Ao pregar que não é hora de discutir política, governador vai de encontro às suas próprias ações, marcadas por declarações de forte simbolismo político, inclusive eleitoral

DOIS PERFIS. o Brandão sereno dos gabinetes precisa ensinar ao Brandão falastrão dos palanques no interior…
Análise da Notícia
A mídia maranhense repercute desde o domingo, 11, fala do governador Carlos Brandão (PSB) entendida como um recado à classe política, de que não é hora de se falar em disputas eleitorais.
“Esse não é momento de disputa política. É momento de governar, de cuidar do nosso povo e de transformar o Maranhão. E é isso que a nossa gestão tem feito: transformar vidas no social e no econômico. Nosso foco é trabalho. Nosso compromisso é com o povo. Aqui se arregaça as mangas e se entrega resultado. Disputa política não é o nosso caminho, transformar vidas é”, disse o governador, textualmente.
- ora, o primeiro a falar ininterruptamente de política é o próprio Brandão;
- só na semana passada foram pelo menos duas declarações-bomba na política.
No domingo, 4, em Bacabal, o governador deu a primeira declaração-bomba contra a candidatura do vice-governador Felipe Camarão (PT):
“Não vou entregar para quem não pode fazer um bom governo. Tem que ser alguém afinado com os nossos amigos. Não adianta entregar o governo para quem vai perseguir nossos aliados, para quem não sabe tocar o governo. Eu preciso entregar o governo para quem realmente saiba tocar e tirar do papel”.
Três dias depois, na quarta-feira,7, o governador deu, de novo, declarações políticas em Cajapió, defendendo subliminarmente a candidatura do sobrinho, Orleans Brandão (MDB), a governador:
“Marcone eu quero te parabenizar por que você foi um dos melhores prefeitos de Cajapió, mas teve essa sabedoria de escolher um sobrinho. Um sobrinho para dar continuidade a esse eu trabalho, por que a gente não pode entregar para qualquer um, né?”.
Ninguém, além de Brandão, tem dado tantas declarações políticas de repercussão; o Brandão falastrão precisa aprender com o Brandão líder, sensato.
Se, de fato, o governador não tem foco em disputas políticas nesse momento, mas sim, em “transformar vidas”, ele precisa se olhar no espelho diariamente.
E antes de sair de casa, precisa colocar freio na própria língua.
É simples assim…