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Rui Costa enquadra Flávio Dino e vê segurança “desarticulada e desintegrada”

Chefe da Casa Civil da Presidência da República cobra ações mais efetivas do ministro da Justiça e Segurança Pública e convoca reunião para redefinir novas formas de enfrentar o crime organizado, sobretudo no Rio de Janeiro e na Bahia

 

Flávio Dino foi enquadrado por Rui Costa diante do fracasso de sua política de segurança pública

O ministro-chefe da Casa Civil do governo Lula, Rui Costa (PT), enquadrou nesta segunda-feira, 2, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB) por ações mais efetivas no setor da segurança pública.

Enquanto Dino tenta vender a imagem de que as ações de sua pasta estão tendo sucesso no combate ao crime organizado, Costa classifica o setor da segurança do governo Lula como “desintegrado e desarticulado”.

– Vamos organizar com os ministros Dino e Múcio ações voltadas ao controle de armas e drogas, nas fronteiras, nos aeroportos e nos portos. A gente não pode permitir que, enquanto nosso adversário, que é o crime organizado, está organizado nacionalmente, nós estejamos desintegrados e desarticulados. Precisa colocar todo mundo junto. Meu papel é mais de articulação e integração – disse o chefe da Casa Civil, em entrevista ao jornal O Globo.

O PT tem defendido abertamente o desmembramento do setor de Segurança Pública do Ministério da Justiça; os petistas consideram fracassada a política praticada por Dino na pasta e defendem a nomeação de alguém mais alinhado ao projeto de poder do PT.

O desgaste de Flávio Dino no ministério também influenciou a sua cotação para o Supremo Tribunal Federal.

Caso seja nomeado para o STF, ele sairia do governo sem desgaste e ainda liberaria todo o ministério para o PT.

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PT quer tirar setor da segurança de Flávio Dino para controlar violência na Bahia…

Petistas entendem que precisam dar uma resposta rápida ao crime organizado que se instalou no estado e está atingindo a imagem do governo Lula e do ministro chefe da Casa Civil, Ruy Costa, ex-governador baiano que também defende o desmembramento do Ministério da Justiça

 

Flávio Dino0 controla o Ministério da Justiça, mas o petista Ruy Costa entende que a Segurança Pública deve ficar com o PT

A onda de violência que assola o estado da Bahia é um dos motivos que têm levado o PT a reivindicar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o desmembramento do Ministério da Justiça e Segurança Pública, hoje comandado pelo maranhense Flávio Dino (PSB).

O aumento da criminalidade na Bahia atinge diretamente o governo Lula por que dois de seus principais auxiliares mais importantes, o chefe da Casa Civil, Ruy Costa, e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner – ambos petistas históricos – foram govenadores do estado.

Para o PT, é fundamental que o partido controle tanto a Justiça quanto o setor de Segurança Pública.

O interesse dos petistas pela pasta também influenciou diretamente no favoritismo de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal; para o PT, a indicação do maranhense abre espaço para o partido controlar o MJSP.

A crise de segurança na Bahia tem sido um dos calcanhares-de-aquiles do governo Lula; a imagem do governo tem sido atingida por notícias diárias de chacinas, execuções e guerra do tráfico, sem pronta-resposta do governo bahiano.

E para o PT, desmembrar a segurança pública é fundamental para mitigar esse problema na Bahia…

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Flávio Dino diz a Lula que “toparia ocupar vaga de Rosa Weber” no STF…

Revelação é do jornal Folha de S. Paulo, que citou “pessoas próximas do presidente” para garantir a informação, apesar de apontar que há ainda no PT uma frente que defende a indicação do  advogado-geral da União, Jorge Messias, outro grupo que quer uma mulher, além da pressão do movimento negro pela vaga

 

Lula ouviu do próprio Dino o interesse de ocupar a vaga da ministra Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal, diz a Folha de S. Paulo

O jornal Folha de S. Paulo trouxe nesta quarta-feira, 20, mais umas de suas inúmeras matérias apontando o ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) como favorito para ocupar a vaga da ministra Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal.

