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De como Brandão tenta criar canal de articulação própria com Lula…

Governador sabe que há lideranças no Maranhão bem mais próximas do presidente, como o senador Weverton Rocha, o deputado federal Márcio Jerry e o vice-governador Felipe Camarão; mas agora, sem o muro imposto pelo hoje ministro do STF Flávio Dino, iniciou um processo próprio para criar as condições de ser o interlocutor direto do petista com vistas à montagem da sucessão de 2026

 

Só nesta semana Brandão teve o seu primeiro encontro a sós com Lula; agora, quer criar as condições para ser a referência lulista no Maranhão

Análise da Notícia

Observadores políticos mais experientes viram no movimento midiático dos principais aliados do governador Carlos Brandão (PSB) – deputada Iracema Vale (PSB) à frente – uma clara tentativa de demarcar posição política do governador na relação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Assunto que sempre coube à comunicação do próprio governo, o recente encontro entre Brandão e Lula, em Brasília, ganhou eco por intermédio da presidente da Assembleia, deputados estaduais e comentaristas políticos mais alinhados ao Palácio do Leões, como já havia destacado este blog Marco Aurélio d’Eça, no post “Iracema destaca primeiro encontro a sós de Brandão com Lula em Brasília…”.

Mas o que esta nova movimentação significa?

  • significa que Brandão já começou sua articulação com vistas à própria sucessão e quer ser, ele próprio – deixando ou não o governo em abril de 2026 – o principal interlocutor de Lula no estado;
  • significa também que o governador quer romper os muros que o separam do presidente para ter poder de influência na montagem da chapa que irá disputar as eleições gerais em 2026;
  • significa, mais ainda, que ele não pretende se afastar da base lulista, como pregam seus aliados – o que, na prática, seria suicídio político numa disputa ainda polarizada no país.

Sem histórico de ligação política com Lula e historicamente antagônico ao PT, Brandão sempre dependeu do agora ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino para chegar até o presidente; estes muros impostos por Dino foram mostrados por este blog Marco Aurélio d’Eça, sobretudo no o post “A guerra entre Flávio Dino e Sarney por Brandão em Brasília”.

O ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) tem tentado desde o início do mandato construir um muro na relação entre o presidente Lula (PT) e o governador maranhense Carlos Brandão (PSB); Dino quer vender à classe política e à imprensa a ideia de que só ele é o caminho para Lula em Brasília. Mas Brandão tem buscado outro caminhos (…) é Sarney e seus aliados – e não Dino – quem tem aberto portas para o governador na capital federal – afirmou no post, de 14 de julho de 2023.

Com a aposentadoria política de Dino, todos no Maranhão igualaram-se em nível de influência, segundo o senador Weverton Rocha (PDT) pontuou, no post “‘Todo mundo no mesmo patamar’, disse Weverton sobre saída de Dino da política”.

Mas nessa relação de igualdade, Brandão ainda está em desvantagem na interlocução com Lula:

  • o próprio Weverton Rocha (PDT), por exemplo, tem relação histórica com o presidente e com o PT e uma espécie de dívida de gratidão de Lula, sobretudo pelo que houve nas eleições de 2022;
  • o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) é uma espécie de lugar-tenente de Flávio Dino e tem forte influência política nos partidos e relação histórica com os segmentos de esquerda em Brasília;
  • o vice-governador Felipe Camarão (PT) é naturalmente o candidato de Lula e dos dinistas à sucessão de Brandão, seja qual for a decisão do governador, de sair ou ficar no comando do governo.

Carlos Brandão acerta em buscar interlocução própria com Lula.

E acerta mais ainda em mostrar midiaticamente ao eleitor maranhense – via outros canais, uma vez que sua comunicação não raciocina pela lógica da formação de opinião – que é o principal líder no estado. 

É claro que outros personagens – como os citados neste post – irão se movimentar no contraponto a Brandão até 2026, na tentativa de mitigar os efeitos de sua articulação política.

