Caso Assembleia: advogados acreditam em correção do voto de Xandão…

Especialistas em Direito Constitucional e  professores da área entendem que o ministro do Supremo Tribunal Federal foi levado a erro ao mencionar mudança no Regimento da casa que só existe na tese do partido Solidariedade

 

VOTO CONFUSO. Alexandre de Moraes interpretou equivocadamente a ação do Solidariedade e levou a cada um entender o seu voto da maneira que quis

Advogados especialistas em Direito Constitucional e professores da área ouvidos por este blog Marco Aurélio d’Eça apontaram neste sábado, 15, alguns pormenores que comprometem o voto do ministro Alexandre de Moraes no processo que questiona a legalidade da eleição da presidente da Assembleia Legislativa Iracema Vale (PSB). 

Terceiro a se manifestar no julgamento virtual, nesta sexta-feira, 14, Moraes defendeu a inconstitucionalidade da Resolução 1300/2024 por entender que ela não poderia valer nas eleições de novembro de 2024 por que precisava respeitar o princípio da anualidade.

Em seu voto, no entanto, o ministro referiu-se, como justificativa, ao critério da idade usado para desempatar a eleição em favor de Iracema.

“De relevante no voto do ministro Alexandre de Moraes destaco a afirmação de que deve incidir ‘a regra anteriormente vigente’. Realmente, é correto afirmar que a Constituição rechaça a mudança das regras do jogo durante ou muito próximo da disputa. Ocorre que ‘na regra anteriormente vigente’ na ALEMA, pelos menos desde 1991, a maior idade é o critério de resolver votação empate. O que não está correto no voto é que o ministro maior combatente das fake news foi vítima desse mal, pois, como já dito, não houve mudança na regra desde 1991. Ou seja, o Ministro foi enganado pela mentira do Partido Solidariedade”, afirmou o constitucionalista Marcos Coutinho Lobo, que assiste ao MDB no processo.

A confusão estabelecida pelo ministro levou cada lado do processo a interpretar como quis e festar o voto.

Othelino Neto, que comanda o Solidariedade no Maranhão, entendeu que Xandão abriu divergência a ministra Carmem Lúcia e que o pedido de vistas de Dias Toffoli pode levar a uma análise mais aprofundada da eleição; já o grupo de Iracema Vale entende que o voto de Moraes confirma o critério da idade como adequado para definir a vencedora da eleição em caso de empate, o que, de fato, ocorreu na Alema. 

  • professor de Direito Constitucional, o ex-vereador Professor Sá Marques também vê possibilidade de correção de voto de Alexandre de Moraes;
  • para Sá Marques, o STF deve levar em consideração, na montagem do acórdão, a analogia ao Poder Constituinte Originário, que é o Congresso.

“Eu acredito que ele [Aleandre de Moraes] possa mudar o voto; mas penso que que o STF deva levar em conta a fortaleza da analogia ao Poder Constituinte Originário, que é o Congresso Nacional, e organziar o processo eleitoral dos legislativos em todo o país”, disse Marques.

Neste aspecto, o pedido de vistas de Dias Toffoli também pode ser um indicativo.

O ministro é defensor no STF da tese de que o regramento das eleições internas nos legislativos em todo o país., deve seguir o que diz o Regimento da Câmara; e na Câmara, a regra que prevalece em caso de empate, é o critério do maior número de mandato.

Dias Toffoli tem até 90 dias para devolver os autos ao processo…

Histórias de advogados que surgem, do nada, em ações no Maranhão…

O pedido de ingresso de Clara Alcântara Botelho Machado no processo que trata da indicação de Flávio Costa para o TCE-MA não é o primeiro caso de “forasteiros” tentando intervir no cotidiano político maranhense

 

A MÃO POR TRÁS DA ESCRITA. Em dois casos históricos no Maranhão advogados forasteiros surgem como que se conduzidos a escrever

O ano era 2013. Reeleita em 2010 para o quarto mandato – em primeiro turno – a então governadora Roseana Sarney (MDB) buscava no BNDES empréstimo de quase R$ 4 bilhões para diversos projetos estruturantes no Maranhão; a oposição era liderada pelo então presidente da Embratur, Flávio Dino (PCdoB), que havia suplantado Jackson Lago (PDT) nas eleições de 2010 e se preparava para o embate com o grupo Sarney em 2014.

