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A maiúscula vitória de Assis Ramos em Imperatriz…

O resultado apertado – 26,04% a 24,97% – e a virada nos últimos momentos não simbolizam politicamente tanto quanto o valor em si da reeleição do prefeito em um ambiente extremamente hostil e pressionado por ex-prefeitos e Governo do Estado

 

Assis Ramos sai das runas de Imperatriz consolidado como liderança regional e com cacife elevado para a sucessão do governador Flávio Dino, em 2022

O resultado das eleições em Imperatriz pode ter sido apertado, mas o simbolismo da vitória do prefeito Assis Ramos (DEM) tem um valor histórico sem precedentes.

Assis virou nos últimos momentos o jogo contra o deputado Marco Aurélio, candidato do governo Flávio Dino, (PCdoB), derrotando ao mesmo tempo dois ex-prefeitos – Ildon Marques (PP) e Sebastião Madeira (PSDB).

|Diferentemente das eleições de 2016, quando foi a surpresa e venceu uma disputa então polarizada na base do próprio governo comunista, desta vez Assis entrou sabendo quem enfrentaria e de que forma eles iriam para a disputa.

Embora não contabilizado pelos analistas de plantão, a vitória do democrata em Imperatriz coloca na conta do grupo PDT/DEM mais um colégio eleitoral de significativo valor político.

E, agora reeleito, Assis Ramos também amplia seu cacife para 2022…

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Rubens Júnior acena para apoio a Eliziane Gama em 2022…

Pré-candidato do PCdoB a prefeito de São Luís recebeu apoio do Cidadania, nesta sexta-feira, 3, e declarou que aliança se estenderá também para 2022; como ele espera eleger-se em 2020 e ela não precisa disputar eleições de daqui a dois anos, significa uma sinalização para a candidatura da senadora ao governo

 

Rubens Júnior confirmou o blog Marco Aurélio D’Eça e colocou Eliziane Gama no debate sobre a sucessão do governador Flávio Dino em 2022

 

O pré-candidato do PCdoB a prefeito de São Luís, Rubens Pereira Júnior, apontou para um novo cenário eleitoral no Maranhão em 2022, ao receber nesta sexta-feira, 3, o apoio da senadora Eliziane Gama e do Cidadania.

– Não se trata de uma aliança política eleitoral para esta jornada; estaremos juntos, inclusive, em 2022 – afirmou Pereira Júnior.

A declaração do candidato comunista reafirma a inclusão da senadora nas eleições de governador, sobretudo pelo fato de que, fechado o compromisso de 2020, nem ele nem Eliziane Gama precisam disputar a sucessão do governador Flávio Dino (PCdoB).

Apesar de a própria Eliziane Gama não se manifestar, o blog Marco Aurélio D’Eça vem apontando seu nome como uma opção de peso para Flávio Dino no cenário, que já tem a disputa tácita entre o senador Weverton Rocha (PDT) e o vice-governador Carlos Brandão (PRB). (Releia aqui, aqui e aqui)

Representantes do PCdoB e do Cidadania participaram e uma solenidade virtual, com todos os parâmetros de proteção contra a coVID-19

Quando do anúncio do apoio do Cidadania ao PCdoB, este blog ressaltou também que a entrada de Eliziane na campanha de Rubens a colocava no jogo da sucessão.

Foi o que mostrou o post “Eliziane entra na campanha de Rubens e aponta para 2022…”

O próprio Rubens Júnior confirma agora este cenário, sobretudo pelo fato de que pretende chegar ao segundo turno e vencer as eleições.

E, vencendo, deixa claro que seu nome para 2022 é o de Eliziane Gama…

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Candidatos à sucessão de Dino disputam vaga no 2º turno em SLZ

Vice-governador Carlos Brandão e senadores Weverton Rocha e Eliziane Gama têm a disputa de seus candidatos à Prefeitura de São Luís como uma espécie de primeiro round da eleição estadual de 2022

 

Carlos Brandão, Weverton Rocha e Eliziane Gama têm o segundo turno de São Luís, em 2020, como primeiro passo à sucessão de Flávio Dino, em 2022

A pouco mais de dois meses para as convenções que irão definir os candidatos às eleições municipais, o governador Flávio Dino (PCdoB) conseguiu envolver na disputa de São Luís os principais interessados em sua própria sucessão.

