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Abigail Cunha reconhece erro em postagem ao lado de empregadas…

Em discurso de despedida na Assembleia Legislativa – de onde sai para assumir a Secretaria da Mulher – deputada estadual diz que a imagem com “exposição de pessoas queridas” foi “equivocada em todos os sentidos”

 

Abigail foi à tribuna da Assembleia para se despedir dos colegas e pedir desculpas por postagem equivocada e racista

A deputada estadual Abigail Cunha (PL) admitiu nesta terça-feira, 7, que a postagem em suas redes sociais, em que aparece ao lado de duas empregadas domésticas de sua casa foi “equivocada em todos os sentidos”.

– Mais do que isso: acabei por expor duas pessoas que convivem comigo. Peço humildemente e publicamente sinceras desculpas a elas e a todos – discursou a parlamentar, ao se despedir da Assembleia Legislativa para assumir a Secretaria da Mulher.

A postagem de Abigail Cunha foi tratada criticamente pelo blog Marco Aurélio d’Eça na última sexta-feira, 3; o post classificou a postagem de “defesa absolutamente ingênua, desnecessária e que soou ainda mais preconceituosa”.

A própria parlamentar reconheceu a sua ingenuidade ao tratar de questões polêmicas – como as causas da mulher, o racismo e o preconceito – ao admitir na tribuna que só conseguiu entender o erro após conversar com uma antropóloga.

– Eu via a foto e não conseguia ver onde errei; uma conversa antropóloga me acolheu e me fez entender a gravidade daquela postagem. A partir de agora me coloco ainda mais à disposição no combate ao racismo – disse a parlamentar.

Desde o episódio, Abigail enfrenta resistências para assumir a Secretaria da Mulher; entidades cobram a sua exoneração na semana de comemoração ao Dia Internacional da Mulher.

Ela não pretende renunciar…

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Abigail Cunha expõe as próprias empregadas para “provar” que gosta de mulher preta…

Na tentativa de se defender do que ela chamou de acusações infundadas, deputada estadual postou foto ao lado das suas duas funcionárias domésticas, chamando-as de “donas da minha casa”, numa defesa totalmente ingênua, desnecessária e que soou ainda mais preconceituosa

 

A deputada estadual Abigail Cunha (PL) expôs-se desnecessariamente nesta quinta-feira, 2, em redes sociais do Maranhão; e expôs também as próprias empregadas domésticas de sua casa.

A parlamentar reclamou que havia sido acusada de não gostar de mulheres negras; para se defender, postou foto ao lado das suas empregadas, dizendo que elas “são as donas de minha casa”.

A exposição gratuita das duas funcionárias acabou por soar ingênuo, mas ainda ruim, por expor o preconceito estrutural da sociedade brasileira.

Afinal, se ninguém tinha ouvido falar das tais acusações de preconceito contra a parlamentar, ela se expôs gratuitamente por achar que o fato de contratar mulheres pretas a faz gostar de mulheres pretas.

– “ah, eu não tenho nada contra pretos. Tenho até amigos pretos”.

– “como é que eu sou racista se tenho funcionárias negras?”.

Estas são algumas das clássicas respostas para quem é pego em flagrante num crime de injúria racial ou racismo puro e simples.

Não há nenhum dado público que aponte para qualquer tipo de preconceito por parte da deputada Abigail Cunha; mas a sua tentativa de responder a alguma provocação que ela tenha ouvido, acabou por expor seu desconhecimento das causas sociais, raciais e de gênero.

Na mesma quinta-feira, 2, em que expôs suas empregadas negras em redes sociais, Abgail recebeu a nomeação do governador Carlos Brandão (PSB).

Ela vai ser secretária…. da Mulher…

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Este Blog já havia alertado para simbologia cifrada de neonazistas

Em junho de 2020 post tratou exatamente de como supremacistas estavam usando linguagem cifrada para se comunicar com símbolos só compreendidos entre eles, como fez o assessor internacional da presidência da República, Filipe Martins, durante sessão do Senado

 

O gesto supremacista de Filipe Martins; para muitos, apenas uma provocação de cunho sexual, exatamente como querem fazer parecer os neonazistas

Em 1º de junho de 2020, o blog Marco Aurélio D’Eça publicou o post “Sinais de nazismo cada vez mais claros entre os Bolsomínions…”

O texto aproveitava a polêmica sobre o uso de um copo de leite pelo próprio Jair Bolsonaro –  durante uma de suas lives de quinta-feira – para alertar sobre as formas com que neonazistas e supremacistas brancos estavam se comunicando publicamente sem chamar a atenção das autoridades.