  • mas eis que surge uma Ação Popular tentando barrar o empréstimo, assinada por um advogado do Rio de Janeiro – de nome Eduardo Valente Freitas – que nada tinha a ver com o Maranhão;
  • o caso é muito parecido com a de Clara Alcântara Botelho Machado, de Minas Gerais, que pediu entrada no processo sobre o TCE-MA, que tramita no Supremo Tribunal Federal.

A entrada, do nada, do advogado Eduardo Valente tentando impedir o empréstimo do BNDES chamou a atenção da defesa de Roseana, que levantou, nos próprios autos, suspeitas de haver sujeito oculto por trás da ação.

“É bem verdade que o Requerente faz menção a autores ocultos [“(…) os autores, todos eles, são cidadãos brasileiros, e em pleno gozo de seus direitos políticos, estando legitimados (…)”], que poderiam ser os deputados, mas tal circunstância também não sana a irregularidade porque não se admite autor oculto ou presumido em processos”, provocou a contestação de Roseana, assinada pelo advogado Marcos Coutinho Lobo. (acesse aqui a íntegra)

  • note – como destacou Marcos Lobo – que o tal Valente comete o mesmo ato falho de Ana Botelho, e refere-se a si mesmo como “autores (…) cidadãos brasileiros”, como se a peça devesse ter sido assinada por vários autores e não apenas por ele;
  • no caso envolvendo Clara Botelho, ela também comete o ato falho ao não se atentar aos termos masculinos usados na ação que assinou, o que leva a crer que a peça deveria ter sido assinado por um advogado, e não por uma advogada. 

A história conta que, assim como surgiu do nada, o advogado Eduardo Valente Freitas também desapareceu do nada. O suposto sujeito oculto da ação ainda tentou recrutar um jornalista no Maranhão com o mesmo intento, mas o empréstimo foi aprovado e usado, como se pode perceber aqui, aqui, aqui, aqui e também aqui.

Flávio Dino elegeu-se em 2014 e passou a gerencia a maior parte dos recursos obtidos por Roseana – quase R$ 3 bilhões – como se pode comprovar no post “O que Flávio Dino fez com R$ 6 bilhões dos cofres maranhenses?!?”

Passados doze anos, um novo caso de advogado-fantasma surge a assombrar maranhenses.

E os sujeitos ocultos nunca se revelaram… 

De como três desembargadores se beneficiaram da venda de sentenças no TJ-MA…

Relatório da Polícia Federal descreve como o dinheiro arrancado de duas operações no BNB chegou a Antonio Guerreiro Júnior, Nelma Sarney e Luiz Gonzaga de Almeida Filho

 

VIDA DE LUXO. Desembargadores indiciados pela Polícia Federal curtiram a vida com dinheiro arrancado do BNB, segundo relatório

O relatório da “Operação 18 Minutos”, que investigou o destino de mais de R$ 17 milhões arrancados do Banco do Nordeste do Brasil em duas operações de uma Organização Criminosa, descreve como o dinheiro chegou às mãos de dois juízes e três desembargadores do Tribunal de Justiça.

Esses magistrados receberam propina em mãos, por meios de depósitos não identificados, por intermédio de assessores e até em presentes milionários. O maior beneficiário do esquema, segundo o relatório, foi o desembargador Luiz Gonzaga Almeida Filho, espécie de operador-mor da Orcrim no TJ-MA.

