Direita bolsonarista esvaziada no Maranhão…

Radicais ligados ao ex-presidente vêm perdendo espaço nas principais para conservadores menos interessados na guerra com a esquerda e com o lulismo no estado

 

QUAL CAMINHO ESCOLHER?!? Bolsonaristas como Felipe Arnon, Allan Garcês e Flávia Berthier podem ter que se espremer em palanques lulistas no Maranhão

As principais figuras do bolsonarismo no Maranhão – que emergiram nos embates radicais a partir de 2018 – vivem no Maranhão uma espécie de esvaziamento, com a ascensão de conservadores menos radicais.

Nenhuma das duas chapas que mais representam a direita no Maranhão – a do prefeito Eduardo Braide (PSD) e a do ex-candidato a governador Lahésio Bonfim (Novo) – contempla qualquer expoente do bolsonarismo, hoje filiados a partidos que devem estar em palanques lulistas nas eleições e 2026.

  • a vereadora Flávia Berthier e o suplente Felipe Arnon, por exemplo, estão no PL, de Josimar Maranhãozinho;
  • o deputado federal em, Allan Garcês, é do PP, controlado no Maranhão pelo  ministro do Esporte André Fufuca;
  • mesmo o deputado estadual Dr. Yglésio, do PRTB, deverá ter que se contentar com um palanque lulista em 2026.

Tanto Braide quanto Lahésio optam por nomes mais consistentes do ponto de vista político – como no ex-senador Roberto Rocha, a suplente de deputada Mariana Carvalho e o ex-deputado estadual César Pires; embora de direita, essas lideranças são menos dispostas ao enfrentamento radical.

O radicalismo da direita bolsonarista leva à guerra fratricida entre eles mesmos.

Arnon-não-suporta-Flávia-que detesta-Garcês-que-não-se-relaciona-com-Yglésio, como já mostrado por este blog Marco Aurélio d’Eça, no Ensaio “Na direita maranhense ninguém segura a mão de ninguém…”.

  • O PL de Josimar Maranhãozinho deve figurar em eventual chapa encabeçada por Felipe Camarão (PT);
  • o PP, de Fufuca, em federação com o União Brasil, deve estar no palanque do governador Carlos Brandão (PSB);
  • ainda que PL e PP opte pela aliança com Braide, o prefeito de São Luís terá postura mais neutra na disputa nacional.

Alguns ainda acham que o bolsonarismo tem força popular para o embate nacional em 2026.

Mas, no Maranhão, talvez eles não tenham sequer palanque para chamar de seu…

Amadurecido, Lahésio quer liderar a direita no Maranhão…

Pré-candidato do Novo a governador preferiu não polemizar diante das críticas da deputada estadual Mical Damasceno e mostrou interesse na unidade do campo conservador em 2026

 

É ASSIM QUE LAHÉSIO QUER ESTAR COM MICAL. pré-candidato ao governo não passa recibo às criticas da deputada

Análise da Notícia

O tom conciliador adotado pelo pré-candidato do Partido Novo novo ao Governo do Estado, Dr. Lahésio Bonfim – na entrevista-resposta dada ao jornalista Gilberto Léda – diz muito do seu atual momento político. (Leia aqui)

  • Lahésio foi duramente criticado pela deputada estadual Mical Damasceno, do PSD; (Releia aqui)
  • na resposta, porém, o pré-candidato buscou não polemizar com a parlamentar evangélica.

“Não acho que seja o momento de derrubar pontes. Eu também tenho críticas a fazer à deputada Mical, mas prefiro que isso seja feito num debate interno, em prol do crescimento da direita no Maranhão. Não somos adversários, podemos ser aliados”, disse o pré-candidato.

Há uma razão de ser na postura de Lahésio:

Com algo entre 16% e 20% das intenções de votos para o governo, o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes sabe que será ele, e não o prefeito de São Luís Eduardo Braide (PSD), o responsável por conduzir a direita na sucessão estadual de 2026.

  • primeiro que Braide ainda precisa decidir se deixa ou não a prefeitura para ser candidato;
  • além disso, o prefeito de São Luís depende do alinhamento do seu partido no plano nacional.