Mas, assim como apostam em uma espécie de prazo de validade do governador, que diminui a cada dia, sabem que precisam aguardar a decisão dele antes de tomar as suas próprias.

Esses freios e contrapesos estarão sendo usados dia após dia até abril de 2026…

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Roberto Rocha quer disputar Governo ou Senado em 2026…

Ao afirmar à rede Record Maranhão que já deu sua contribuição como deputado federal e estadual, ex-senador faz elogios ao governador Carlos Brandão, alfineta indiretamente o prefeito Eduardo Braide  – mesmo sem citar nome – e lembra que, mesmo em condições adversas, em 2022 teve mais votos para o Senado que os adversários de Lula, somados

 

Roberto Rocha falou do passado e do futuro político – dele e do Maranhão – e garantiu presença nas eleições majoritárias de 2026

O ex-senador Roberto Rocha (PTB) admitiu nesta quarta-feira, 8, em  entrevista ao programa Balanço Geral, da rede Record Maranhão, a possibilidade de concorrer ao Senado novamente nas eleições de 2026; na semana passada, a imprensa destacou interesse de Rocha apenas na disputa pelo governo, mas ele fala de “eleições majoritárias”, incluindo as duas possibilidades.

Quero disputar as eleições majoritárias de 2026. Fui três vezes deputado federal e uma vez estadual. Já dei minha contribuição em mandatos como estes. Um mandato majoritário exige mais experiências. Pretendo ser candidato majoritário, esse cargo pode ser governador ou senador. Deputado federal e estadual não está nos meus planos”, explicou Rocha, que descartou também as eleições municipais de outubro, numa alfinetada indireta, e sem citar nome, ao ex-aliado Eduardo Braide (PSD):

 

Não é correto que alguém que se eleja em 2024, assuma em 2025 e quando chega em 2026 renuncie para ser candidato. Acho isso, inclusive um estelionato. Por isso não vou disputar as eleições municipais.

 

Rocha lembra que disputou em condições adversas as eleições de senador em 2022 e, mesmo assim, alcançou cerca de 1,2 milhão de votos:

  • foram mais votos que a maioria dos candidatos a governador pela oposição, juntos;
  • mais votos que a soma de todos os adversários de Lula a presidente, incluindo Bolsonaro;
  • Mais votos que o então presidente Bolsonaro, inclusive na sua votação no 2º turno, contra Lula;

 

Na minha campanha nem eu nem minha família votamos em mim. Meu filho morreu durante a campanha. Foram mais votos que os candidatos a presidente. E só votos de oposição. Em raras exceções tive apoio político. 126 prefeitos participavam da minha coligação, 120 largaram para apoiar meu oponente, o Flávio Dino. Eu sei a razão, mas não é o caso de tratar disso agora”, lamentou o ex-senador.

 

Roberto Rocha fez elogios ao governador  Carlos Brnadão, a quem chamou de “decente” e “correto”; mas lembra que, mesmo com toda a força do Governo do Estado, e com a estrutura de campanha de Brandão escorada no presidente Lula (PT), ainda assim a população manifestou seu desejo de mudança.

Faltaram só 40 mil votos para o segundo turno. Se fosse para o segundo turno, o resultado poderia ter sido diferente”, acredita.

 

Rocha diz que tem aproveitado essa entressafra política para ver a vida com mais amplitude no espelho, se entender melhor, estar com a família e se dedicar aso estudos.

Ele deve anunciar um partido só às vésperas do debate sobre as eleições de 2026.

Mas pretende estar cada vez mais presente nas discussões políticas…

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Roberto Rocha quer dividir a direita com Lahésio em 2026…

Ex-senador anunciou sua pré-candidatura ao Governo do Estado e quer reunir em torno de si os bolsonaristas maranhenses, sobretudo em Imperatriz e Balsas, onde alcançou a primeira posição nas eleições de senador em 2022, vencida pelo agora ministro do STF Flávio Dino

 

Lahésio teve Roberto Rocha como candidato a senador em 2022; e deverá enfrentá-lo como adversário ao governo em 2026

Dividida nas eleições de 2024 nos principais municípios do Maranhão – como São Luís e Imperatriz – a direita maranhense e o campo conservador na política caminha para manter a divisão nas eleições de 2026.