“O Des. LUIZ GONZAGA teve participação de grande relevância nos dois eventos investigados”, afirma a Polícia Federal, para concluir, sobre o magistrado: Assim, para além da participação do Des. LUIZ GONZAGA na organização criminosa responsável por favorecer os processos judiciais movidos por FRANCISCO XAVIER contra o BNB, verificou-se o seu possível beneficiamento por meio de pagamentos em espécie (conforme a apreensão, no seu gabinete, de envelopes para depósito de dinheiro em espécie), além do cometimento do crime de lavagem de dinheiro por meio de aquisição de imóveis incompatíveis com a sua renda lícita”.

  • entre recebimento direto e compra de imóveis sem lastro, o desembargador Luiz Gonzaga Almeida Filho foi beneficiado com R$ 4.851.162,63;
  • a desembargadora Nelma Celeste Sarney recebeu em sua conta, “111 depósitos sem identificação de origem, no total de R$ 412.679,21”;
  • contra o desembargador Guerreiro Júnior, a Polícia Federal encontrou depósito de R$ 169.500 na conta do assessor Lúcio Ferreira;
  • a Polícia Federal investigou também o desembargador Marcelino Ewerton, mas não encontrou motivos para indiciá-lo no relatório.

“De acordo com a Informação de Polícia Judiciária nº 4321825/2024, não foram identificados, na análise do celular apreendido na posse do Des. MARCELINO, elementos que confirmem a sua participação no esquema criminoso. Em relação aos atos referentes aos eventos 1 e 2, não foi possível, a princípio, associar as transações observadas em suas contas com os eventos narrados”, diz o relatório da PF, para deixar claro.

VINDOS DE TODAS AS PARTES. Diagrama mostra como o dinheiro chegava às contas do desembargador Luiz Gonzaga Almeida Filho

Nas 174 páginas do relatório da Operação 18 Minutos, a Polícia Federal identificou que Nelma Sarney e Luiz Gonzaga tinham maior relação com os operadores do esquema, sobretudo no escritório “Maranhão Advogados Associados”, já tratado neste blog Marco Aurélio d’Eça, no post “O escritório Maranhão Advogados e o esquema de venda de sentenças no TJ-MA”.

Ambos os desembargadores, segundo a PF, mantinham movimentação financeira e vida social incompatível com seus ganhos; Nelma Sarney, por exemplo, gastou em seus cartões de crédito no período dos saques do BNB, nada menos que R$ 1.792.039,80

  • Luiz Gonzaga, por sua vez, comprou apartamento no Rio de Janeiro, por R$ 850 mil, outro, em São Luís, por R$ 290 mil e mais um, na planta, por R$ 1,2 milhão.

VÁRIOS ARTIGOS DO CÓDIGO PENAL. A Polícia Federal entendeu que os desembargadores cometeram uma série de crimes na Orcrim da 18 Minutos

No final do relatório, a Polícia Federal indiciou Nelma Sarney, Antonio Guerreiro Júnior e Luiz Gonzaga Almeida Filho.

  • Luiz Gonzaga Almeida Filho está indiciado nos termos do Art. 317, CP, Art. 2º, Lei n. 12.850/13 e Art. 1º, Lei n. 9.613/98 (2015 e 2023)
  • Nelma Sarney foi incursa nas pensas dos artigos Art. 317, CP, Art. 2º, Lei n. 12.850/13 e Art. 1º, Lei n. 9.613/98 (2015 e 2023);
  • Guerreiro Júnior foi indiciado por crimes previstos nos artigos 317 do CP e no Art. 2º da Lei n. 12.850/13 (2023).

Nos bastidores do Tribunal de Justiça, entre advogados e nos meios políticos já há quem diga que esses crimes todos jká estariam prescritos e que, portanto, nenhum dos acusados pagarão por eles. 