O vice-governador Carlos Brandão (PRB) e os senadores Weverton Rocha (PD) e Eliziane Gama (Cidadania) vão se envolver diretamente nas eleições da capital, cada um no palanque de um candidato da base.

Objetivo é garantir seu pupilo no segundo turno, o que pode botar um deles um passo à frente na disputa de 2022.  

Brandão e Weverton largaram na frente.

Pré-candidato de 2022 com a provável vantagem de estar no cargo, o vice-governador assumiu a candidatura do deputado estadual Duarte Júnior (PRB), mais bem posicionado candidato da base dinista.

Já o senador do PDT apoiará o também deputado estadual Neto Evangelista (DEM), que polariza com Duarte a condição de vice-líder nas pesquisas de intenção de votos.

A senadora Eliziane Gama só agora se decidiu pelo apoio a Rubens Pereira Júnior (PCdoB), candidato que ainda não conseguiu deslanchar; mas ela chega em um momento crucial para a montagem da coligação.

E com o cacife eleitoral de estar no palanque do partido do próprio Flávio Dino.

O resultado das eleições de São Luís não chega a ser decisiva para consolidar ou tirar de 2022 um dos três interessados na sucessão de Flávio Dino – até por que não são eles a concorrer agora.

Mas a chegada dos seus candidatos ao segundo turno é um passo significativo em relação aos seus concorrentes de aqui a dois anos.

E isso dá uma emoção a mais à sucessão de 2020…

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Carlos Brandão articula forte bancada na Assembleia…

Além do ex-pedetista Fábio Macedo – que confirmou o convite, embora não tenha decidido ainda – Republicanos deve reunir tanto parlamentares da base do governo Flávio Dino quanto membros da chamada oposição

 

Brandão navega bem entre deputados estaduais na Assembleia Legislativa; e prepara construção de bancada própria

A saída do deputado estadual Fábio Macedo do PDT pode ter sido a senha de uma forte movimentação parlamentar na Assembleia Legislativa ao longo de 2020.

E o caminho é mesmo o Republicanos (ex-PRB), partido do vice-governador Carlos Brandão.

Especula-se na Casa que Brandão tenha, hoje, algo em torno de 10 deputados simpáticos aos eu projeto de poder, incluindo tanto deputados da base do governo Flávio Dino (PCdoB) quanto os que fazem oposição ao governo.

Alguns desses parlamentares deve entrar no Republicanos já em 2020; outros, esperam o fim das eleições municipais.

Sucessor natural de Flávio Dino, Brandão deve assumir o governo em abril de 2022, criando as condições para concorrer à reeleição.

E este é um trunfo que atrai aliados e desgarrados…

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Edivaldo e Eliziane: a terceira força no grupo de Flávio Dino…

O prefeito de São Luís e a senadora maranhense têm condições de polarizar a hegemonia política na base governista, desde que assumam papel de protagonistas, evitando estar a reboque de outras forças

 

Eliziane tem estado cada vez mais próxima do prefeito Edivaldo Júnior, que também se faz presente de maneira mais intensa em São Luís

Por qualquer ótica que se veja, a senadora Eliziane Gama (Cidadania) e o prefeito de São Luís Edivaldo Júnior (PDT) têm condições de assumir papel de destaque no grupo do governador Flávio Dino (PCdoB), tanto no cenário municipal quanto no estadual.

Eliziane aparece como melhor posicionada entre os membros da base dinista em qualquer pesquisa relacionada às eleições estaduais. Edivaldo, por sua vez, é quase unanimidade na base, por seu carisma – e ampliará seu cacife se deixar um legado ao término do mandato em São Luís.

Mas é preciso que ambos assumam papel de protagonista já agora nas eleições municipais, ao menos como apoiadores de candidaturas de fato competitivas, e não aventuras de últimas hora.

Tanto Eliziane quanto Edivaldo passaram 2019 distante do cenário, razão pela qual acabaram por ficar alheios ao debate sobre a sucessão.

Mas têm ainda cacife para influenciar as eleições.

Para isso, precisam sair das sombras de outras lideranças e assumir postura independente, capazes de demarcar o próprio território.