Lahésio sabe que se Braide não for mesmo candidato a tendência é que ele, Lahésio, polarize a disputa com o candidato do governo Brandão, ao que tudo indica o vice-governador Felipe Camarão (PT), que hoje registra entre 19% e 22% das intenções de votos.

Pra isso, o candidato do Novo precisa de uma base forte, que envolva a direita bolsonarista, a direita conservadora, a direita-cristã e até mesmo a extrema-direita.

E isso inclui, também, a deputada Mical Damasceno, que já descartou apoio a Felipe Camarão.

E como diz o próprio Lahésio, a hora é de construir pontes…

Na direita maranhense “ninguém segura a mão de ninguém”…

Além das provocações do pré-candidato a governador Lahésio Bonfim ao prefeito Eduardo Braide, campo conservador vive clima de guerra entre os vários atores cristãos-católicos-conservadores-e-bolsonaristas

 

NINGUÉM SEGURA A MÃO DE NINGUÉM; entre os conservadores maranhenses “é cada um por si e Deus contra todos”

Ensaio

Em busca de hegemonia na direita maranhense, o pré-candidato a governador Lahésio Bonfim (Novo), partiu pra cima do prefeito Eduardo Braide (PSD), cobrando posição ideológica; mas o clima de guerra na direita maranhense envolve também outros personagens, incluindo o campo bolsonarista.

E neste campo “ninguém segura a mão de ninguém”.*

Nesta terça-feira, 8, o jornalista Domingos Costa trouxe comentário do deputado federal Allan Garcês (PP) em grupo de WhatsApp, acusando a vereadora Flávia Berthier (PL) de “traidora da Direita” (Veja aqui); na semana passada, a mesma Berthier foi atacada pelo suplente de deputado estadual Felipe Arnon (PL).

“A vereadora de direita [Flávia Berthier] se refere a Eliene como ‘a moça’; e ela diz que não conhece, não sabia nada dessa ‘moça’ presa em Pedrinhas. Ora, você e eu estamos lutando pela anistia de muitos que nem conhecemos, por que acreditamos que todos são presos políticos”, justificou Arnon, em vídeo divulgado nas redes sociais. (Veja abaixo)

A ciumeira na direita maranhense envolve outros personagens, de conservadores cristãos-católicos a bolsonaristas militantes.

O deputado federal Aluisio Mendes (PRB), por exemplo, tenta expulsar do seu partido sua suplente Mariana Carvalho, aliada da senadora Damares Alves (PRB-DF), que já o denunciou judicialmente; Aluisio também não suporta sequer estar próximo do colega de bancada Josimar Maranhãozinho (PL), ameaçado de expulsão do partido pelo próprio Jair Bolsonaro.

Em meio ao bate-boca da turma da direita, o deputado estadual Dr. Yglésio Moyses (PRTB) ainda tenta conquistar o campo conservador, que olha atravessado sua passagem por diversos partidos de esquerda até o primeiro turno de 2022.

E é assim que a direita – conservadora-extremista-cristã-católica-e-bolsonarista –  pretende chegar às eleições de 2026 no Maranhão…

*P.S.: a frase que dá título a este post é uma ressignificação da expressão “ninguém solta a mão de ninguém” criada no período da Ditadura por alunos da USP e revivida pela esquerda nas eleições de 2018. 

Pesquisa reflete apenas a articulação da direita contra Brandão e Camarão…

Nova pesquisa sobre as intenções de votos na corrida eleitoral de 2026 alavanca candidaturas do campo conservador, que pretende se fortalecer diante da guerra fratricida entre os grupos do governador e do ministro Flávio Dino

 

DIREITA EM PESO. Pesquisa para o governo mostra três candidatos do campo conservador nas primeiras posições da corrida pelo governo

A mídia digital divulgou nesta sexta-feira, 10, a primeira pesquisa do ano sobre a sucessão estadual de 2026, que traz dados curiosos sobre a disputa:

  • os números, do Instituto Conceito, catapultam candidatos da direita e da oposição, ao governo e ao Senado;
  • a pesquisa revela também que o governador Carlos Brandão (PSB) não tem nomes próprios competitivos.