– Para fugir às punições legais, os neonazistas trataram de criar uma simbologia cifrada, perceptível apenas aos que seguem os postulados de Hitler – afirmou o post de junho passado. (Entenda mais aqui)

Foi exatamente o que fez , agora, o assessor internacional da Presidência da República, Filipe Martins, durante a sessão do Senado esta semana.

Ao formar com as mãos o símbolo PW (Power White, ou Supremacia Branca) durante pronunciamento do presidente da Casa, Martins se aproveitou da transmissão da sessão – e da repercussão que teria na mídia – para se comunicar com outros supremacistas

A técnica tem sido tão usada que passou a ser detectada por combatentes do racismo e do nazismo mundo a fora, o que acabou denunciando Martins.

De uma forma ou de outra, a polêmica envolvendo o assessor presidencial de Bolsonaro reforçou a ideologia neonazista deste governo.

E mostrou, mais uma vez, o quanto o blog Marco Aurélio D’Eça aponta questões que viram pautas aqui e alhures.

Mais cedo ou mais tarde…

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Em julgamento histórico, TSE definirá participação de negros na política

Consulta feita pela deputada federal Benedita da Silva questiona sobre a divisão proporcional dos recursos públicos de campanha e da propaganda eleitoral para candidatos negros; julgamento está 2 X 0 contra a proposta e será retomado nesta terça-feira, 25

 

O Tribunal Superior Eleitoral irá julgar nesta terça-feira, 25, pedido para que haja distribuição proporcional do Fundo Especial de Campanha e do tempo de propaganda eleitoral para candidatos negros nas eleições de novembro.

Um resultado favorável à consulta formulada pela deputada Benedita da Silva (PT-RJ) é vista por entidades sociais como o principal avanço para a presença de negros e negras na política brasileira.

O pleito é apoiado pelo Instituto Marielle Franco, Movimento Mulheres Negras Decidem, Educafro e Coalizão Negra por Direitos.

O julgamento foi iniciado no dia 30 de junho, quando o ministro relator Luís Roberto Barroso votou contra a proposta das cotas, alegando que cabe ao Congresso Nacional legislar sobre o tema. Barroso posicionou-se a favor da distribuição proporcional entre mulheres brancas e negras de recursos previstos na cota de 30% do fundo eleitoral para candidaturas femininas. 

Barroso também acatou o pedido para que recursos públicos e para que o tempo de propaganda eleitoral sejam divididos na exata proporção das candidaturas apresentadas pelos partidos políticos.

O ministro Edson Fachin acompanhou o relator. 

Na retomada do julgamento na quinta-feria, 20, o ministro Alexandre de Moraes sugeriu a formulação de uma regra de transição para impedir os partidos de boicotarem candidaturas negras nas próximas eleições.

O ministro Og Fernandes pediu vista para analisar a proposta. 

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Deslumbre na Península: o limite entre requinte e cafonice

Ao achar que podem escolher clientes por padrão social, donos de bares e restaurantes da Ponta D’Areia tentam privatizar a praia, expondo a breguice e a afetação dos “novos ricos”; em resposta, populares ridicularizam a tentativa de segregação social, revelando a diferença entre o ter e o ser numa ilha cercada de miséria

 

O “Pagodão da Península” incomodou moradores e empresários da pretensa área “Triplo A” de São Luís; e a rejeição só expôs a cafonice de gente rica

Ensaio

A área da Ponta D’Areia denominada comercialmente de Península é, de fato, um setor de São Luís de belo aspecto visual, mas que sofre com os mesmos problemas estruturais vividos por ricos e pobres em toda a cidade.

Mesmo assim, tinha tudo para se transformar em área descolada e de requinte, com as construções residenciais de luxo iniciadas na última década.

Esse “refinamento” se perdeu com a ganância brega de empresários do setor de bares e restaurantes, que começaram a proliferar na área nos últimos anos.

Cafonas e elitistas, sem a menor visão de mundo ou noção do que seja premium, “gourmet” ou “cinco estrelas” – termos, aliás, considerados bregas na medida do exagero de suas aplicações – estes empresários querem privatizar a área de praia, em busca do “ouro” dos novos ricos que por lá passaram a habitar.

Mas ao contrário do “requinte” esperado pelos idealizadores, a afetação do autodenominado “Posto A”, por exemplo, passou a afastar quem tem classe.

Além disso, ambientes naturais tendem a atrair gente que gosta de ar livre e disposta a quebrar regras; a juventude descolada propriamente dita.