O ex-senador Roberto Rocha anunciou nesta quarta-feira, 1º, em entrevista ao jornalista Elias Lacerda, de Teresina (PI), sua intenção de disputar o Governo do Estado como representante do bolsonarismo e da direita. (Leia a íntegra aqui)

Alheio ao debate político desde que perdeu a reelei9ção para o Senado em 2022, Rocha chega ao debate sobre 2026 tentando ocupar espaço já preenchido pelo ex-prefeito de São Pedro dos Crentes, Dr. Lahésio Bonfim (Novo).

A julgar pelas eleições de 2022 – em que ficou na segunda colocação, à frente do senador Weverton Rocha (PDT) – é de Lahésio o eleitorado da direita maranhense.

Não há sinais de candidatos de Roberto Rocha às prefeituras em nenhum município maranhense. Em São Luís, ele tem relações com o prefeito Eduardo Braide (PSD), mas sem maiores envolvimentos políticos; em Imperatriz, enfrenta a mesma situação.

Mesmo sem grupo, sem partido conhecido e sem participação orgânica em 2024, o ex-senador aposta no eleitorado conservador para concorrer ao governo. 

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Maura Jorge é a única remanescente de sua geração com perspectivas no atual ciclo político

Caminhando tranquilamente para o seu quarto mandato como prefeita de Lago da Pedra, a ex-candidata a governadora que foi deputada estadual por vários mandatos sobreviveu às diversas trocas de poder na política maranhense e conseguiu se consolidar como liderança estadual e  exemplo de habilidade tanto política como de gestão

 

Plena a caminho do quarto mandato em Lago da Pedra, Maura Jorge é a única remanescente da geração 90 com relevância na política estadual

Ensaio

A experiente prefeita de Lago da Pedra, Maura Jorge (PP), é uma das poucas líderes de sua geração a permanecer firme no debate estadual e em tendência de crescimento neste ciclo que terá sua culminância em 2026.

A maioria de seus contemporâneos ou foram retirados do debate público ou perderam relevância no xadrez político; sua gestão e a forma como se conduziu politicamente, explica sua permanência e seu respeito tanto na classe política quanto no povo.

O início dos anos 90 foi um celeiro de novos nomes no cenário estadual, seja de famílias já tradicionais, seja daqueles sem sobrenome que conseguiram furar a bola aristocrata.

Maura é um desses nomes que surgem no início de 90, ao lado do seu irmão, Waldir Filho, deputado que veio a falecer em 96, num acidente de avião que também vitimou outros dois parlamentares. Maura teve quatro mandatos de deputada estadual, o último interrompido em 2008, para que ela pudesse disputar a prefeitura de Lago da Pedra contra Luiz Osmani, um de seus adversários históricos.

Maura venceu aquela eleição e segue, até hoje, ditando as regras da política no município.

Foi reeleita em 2012, elegeu seu sucessor em 2016, disputou o governo em 2018, retornou à prefeitura em 2020 e hoje se encaminha para um quarto mandato, com 100% da câmara de vereadores e sem adversários políticos à altura.

É de Lago da Pedra uma das saúdes municipais mais admiradas do Maranhão, com equipamentos que poucas unidades da rede estadual possuem; creche em tempo integral, maternidade, escolas, hospital, novos bairros, pavimentação asfáltica na sede e zona rural, aumento no número de empregos com carteira assinada, aumento no número de novos empreendimentos, salários em dia e 80% de aprovação, justificam o discurso de Maura Jorge, de gestão humanizada

Sua trajetória política, na contramão da maioria dos seus contemporâneos, mostra sua habilidade política de construir laços, abrir diálogo, respeitar o contraditório, e se manter relevante no xadrez político.

