12 supostos envolvidos pronunciado a Júri popular, mas em liberdade, e uma série de furos que a polícia, a justiça e o Ministério Público se recusam a esclarecer.

E tudo parece caminhar para o esquecimento.

Por parte dos próprios colegas, inclusive…

Leia também:

Juiz arquiva pedido de Raimundo Cutrim para nova investigação do caso Décio…

Júnior Bolinha desabafa e conta tudo em audiência na Justiça…

As confissões de Jonathan de Souza….

O misterioso caso Valdêmio…

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O depoimento que mexe com o caso Décio e o abafa dos agentes públicos…

Às vésperas do sétimo aniversário de morte do jornalista, denúncias feitas há mais de um ano pelo ex-empresário Júnior Bolinha voltam a incomodar os bastidores da Polícia e do Ministério Público, que preferem evitar o assunto

 

DEPOIMENTO DE BOLINHA À SEIC ASSOMBRA BASTIDORES DO CASO DÉCIO há mais de um ano; polícia e MP preferem silenciar

Janeiro de 2018. O ex-empresário júnior Bolinha – pronunciado a Júri Popular por envolvimento na morte do jornalista Décio Sá – presta sigiloso depoimento ao Departamento de Combate ao Crime Organizado (DCCO) da Superintendência de Investigações Criminais (Seic).

Na conversa com a polícia, Bolinha acusa políticos, empresários, a própria polícia e agentes do Ministério Público de atuarem para direcionar as investigações e evitar alcançar outros envolvidos. (Entenda aqui)

Detalhe: o ex-empresário fala do caso respondendo a uma pergunta do próprio chefe do DCCO, delegado Ney Anderson Gaspar, que quis saber se houve direcionamento nas investigações.

Março de 2018. Após o depoimento de Bolinha vir à tona, repercutindo nos meios políticos, empresariais e policiais, Ney Anderson é transferido do seu departamento para uma delegacia de bairro. (Saiba mais aqui)

DELEGADO NEY ANDERSON FOI TRANSFERIDO DA SEIC LOGO APÓS OUVIR BOLINHA; agora está na delegacia de bairro

Um ano depois, agora em março de 2019, estranhamente, esse mesmo depoimento de Bolinha volta a mexer com os bastidores do caso Décio, sem que haja qualquer novidade que posa levar a uma retomada do caso.

E mais uma vez, polícia, justiça e Ministério Público tratam de desconversar ou silenciar sobre o assunto.

Será por quê?!?

Leia também:

Júnior Bolinha desabafa e conta tudo em audiência…

Afinal, quem os protege?!?

Júnior Bolinha cara a cara com empresário na Justiça…

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Aluisio Mendes afirma serem mentirosas acusações sobre caso Décio Sá…

Secretário de Segurança na época da morte do jornalista, deputado federal chama Júnior Bolinha de mentiroso e diz nunca ter tido relação de amizade ou proximidade com o promotor Marco Aurélio Rodrigues

 

Aluisio em depoimento na AL, com Raimundo Cutrim ao fundo

O deputado federal Aluisio Mendes reagiu com indignação às acusações, atribuídas a Júnior Bolinha, de que teria interferido na investigação do assassinato do jornalista Décio Sá.

Bolinha é tido como um dos mandantes da morte de Décio, e prestou depoimento em janeiro, que levou à reabertura do caso.

O parlamentar requereu oficialmente à Superintendência de Polícia da Secretaria de Segurança que forneça as informações e tome as providências necessárias para que possa ajuizar todas as medidas legais contra as declarações que afirma serem levianas mentirosas.

“Repudio veementemente a tentativa de um criminoso de atingir a minha honra, e vou interpela-lo judicialmente. Como secretário de Segurança Pública naquela época, dei total apoio e autonomia à equipe da Polícia Civil que investigou o caso, sem ter nenhuma interferência na investigação”, enfatizou Aluisio Mendes, em nota de esclarecimento.

O deputado esclareceu ainda que nunca trabalhou como policial federal ou manteve relação de amizade com o promotor Marco Aurélio Rodrigues, do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco). E que também não teve qualquer relacionamento com o empresário Marcos Regadas, ao contrário do que teria dito Júnior Bolinha em depoimento.

“São declarações totalmente mentirosas e caluniosas”, reagiu Aluisio Mendes.

Também em nota, o Ministério Público afirmou ser “inverídico e leviano o depoimento veiculado na mídia que imputa ao promotor Marco Aurélio Rodrigues a prática de condutas criminosas no curso da investigação referente ao assassinato do jornalista Décio Sá”. E que o documento divulgado “traz a pretensão de macular a honra e a imagem do promotor cuja atuação profissional é marcada com notas indeléveis de retidão e respeito aos princípios constitucionais e republicanos”.

Abaixo, a nota de Aluísio Mendes:

 

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Em respeito à população maranhense e a bem da verdade, esclareço que é totalmente MENTIROSA e CALUNIOSA a declaração que “teria” sido dada pelo criminoso conhecido pela alcunha de “Júnior Bolinha”, a qual “constaria” de depoimento dele.

Já requeri oficialmente à Superintendência de Polícia da Secretaria de Segurança que me forneça as informações e tome as providências necessárias para que possa ajuizar todas as medidas legais contra tão levianas e mentirosas declarações, pois repudio veementemente a tentativa de um criminoso de atingir a minha honra, e vou interpela-lo judicialmente.

Quanto às investigações do covarde assassinato do respeitável jornalista Décio Sá, no decorrer de todo o processo, quando era secretário de Segurança Pública, dei total apoio e autonomia à equipe da Polícia Civil que investigou o caso, sem ter nenhuma interferência na investigação.

A bem da verdade, afirmo que não atuei como policial federal – em Roraima ou em qualquer outro estado – com o promotor Marco Aurélio, a quem somente conheci em São Luís e com quem só mantive relações de trabalho.

Do mesmo modo, afirmo ser totalmente mentirosa e ofensiva a acusação de que teria recebido dinheiro do empresário Marcos Regadas, com quem nunca tive qualquer relacionamento.

Por fim, reafirmo que, como secretário de Segurança Pública, garanti todas as condições para que o assassinato do jornalista Décio Sá fosse elucidado e os responsáveis punidos, em respeito à família da vítima e à toda a sociedade maranhense, que não pode conviver com a impunidade dos criminosos. 

Aluísio Mendes

Deputado federal