A novidade, desta vez, é o fato de a Folha afirmar que o próprio Dino sinalizou a Lula o interesse em ocupar a vaga no STF.

– Segundo pessoas próximas ao presidente, o ministro ganhou força após sinalizar a Lula que toparia ocupar a cadeira de Rosa, que completará 75 anos –  disse o jornal.

Para a Folha de S. Paulo, Dino se tornou favorito pela popularidade nas redes sociais.

– Além da ênfase na defesa do governo Lula, pesa a seu favor o apoio de internautas, o que, dizem aliados, arrefeceria as críticas pela não indicação de uma mulher para o tribunal – afirmou a matéria.

De acordo com o jornal paulista, há ainda grupos que defendem a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, mais alinhado ao PT; outro grupo quer uma mulher na Corte Suprema, já que apenas a ministra Carmem Lúcia seguirá entre os membros.

Há ainda um terceiro grupo, este encabeçado pelo movimento negro, que defende a indicação de um membro da raça. 

– Caso Dino vá para o STF, figuram como possibilidades para assumir a Justiça o nome de Ricardo Cappelli, secretário-executivo do ministério, Augusto de Arruda Botelho, secretário Nacional de Justiça, e Marco Aurélio de Carvalho, advogado próximo do PT – afirmou a Folha de São Paulo.

A aposentadoria de Rosa Weber ocorrerá no dia 2 de outubro…

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Flávio Dino cada vez mais inviabilizado em Brasília…

Antipatizado pelos colegas de ministério, odiado pelo partido do presidente, detestado no Congresso Nacional, ministro da Justiça vai colecionando inimigos na capital federal e conta agora apenas com a parte da imprensa-amiga, que gera fakes em seu nome desde os tempos de governador

 

Flávio Dino sai atropelando deus-e-o-mundo e Capelli sai atrás, usando a imprensa-amiga para amenizar a imagem do ministro

Análise da Notícia

A denúncia do deputado general general Girão contra o ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) – e o acusador faz questão de pedir a recuperação das imagens para provar o que diz – é só mais um capítulo na guerra pessoal que o ex-governador maranhense trava contra a classe política em Brasília.

Flávio Dino é antipatizo pelos colegas de ministério, odiado pelo PT e detestado no Congresso Nacional.

O deputado Girão diz que levou uma peitada do ministro, que vê como uma pessoa arrogante e autoritária; nada diferente da imagem que Dino sempre passou no Maranhão.

Para amenizar a imagem de arrogante, Dino conta na capital federal com um time de jornalistas recrutado pelo seu homem de mídia, o agora secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli.

Foi um destes recrutados – o analista de Política da Rede Globo, Gerson Camarotti – que saiu com a ideia de que Dino tem preparo jurídico por que foi juiz e passou em primeiro lugar no seu concurso para a magistratura; Camarotti levou uma reprimenda do colega Demétrio Magnolli, mas o próprio Dino acusou o golpe.

– Tenho recebido uma onda desvairada de ataques, desde agressões vis até a já conhecida indústria de fake news. Claro que mantenho a serenidade e a firmeza, como sempre. Além dos xingamentos habituais, chegaram a duvidar se eu tenho conhecimento jurídico – escreveu Dino, em suas redes sociais. (Saiba mais aqui)

O ministro da Justiça parece acuado, estressado, destemperado.

Sua postura reativa, que este blog Marco Aurélio d’Eça apontou ainda em fevereiro, no post “Postura reativa de Flávio Dino diminui seut amanho em Brasília…”, o levou à situação de emparedamento que enfrenta agora.

Estressado, ansioso – a ponto de devorar dois bolos de chocolate por dia quando está nervoso – o ministro teria na ida para o Supremo Tribunal Federal uma saída para descansar a imagem.