Hoje no Progressistas, partido do Ministro André Fufuca, à frente do PP Mulher, Maura tem um forte instrumento para voltar a percorrer o estado, fortalecendo sua já notória participação em todas as regiões.

É esse destaque político, sua lida com o povo e com os grandes nomes da política, que fizeram Fufuca enxergar em Maura “um dos diamantes mais lapidados da política do Maranhão”, como disse o próprio em discurso recente.

E 2026 está logo ali…

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Aliança entre Weverton e Othelino tem forte repercussão em todo o estado…

Filiação da senadora Ana Paula Lobato ao PDT é um daqueles gestos políticos históricos, que mudam cenários e abrem novas perspectivas de poder, mobilizando lideranças em todos os níveis; reaproximação entre o senador e o deputado estadual terá influência nas eleições municipais, mas vai além, com repercussão também na sucessão de 2026

 

Ana Paula e Othelino recepcionados pelo senador Weverton e pela cúpula do PDT, em Brasília; partido agora tem três senadores

Análise da Notícia

Nenhum gesto político nos últimos 10 anos teve tanto simbolismo e repercussão em todos os círculos de poder maranhenses quanto a filiação da senadora Ana Paula Lobato ao PDT, nesta quarta-feira, 24.

Parlamentar que assumiu o mandato a partir da suplência do agora ministro do STF Flávio Dino, a esposa do deputado estadual Othelino Neto (PCdoB) disse não ao PSB do governador Carlos Brandão e realinhou-se ao projeto do senador Weverton Rocha, líder pedetista com forte influência no governo Lula (PT) e hoje também realinhado ao próprio Flávio Dino.

A reposição política de Ana Paula é o principal assunto em todas as rodas de conversas; ganhou forte repercussão em blogs e portais de notícia, além de gerar especulações de todos os tipos, desde a última terça-feira, 23, quando o anúncio de sua filiação ganhou a imprensa política maranhense.

A influência do gesto da senadora pedetista no contexto político atual do Maranhão só tem comparação a três outros fatos significativos dos últimos 20 anos:

  • 1 – o rompimento do então governador José Reinaldo Tavares (PFL), em 2004, que simbolizou o fim do chamado grupo Sarney;
  • 2 – a cassação do então governador Jackson Lago (PDT), em 2009, que deu sobrevida ao grupo Sarney com a retomada do poder por Roseana;
  • 3 – a covardia do ex-secretário Luiz Fernando Silva, que desistiu de candidatura a governador, em 2014, favorecendo a chegada de Flávio Dino ao poder.

A aliança entre Ana Paula, Weverton Rocha e Othelino Neto gerou especulações também na sucessão do prefeito Eduardo Braide (PSD).

O PDT tem como candidato o ex-vereador Fábio Câmara, já consolidado nas pesquisas e tido como a terceira via na disputa; ele pode ter como companheira de chapa a suplente de deputada Flávia Alves, presidente do Solidariedade, irmã de Othelino e cunhado de Ana Paula.

Só esta montagem para as eleições de 2024 já terá significativo impacto político com repercussão em 2026.

Mas esta é uma outra história…

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PDT agora terá dois senadores maranhenses…

Socialista Ana Paula Lobato se filia ao parido nesta quarta-feira, 24, com recepção do líder do partido no Senado, Weverton Rocha, fortalecendo o projeto de poder do partido, que passa pelas eleições municipais com vistas à sucessão estadual de 2026

 

A entrada de Ana Paula Lobato no PDT faz parte do processo de reaproximação entre Weverton Rocha e Othelino Neto

A senadora Ana Paula Lobato assina ficha de filiação ao PDT nesta quarta-feira, 24.

Ela deixa o PSB, partido comandando no Maranhão pelo governador Carlos Brandão, para fortalecer a bancada do partido do senador Weverton Rocha.

– Juntos na bancada do PDT e do Maranhão vamos continuar trabalhando pelo estado, agora inda mais sincronizados – publicou Weverton em suas redes sociais nesta terça-feira, 23, lembrando que Ana Paula já foi filiada ao partido.

