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Em debate com Camarão, Lahésio exibe baixa estatura política

Ex-candidato a governador mostra-se vazio, sem conteúdo e propício ao debate raso, ofensivo e preconceituoso, reflexo da falta de preparo que atinge boa parte da classe política maranhense, acostumada apenas ao populismo das ruas e das redes sociais; e mostra ainda que seu desempenho em 2022 é resultado apenas de um momento histórico específico

 

Lahésio Bonfim: conteúdo político menor, populismo, reducionismo e valores culturais dispensáveis na convivência social

Análise da notícia

O ex-candidato a governador Lahésio Bonfim (Novo) perdeu o tom no debate político travado com o governador em exercício Felipe Camarão (PT) sobre o desempenho do Maranhão no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Raso, desarticulado, sem conteúdo e reducionista, o médico demonstra ter pouco preparo para o debate das ideias; e revelou-se extremamente preconceituoso, reflexo de sua postura de direita conservadora, populista, machista, racista e homofóbica.

– Sabe qual é o seu maior problema, governador? O senhor não se assume! Governador em exercício Felipe Camarão, sai do armário, cara, fica mais bonito pra ti – disse Lahesio em contraponto a Camarão.

Ao questionar a orientação sexual do governador  – casado, pai de duas filhas – o ex-candidato a governador se perde na própria visão de mundo.

Primeiro, por achar que seja ofensa questionar a sexualidade de alguém ou taxar alguém pela orientação sexual ou identidade de gênero; segundo, que levar para um debate público questões como esta revela uma mentalidade tacanha e um baixo nível cultural.

Infelizmente, a postura de Lahésio Bonfim é uma realidade geralmente vivida por quem de direita, conservador e religioso, que tem uma cosmovisão reduzida a dogmas e superstições.

A postura do ex-candidato a governador vai provando à história que sua performance nas eleições de 2022 foi muito mais ocasional do que se imaginava; fruto de um momento histórico específico e não pelas características do próprio candidato.

E neste caso é preciso dizer: felizmente, tudo passa… 

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Imagens do dia: Brandão sucumbe à homofobia…

Governador mostrou avanço em sua comunicação oficial com um casal homoafetivo ilustrando campanha de vacinação, mas sofreu forte pressão da ala conservadora do governo e o deboche do ex-adversário – e extremista de direita – Dr. Lahésio Bonfim; e acabou por retirar as placas

Acima a foto progressista com o casal homoafetivo na campanha de vacinação; abaixo, a placa que substituiu a anterior nesta segunda-feira, 16

A comunicação do governo Carlos Brandão (PSB) mostrou certo avanço, semana passada, na divulgação de uma campanha por vacinação no estado.

Um casal homoafetivo com uma criança no colo ilustrava a campanha, que dizia “aqui em casa todo mundo se vacinou” ao lado de outra inscrição: “família vacinada.”

Nada mais avançado para um governador de histórico ultraconservador.

Mas a pressão de setores conservadores do governo – que, embora seja aliado do governo Lula, tem forte tendência de direita – acabou levando a comunicação a repensar a placa.

Sem falar em um deboche do ex-candidato a governador Dr. Lahésio Bonfim, mostrada pelo site “Maranhão Hoje” ainda na segunda-feira, 9; Lahésio provocou publicamente em suas redes sociais:

– Achei essa propaganda do governo Brandão muito interessante; alguém pode mostrar ao pastor José Guimarães Coutinho – disse Lahésio, como se o dono da igreja Assembleia de Deus fosse a referência moral de toda a sociedade maranhense. Não é.

O blog Marrapá mostrou nesta segunda-feira, 16, que no local da placa com o casal homoafetivo, há outra, com uma moça vacinada. (Veja aqui)

O governo Brandão sucumbiu à pressão homofóbica e ao deboche dos que usam os pontos e contrapontos da sociedade de acordo com as próprias conveniências.

E sobrou mais essa para a comunicação do governo…

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Racismo que ocorreu no Educalis é comum nas escolas privadas de SLZ

Colégios da chamada elite tradicional da capital vivenciam sistematicamente casos de preconceito velado contra negros, homoafetivos e bolsistas, que vez por outra explodem em crises entre alunos e familiares; mas a prática resiste até mesmo em escolas públicas

 

O ambiente escolar elitista e com segregação de classes é estímulo para o racismo, que está na raiz, inclusive educacional, no Brasil

Editorial

O caso de racismo puro e simples praticado por um aluno do Colégio Educalis, em São Luís, teve forte repercussão nacional esta semana; mas a prática é mais comum do que parece na rede privada da capital maranhense.