Antes disso, seu médico já sugeriu cirurgia para diminuir o excesso de peso; cirurgia que este blog Marco Aurélio d’Eça apontou ainda em 2021, no post “Flávio Dino prepara-se para cirurgia bariátrica…”.

Mas o fato é que, obeso ou não, os problemas de Flávio Dino estão para além do excesso de peso.

E afetam cada vez mais sua própria imagem pessoal…

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Os alertas deste blog a Flávio Dino sobre o PT…

Desde o início do governo Lula, ministro da Justiça sempre foi visto como adversário pelo partido do presidente, condição que vem ganhando cada vez mais força à medida que o maranhense se envolve em questões de outras pastas e se vende como favorito ao Supremo Tribunal Federal

 

Histriônico e teatral, Flávio Dino irrita colegas de ministério e é visto como ameaça pelas lideranças do PT no governo Lula

Análise da Notícia

Em 1º de fevereiro, um mês depois da posse de Lula (PT) na presidência da República, este blog Marco Aurélio d’Eça escreveu o post “Flávio Dino tenta ofuscar o brilho de Lula e quebra a primeira lei do poder…”.

Tratou-se de um Ensaio sobre a onipresença de Dino em todos os assuntos do governo, texto que fazia um alerta bem claro ao ministro da Justiça.

– No primeiro mês de governo Lula, Flávio Dino apareceu duas vezes mais que o próprio presidente no Jornal Nacional, da Rede Globo, exemplo maior da exposição pública no Brasil. Entendem os petistas que o brilho do mestre está ofuscado; e Dino pode pagar caro por isso – ponderou o post.

Flávio Dino não é apenas antipatizado no governo do PT, mas também é detestado no Congresso Nacional, como mostrou pesquisa do Congresso em Foco.

Diversos outros posts de alerta deste blog Marco Aurélio d’Eça foram escritos ao longo dos últimos oito meses, mas Dino só piorou a sua relação com o PT, que o vê como clara ameaça ao projeto de poder do partido.

Para frear os ímpetos petistas, o ministro da Justiça tratou de inventar um suposto favoritismo para o Supremo Tribunal Federal, coisa que só existe na cabeça dele e dos seus asseclas, como mostrado no post “De como Flávio Dino cria, ele mesmo, a falsa ideia de que é cotado para o STF…”.

Mas a farsa de Dino – que usa a história do favoritismo do STF para emparedar adversários e aliados – acabou voltando-se contra ele próprio, por que o PT passou a ver esta possibilidade como um caminho para se livrar do maranhense.

É claro que nem Flávio Dino é favorito ao STF e muito menos ele pensa em deixar a política; sabe que, aceitando, perderá o Ministério da Justiça para o PT e ficará fora da sucessão do próprio Lula, pelo menos nas próximas eleições.

Ocorre que o PT já decidiu que este é a saída para tirá-lo do caminho presidencial.

E ficará feio para ele, agora, recusar a indicação de Lula.

Simples assim…

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Ala do PT quer Flávio Dino fora do governo Lula…

Grupo que defende maior participação do partido do presidente na gestão dos ministérios trabalha para que o presidente indique o ministro da Justiça para o Supremo Tribunal Federal, o que, além de tirá-lo da linha da sucessão presidencial, garante o controle da pasta por um petista

 

Flávio Dino tem como um de seus principais inimigos no governo o chefe da casa Civil, Ruy Costa, que controla uma ala do PT

O ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) tem a confiança pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas enfrenta forte resistências no PT; além de inimigos já declarados, como o chefe da casa Civil Ruy Costa, Dino tem inimigos ocultos no partido de Lula, que trabalham pela sua saída do governo.

Uma das articulações petistas é convencer Lula a indicar Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal na vaga da ministra Rosa Weber, que já antecipou a sua aposentadoria para este mês de setembro.

O próprio Flávio Dino já percebeu a movimentação do PT e desautorizou seus aliados a falar em seu nome para o STF.