A entrada de Ana Paula Lobato no PDT faz parte do projeto de poder do deputado estadual Othelino Neto (PCdoB), que já tem a irmã, Flávia Alves, no comando do Solidariedade.

A aliança com Weverton tem foco nas eleições de 2026, passando pela sucessão municipal de 2024…

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Diego Galdino de volta a Brasília…

Homem de confiança do ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino – que estava atuando ao lado de outro dinista no Maranhão, o vice-governador Felipe Camarão – vai agora assumir a secretaria-executiva do Ministério dos Esportes, comandado pelo deputado federal André Fufuca, numa movimentação de forte simbolismo político

 

Homem de confiança de Flávio Dino será número dois no ministério de André Fufuca

O ministro dos Esportes André Fufuca (PP) anunciou nesta segunda-feira, 1º, um gesto de forte impacto político no Maranhão: o ex-chefe da Casa Civil e ex-secretário-executivo-adjunto do Ministério da Justiça, Diego Galdino, ocupará o segundo posto na hierarquia da pasta comandada pelo deputado federal maranhense.

Atualmente atuando como uma espécie consultor político do vice-governador  Felipe Camarão (PT), Galdino é historicamente ligado ao ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino, pelas mãos de quem chegou à elite do serviço público.

A nomeação de Diego Galdino por Fufuca tem forte simbolismo político, sobretudo pelo fato de que o ministro dos Esportes é hoje o nome mais festejado ente os postulantes a uma das vagas de senador nas eleições de 2026, ao lado do atual governador Carlos Brandão (PSB), numa provável chapa encabeçada pelo próprio Felipe Camarão, outro aliado de Flávio Dino.

Este cenário é que faz com que a nomeação de Gladino diga muito dos próximos passos políticos eleitorais no Maranhão…

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De como Braide criou as condições para seguir “sozinho” na política…

Prefeito de São Luís tem hoje uma gestão controlada – com forte arrecadação e sem necessidade de endividamento, ao contrário do governo Brandão – o que permite a ele conduzir os serviços básicos e manter investimentos sem precisar desesperadamente correr atrás dos governos federal e estadual, além de uma equipe azeitada e leal, o que dá a ele condições de até esnobar a classe política e escolher partidos para compor sua chapa à reeleição

 

Com o controle da gestão, Eduardo Braide consegue manter o mínimo de sua vida em família, o que pesa em sua decisão político-eleitoral

Análise da Notícia

Na semana passada, alguns blogs e portais de São Luís anunciaram que o prefeito Eduardo Braide (PSD) iria repetir sua chapa de 2020, mantendo a atual vice Esmênia Miranda; e que esse gesto – na análise desses blogs e portais – significaria dizer que o prefeito mandava recado ao governador Carlos Brandão (PSB) de que não concorreria ao governo em 2026.

A informação – e sobretudo a interpretação dada pelos autores da notícia – intrigou este blog Marco Aurélio d’Eça, que foi atrás da raiz, ouvindo aliados de Braide e de Brandão, líderes partidários e políticos independentes, culminando com uma longa conversa nesta terça-feira, 26, com o deputado estadual Fernando Braide (PSD), irmão do prefeito.

Da “investigação”, pode-se extrair pelo menos três pontos principais:

  • 1- o prefeito só decidirá sobre vice nas convenções, e a eventual manutenção de Esmênia Miranda não terá qualquer influência sobre 2026;
  • 2 – Eduardo Braide tem uma base de partidos e aliados que mantém dede 2020 e pretende repetir nestas eleições, fechando portas para aventureiros;
  • 3 – a relação de Braide com o governo Carlos Brandão – ou a ausência dela – não tem qualquer influência sobre suas decisões políticas ou eleitorais.