Incomodados com a “invasão hype”, empresários que montaram versões pretensamente premium de suas lojas, tentam agora fazer seleção natural da espécie que consideram apta a sentar em suas mesas.

E acabaram só piorando as coisas.

A postura kistch apenas mostrou o tamanho da cafonice dessa gente que quer privatizar a Península.

Com ou sem refinamento, bares da Península também desrespeitam a lei; e foram autuados pela força-tarefa que fiscaliza as regras da pandemia

Especialistas em etiqueta e comportamento ensinam que refinamento, finesse e sofisticação não estão à venda em lojas de grifes, mas são aspectos intrínsecos à própria personalidade.

Para esses estudiosos, classe não é algo que se encontra em prateleiras de supermercado e elegância não se constrói com placas e decretos.

Ao tentar forçar um requinte onde há apenas descontração, esses empresários extrapolam a linha do brega, transformando um ambiente que poderia ser de puro charme em exemplo acabado de preconceito sem-berço dos que alcançam poder e dinheiro sem a necessária visão de mundo.

Pior para os moradores, que veem sua habitação perder valor – não pela presença de populares nas areias, mas pela afetação brega dos donos de negócios.

E o que poderia ser ambiente de charme se transforma a cada fim de semana em exposição do ridículo.

Por que, os que tem a simplicidade do refinamento, vão buscar, naturalmente, ambientes menos expostos.

É simples assim…

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Racismo que ocorreu no Educalis é comum nas escolas privadas de SLZ

Colégios da chamada elite tradicional da capital vivenciam sistematicamente casos de preconceito velado contra negros, homoafetivos e bolsistas, que vez por outra explodem em crises entre alunos e familiares; mas a prática resiste até mesmo em escolas públicas

 

O ambiente escolar elitista e com segregação de classes é estímulo para o racismo, que está na raiz, inclusive educacional, no Brasil

Editorial

O caso de racismo puro e simples praticado por um aluno do Colégio Educalis, em São Luís, teve forte repercussão nacional esta semana; mas a prática é mais comum do que parece na rede privada da capital maranhense.

Escolas que se apresentam como da elite ludovicense vivenciam sistematicamente casos de preconceito contra negros, homoafetivos, transgêneros, bolsistas e até professores.

Algumas, mais tradicionalistas e católicas, por exemplo, até proíbem debates sobre aborto, casamentos homoafetivos e outros assuntos tidos por polêmicos.

A decisão do Educalis de expulsar o aluno racista poderia merecer aplausos, mas só foi tomada sob pressão; a principio, a punição da direção para crime tão hediondo seria apenas três dias de suspensão.

Tanto que o perfil do colégio em uma rede social chegou a curtir comentário de um dos prováveis pais dizendo que o aluno racista “precisaria de apoio, não de punição”.

E o insultado, cara-pálida? Precisaria de quê? de conviver calado e sem reação com um nazistinha auto-declarado supremacista?

Escolas públicas em tensão permanente

Mas o racismo e o preconceito ocorrem também, e com muito mais radicalismo, nas escolas públicas, onde as classes sociais esquecidas – “pobres de tão pretos ou pretos de tão pobres”? – tendem a matricular os filhos.

É para as escolas públicas que vão, por exemplo, a maior parte dos transgêneros, ainda sem noção de sua identidade de gênero e tratado apenas por gay ou travesti em comunidades sem conhecimento e professores ignorantes.

Stheffany Pereira, mulher transgênero que sofreu preconceito e humilhação quando de sua passagem pelo Liceu Maranhense

Quem não se lembra do caso da trans Stheffany Pereira, impedida por colegas e pela direção do Liceu Maranhense de usar o banheiro feminino?

O racismo estrutural  – e junto com ele o preconceito, a homofobia, a transfobia e a segregação social – precisam ser combatidos em sua raiz histórica. 

E isso significa uma revisão histórica de tudo o que fez a sociedade achar que negro é uma raça inferior.

Achar “radicalismo desnecessário” o ativismo revisionista de casos como o de Monteiro Lobato – racista, nazista e preconceituoso, que estimulava, de forma elisiva e subliminar a segregação de classes e raças – não passa de uma forma elitista de manter negros e brancos separados entre a casagrande e a senzala.

Essa revisão precisa chegar na raiz, incluindo a tradição católica-apostólica-romana, que, afinal, foi fundada em pilares racistas, escravagistas e sexistas de seu fundador e símbolo maior.