Espaçoso, o ministro da Justiça tenta protagonizar todas as questões do governo Lula, o que incomoda fortemente o partido do presidente; mas os próprios petistas reconhecem ser difícil convencer Lula a tirá-lo do governo, por isso forçam a “queda para cima” com a nomeação ao STF.

Dino tem outros planos.

Quer ganhar cacife para indicar em seu lugar o desembargador Ney de Barros Bello Filho.

Mas a pressão do PT pela pasta da Justiça é um empecilho a mais para os seus planos…

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Flávio Dino todo enrolado com imagens do 8 de janeiro…

Ministro que desmoralizou os próprios colegas do Congresso Nacional ao afirmar que só entregaria as gravações dos atos golpistas com determinação do STF é o mesmo que agora diz nada saber sobre o sumiço das imagens por não ser gestor de contrato; mas se havia ou não fatos graves nos vídeos, a culpa pelo sumiço só pode ser atribuída a quem comanda o ministério, ele próprio, no caso

 

O Flávio Dino coitadinho de agora tenta minimizar a fala do Flávio Dino arrogante de 30 dias atrás, todo enrolado coma s imagens de 8 de janeiro

Análise da Notícia

3 de agosto de 2023. O ministro da Justiça Flávio Dino (PSB), do auto de sua arrogância, responde assim a uma cobrança do Congresso Nacional por acesso às imagens gravadas nos prédios dos Três Poderes durante os atos golpistas de 8 de janeiro:

– Eu espero que o Supremo autorize, mas não sou eu que vou descumprir a lei para atender a pressão ou chantagem de gente delirante, que acha que tem uma imagem minha aqui reunido, tramando a invasão do Congresso. O Supremo autorizando, eu entrego no mesmo dia. (Releia aqui)

30 de agosto de 2023. Acuado após revelações de que as imagens que estavam em poder do Ministério da Justiça foram apagadas, Flávio Dino responde assim à pressão da imprensa e da classe política:

– É problema contratual. Eu não sabia disso. Não sou gestor de contrato, sou ministro da Justiça. A Polícia Federal veio aqui e recolheu o que precisava. Só soube agora quais imagens a PF recolheu. Eu não conheço o inquérito, está tudo sob sigilo. (Entenda aqui)

O Flávio Dino arrogante da primeira resposta é o mesmo coitadinho que tenta se esquivar das responsabilidades quase um mês despois de desmoralizar seus colegas de Congresso.

Mas as duas falas mostram apenas um fato: o ministro da Justiça está todo enrolado com essas imagens dos atos golpistas.

E se vai aparecer ele próprio, disco voador ou prova terraplanismo nesses vídeos, ninguém mais pode saber.

E a culpa disso não pode ser de ninguém mais que o próprio ministro da Justiça.

É simples assim…

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Flavio Dino já havia proibido PRF em ações como a da Câmara de São Luís

Força policial vinculada ao Ministério da Justiça atuou de forma ostensiva – e estranha à sua atividade fim – na operação do Ministério Público estadual contra vereadores e ex-secretários municipais, o que, no fim das contas, atingiu direta ou indiretamente quatro adversários do candidato do ministro nas eleições de 2024

 

A PRF fez de tudo na operação do Ministério Público contra vereadores; menos a própria atividade-fim

O portal Metrópoles publicou em janeiro de 2023 matéria informando que o ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) tinha proibido a Polícia Rodoviária Federal de atuar em ações e operações não relacionadas à sua atividade-fim, que é a fiscalização nas rodovias federais.

Sete meses depois da reportagem, a PRF atuou nesta quinta-feira, 10 – de forma estranha à sua atividade-fim – na operação do Ministério Público estadual que teve como alvo quatro vereadores de São Luís, dois ex-secretários municipais e um ex-vereador.

Quem determinou a participação da PRF na operação? Por que essa força, e não a Polícia Federal, auxiliou o MP maranhense?!? Qual recurso federal justifica uma força federal na operação? 