No cenário estimulado para governador, Braide aparece na liderança, com 36,2% das intenções de voto – destaque para os 73,2% na Região Metropolitana de São Luís. Ele é seguido pelo ex-prefeito de São Pedro dos Crentes Lahesio Bonfim (Novo), com 17,5%. O ex-senador Roberto Rocha aparece em terceiro lugar, com 15,3%, seguido pelo vice-governador Felipe Camarão (PT), com 14,1%. A atual presidente da Assembleia Legislativa, Iracema Vale (PSB), tem 2,2%. Indecisos, nulos e brancos somam 15,7%”, diz o texto do jornalista Gilberto Léda, que publicou com exclusividade a pesquisa, já replicada em diversos outros blogs e sites.

Já seria curioso que a pesquisa tivesse apontado três opções do campo conservador – Braide, Lahésio e Roberto Rocha – nas três primeiras posições ao governo, mesmo sabendo-se que o Maranhão tem forte eleitorado com influência direta do presidente Lula (PT).

Mas aí aparece os dados para senador, que põem o ex-prefeito e Santa Rita, Hilton Gonçalo (Mobiliza) com índices perto de estratosféricos 20% de intenções de votos no cenário sem o governador Brandão.

DOIS PRUM LADO, DOIS PRA OUTRO. A direita quer dividir-se em duas para forçar um segundo turno contra o nome do ainda rachado grupo governista

Este blog Marco Aurélio d’Eça tem conversado com setores da esquerda e da direita desde o fim das eleições de outubro; nessas conversas, soube, por exemplo, que os conversadores trabalham com duas possibilidades de chapa para enfrentar um rachado grupo governista:

  • a chapa 1 seria encabeçada por Eduardo Braide, tendo Hilton Gonçalo como uma das opções ao Senado;
  • a chapa 2 da direita teria Lahésio Bonfim como candidato a governador e Roberto Rocha ao Senado;
  • nas duas chapas há vaga para Weverton Rocha (PDT), caso ele queira continuar na oposição.

Análise destas conversas – apontando para as possibilidades acima, já havia sido publicada por este blog Marco Aurélio d’Eça em 24 de outubro, no post: “Sobre Eduardo Braide, Roberto Rocha e Lahésio Bonfim…”.

É possível que haja relação clara entre as conversas dos conservadores ouvidas por este blog Marco Aurélio d’Eça e a pesquisa da Conceito divulgada nesta sexta-feira, 10.

De qualquer forma, uma coisa ficou claro para o grupo governista, dinistas e brandonistas: 

O vice-governador Felipe Camarão (PT) é a única opção viável para eles…

Texto alterado às 17h25 do dia 10/1/2025 para acréscimo de informação

O início do fim do bolsonarismo…

Ex-presidente não conseguiu eleger seus favoritos e viu a direita conservadora – mais distante de seus postulados – crescer sistematicamente nestas eleições municipais, o que indica o surgimento de uma terceira via fazendo uma cunha na polarização entre a esquerda e a extrema direita

 

LULISMO X BOLSONARISMO. a esquerda ainda precisa de Lula como catalisador de votos, mas a direita já começa a ver a inutilidade de Bolsonaro

Análise de conjuntura

O primeiro balanço da mídia digital especializada em política em todo o país – este blog Marco Aurélio d’Eça incluído – apontou uma derrota acachapante da esquerda e do PT nestas eleições municipais.

Passadas as primeiras impressões, no entanto, é possível ver, também, uma espécie de fim do ciclo do chamado bolsonarismo-raiz, aquele mais identificado com os postulados do ex-presidente da República.

Os partidos que venceram as eleições são de centro-direita, mais moderados e menos radicais que os bolsonaristas.

  • a polarização entre lulistas e bolsonaristas, que existia no Brasil desde 2018, parece começar a arrefecer, com surgimento de novos atores;
  • embora o PT tenha sido derrotado, não é certo apontar que o presidente Lula também perdeu, uma vez que o lulismo se separa do petismo;
  • dois personagens podem ser destacados, ambos paulistas, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, e o governador Tarcísio de Freitas (PRB).

Tarcísio pode ser candidato presidencial já em 2026, com apoio provável do próprio Bolsonaro; Kassab deve permanecer com Lula e o PT, mas isso deve significar uma fatura cada vez maior ao PSD.

Entre os dois surge o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), embora tenha chances diminutas de se viabilizar nacionalmente. Pesa ainda o fato de Bolsonaro estar inelegível em 2026, um vácuo gigantesco no tempo e no espaço para quem precisa de disputas de poder.