Braide tem hoje uma máquina absolutamente azeitada, com recordes de arrecadação e recursos próprios que lhe permitem tocar os serviços básicos e fazer investimentos sem a necessidade de estar com o pires na mão; para se ter ideia dessa força, houve recorde de arrecadação entre 2022 e 2023, segundo o portal Observatório da Blogosfera: (Leia aqui)

  • No total, foram R$ R$ 2.097.429.789,00 a mais que o esperado nos últimos dois anos;
  • em 2022, Braide esperava arrecadar R$ 4,1 bilhões, mas superou esta estimativa em R$ 1,3 bilhão;
  • em 2023, o orçamento municipal previa R$ 4,3 bi, mas ao fim do exercício chegaram R$ 795 milhões a mais.

Para efeito de comparação, enquanto o governador Carlos Brandão (PSB) busca endividar o Maranhão em mais R$ 2,2 bilhões, Braide conseguiu esta mesma receita apenas com ajustes fiscais, o que lhe permite fazer obras importantes no trânsito, asfaltamento nos bairros e obras básicas, que, se não são de excelência, ao menos garante a popularidade em alta.  

Para a maior parte dos políticos ouvidos por este blog Marco Aurélio d’Eça, esta situação dá a ele a condição de escolher aliados e adversários. Na conversa específica com Fernando Braide isso também salta aos olhos:

– O Eduardo tem o controle da gestão; e ninguém pode negar que a prefeitura cumpre seu papel, com alta avaliação da população. Ele conseguiu organizar todos os aspectos da máquina, dedica-se 100% a ela; não faz sentido apostar em largar tudo isso para concorrer a um governo endividado, gigantesco e descontrolado, o que tirará ainda mais sua relação com a família; por isso, não acredito que ele vá para uma eleição apostando em outra daqui dois anos – ponderou o irmão do prefeito.

Com gestão enxuta, arrecadação em alta, obras e serviços garantidos por receita própria, o prefeito de São Luís navega em céu de brigadeiro, esnobando políticos, ignorando alianças e fazendo adversários tentando adivinhar o seu futuro, em 2024 e 2026.

E com todo este cacife, pouco importa quem será o seu companheiro de chapa…

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Com Maura Jorge, André Fufuca começa a consolidar liderança estadual

Filiação da prefeita de Lago da Pedra – que tem influência não apenas regional, mas estadual na política maranhense – simboliza o início de um ciclo de renovação das personagens políticas no estado, que passa tanto pelo ministro do Esporte quanto por outras lideranças emergentes a partir destas eleições municipais e deve marcar o pleito de 2026

 

A filiação de Maura Jorge atraiu lideranças de todas as regiões para acompanhar a presença do ministro André Fufuca

Não ficou restrita ao município de Lago da Pedra – e nem mesmo à Região dos Lagos, onde a prefeita tem forte influência – a repercussão do ato de filiação de Maura Jorge ao PP, com a presença do ministro dos Esportes e presidente regional do partido, André Fufuca; a entrada de Maura no Progressistas simboliza o início da montagem do time que Fufuca espera liderar nas eleições de 2026.

– Esse chamamento eu faço. Temos o maior grupo da história de Lago da Pedra, mas temos um compromisso nesta eleição: com todo respeito à oposição, temos que dar a maior diferença da história para Maura Jorge nesta eleição – pregou o ministro.

A aliança de Fufuca com Maura Jorge repercute no estado inteiro por que eles representam exatamente o início de um novo ciclo político que se desenha para as eleições de 2026, quando os atuais atores que surgiram, a partir de 2010, com a ascensão do agora ministro Flávio Dino – seja no governo ou na oposição –  começam o seu pouso ou aterrisagem forçada, para dar lugar a outros atores.

A repercussão estadual de Maura Jorge se forma a partir da conjugação de fatores:

  • ela foi candidata a governadora em 2018, superando figuras históricas, com o então senador  Roberto Rocha (PTB);
  • Deputada estadual de vários mandatos, teve liderança incontestável na Assembleia Legislativa entre o fim dos anos 90 e a primeira década de 2000;
  • Suas três gestões em Lago da Pedra sempre serviram, de modelo para outras prefeituras em todas as regiões do Maranhão.