Escolas que se apresentam como da elite ludovicense vivenciam sistematicamente casos de preconceito contra negros, homoafetivos, transgêneros, bolsistas e até professores.

Algumas, mais tradicionalistas e católicas, por exemplo, até proíbem debates sobre aborto, casamentos homoafetivos e outros assuntos tidos por polêmicos.

A decisão do Educalis de expulsar o aluno racista poderia merecer aplausos, mas só foi tomada sob pressão; a principio, a punição da direção para crime tão hediondo seria apenas três dias de suspensão.

Tanto que o perfil do colégio em uma rede social chegou a curtir comentário de um dos prováveis pais dizendo que o aluno racista “precisaria de apoio, não de punição”.

E o insultado, cara-pálida? Precisaria de quê? de conviver calado e sem reação com um nazistinha auto-declarado supremacista?

Escolas públicas em tensão permanente

Mas o racismo e o preconceito ocorrem também, e com muito mais radicalismo, nas escolas públicas, onde as classes sociais esquecidas – “pobres de tão pretos ou pretos de tão pobres”? – tendem a matricular os filhos.

É para as escolas públicas que vão, por exemplo, a maior parte dos transgêneros, ainda sem noção de sua identidade de gênero e tratado apenas por gay ou travesti em comunidades sem conhecimento e professores ignorantes.

Stheffany Pereira, mulher transgênero que sofreu preconceito e humilhação quando de sua passagem pelo Liceu Maranhense

Quem não se lembra do caso da trans Stheffany Pereira, impedida por colegas e pela direção do Liceu Maranhense de usar o banheiro feminino?

O racismo estrutural  – e junto com ele o preconceito, a homofobia, a transfobia e a segregação social – precisam ser combatidos em sua raiz histórica. 

E isso significa uma revisão histórica de tudo o que fez a sociedade achar que negro é uma raça inferior.

Achar “radicalismo desnecessário” o ativismo revisionista de casos como o de Monteiro Lobato – racista, nazista e preconceituoso, que estimulava, de forma elisiva e subliminar a segregação de classes e raças – não passa de uma forma elitista de manter negros e brancos separados entre a casagrande e a senzala.

Essa revisão precisa chegar na raiz, incluindo a tradição católica-apostólica-romana, que, afinal, foi fundada em pilares racistas, escravagistas e sexistas de seu fundador e símbolo maior.

Mas esta é uma outra história…

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Damares Alves receberá medalha do Mérito na Assembleia Legislativa…

Iniciativa é da deputada estadual Mical Damasceno (PTB), como reconhecimento ás ações da ministra de Direitos Humanos e Família do governo Jair Bolsonaro; solenidade marcada para o dia 24 de setembro

 

MICAL DAMASCENO ESTEVE COM DAMARES EM BRASÍLIA e decidiu homenageá-la com medalha da Assembleia Legislativa

Uma das mais polêmicas ministras do governo Jair Bolsonaro (PSL), a titular dos Direitos Humanos e Família, Damares Alves, estará em São Luís no dia 24 de setembro.

Ela vai receber a Medalha do Mérito Manuel Beckman, maior honraria da Assembleia Legislativa, concedida aos que atuaram de forma representativa pelo bem do Maranhão.

A medalha a Damares foi dada pela deputada Mical Damasceno (PTB), aliada do governo comunista de Flávio Dino e, ao mesmo tempo, aliada também do presidente Jair Bolsonaro.

A ministra, que é pastora evangélica, ficou conhecida por suas ações polêmicas na pasta dos Direitos Humanos, como a troca de membros do Conselho Nacional dos Direitos Humanos e pela frase “menina veste rosa e menino veste azul”. (Entenda aqui e aqui)

Para a solenidade foram convidados líderes religiosos, aliados de Jair Bolsonaro e representantes do governo Flávio Dino…

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Advogados denunciarão aluno da Ufma que ofendeu gays após vitória de Bolsonaro

Representantes do Grupo de Advogados pela Diversidade Sexual e de Gênero e o Coletivo de Assessoria Jurídica Popular e Feminista entregam representação contra Marcos Silveira nesta terça-feira, 30, ao Ministério Público

 

Um dos posts de Marcos Silveira: agressão a esquerdistas, gays e vítimas da tortura

Um grupo de advogados que atua em defesa da diversidade sexual  de gênero (Gadvs), e o coletivo de apoio jurídico feminista, vão denunciar nesta terça-feira, 30, o estudante de Química Marcos Silveira, da Universidade Federal do Maranhão (Ufma).