Hoje, o grupo Flávio Dino está dividido em dois subgrupos principais, liderado, de um lado, pelo senador Weverton Rocha (PDT) e, de outro, pelo vice-governador Carlos Brandão (PRB).

E os dois já polarizam a disputa pelo Governo do Estado.

Ao lado de Weverton estão o presidente da Assembleia Legislativa, Othelino Neto (PCdoB); o presidente da Famem, Erlânio Xavier (PDT); ao menos cinco deputados, vários deputados estaduais e vários prefeitos no interior.

Com Brandão devem seguir os secretários de Articulação Política, Marcelo Tavares, da Casa Civil Rodrigo Lago, de Projetos Especiais, Luís Fernando Silva, além de deputados e prefeitos – alguns oriundos de grupos formados pelo ex-governador José Reinaldo e por remanescentes do grupo Sarney.

As duas lideranças têm recebido forte estímulo do deputado federal Márcio Jerry, ele também em busca de protagonismo para se preparar para os anos vindouros

De qualquer lado que se posicionarem, tanto Edivaldo quanto Eliziane irão a reboque dessas forças, como meros coadjuvantes.

É de se respeitar, portanto, o movimento que os dois estão fazendo, desde último fim de semana, em busca do próprio protagonismo no debate interno do dinismo.

E não admira que o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) – ele próprio com risco de ser alijado do processo sucessório – esteja estimulando essa interlocução do prefeito e da senadora.

Os movimentos de hoje significam a busca pela própria sobrevivência política amanhã.

É simples assim…

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Roseana lidera pesquisa para o governo em São Luís…

Ex-governadora alcançou o primeiro lugar na pesquisa espontânea do Instituto Data Ilha, o que mostra força política na capital maranhense, sempre caracterizada como de oposição ao grupo Sarney

 

A bela Roseana Sarney lidera corrida pelo governo bem à frente dos candidatos da base do governo Flávio Dino

Um dos cenários medidos pelo Instituto Data Ilha na pesquisa divulgada semana passada avaliou a opinião do eleitor de São Luís sobre a sucessão do governador Flávio Dino (PCdoB).

Ao perguntar ao ludovicense em quem ele votaria para governador se as eleições fossem hoje a ex-governadora Roseana Sarney (MDB) surgiu como primeira colocada, alcançando 8,6%, índice altíssimo para uma resposta espontânea.

Sobretudo pelo fato de que São Luís sempre teve posicionamento contrário ao chamado grupo Sarney. 

Para se ter uma ideia da importância do levantamento, o segundo lugar para o governo é ocupado por Eduardo Braide (podemos), que lidera a disputa pela prefeitura.

Nenhum dos candidatos da base do governo Flávio Dino (PCdoB) registrou mais de 1,5% das intenções de voto.

Sinal de que o ciclo comunista no Maranhão começa a entrar em declínio…

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Eliziane Gama e Edivaldo Júnior alinhados sobre debate municipal…

Senadora tem se  reunido cada vez mais com o prefeito de São Luís para analisar o processo eleitoral, ocasiões em que conversam também com o deputado federal Márcio Jerry sobre o cenário estadual

 

Eliziane, Edivaldo e Márcio Jerry: troca de informações equilibradas sobre o cenário municipal e busca de unidade estadual

A senadora Elziane Gama (Cidadania) e o prefeito de São Luís, Edivaldo Júnior (PDT), estiveram na manhã de hoje reunidos no Palácio Henrique de La Rocque, em conversas informais sobre o processo eleitoral da capital maranhense.

O encontros entre as duas lideranças têm sido cada vez mais frequentes e tendem a formar um alinhamento sobre a sucessão do pedetista.

Na manhã de hoje, participaram da reunião também o empresario Inácio Mello, marido de Eliziane, e o deputado federal Márcio Jerry, presidente regional do PCdoB, outro entusiasta de uma unidade na base do governo Flávio Dino (PCdoB).

Segundo apurou o blog Marco Aurélio D’Eça, a intenção de Eliziane e de Edivaldo – agora com o apoio também de Márcio Jerry – é que essa unidade se reflita no processo municipal e também no estadual.

