Um dos maiores líderes da baixada Maranhense, o ex-deputado estadual e ex-prefeito formou com Mauro Bezerra, Neiva Moreira e Jackson Lago o quarteto que construiu a história da resistência política no Maranhão

HISTÓRIA REVENCIADA EM LIVRO. Isaac Dias, sentado com a família, em foto de 2014, no lançamento do livro “A Saga de um Sonhador”, da esposa Bitinha
Ele resistiu até o último momento no MDB, mesmo diante da pressão da ditadura militar, que tentava transformar a Arena em partido único no Brasil; estava deputado estadual, eleito em 1966, apenas dois anos depois do golpe que fulminou a então frágil democracia brasileira.
“Foi um dos poucos que faziam oposição ao regime ditatorial implantado no país e no Estado do Maranhão na época. Sua postura e seriedade o fizeram tornar-se respeitado, tanto por aliados quanto por adversários”, lembrou o jornalista Isanilson Dias, em perfil publicado no blog do Paulinho Castro em janeiro de 2018. (Leia aqui)
- Nos anos 80, Isaac juntou-se a Jackson Lago, Neiva Moreira e Mauro Bezerra para ajudar na criação do PDT;
- ao lado dos colegas, a resistência agora era outra, ao chamado “grupo Sarney”, que comandava o estado.

HISTÓRIAS QUE SE CONFUNDEM. Isaac Dias viveu sua trajetória política em nome da cidade que administrou por duas vezes
Mesmo na oposição, Isaac Dias era respeitado e respeitava os adversários, com os quais convivia pacificamente, na Assembleia e nas batalhas ideológicas públicas.
- em 2006, vibrou com a vitória de Jackson Lago ao Governo do Estado, mas decepcionou-se com o aliado, por quem sentiu-se traído;
- também sentiu-se traído por Flávio Dino, (PCdoB), em 2014, quando o comunista reuniu em seu governo remanescentes sarneysistas.
“Isaac distinguiu a sua militância política pela extrema lealdade ao povo sambentuense e aos seus correligionários. Nunca se afastou do grupo político do governador Newton Bello, demonstrando fidelidade ao líder, amigo e conterrâneo. Sempre foi coerente com seus princípios e ideais. A sua trajetória pessoal e política o faz merecedor do nosso respeito, estima, reverência e admiração”, destacou o advogado Flávio Braga, em artigo publicado no jornal O EstadoMaranhão, em agosto de 2017. (Leia aqui)
As decepções políticas levaram o histórico líder a se recolher da vida pública; ele passou os últimos anos em sua São Bento, que ajudou a construir.
Coube à mulher, Bitinha Dias, catalogar a história do líder sambentoense em livro “A Saga de um sonhador”, lançado em 2014, como registrou o jornalista Jorge Vieira. (Veja aqui)
Isaac Morreu nesta sexta-feira, 21, aos 87 anos…