Logo após a vitória de Jair Bolsonaro para presidente da República, Silveira publicou postagens homofóbicas, sexistas e xenófobas nas redes sociais.

– Atenção, geral! Tá liberada a caça legal aos viadinhos – provocou o estudante, oferecendo uma caixa de cerveja por cada homossexual que visse “no chão”.

Em outra postagem, Marcos Silveira fez elogios ao coronel Brilhante Ustra, considerado um dos maiores torturadores da ditadura militar brasileira.

As publicações provocaram repulsa na comunidade acadêmica, e repercutiram fortemente em todo o país, gerando reações de protesto contra o estudante.

Ele chegou a apagar as agressões de seus perfis – e publicou um pedido formal de desculpas – mas só depois que seus ataques haviam se espalhado país a fora.

Marcos Silveira será denunciado criminalmente, e poderá responder por crimes de ódio, apologia à tortura e homofobia.

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O drama familiar de Cabo Campos…

Às vésperas do Dia Internacional da Mulher, parlamentar evangélico se vê às voltas com um debate envolvendo questões de gênero, orientação sexual e religião que perpassa a questão policial e deve ser visto também com um olhar do ponto de vista social

Cabo Campos, um mundo caído em três atos: o dele, o da mulher e o da filha…

Editorial

O deputado estadual evangélico Cabo Campos (PSC) viu, de uma hora para outra, seu mundo particular ruir como uma montanha de cartas.

Sua mulher, com quem vive há 26 anos, o denunciou por agressão continuada e teve o caso elevado à enésima potência na mídia e na Assembleia Legislativa.

Sua filha, tentando remediar a situação, expôs ainda mais a família, revelando a própria homossexualidade em um contexto impregnado de religião por todos os lados.

A casa caiu para o deputado, literalmente.

E, para completar, tudo isso ocorre às vésperas do Dia Internacional da Mulher.

A agressão à esposa – registrada na delegacia e já investigada em vários níveis – é um crime imperdoável, qualquer que seja a justificativa usada pelo deputado ou sua defesa.

Mas independentemente das questões policiais e de Justiça, é preciso entender que Cabo Campos e sua família vivem um drama sem precedentes nos meios políticos e midiáticos do Maranhão.

É preciso acompanhar tudo isso com os olhos que possam ver além do sensacionalismo, para além do linchamento social ou moral; e para além das questões de religião ou de gênero.

Cabo Campos cometeu um crime que precisa ser punido com exemplar medida, até pela posição social que ele ocupa.

Mas qualquer que seja o final da novela, nada vai reparar o desastre familiar que se viu após repercussão do escândalo.

E isso também precisa ser levado em conta…

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Sobre opressão e reação…

Incrível que até aparentes defensores da igualdade e da equidade critiquem a “forma agressiva” com que se tenta punir racistas e machistas de toda sorte; esquecem esses “coerentes e serenos” que ações de afirmação de gênero, de raça e de condição sexual – por mais duras que sejam – refletem apenas reação a um processo histórico opressor

 

O assédio é fruto do machismo arraigado na cultura brasileira; e o feminismo é só uma reação a isso

Editorial

Nos últimos dias, intensos debates sobre racismo, machismo, feminismo e homofobia surgiram nas redes sociais por fatos envolvendo pessoas famosas ou nem tanto assim.

E houve casos, inclusive, em São Luís.

Muita gente boa, aparentemente com boa formação, tem metido a colher nesta questão.

E é incrível que até aparentes defensores da equidade de gênero, da igualdade de raças e de condição sexual tentem pichar uma reação ao racismo e ao machismo com  as cores da “agressividade”.

Tudo o que se vê hoje contra o machismo, contra o racismo, contra a homofobia é uma reação, não uma ação.

As feministas que gritam nas ruas contra a opressão do “macho” estão em desabafo, espécie de catarse de um longo período de ações de tipos como estes ora em xeque – que assediam mulheres, humilham e oprimem as que não aceitam suas cantadas e manipulam para prejudicar quem resiste a eles.

Natural que a reação a estes tipos provoque uma histeria coletiva.

Mas ainda assim, essa aparente histeria é apenas reação a tudo o que estes tipos já fizeram em um longo processo histórico-cultural de um país ainda com viés primitivo.

Não são os negros que escolhem a segregação; e a reação deles a isso deve ser encarada apenas como reação

Qualquer violência do negro em relação à elite branca deve ser encarada como reação ao processo histórico de opressão.