Mas esta é uma outra história…

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Ufma investiga suspeitos de fraude em cotas…

Processos podem durar todo o tempo de curso do aluno suspeito, garantindo, inclusive, possibilidade de formatura; Universidade já investigava sete casos envolvendo questões raciais e de gênero no acesso aos seus cursos

 

Mesmo suspeitos de se declararem pretos sem ser, esses alunos do curso de Medicina da Ufma podem se formar e exercer a profissão onde podem ter chegado por fraude

Quase três semanas após estourar denúncias de fraudes em cotas raciais e de gênero no acesso aos seus cursos, a Universidade Federal do Maranhão (Ufma) falou do tema, por intermédio de sua assessoria de comunicação.

Segundo o release, a Ufma já investigava sete casos desde o início do ano; e ampliou a investigação após a campanha de denúncia do perfil “Fraudadores de cotas Maranhão”.

Esta denúncia foi tratada pelo blog Marco Aurélio D’Eça no post “Medicina da Ufma é campeã de suspeitas de fraude nas cotas…” 

De acordo com o release encaminhado pela Ascom/Ufma, as suspeitas de fraude no acesso aos cursos – incluindo as do site “Fraudadores de cotas Maranhão” – referem-se a anos anteriores, quando o sistema era de autodeclaração.

No fim do ano passado, a UFMA aprovou a resolução 1.899-CONSEPE/2019, que instituiu a Comissão de Validação da Declaração Étnico-Racial de Estudantes Pretos e Pardos da UFMA

– Essa comissão tem por atribuição entrevistar os candidatos nas vagas das cotas raciais para aferir as características fenotípicas dos candidatos e verificar e validar a autodeclaração étnico-racial deles – explicou o presidente da comissão, Acildo Leite.

A partir desta comissão de validação, os processos de entrada por cotas podem até ser anulados.

– Uma autodeclaração falsa torna nulo o ato administrativo de matrícula na vaga destinada à cota de pretos e pardos, podendo configurar crime de falsidade ideológica – pontou o procurador da Universidade, Daniel Farah.

Mas no caso dos alunos que já estão efetivamente no curso, a Ufma não estabeleceu prazo para conclusão dos processos de investigação dos casos suspeitos, que, segundo o release, será individualizada.

Em outras palavras, os alunos podem concluir o curso sem que seja concluído o processo.

E muitos poderão exercer a profissão mesmo sob suspeita…

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Deputado pede investigação de suposto ato neonazista em São Luís…

Dr. Yglésio encaminhou ofício à Procuradoria-geral de Justiça denunciando o blogueiro de direita que usou símbolos cifrados e fez gesto de saudação`a Adolf Hitler, numa brincadeira sem graça nas redes sociais

 

Ricardo Santos e sua tentativa de fazer gracinha na internet pode custar-lhes uma dor de cabeça na Justiça

O deputado estadual Dr. Yglésio encaminhou à Procuradoria-Geral de Justiça Ofício em que pede abertura de investigação contra o blogueiro Ricardo Santos, por apologia ao nazismo, crime previsto em Lei Federal.

Ex-radical comunista, ex-punk, Santos é hoje um dos radicais de direita alinhados ao projeto de poder de Jair Bolsonaro, embora nenhuma relação tenha com o presidente ou sua família.

Diante do forte debate nacional sobre o uso cifrado de símbolos neonazistas por apoiadores de Bolsonaro, o blogueiro tentou fazer gracinha em seu perfil no Twitter, posando com caixa de leite e fazendo o gesto de saudação a Hitler.

Os gestos – ainda que inocentes, por sátira, ironia ou deboche – estão previstos nos Artigos 20 e 287 da Lei Federal 7.716/89.

Pela gracinha, Ricardo Santos foi ridicularizado até por bolsomínions.

E ainda vai ter que se explicar ao Ministério Público…

Veja abaixo a representação do deputado Dr. Yglésio:

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BBB-20 expõe questão sociológica no Brasil…

Edição de 2020 do programa da Rede Globo teve, em confinamento, todos os aspectos registrados diariamente no embate dos estratos sociais de um país racista, machista e patriarcal, mas que começa a rever seus conceitos e preconceitos

 

Thelma, a vencedora: negra, médica e mulher, que sofreu por ser negra e por ser mulher, diante de um negro homem, como Babu

Para quem gosta de Sociologia, observa e pesquisa os estratos sociais do Brasil, para quem se encanta com o estudo da sociedade e busca entender e analisar as relações interpessoais, programas como o Big Brother Brasil são um excelente cenário.