Mas esta é uma outra história…

Sem acordo em audiência, plenário do STF deve decidir destino dos 15% bloqueados do Fundef…

Ministro Nunes Marques ouviu as partes envolvidas na questão, nesta quarta-feira, 12, com manifestações pela devolução do dinheiro aos professores, tanto da Procuradoria-Geral da República quanto da Procuradoria-Geral do Estado do Maranhão

 

EM NOME DOS PROFESSORES. Rodrigo Lago e Carlos Lula em frente ao STF, antes da audiência que inviabilizou o acordo pretendido por advogados que querem 15% dos recursos do Fundef

Terminou sem acordo a Audiência de Conciliação entre os advogados do Sindicato dos Professores e os representantes da categoria, que resistem ao repasse de 15% dos Precatórios do Fundef para pagamento de honorários a advogados que nem iniciaram a causa.

Entenda o caso:

  • o Governo Federal foi condenado a pagar ao Maranhão recursos atrasados do Fundef, parte dos quais – cerca de R$ 1 bilhão – seria destinada a salários de professores;
  • o sindicato da categoria, Simproessema, decidiu, sem informar à categoria, pagar 15% desse valor a advogados que, supostamente, atuaram no processo no Supremo;
  • o ministro Kássio Nunes Marques decidiu bloquear cerca de R$ 150 milhões até que fosse decidido se esses advogados têm ou não direito aos honorários da causa.

Do lado dos professores está o vice-governador Felipe Camarão (PT), que foi secretário de Educação durante todo o período do processo e contesta a participação dos advogados ligados ao Simproessema; representa os professores na questão o advogado Rodrigo Lago (PCdoB), que é deputado estadual.

  • Tentando ficar com pelo menos uma parte dos recursos, os advogados do Simproessema propuseram acordo de a13% de honorários
  • Representando o Estado do Maranhão, o procurador-geral do Estado Valdênio Caminha posicionou-se em favor dos professores;
  • Já a PGR, além de se posicionar contra o acordo proposto pelo Simproessema, pediu a liberação imediata dos R$ 150 milhões.

Como não houve acordo, o ministro Nunes Marques encerrou a audiência e encaminhou caso ao Plenário do STF, que decidirá sobre o destino dos R$ 150 milhões.

Se para os professores ou para advogados indicados pelo Simproessema…

Inquérito da venda de sentenças no TJ-MA pode atingir escritório de advocacia do Piauí

Mesmo sem envolvimento na ação finalizada, a banca João Azedo e Brasileiro Sociedade de Advogados pode ser atingido pela bomba, já que atua diretamente com advogados indiciados em ações envolvendo recuperação de créditos do Fundef de prefeituras maranhenses

 

COM REPRESENTANTES LIGADOS AO ESCÂNDALO DO TJ-MA e reações aos honorários do Fundef, João Azedo pode perder contratos em prefeituras

Exclusivo

A conclusão do inquérito da Operação 18 Minutos – que desbaratou um esquema de venda de sentenças envolvendo desembargadores, juízes, advogados e empresários – pode atingir em cheio prefeituras maranhenses com ações de recuperação de créditos do Fundeb.

É que os advogados envolvidos no escândalo do Tribunal de Justiça do Maranhão são os mesmos que atuam com essas prefeituras, em busca de honorários do Fundef, todos eles vinculados ao Escritório João Azedo e Brasileiro Sociedade de Advogados, do Piauí.

  • a Operação 18 Minutos tem sido o principal assunto nas rodas de conversas de prefeitos que estão reunidos em Brasília esta semana;
  • boa parte deles já avalia rescindir os contratos coma banca João Azedo, que cobra até 20% de honorários nas causas contra a União;
  • para piorar, a Advocacia Geral da União emitiu parecer contrário ao uso de 15% dos precatórios do Fundef para pagar honorários.

A banca João Azedo e Brasileiro Advogados atua desde 2015, quando o Governo Federal foi obrigado a repassar as perdas do Fundef a estados e municípios.

No Maranhão, o escritório firmou contrato sem licitação com 93 prefeituras, totalizando cerca de R$ 600 milhões em honorários, como revelou este blog Marco Aurélio d’Eça, em julho de 2017, no post “Escritório de Advocacia pode levar R$ 600 milhões de prefeituras maranhenses…”.   