Não se pode condenar um negro por odiar um branco. Este ódio não nasceu com ele, mas é fruto da reação a um processo histórico.

Da mesma forma, uma feminista que grita e agride um brucutu machista está apenas reagindo a ele.

Assim vale também para todos os exageros dos GLBT.

Qualquer exagero do movimento LGBT deve ser visto como efeito colateral de uma necessidade de afirmação

Gays, lésbicas, transexuais, transgêneros e todos os inúmeros tipos que definem a condição sexual – condição não é opção, deixe-se claro – podem até ser agressivos, violentos, grosseiros, provocadores… mas, ainda assim, estão apenas reagindo, não agindo.

O feminismo pode ser tão agressivo quanto o machismo. Mas é o machismo que está errado  precisa ser combatido, não o feminismo.

E é isso que intelectuais e pensadores precisam compreender.

Ou pelo menos deveriam ensinar…

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O primitivismo de Silas Mafalaia…

Pastor da Assembleia de Deus – que agora leva a pecha também de indiciado por corrupção  lavagem de dinheiro – expõe mais uma de suas boçalidades e é desqualificado pela brilhante e politizada atriz Vera Holtz

A boçalidade (mais uma) de Malafaia

O enquadramento de Vera Holtz

 

 

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Levy Fidélix é condenado por homofobia…

Ao responder a questionamento sobre leis para o segmento LGBT, na campanha de 2014, candidato a presidente falou em “combater homossexuais” e disse que eles precisam ser atendidos “no plano psicológico”

Levy Fidélix: apenas um estúpido

A Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania de São Paulo manteve a condenação do presidente do PRTB, Levy Fidelix, foi multado por ‘prática de discriminação homofóbica’. Fidelix deverá pagar R$ 25.070 por ter feito declarações homofóbicas durante debate das eleições de 2014.

A denúncia de discriminação homofóbica foi formulada pela Coordenação de Política para a Diversidade Sexual do Estado de São Paulo, contra Levy Fidelix.

Durante o debate de 2014, a candidata Luciana Genro (PSOL) fez uma pergunta a Fidelix sobre suas políticas para a defesa dos direitos da chamada comunidade LGBT, de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais, no caso de ser eleito.

Na resposta, o candidato do PRTB associou a homossexualidade à pedofilia e a doenças mentais e fez uma espécie de conclamação da maioria para o “enfrentamento” da minoria sexual.

– Aparelho excretor não reproduz. Como é que pode um pai de família, um avô, ficar aqui escorado porque tem medo de perder voto? Prefiro não ter esses votos, mas ser um pai, um avô que tem vergonha na cara, que instrua seu filho, que instrua seu neto. Vamos acabar com essa historinha. Eu vi agora o santo padre, o papa, expurgar – fez muito bem – do Vaticano um pedófilo – afirmou Fidélix

Ainda no debate, o candidato dom PRTB continuou com o discurso:

– Então, gente, vamos ter coragem. Nós somos maioria, vamos enfrentar essa minoria. Vamos enfrentá-los. Não tenha medo de dizer ‘sou pai, uma mãe, vovô’, e o mais importante é que esses que têm esses problemas realmente sejam atendidos no plano psicológico e afetivo, mas bem longe da gente, bem longe mesmo porque aqui não dá.

Fidélix responde a outros processos por agressões a LGBTs…

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O que é homofobia?!?

portopor Luiz Carlos Porto*, com ilustração do blog

Homofobia é um assunto polêmico, altamente delicado e que desperta muitas paixões. Quando colocado em pauta de discussão, normalmente são realçados dois extremos: paixões incendiadas ou silencio total. A pergunta que cabe aqui, é: por que não procuramos um equilíbrio civilizado que inclua direitos, deveres, liberdade de pensamento, liberdade religiosa e tolerância?

Antes de ir direto ao assunto quero esclarecer algumas questões que, certamente, vão nos ajudar nessa reflexão. Primeiro, veremos a origem e significado da palavra FOBIA. Esta palavra tem origem na palavra grega FOBOS, que significa medo, aversão, repulsa por alguma coisa ou lugar. Para ilustrar: CLAUSTROFOBIA é o medo extremo de lugares fechados e onde tem muitas pessoas; AGIROFOBIA é o medo de ruas ou cruzamentos de ruas; NICTOFOBIA é o medo de lugares escuros.

Na verdade, existem fobias para todos os gostos e situações.