É aguardar e conferir, portanto…

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Weverton e Dino iniciam tratativas de 2020 com vistas a 2022…

Primeiro “diálogo” – para usar uma expressão do próprio governador – foi iniciado após declarações desencontradas tanto dele quanto do senador; “proposta” é de unidade em torno da candidatura de Rubens júnior

 

Apesar da foto posada, totalmente antijornalística, o clima no encontro de Flávio Dino e Weverton Rocha foi mais de reaproximação do que de diálogo de aliados

Apesar da costumeira foto antijornalística, feita para espalhar na mídia alinhada, foi em clima de constrangimento o início do encontro de ontem entre o governador Flávio Dino (PCdoB) e o senador Weverton Rocha (PCdoB), o primeiro após declarações desencontradas de ambos, no final de 2019.

Dino vinha se mostrando contrariado com a ostensividade com que Rocha vinha tratando a sucessão de 2022, atropelando o debate de 2020; e deu o troco, voluntariamente ou não, afirmando que a candidatura do seu vice, Carlos Brandão (PRB), “era natural no grupo para 2022”.

A conversa, testemunhada pelo deputado federal Márcio Jerry (PCdoB), e pelo presidente da Famem, Erlânio Xavier (PDT) – hoje o lugar-tenente do senador no Maranhão – foi ao poucos ganhando ares de reaproximação velada.

E terminou com uma”tese” igualmente velada, mas que ficou clara na mente de todos os presentes: o PCdoB quer o PDT na campanha comunista à Prefeitura de São Luís, como início de uma aliança que passa por 2022. O PDT, por sua vez, quer uma aliança com o PCdoB em São Luís, desde que tenha as garantias de reciprocidade em 2022.

A ideia ficou no ar, sem “sim ou não” de nenhuma das partes; mas serviu como esboço do que será discutido nas próximas conversas. 

E assim encerrou-se o “primeiro diálogo” entre Weverton Rocha e Flávio de Dino…

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Advogado vê eleições de 2020 e 2022 como “espetáculos dantescos”

Em artigo divulgado no fim de semana, Abdon Marinho lamenta que o pleito que se desenha para governador reúna apenas arrivistas de sempre, “os que enricaram enquanto diziam representar o povo”

 

Flávio Dino se deliciando com Mocotó em inauguração de reforma da Feira da Macaúba; para Abdon Marinho, comunista “apequena o estado”

O advogado Abdon Marinho, um dos principais cronistas da vida política maranhense, abordou em artigo no fim de semana aspectos das eleições de 2020 e de 2022, que ele classificou como “espetáculos dantescos”.

– Ficamos com a clara sensação que o homem de bem desistiu da política, resolveu deixar o comando dos destinos das cidades – e do estado –, nas mãos dos arrivistas de sempre, os que enricaram enquanto diziam representar o povo – apontou Marinho.

Criticando duramente  o abuso por parte dos candidatos – e do governador Flávio Dino (PCdoB) na promoção dos seus – o advogado ironizou o fato de o comunista ter participado de inauguração de reforma de feira, q e, na ua visão, apequena o estado.

Em seu artigo, intitulado “Eleições 2020: o começo do jogo e os desafios”, Abdon lamenta também que o comunismo não inaugurou um novo momento no estado, após 50 anos de comando do sarneysmo.

– Arriscamos-nos a dizer, até, que essa nova hegemonia se apresenta muito mais deletéria que a anterior, não apenas sob a ótica da dominação política como, também, no que se refere à gestão da máquina administrativa – apontou Marinho.

Falando especificamente das eleições municipais, o advogado entende que o pleito que se avizinha não trará qualquer novidade para o eleitor.

– O jogo político maranhense para esta eleição, e para a de 2022, se apresenta como o espetáculo dantesco. Com raríssimas exceções, impondo ao cidadão a obrigação de escolher entre o pior e o menos ruim – disse.

Abaixo, a íntegra do artigo de Abdon Marinho:

Eleições 2020: o começo do jogo e os desafios

Por Abdon Marinho

NO ÚLTIMO dia do ano passado um dos editores de jornalismo de uma emissora local me alcançou através de um aplicativo de celular. Queria uma entrevista sobre o calendário eleitoral, para o dia seguinte. Não vendo qualquer óbice, já marcamos para as oito e trinta horas do dia seguinte.