– Uma coisa quem fala mal da Maura Jorge tem que aprender: com todo defeito que possa ter, quem tem voto em Lago da Pedra é Maura Jorge. Com todo respeito à oposição, mas são poucos os políticos que passam pelo que Maura Jorge passou e se mantêm no topo; ganhou o primeiro e o segundo mandato, e quando foi candidata pela terceira vez, com todo mundo contra, ganhou de novo – lembrou Fufuca, mostrando a força da aliada que já se mostrava leal antes mesmo de se filiar ao PP.

O ciclo que se desenha no Maranhão a partir destas eleições municipais tem no vice-governador Felipe Camarão (PT) seu expoente mais bem-posicionado, como já mostrou este blog Marco Aurélio d’Eça no post “O grupo político de Felipe camarão…”; mas põe também André Fufuca e Maura Jorge entre os players de destaque, ao lado de figuras como o prefeito de São Luís Eduardo Braide (PSD) e o ex-candidato a governador Lahésio Bonfim (Novo).

São estes os atores a protagonizar a cena política a partir do resultado destas eleições de outubro, com forte repercussão também em 2026.

É aguardar e conferir…

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O grupo político de Felipe Camarão…

Principal liderança do PT no Maranhão, herdeiro do ministro Flávio Dino mais bem posicionado politicamente e candidato natural do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sucessão de 2026, vice-governador vai construindo uma base que reúne deputados estaduais, vereadores de São Luís e um sem-número de candidatos  prefeito em diversos municípios maranhenses

 

Fiel auxiliar do governador Carlos Brnadão, Felipe Camarão constrói agenda política própria, como principal nome do PT no Maranhão

Análise de Conjuntura

Vice-governador e secretário de Educação do Maranhão, o advogado e professor Felipe Camarão é hoje a estrela em ascensão no PT e o principal nome daquilo que se pode chamar de legado político deixado pelo agora ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino.

E é com estas condições que o petista vai montando sua própria base política, com parlamentares prefeitos e lideranças em todo o estado.

Na Assembleia Legislativa Felipe Camarão iniciou esta legislatura com pelo menos um deputado considerado de sua confiança, o timonense Leandro Bello (Podemos), mas hoje já conta também com os comunistas Júlio Mendonça e Rodrigo Lago, de quem é muito próximo; na Câmara Federal tem como principal aliado o comunista Márcio Jerry, histórico fiel escudeiro de Flávio Dino, além da gratidão de Duarte Júnior (PSB) pelo apoio à candidatura a prefeito.

Apesar da aliança com vereadores do peso do presidente da Câmara Municipal de São Luís, Paulo Victor (PSB), o vice-governador já impôs sua posição na Casa, com a posse de Professora Eva (PSB) e Creuzamar de Pinho (PT).

O pulo do gato da ascensão política do vice-governador, no entanto, está na articulação para as eleições municipais, não apenas em São Luís, mas em diversos municípios pelo Maranhão; Na região metropolitana, por exemplo, ele tem influenciado diretamente as eleições em Paço do Lumiar, além de assumir abertamente suas preferências em Rosário, com filiações importantes ao PT.

Felipe Camarão terá candidatos de sua relação pessoal também em Timon, Açailândia, Bacabal, Caxias, Codó, Santa Inês, Pinheiro, Barreirinhas e diversos outros municípios.

Ao contrário de outros vices da história recente no Maranhão – que dormiram em berço esplêndido e chegaram a ver articulada sua defenestração do posto – Camarão decidiu não  apenas aguardar a possibilidade de posse em 2026, mas vem construindo um grupo próprio, que lhe dará a sustentação necessária no momento das definições do jogo de 2026.

E ainda conta com o cacife adicional de ser o candidato do presidente Lula em 2026.

Aquele que levará pela primeira vez o PT ao poder central no Maranhão…