Ninguém é imune a tudo. Sempre existirão circunstâncias que denunciarão alguma atitude de repulsa, de medo, de insegurança e até de preconceito. Então, diante de tantas fobias, encontramos a mais popular, discutida e uma das mais praticadas, que é a HOMOFOBIA. Certamente a fobia mais dificil de ser tratada, pelo fato de ser uma fobia social. Esta nada mais é do que a aversão e repulsa que algumas pessoas tem contra os homossexuais, lésbicas, travestis, transexuais.

Essa atitude preconceituosa é percebida quando a pessoa de orientação homossexual é vítima de chacota na escola, ou tem portas fechadas no mercado de trabalho, ou até mesmo violentadas fisicamente em nossas cidades – fato não muito incomum.

Os homossexuais são cidadãos do mesmo nível que os heterossexuais; eles são trabalhadores, são empresários, estudantes, estão no campo e na cidade, pagam impostos, tem família, etc. Ou seja: perante a lei devem ter os mesmos direitos e deveres. À eles, é assegurado por lei um convívio social cidadão.

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Mas a mesma lei que garante igualdade civil também garante a liberdade de pensamento e a liberdade religiosa.

Isso significa que todo cidadão pode expressar livremente suas idéias, seus pontos de vista, suas pressuposições sobre qualquer coisa, fatos, eventos desde que não gere problemas de segurança nacional ou fira a honra de alguém. Em nosso país todo pensamento e ideologia política tem guarida garantida por lei. Podemos concordar e podemos discordar. Podemos concordar com a política do governo, mas podemos discordar. Podemos concordar com a justiça, mas podemos também discordar. Sempre mantendo o respeito às leis e a honra das pessoas, somos livres para expressar nossos pensamentos.

Assim também acontece do ponto de vista religioso. Considerando que o Estado é laico, não religioso, sem religião oficial, o governo não pode legislar assuntos religiosos. Cada religião é soberana na sua doutrina, governo e liturgia. Mas a pratica religiosa não pode afrontar a segurança nacional nem a honra das pessoas estranhas àquela religião.

Ora, em toda religião existem coisas permitidas e coisas proibidas. Princípios de fé e princípios refutáveis. Um exemplo: o cristianismo bíblico crê na ressurreição, o espiritismo crê na reencarnação. Ambas doutrinas são excludentes. Ressurreição e reencarnação não andam juntas. O Estado vai se meter nesse negocio? Não! Cristãos e espíritas andam em pé de guerra? Absolutamente, não!

Por que? Porque é um principio de fé pessoal. Acredita e pratica quem quiser.

Sexuality

Quando o livre pensamento e a livre prática da fé religiosa entende e crê que sua doutrina de gênero não inclue o homossexualismo, isto é, compreende que isso não é uma pratica natural, daí vamos dizer que tais pessoas são homofóbicas? Em hipótese alguma! A Constituição Federal garante o livre pensamento e a livre expressão de fé.

A liberdade de expressão e a liberdade religiosa são coberturas para a homofobia? De jeito nenhum! HOMOFOBIA É CRIME. Nesse país todos são livres para expressarem sua sexualidade. A expressão de gênero não leva ninguém para a cadeia. E deve ser assim mesmo em qualquer sociedade democrática.

Lembrar nunca faz mal: o livre pensamento e a prática religiosa não devem atacar o caráter das pessoas, não devem fechar as portas de emprego e nem devem deixar de convidar o amigo homossexual para o aniversario do filho ou para a festa de natal.

A justiça tem que punir os preconceituosos, os agressores, os intolerantes. Mas não pode punir quem pensa diferente, quem crê diferente.

Nesse país é fácil encontrar atitudes homofóbicas. Mas também tem sido fácil lançar o rótulo de homofóbico em pessoas que pensam diferente e crêem diferente. Tudo tem o seu lugar. Com tolerância, mas sem negociar princípios, homossexuais e heterossexuais podem conviver pacificamente na sociedade.

armario

Afinal de contas, a instância julgadora é outra. O tribunal é outro. E todas as pessoas serão julgadas na eternidade pelo que fizeram ou deixaram de fazer.

Enquanto isso, na instância daqui, mesmo não concordando, respeitemos as decisões do nosso próximo, pois cada um é responsável pelos seus atos. Mas se alguém encontrar ouvidos para ouvir seu pensamento e a sua fé, aproveite a oportunidade.

Mas faça isso com amor e respeito pelo seu ouvinte.

*pastor presbiteriano; ex-vice-governador, atual vice-prefeito de imperatriz