Se a primeira visita não parecesse muito adequado se falar de política logo no primeiro dia do ano, o assunto era mais do que oportuno. O dia primeiro já trazia as primeiras vedações a vincular os agentes e o processo político eleitoral como um todo, como por exemplo, a vedação de divulgação de pesquisas sem prévio registro na justiça eleitoral e dentro das balizas legais; a proibição de doar bens, valores ou benefícios por parte da administração pública, ressalvados os casos de calamidade pública ou programas sociais já em andamento e, ainda assim, podendo ser acompanhado pelo ministério público; a proibição de execução de programas sociais por entidades vinculadas nominalmente a candidatos ou por estes mantidas; e, por fim, a limitação à publicidade da administração pública federal, estadual ou municipal.

Quem tem acompanhado a cena política estadual – e nos municípios –, têm visto que desde o encerramento do último pleito municipal os pretendentes às sucessões já colocaram seus “blocos” nas ruas cometendo toda sorte de abusos.

Tais práticas recrudesceram a partir do término do pleito estadual – e posse dos eleitos –, quando acrescentou-se aos primeiros pretendentes uma série de outros pretendentes, estes, “calçados” nos mandatos de deputados estaduais e federais, que passaram a usar as prerrogativas e poderes inerentes aos cargos para se apresentarem como pré-candidatos e a fazerem campanhas com recursos públicos, se promovendo através das mais variadas mídias custeadas pelos contribuintes/eleitores.

Se no interior do estado – e mesmo na região metropolitana –, temos pretendentes ao cargo de alcaide e/ou vereadores substituindo o poder público na execução de obras ou mesmo destruindo benesses, tais como material de construção, cestas básicas, equipagem, equipamentos de som, motos, pneus, etc., e até mesmo refeições, além de promoverem uma infinidade de atividades festivas, na capital, principalmente, na periferia, não é muito diferente.

A cidade está coalhada de propaganda promocional dos pretensos candidatos à sucessão municipal.

Isso sem contar a promoção regiamente paga através de blogues e outras mídias.

O mal exemplo vem de cima. Praticamente no mesmo dia em assumia o segundo mandato o governador do estado já “se lançou” candidato à presidência da República. Fez mais, a partir de então, os interesses da boa gestão foram jogados para “escanteio” e o Estado do Maranhão passou a ser apenas um degrau dos seus sonhos (ou delírios).

A população mais esclarecida ilha – o pouco que restou –, assistiu, no penúltimo dia do ano, a espetáculo, digamos, inusitado: um governador de estado ir a “inauguração” de uma reforma de feira. Acho que já seria demasiado um governador ir a inauguração de uma feira. Ir a inauguração de reforma, então, dispensa quaisquer comentários. Falta do que fazer ou, talvez, a revelação, inadvertida, da real dimensão do governo.

Não que seja novidade o atual governo “apequenar” o papel do estado. Noutras oportunidades já o vimos inaugurar “um” poço artesiano, uma escolinha de duas salas, etc.

Assim, não foi de todo surpreendente que o governador, em pessoa, em pleno horário de expediente, fosse com seu séquito de postulantes a candidatos a prefeito da capital à inauguração da “reforma” da feira da Macaúba, no antigo Caminho da Boiada, onde se deliciou com um fumegante mocotó.

Na inauguração da “reforma” da feira o governador cumpriu o duplo papel: apresentar-se como líder popular e apresentar, à população local, seus prováveis candidatos à sucessão do atual alcaide.

A nota pitoresca – sem a qual o evento não estaria completo como a comédia bufa, que foi –, é que um dos pré-candidatos do consórcio governista apresentado a uma legítima iguaria da culinária maranhense, o mocotó, comportou-se como se estivesse diante de um guisado de “kriptonita”, o que foi capitado pelas lentes indiscretas de alguns dos presentes e explorado, à exaustão, pelos próprios integrantes do consórcio, através das diversos veículos de comunicação a soldo ou simpáticos aos outros concorrentes, que não “descansaram” na “queimação” do pretendente a prefeito nem durante a queima de fogos da virada de ano.

Nunca se viu tanto “fogo amigo” contra uma pessoa quanto este, dispensado pelos próprios aliados, contra o concorrente.

O jogo político maranhense para esta eleição, e para a de 2022, se apresenta como o espetáculo dantesco. Com raríssimas exceções, impondo ao cidadão a obrigação de escolher entre o pior e o menos ruim.