Na ação, os policiais rodoviários federais agiram como agentes de investigação: invadiram casas escritórios, vasculharam documentos e apreenderam material.

Mas ninguém – nem o Ministério Público, nem a Polícia Civil e nem a própria PRF – esclareceu os motivos da presença desses agentes públicos federais em uma ação nada a ver com sua atividade-fim.

No fim das contas, a operação – que se baseia em investigações de pelo menos quatro anos atrás – atingiu de forma direta ou indireta quatro pré-candidatos a prefeito de São Luís: Eduardo Braide (PSD), Paulo Victor (PSDB), Neto Evangelista (União Brasil) e Edivaldo Júnior (sem partido), como revelou o blog Marco Aurélio d’Eça no post “O que fazia a PRF na operação contra a Câmara Municipal?!?”.

Todos eles são adversários do candidato de Flávio Dino nas eleições de 2024, o deputado federal Duarte Júnior (PSB).

E o Ministério da Justiça também não explicou por que contrariou uma determinação do seu próprio ministro…

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Flávio Dino absolutista…

Tentando trafegar acima do bem e do mal, atuando em todos os aspectos da vida socio-político-cultural do Brasil – de jogos de futebol a eventos da cultura pop, além das atribuições próprias de sua pasta – ministro da Justiça vai transformando o melhor momento de sua carreira política em Brasília numa espécie de licença para pensar, dizer e fazer o que quiser em nome do tal “Estado de Direito”, encurralando adversários e levando o medo a quem ousa questionar sua forma de pensar o Brasil

 

Sob a proteção do herói pop Hulk ou ajudando seu time do coração, o Botafogo, Dino está presente em tudo na capital federal

Editorial

O termo absolutista acompanha os predicados atribuídos ao ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) desde que ele entrou na vida pública, em 2006; há variações neste epíteto, como autoritarismo, intransigência e medo. 

Este blog Marco Aurélio d’Eça, por exemplo, já usou os três adjetivos em inúmeros posts; o mais clássico deles é o de 2015, intitulado “É pelo medo que Flávio Dino se impõe…”.

Cônscio de sua capacidade retórica, somada à sua cultura e erudição, Dino usa discurso rebuscado para provocar medo em quem tenta contrapor-se a ele; e o mesmo medo ele usa também para intimidar adversários.

Os seis meses de ministério foram suficientes para que a imprensa que cobre Brasília – e que endeusava o tal “professor de Deus” – começasse a perceber o absolutismo característico na personalidade de Dino.

Primeiro foi a revista Veja, que trouxe ampla reportagem sobre os agrados e desagrados que o maranhense vem construindo na capital federal, analisada pelo blog Marco Aurélio d’Eça no post “Mídia nacional vê em Flávio Dino, só agora, o que este blog viu ainda em janeiro…”.

Agora é a vez do jornal O Estado de São Paulo; em editorial nesta quinta-feira, 20, O Estadão abordou com excelência o absolutismo dinista atribuindo a ele características do Rei Sol, Luís XIV, de França, a quem atribui-se a frase “O Estado Sou Eu”.

No Ministério da Justiça, Dino tem dado sinais de que se pretende o estado brasileiro em absoluto.

O exemplo mais absurdo desta “consciência” se viu no episódio envolvendo os agressores do ministro Alexandre de Morais, do Supremo Tribunal Federal, que Dino transformou em uma verdadeira operação de guerra.

Um mero bate-boca, um empurra-empurra de aeroporto – que deveria ser resolvido em uma delegacia comum – foi transformado pela Polícia Federal, comandada por Flávio Dino, em uma conspiração internacional, com direito a invasão de domicílios, apreensão de computadores e celulares e horas de perícia em busca de sinais contra o tal Estado Democrático de Direito que o ministro tanto defende.