Assim como o lulismo tornou-se ao longo do tempo maior que a esquerda, a direita mais autêntica, menos extremista vai tomando o lugar de Bolsonaro e sua postura odienta.

Mas há uma diferença entre os dois: o PT e a esquerda sabem que precisam de Lula para sobreviver nos próximos anos.

Já a direita começa a ver que não precisa mais de Bolsonaro…

Bolsonaro potencializa candidatura de Yglésio…

Candidato do PRTB conseguiu apoio do ex-presidente e passou a ser o candidato dos setores da direita mais conservadora em São Luís, o que pode ser ainda mais significativo com sua presença em São Luís

 

Bolsonaro declarou apoio a Yglésio  e pediu votos nas eleições de São Luís

O candidato do PRTB a prefeito de São Luís conseguiu um trunfo significativo na disputa em São Luís; o apoio declarado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) despertou o interesse de setores mais conservadores da direita maranhense.

  • Yglésio já tinha o apoio de evangélicos capitaneados pela deputada Mical Damasceno (PSD);
  • Também já é visto com outros olhos por setores da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros.

O deputado tem usado a aliança com o ex-presidente para atrair apoiadores dos vários setores da direita conservadora

Jair Bolsonaro criou na internet uma página exclusiva para tratar das eleições municipais, intitulada “candidatos do Bolsonaro”; além de candidatos a vereador, no Maranhão ele apoia Mariana Carvalho (PL), em Imperatriz, e Yglésio em São Luís.

Eu Jair Bolsonaro, de direita, conservador, estou com Yglésio candidato a prefeito desta capital. E peço seu apoio, impreterivelmente, a ele”, declarou Bolsonaro, em recente encontro com o candidato, em Brasília.

Bolsonaro está ainda definindo uma agenda para São Luís com Yglésio.

Pauta que pode fortalecer ainda mais o projeto do deputado…

Direita e bolsonaristas ainda divididos em São Luís…

Mesmo com duas candidaturas neste campo político – as dos deputados estaduais Dr. Yglésio e Wellington do Curso – eleitores do ex-presidente e o eleitorado mais conservador ainda se alinham também ao prefeito Eduardo Bride e até ao deputado federal Duarte Jr., que tem o PL em sua coligação

 

Vazio ideológica e doutrinariamente, Braide ainda tem conservadores e bolsonaristas em sua base, eleitorado que Duarte não quer dispensar e que Yglésio busca aproximação

Com cerca de 25% do eleitorado de São Luís fidelizado – segundo pesquisas do ano passado, quando ainda não era necessário o registro na Justiça Eleitoral – o espectro político formado pela chamada direita conservadora e pelo bolsonarismo – que reúne os mais radicais  – não conseguiu ainda se identificar com nenhum dos candidatos a prefeito na capital maranhense. 

Enquanto a chamada esquerda e o campo lulista têm como candidatos o ex-vereador Fábio Câmara (PDT) e do deputado federal Duarte Jr. (PSB) – que também flerta com bolsonaristas – a direita conservadora e extremista se divide entre o prefeito Eduardo Braide (PSB) e os deputados estaduais Dr. Yglésio (PRTB) e Wellington do Curso (Novo).

Yglésio já assumiu-se bolsonaristas e tenta atrair para o seu palanque a família do ex-presidente, na tentativa de tornar-se a opção deste eleitorado e desbancar Duarte Jr. da vaga no segundo turno; Duarte, por sua vez, apesar de se apresentar como candidato lulista, tem em sua coligação o PL, partido do próprio Bolsonaro, a quem se declarou aliado nas eleições de 2020.

O eleitor da direita também está na base do prefeito Eduardo Braide (PSD), único candidato que não se identifica com nenhum campo político, nenhum partido, nenhum grupo político, nenhuma ideologia, nenhum conceito doutrinário ou programático.

Apesar de filiado ao Novo, o deputado Wellington do Curso ainda não concebeu em sua campanha a ideia de esquerda e direita; e pretende passar ao largo deste debate na campanha.

Mas o fato é que, queiram ou não candidatos e eleitores, a polarização política nacional entre o presidente Lula (PT) e o ex-presidente Bolsonaro (PL) ainda terá forte influência nestas eleições municipais.