Com raríssimas exceções, repito, olhamos para os quadros sucessórios nos municípios – e, mesmo, o que se desenha para o pleito estadual –, e ficamos com a clara sensação que o homem de bem desistiu da política, resolveu deixar o comando dos destinos das cidades – e do estado –, nas mãos dos arrivistas de sempre, os que enricaram enquanto diziam representar o povo.

O pior é que, na maioria das vezes, são jovens, mas já “doutores” nas velhas práticas, o que nos leva ter menos esperança no futuro do que no presente.

A política maranhense não apresenta qualquer novidade entre o que vivenciamos nos quase cinquenta anos sob o jugo do sarneísmo e que se vivência agora, sob o comando dos comunistas.

Arriscamos-nos a dizer, até, que essa nova hegemonia se apresenta muito mais deletéria que a anterior, não apenas sob a ótica da dominação política como, também, no que se refere à gestão da máquina administrativa.

A sucessão municipal que está posta não apresenta para os cidadãos quaisquer melhoras (ressalvando a exceção que justifica a regra) em relação aos pleitos anteriores, antes, pelo contrário.

Mesmo a capital, sempre reconhecida como celeiro de novidades e rebeldia, se desertificou. Dentre as pré-candidaturas postas a única que se apresenta como “algo novo” é a do (ex) juiz Carlos Madeira. Não que eu acredite que possa obter êxito no pleito que se avizinha, quando, até aqui, se apresenta, segundo a última pesquisa do ano passado, com menos de um por cento de preferência do eleitorado – a não ser que aconteça alguma coisa imprevisível –, mas pelo que representa como alternativa futura.

Ressaltando, entretanto, que para isso é necessário que ele se coloque como oposição a tudo isso que está posto, não se deixando “abduzir” pelo antigo regime, representado pelo grupo Sarney ou pelo atual modelo vinculado aos “comunistas”. Numa ou noutra hipótese será apenas mais um.

Em um quadro político tão ruim, com tantos abusos acontecendo diariamente em todos os municípios e praticados por pessoas que se acostumaram a desafiar a lei, a Justiça Eleitoral, por suas diversas instâncias, precisa ficar atenta e combater com severidade e celeridade os “desvios” e/ou crimes perpetrado pelos pretensos candidatos.

Embora entendendo que os abusos que vêm sendo cometidos nos últimos anos não estejam isentos de punição e/ou mesmo do impedimento à participação destes candidatos no pleito vindouro, ainda que se limite a uma ação efetiva a partir do primeiro dia deste ano, já pode contribuir – e muito –, com o igualdade de condições na disputa entre todos os candidatos.

Durante o ano tentaremos acompanhar e expor nossas opiniões sobre o quadro político, os processos sucessórios e as demais novidades na área da Justiça Eleitoral.

Um bom ano de 2020 a todos com esperança e fé.

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Brandão aumenta cacife à medida que 2022 se aproxima…

Vice-governador caminha para assumir o Governo do Estado e se tornar, automaticamente, candidato à reeleição; a menos que Flávio Dino contrarie as próprias articulações, permanecendo no governo até o final do mandato

 

Brandão tem mantido agenda própria no interior do estado; e se fortalece à medida que o ano de 2022 se aproxima no calendário

O vice-governador Carlos Brandão (PRB) é hoje o político com maior capital eleitoral dentre todas as lideranças políticas do estado.

E esse capital eleitoral só tende a aumentar ano após ano, em 2020, 2021 e 2022.

A menos que o governador Flávio Dino contrarie as próprias articulações – e decida ficar no mandato até o final – Brandão será governador em abril de 2022.

E essa perspectiva faz dele o nome com maior poder de agregação no Maranhão.

Governador e candidato à reeleição, o atual vice terá poder de fogo para sentar em qualquer mesa de negociações, construindo uma base própria da maneira como melhor entender.

E tem uma vantagem adicional: a capacidade de articulação com todos os grupos políticos.

É certo que o fato de estar sentado na cadeira de governador não torna Carlos Brandão automaticamente favorito na sucessão de Flávio Dino.

Mas a projeção de seu capital eleitoral faz dele o ativo com maior capacidade de retorno dentre os investimentos políticos no chamado mercado futuro.

E isso é um trunfo e tanto para qualquer um…