Desde 2017, o Tribunal de Contas da União firmou entendimento que as verbas do Fundef não podem ser usadas para outros fins, como pagamento de honorários. (Veja aqui)

Com esta decisão, e o envolvimento de advogados de prefeituras com o escândalo no TJ-MA, a coisa complica para João Azedo…

Critério de desempate na Assembleia está há mais de 30 anos no regimento, diz advogado

Márcio Endles, que representa o Republicanos na ação que tramita no Supremo Tribunal Federal, reforça que a declaração de vitória a Iracema Vale foi feito dentro da legalidade

 

CONVICÇÃO LEGAL. Márcio Endles falou aos jornalistas Andrezza Cerveira e Osvaldo Maia, da rádio Mais FM, nesta segunda-feira, 9

O advogado e professor Márcio Endles reforçou, em entrevista ao programa ‘Diário Mais’, da Rádio Mais FM, nesta segunda-feira, 9, a legalidade e constitucionalidade de todo o processo que resultou na reeleição da deputada Iracema Vale (PSB), pelo critério de mais idade, para a presidência da Assembleia Legislativa do Maranhão. O resultado do pleito está sendo questionado no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo partido Solidariedade.

A eleição foi feita dentro da normalidade”, assinalou, observando que o trâmite processual está de acordo com a jurisprudência existente no país sobre o tema.

Márcio Endles ressaltou que o critério usado na eleição da Alema é o mesmo que consta no artigo nº 77 da Constituição Federal, no Código Eleitoral Brasileiro e no Estatuto do Idoso, e que é utilizado pela maioria das Assembleias do país.

É uma ação que questiona um critério de idade utilizado pela própria Constituição”, assinalou Márcio Endles, destacando que a norma está prevista no Regimento Interno da Alema desde 1991, isto é, há mais de 30 anos.

O professor observou que as casas legislativas têm autonomia para decidir sobre critérios internos. Lembrou, inclusive, que algumas Assembleias utilizam como critério de desempate, além de mais idade, o maior número de votos obtido nas urnas.

Na entrevista aos apresentadores Osvaldo Maya e Andrezza Cerveira, Márcio Endles também destacou que a questão, de tão discutida, já consta do tema da repercussão geral nº 1.120, do STF, determinando que as questões do tipo são de competência interna dos Legislativos.

Vídeo apócrifo acusa direção da OAB-MA por atraso no Quinto Constitucional…

Documentário espalhado nas redes sociais e em grupos de Whatsapp diz que o comando da entidade, sob a liderança do advogado Kaio Saraiva, manipulou a escolha da lista sêxtupla em troca de nomeações em caros públicos

 

A uma semana da eleição na seccional maranhense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MA), um vídeo ganhou as redes sociais de advogados e grupos de WhatsApp, com fortes revelações sobre o que aconteceu por trás da montagem da lista sêxtupla para escolha do Quinto Constitucional.

Além de manipulação aberta de advogados – tantos novos quanto já experientes – o vídeo mostra a troca de favores entre a diretoria da OAB-MA e o Governo do Estado, para incluir na lista o advogado Flávio Costa.

E aponta o atual presidente Kaio Saraiva como artífice da manipulação.

  • chama-se Quinto Constitucional a vaga que os advogados têm direito no Tribunal de Justiça;
  • a escolha do novo desembargador começou ainda no início de 2023, mas nunca foi concluída;
  • há quase um ano o TJ-MA devolveu a lista após constatar a irregularidade na indicação de Costa.

Desde a criação das vagas para desembargador do TJ-MA, a  atual gestão concentrou seus esforços em apoiar o candidato do governo estadual; e a escolha está paralisada na presidência da OAB desde a devolução da lista pelo pleno do TJ, em 4 de dezembro de 2023″, diz o vídeo. (Veja a íntegra acima)

TRÁFICO DE INFLUÊNCIA. Toda a alta cúpula da atual gestão na OAB-MA foi agraciada com nomeações em troca do apoio no Quinto Constitucional

Além de mostrar imagens de nomeações de parentes dos diretores da OAB-MA no governo, o vídeo mostra discursos dos próprios desembargadores criticando a demora do encaminhamento da nova lista.