Até por que o resultado deste pleito tem relação direta com as eleições de 2026…

Bolsonaro desiste de vir a São Luís dias 19 e 20, anunciam direitistas…

Ex-presidente, que era aguardado na companhia da ex-primeira-dama Michele Bolsonaro em evento com mulheres no sábado, 20, desistiu de viajar à capital maranhense; como justificativa, os conservadores maranhenses falam de sua agenda no Rio de Janeiro, mas não cravam nova data para a visita do líder político

 

Os militantes da direita conservadora em São Luís Flávia Berthier e Felipe Arnon publicaram em suas redes sociais nesta quarta-feira, 10, vídeo em que comunicam a desistência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de participar de evento na capital maranhense marcado para o dia 20.

Em seu comunicado, Berthier não explica os motivos que levaram à desistência do ex-presidente; Arnon diz que o ato em favor da Democracia, marcado para 21 de abril no Rio de Janeiro, inviabilizou a vinda do ex-presidente a São Luís.

 

Bolsonaro não participará de evento em São Luís, mas agenda com a ex-primeira-dama Michele está mantida

– O presidente Jair Bolsonaro precisou adiar a agenda dele em São Luís para uma outra data que logo será divulgada e eu acredito que não vai demorar muito –divulgou Flávia Berthier.

 

– Vocês estão sabendo que no dia 21 de abril acontecerá o segundo grande ato em defesa da democracia, tal qual aconteceu em São Paulo? Só que desta vez será no Rio de Janeiro, em Copacabana; por conta disso, o presidente Bolsonaro não vai poder cumprir a agenda nos dias 19 e 20 de abril aqui em São Luís; porém o presidente garantiu que vai remarcar uma nova data – completou Felipe Arnon.

Tanto Flávia Berthier quanto Felipe Arnon ressaltaram que a agenda da ex-primeira-dama Michele Bolsonaro em São Luís está mantida; ela chega no dia 19 e participa de eventos com as mulheres no dia 20.

 

 

Por conta da vinda da mulher de Bolsonaro, o deputado estadual e pré-candidato a prefeito de São Luís Dr. Yglésio Moyses (PRTB) pretende tentar aprovar na Assembleia Legislativa a concessão do Título de Cidadã maranhense a ela; Yglésio vai tentar articular a votação, de afogadilho, durante toda a semana, para tentar fazer a solenidade entre sexta-feira, 19 e sábado, 20.

Mas esta é uma outra história…

Duarte Jr. e Fábio Câmara vão dividir o eleitorado lulista em São Luís…

Pré-candidatos do PSB e do PDT são os únicos representantes da base do presidente da República na disputa pela prefeitura da capital maranhense, que tem mais representantes da direita conservadora e bolsonaristas, embora apenas Yglésio Moyses assuma abertamente seu campo ideológico

 

Duarte vai buscar a exclusividade de Lula em seu palanque, mas terá que dividi-lo com o candidato pedetista Fábio Câmara

Ensaio

Os pré-candidatos a prefeito de São Luís Duarte Jr. e Fábio Câmara são os dois únicos entre os postulantes às eleições de outubro que representam partidos da base do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Deputado federal, Duarte Jr. é do PSB, partido do vice-presidente Geraldo Alkimin e deve ter como vice um indicado pela Federação Brasil Esperança, que tem o PT e mais o PCdoB e o PV, apesar de flertar em busca de apoio do PL bolsonarista; Fábio Câmara, por sua vez, é do PDT, que tem dois ministérios e o vice-líder do governo Lula no Congresso Nacional, senador Weverton Rocha.

Duarte e Fábio Câmara vão dividir a atenção dos cerca de 35% de eleitores que votam sob qualquer circunstância em um candidato indicado por Lula, segundo pesquisas de 2023, quando ainda não havia necessidade de registro na Justiça Eleitoral.

Na disputa em São Luís, a maioria dos candidatos é da direita, das correntes conservadora ou bolsonarista, esta última também chamada de extremista.

O prefeito Eduardo Braide (PSD) não se manifesta quanto à ideologia; mas, apesar de filiado a um partido da base de Lula, nunca se manifestou em relação ao presidente e tem postura conservadora da direita católica desde os tempos em que foi deputado estadual.