– É tarefa do inquérito policial averiguar o que de fato ocorreu. Havendo elementos suficientes sobre a materialidade e a autoria de um ou mais crimes, cabe ao Ministério Público apresentar à Justiça a denúncia correspondente. Mas não há nada que autorize a transformar eventual agressão física ou moral a um ministro do STF e sua família em crime contra o Estado Democrático de Direito – afirmou o editorial do Estadão. (Leia a íntegra aqui)

Em 1º de julho último, o blog Marco Aurélio d’Eça publicou editorial em que analisa as falas de Flávio Dino contra a internet, a liberdade de expressão e os algoritmos que hoje controlam quase todos aos aspectos da vida, inclusive os sistemas da Polícia Federal e do Ministério da Justiça; o post chama-se, ironicamente, “Flávio Dino agora briga até com a inteligência artificial…”.

No post o blog Marco Aurélio d’Eça compara Flávio Dino a Dom Quixote de La Mancha, personagem clássico do escritor espanhol Miguel de Cervantes; foi a terceira ou quarta vez que o blog compara as ações de Dino às do cavaleiro andante, que via inimigos até em meros moinhos de vento. (Relembre aqui, aqui e aqui)

Mas há uma diferença entre Flávio Dino e Dom Quixote.

Longe de ser um personagem caricato, o cavaleiro de Miguel de Cervantes faz uma critica ao romance de cavalaria e traz para si sua própria epopeia sobre cavalos e cavaleiros, numa época – o período das descobertas de novos mundos – em que este tipo de romance já definhava.

Dino, ao contrário, expandiu sua ideia provinciana de cavalaria e a espalha hoje por todos os aspectos sócio-políticos-econômicos-sociais do Brasil.

Seja em congressos de estudantes-militantes, usando o estado para resolver questões do seu time do coração ou ao lado de ícones da cultura pop americana, Flávio Dino está em todos os lugares com suas “lanças da Justiça”.

Olhando em tudo e em todos – como na loucura absolutista do De La Mancha – inimigos a serem derrotados.

Mas em algumas partes só existem apenas os moinhos de vento…

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Confraria de Flávio Dino busca vaga em diversos tribunais…

Depois de ocupar o Ministério da Justiça com ex-alunos, ministro tem ex-sócios e aliados políticos em disputa por vagas no STJ, no TST e no Tribunal do Cade, além de seu próprio nome ser cotado para a próxima vaga a ser aberta no Supremo Tribunal Federal

 

Aliados e ex-sócios de Dino, Maceira concorre ao CADE e Nunes quer vaga no TST

A confraria do ministro da Justiça Flávio Dino no curso de Direito da Universidade Federal do Maranhão sentou praça em Brasília.

Além do próprio Dino ser cotado para a próxima vaga a ser aberta no Supremo Tribunal Federal, em outubro, ele tem ex-sócios e aliados políticos disputando vagas nos principais tribunais superiores da República. 

Tem o apoio de Dino para o Tribunal Superior de Justiça o presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão, desembargador Paulo Velten; seus ex-sócios Mário Macieira e Antônio Nunes também concorrem a tribunais de Brasília.

Nunes, que chefiou a Casa Civil no governo Dino, é candidato a uma vaga no Tribunal Superior do Trabalho; o ex-presidente da OAB-MA, Mário Macieira, concorre ao Tribunal do Conselho de Desenvolvimento Econômico (Cade).

No ano passado, ainda no governo Jair Bolsonaro, outro aliado de Dino, o desembargador federal Ney Barros de Bello Filho, chegou a ser cotado para uma vaga no STJ, mas acabou sendo preterido.

A Confraria de Flávio Dino no Direito sentou praça em Brasília também em seu próprio ministério, onde ele alocou colegas de turma e alunos, como o delegado Jefferson Portela e o ex-chefe da Casa Civil Diego Galdino, respectivamente.

Com a força que tem hoje no governo Lula, o ministro da Justiça vai se articulando para manter uma base poderosa no Poder Judiciário.

E se conseguir emplacar a maioria dos confrades, ampliará seu poder na República…