O vídeo, uma espécie de documentários, passou a ser assunto mais discutido nos grupos de advogados.

A eleição na OAB-MA acontece no dia 18 de novembro…

Kaio Saraiva é denunciado por abuso de poder econômico na OAB-MA…

Oposição pede à Comissão Provisória Eleitoral a cassação da candidatura à reeleição pela opulência financeira exibida em pelo menos três eventos de campanha desde o registro da chapa, em 18 de outubro

 

As ações de campanha do presidente Kaio Saraiva exibiu poder econômico para advogados maranhenses

O candidato da oposição à presidência da OAB-MA, advogado Marcelo de Carvalho Lima, pediu a cassação do registro da chapa 4, encabeçada pelo atual presidente da seccional, Kaio Saraiva, “por flagrante abuso do poder econômico”.

A Representação Eleitoral elenca pelo menos três episódios de opulência financeira exibida por Saraiva:

  • 1 – em 18-10-2024, por ocasião do registro da chapa 4, especificamente com balões, fotógrafo, banner, drone, filmagem e materiais para mídias sociais.

Neste caso, argumenta a denúncia: “as imagens do circuito fechado de televisão – CFTV da sede da seccional, das 15h às 18h30, darão a dimensão da opulência e da conduta reprovável.

Três exemplos de opulência financeira exibida por Saraiva desde a inscrição da chapa, ainda em 18 de outubro

  • 2 – em 19-10-2024, “adesivaço” na T9 Beach Sports (Calhau), notadamente com adesivos veiculares, fotógrafos, filmagens e cards para Instagram.

Argumenta o denunciante: “Indispensável, também, a notificação da pessoa jurídica para que apresente a: nota fiscal correspondente ao custo da locação ou; declaração de cessão não onerosa”.

  • 3 – já em 20-10-2024, Saraiva foi flagrado em “adesivaço” às 9h, na praça dos Pescadores (Litorânea), a saber: os adesivos veiculares, fotógrafos, filmagens e cards para Instagram.

“Registrada a chapa ao crepúsculo da sexta-feira, não houve o prévio aviso da aglomeração às autoridades (art. 16, XVI, da CRFB), algo incompatível com o dever de aperfeiçoamento das instituições (art. 44, I, da Lei 8.906/94).”, argumenta a denúncia.

Marcelo de Carvalho Lima pede o indeferimento do registro de candidaturas de Kaio Saraiva, ou, caso eleita, seja cassada a chapa 4, encabeçada pelo presidente da OAB-MA.

A eleição na OAB-MA ocorrerá em meados de novembro…

Candidato à OAB-MA denuncia presidente da comissão eleitoral por ligações com concorrentes….

Em Ação de Impugnação assinada pelo advogado Aldenor Cunha Rebouças Júnior, o candidato Marcelo de Carvalho Lima pede a substituição de João Bispo Serejo Filho, por ligações diretas com o candidato da Chapa 4, Pedro Eduardo Ribeiro de Carvalho

 

A disputa pelo comando da OAB-MA já tem sua primeira impugnação, contra a comissão eleitoral

O candidato à presidência da seccional maranhense da Ordem dos Advogados do Brasil Marcelo de Carvalho Lima impugnou nesta segunda-feira, 21, a nomeação do presidente da Comissão Provisória Eleitoral João Bispo Serejo Filho e pede a sua substituição no posto.

Para o candidato, que encabeça a chapa 2 “Renova OAB – Compromisso e União”,  Bispo Serejo não tem a isenção necessária para conduzir o processo eleitoral na OAB-MA.