Flertam com a base bolsonarista os deputados estaduais Wellington do Curso (agora no Novo) e Dr. Yglésio Moyses (em busca de partido)

Sob a coordenação do ex-candidato a governador Dr. Lahésio Bonfim, Wellington também não assume abertamente seu bolsonarismo – e tem dificuldade em explicar conceitos como direita e conservadorismo – mas nada tem a ver com a esquerda.

Yglésio está mais próximos dos Bolsonaro

Esta semana ele se reuniu tanto com o ex-presidente da República quanto com a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro e com o senador Flávio Bolsonaro, além, de diversos ícones da direta conservadora; de todos os candidatos da direita, Yglésio é o único que assume abertamente sua condição de bolsonarista.

Ele quer alcançar os cerca de 25% de votos com influência direta deste campo político na capital maranhense…

A histórica e transparente relação de Eliziane com as igrejas…

Pauta de desconstrução da imagem da senadora maranhense nas denominações evangélicas é gerada por grupos adversários, ligados ao bolsonarismo, que ainda se ressentem da derrota de 2022 e da perda de espaço com a chegada ao poder de um governo mais à esquerda, ao qual, organicamente, a parlamentar sempre foi mais identificada

 

 

Desde 2006 Eliziane aproximou os governos das igrejas e as igrejas do Palácio dos Leões, começando com Jackson Lago e se consolidando com Flávio Dino

Ensaio

Nascida e criada no evangelho – dentro das mais rígidas regras do pentecostalismo pregado pela Assembleia de Deus nos rincões do Maranhão nos idos de 1970 – a senadora Eliziane Gama (PSD) sempre teve, mesmo assim, postura progressista, o que não a impediu de construir uma carreira de destaque como jornalista e como política evangélica, de deputada estadual, passando por deputada federal e chegando a senadora.

Nestes 18 anos de vida parlamentar ela sempre teve o apoio das lideranças e da base da Assembleia de Deus e de outras denominações evangélicas, sobretudo pela sua fidelidade e lealdade aos princípios cristãos e por suas ações políticas de fortalecimento e empoderamento deste segmento social ao longo de vários mandatos.

Como deputada estadual, a atual senadora comandou a CPI da Pedofilia na Assembleia Legislativa, quando o assunto ainda era tabu, sobretudo nas igrejas; é de sua autoria, também, a lei que instituiu os retiros evangélicos – e católicos – na agenda cultural do Maranhão, o que permitiu luz sobre estes movimentos que, no mínimo, protegem jovens no carnaval.

Igreja de nascimento de Eliziane, a Assembleia de Deus sabe que sua carreira política tem identificação pessoal com a do agora ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino – e anterior a ele, ela também sempre foi ligada historicamente a Jackson Lago, outro ícone da esquerda maranhense.

Eliziane aproximou as igrejas tanto de Jackson quanto de Flávio Dino e tornou a relação mais leve; lideranças evangélicas, tanto da AD quanto de outras denominações passaram a ter acesso ao poder a partir de seus movimentos.

Não é exagero afirmar que, graças a Eliziane Gama, vários outros homens e mulheres das igrejas com vocação política puderam sonhar com um mandato parlamentar ou no executivo ao longo desses 18 anos.

Foi a partir da ascensão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que a promiscuidade política passou a impregnar as igrejas; manipulando a fé e mesclando a doutrina religiosa com a pauta da direita radical, Bolsonaro atraiu figuras nocivas da agenda evangélica, tipos como Silas Malafaia, Marcos Feliciano, Valdomiro Santiago e outros mercadores da fé.

Mas é claro que, no Maranhão – e dentro das igrejas – houve quem se beneficiasse dessa agenda bolsonarista; e começou aí a hostilização à senadora, que se posicionou contra os deturpados ideais do então presidente e a manipulação da fé evangélica com interesse político.

Dentro da Igreja Assembleia de Deus – e no segmento evangélico – Eliziane Gama se mantém historicamente onde sempre esteve, com a ciência de todas as lideranças assembleianas e evangélicas do Maranhão.

E é assim que ela mantém seu espaço dentro do movimento cristão maranhense.

Que completará 20 anos exatamente em 2026.

Na renovação do seu mandato no Senado…