Classes sociais confinadas e disputando premiação é terreno fértil para os embates que se vê no dia dia de um país racista, machista e patriarcal, como o Brasil.

É um campo de pesquisa fantástico para aplicar sociologicamente na própria comunidade, com perguntas do tipo:

Por que evangélicos agem assim?

Por que as comunidades suburbanas são o que são?

Como se comportam os gays?

Qual o papel dos pretos e das mulheres?

E das mulheres pretas e pobres?

Essa temporada do BBB, suas nuances e debates do que está em discussão na própria sociedade, é um campo empírico de rico valor sociopolítico.

A partir de reações de “machos escrotos” – como Petrix, Prior e Lucas – de “feministas brancas”, como Marcela, ou mais equilibradas, como a Manu, se traça perfis que levam até mesmo a saber, com certa precisão, o vencedor de cada edição, baseado no tema escolhido pela Globo, subliminarmente, para ser posto em discussão no programa.

E o debate de raça – e, dentro dele, o embate de gênero – foi o tema escolhido para 2020.

Por isso foi fácil entender que a negra Thelma, formada em Medicina, alcançou a vitória, diante de um discurso tácito sobre o papel do negro, do pobre, da mulher pobre e da mulher negra e pobre na sociedade.

E no Brasil há diferenças claras entre ser pobre, ser preto, ser mulher pobre, ser mulher preta e ser mulher pobre e preta.

Num país cheio de desigualdades, machista e patriarcal, é óbvio que um preto macho, como Babu, ganhará sempre mais espaço que uma mulher preta, como a Thelma.

Isso ficou claro até à etapa final quando a sororidade de Thelma em relação às colegas brancas foi vista como submissão de negra, enquanto a aliança de Babu com os machos brancos foi tolerada como estratégica, ainda que o machos em questão – Prior e Lucas – fossem tão estúpidos quanto Hadson, Petrix e sua dança troglodita, símbolo do machismo exposto nesta edição. (Veja o vídeo)   

A dança do acasalamento de Pertrix virou símbolo da boçalidade masculina nas classes sociais médias do Brasil 

Felizmente, a expulsão dos “machos escrotos” – um por um, a cada semana de intenso debate sociológico nas redes sociais – mostrou que o Brasil caminha, ainda que capengando, para uma sociedade mais justa, que possa ter equidade nas diferenças e respeito à cor.

A vitória de Thelma é a vitória deste novo Brasil, que a despeito do retrocesso sócio-político de 2018, ainda consegue avançar, unindo mulheres – sempre estimuladas a serem adversárias – e enquadrando homens que ainda pensam ser donos dos destinos familiares.

Uma vitória da raça humana brasileira como um todo…

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Paulo Guedes apenas expôs o pensamento comum no Brasil de hoje…

Ao ironizar a presença de empregadas domésticas na Disney em época de dólar baixo, ministro da Economia tornou público o que pensa a elite branca, rica, hétero, homofóbica, racista e cristã, empoderada por Bolsonaro

 

O Brasil que levou o presidente Jair Bolsonaro ao poder, em 2018, é um Brasil que odeia a ideia de que preto, pobre, gay e favelado também possam viajar de avião.

O Brasil que votou em Bolsonaro é um Brasil que não admite empregados terem filhos estudando na mesma “escola de patrão”.

Ao se eleger, Bolsonaro empoderou uma elite branca, rica, hétero, homofóbica, racista e cristã, que estava no armário e sem poder de voz – e agora pode gritar contra pobres, contra negros, contra gays e contra nordestinos.

E é para esta gente “fina, elegante e sincera” que o ministro da Economia Paulo Guedes falou ao criticar o fato de que o dólar baixo no Brasil permite que até empregadas domésticas tenham condições de viajar à Disney.

Guedes apenas expressou o sentimento comum no Brasil de hoje.

Um Brasil em que o machismo é visto como expressão da força masculina; um Brasil em, que xingar gays, ridicularizar mulheres, atacar nordestinos, segregar negros e pobres são formas de “melhorar o nível”.

O Brasil estupidamente religioso empoderado por Bolsonaro é o Brasil que odeia pobre, que odeia negro, que odeia gays e que diminui a mulher.

E foi exatamente esse Brasil que Paulo Guedes expressou em sua estupidez.

Por que o resultado de um estúpido no comando do país é a estupidez generalizada.

Simples assim…

Leia também:

Insensatez e estupidez assolam o país…

O direito dos gays e o dia a dia no Brasil…

Perseguição aos nordestinos…

A nova face do preconceito…