  • João Bispo Serejo Filho é procurador-geral de Paço do Lumiar, onde o candidato Pedro Eduardo é procurador efetivo;
  • foi procurador-geral da própria OAB-MA, nomeado pelo então presidente Thiago Diaz, hoje candidato a conselheiro federal;
  • Bispo também foi eleito para o conselho titular na gestão de Diaz, ao lado de Kaio Saraiva, atual candidato à reeleição da chapa 4;
  • foi nomeado por Kaio Saraiva para a Comissão de Estágio nesta atual gestão, o que mostra ser homem de confiança das últimas gestões;
  • votou favoravelmente pela candidatura ao Quinto Constitucional no TJ-MA de Flávio Costa, também vinculado a Pedro Ribeiro de Carvalho.

Ademais, inexiste relato que o impugnado tenha experiência como mesário, secretário ou presidente de seção eleitoral, tampouco como membro de comissão provisória anterior da OAB ou de associação, por exemplo. Não há notícia de título acadêmico ou efetivo exercício perante a justiça eleitoral”, diz a Ação de Impugnação. (Leia a íntegra aqui)

A ação de impugnação de Bispo Serejo será julgado pela própria comissão que ele preside.

Como esperar imparcialidade?!?

TJ-MA: do caso Vidraceiro do Norte ao escândalo dos 18 minutos…

Histórico de ações mal explicadas no Judiciário maranhense remonta aos primórdios deste poder, mas há casos simplesmente escandalosos que elevam ao infinito a capacidade de desembargadores e juízes usar o poder que têm para achacar e emparedar empresas e cidadãos que só esperam deles um cadinho de Justiça

 

As togas da Justiça maranhense começaram a ser alcançadas pela polícia; mas não devem ficar restritas a este caso

O escândalo de corrupção envolvendo desembargadores, juízes, advogados e lobbystas – desbaratado pela Polícia Federal na “operação 18 minutos” – é a ponta de um iceberg de corrupção que pode levar a muitos, muitos outros agentes públicos no Maranhão.

E essa pecha de corrupção não é de agora, como lembrou este blog Marco Aurélio d’Eça no post “Uma desonra para o Judiciário maranhense…”.

A operação da PF que trouxe à tona as atividades sombrias dos desembargadores Guerreiro Júnior, Luiz Gonzaga Almeida Filho, Marcelino Ewerton e Nelma Sarney, além dos juízes Alice de Sousa Rocha e Cristiano Simas de Sousa, lembrou um outro caso escandaloso da justiça maranhense, o caso Vidraceiro do Norte.

Em maio de 1997, o então juiz da 8ª Vara Cível de São Luís, Júlio de Araújo Aires, determinou que o Banco do Brasil pagasse indenização ao empresário João Pereira do Lago – o Vidraceiro do Norte – no valor inimaginável de R$ 255,5 milhões, como compensação à devolução de um cheque, mesmo com saldo, em 1988, de R$ 14 mil. (Entenda o caso aqui)

A decisão de Aires nem teria relevância, levando-se em consideração os recursos aos quais o BB tinha direito; o problema foi a rapidez na execução da ação:

  • tão logo o juiz deu a sentença, oficiais de Justiça correram para as agências para recolher os R$ 255,5 milhões;
  • para se proteger, o BB decidiu fechar todas as agências em São Luís, o que gerou caos entre os demais clientes;
  • os representantes do TJMA, com poder de polícia, decidiram, então, arrombar com maçarico os cofres do banco;
  • após repercussão nacional, Júlio Aires decidiu refazer os cálculos, alegando erro; atualmente está aposentado.

O modus operandi do caso Vidraceiro do Norte é o mesmo do ocorrido no escândalo dos “18 minutos” desbaratado agora pela Polícia Federal, o que indica a recorrência de casos deste tipo no TJMA.

Dentre as inúmeras matérias mostrando a podridão em círculos do poder judiciário, este blog Marco Aurélio d’Eça publicou em fevereiro de 2012 o “Tremei bandidos de toga…”.

Felizmente as autoridades nacionais passaram a abrir os olhos para os tribunais maranhenses e seus atores; aliás, alguns dos atores do escândalo dos 18 minutos também estiveram no escândalo Vidraceiro do Norte.

Mas esta é uma outra história…