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Fórmula de debates parece cansada; é preciso buscar alternativas

Programas envolvendo candidatos – com regras amarradas e participação em massa – se transformam em meras repetições do que ocorre na propaganda eleitoral, tornando-se enfadonhos e pouco influentes no processo eleitoral

 

O aspecto dos próprios candidatos nesta imagem mostra o cansaço da fórmula adotada para realização de debates eleitorais

Opinião

O debate da TV Difusora, exibido nesta quinta-feira, 12, frustrou as expectativas e não trouxe nenhuma novidade capaz de influenciar diretamente a votação do próximo domingo, 15.

Confirmou um conceito do blog Marco Aurélio D’Eça: o de que as emissoras vão precisar pensar em algo que substitua este tipo de programa e as tais entrevistas com candidatos – estas ainda mais insuportáveis.

A fórmula é ultrapassada, cansativa, chata.

Com regras muito amarradas e pouca oportunidade de confronto direto entre os que mais importam ao eleitor, os debates viraram apenas mais um apêndice de tudo o que se diz na propaganda.

Este tipo de evento de campanha é coisa do passado; é preciso criar algo novo para substituí-lo.

Nestas eleições, duas emissoras, a própria Difusora e a Band-MA, buscaram uma alternativa – com apenas dois candidatos se enfrentando por vez – que, se aperfeiçoada, pode se transformar numa alternativa aos modorrentos e cansativos debates.

Ao longo da história, os debates viraram a culminância da campanha eleitoral, momento em que sempre tinha algo novo capaz de influenciar o resultado do pleito.

Mas com a fórmula que se usa ainda hoje – superpovoado e cheio de “amarras pseudodemocráticas” – perdeu o sentido, a força e o impacto eleitoral.

Em outras palavras:  cansou!!!

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Simplício Araújo opina que Flávio Dino pode ficar até o fim do mandato

Na confirmação desta hipótese – que pode mudar o cenário político no Maranhão – secretário de Indústria e Comércio diz que o Solidariedade vai brigar pela vaga de candidato a senador na chapa governista

 

Simplício entende que apenas uma decisão de Flávio Dino pode manter a união do grupo político que tem o poder no Maranhão

Uma opinião do presidente Estadual do Solidariedade e Secretário de Industria , Comércio e Energia, Simplicio Araújo, caso concretizada, pode mudar todo o cenário político do Maranhão em 2022.

Simplicio declarou que prepara o Solidariedade para pleitear forte a vaga de senador em 2022, buscando eleger também 2 a 3 deputados federais e 6 deputados estaduais.

No entanto, a informação que mais chamou atenção foi a de que Simplicio Araújo acredita que o governador Flavio Dino (PCdoB) – “por ser uma pessoa de coragem” – pode inclusive permanecer no governo até o final do seu mandato.

Mesmo não descartando totalmente que Flavio Dino possa renunciar para concorrer ao senado ou à presidência da república, o presidente do Solidariedade acha que o Maranhão deve também considerar a hipótese de o governador permanecer até o final do seu mandato e eleger um sucessor que possa manter o grupo unido, com chances indiscutíveis de vencer a eleição.

– Só Flavio Dino que pode manter a união do nosso campo – disse ele.

Simplício Araújo disse que o cenário nacional fortalece uma possível recondução da direita ao poder, principalmente pela falta de convergência da esquerda em torno de um nome.

– No Senado ou viajando o Brasil fazendo palestras e debates, Flavio Dino tem grandes chances de manter seu nome vivo e forte no cenário nacional, no entanto se perdermos o comando do estado, as dificuldades podem prejudicar a trajetória dele – disse Simplicio Araújo.

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Caldo de cultura levou ao apoio do MDB a Neto…

Por Renato Dionísio

Depois de idas e vindas, expectativas e esperas, finalmente o Movimento Democrático Brasileiro, nome oficial do partido MDB, que em nosso estado, entre milhares de novos e velhos militantes, conta em seus quadros com a ex-governadora Roseana Sarney, João Alberto e os deputados, João Marcelo e Roberto Costa, todos, sobejamente provado, herdeiros e seguidores do pensamento político do imortal José Sarney, o mais longevo político da república e ainda em plena atividade. 

Este importante grupamento político, oscilou entre a possibilidade de apoio a quase todos os candidatos a prefeito nestas vindouras eleições e, quase sem exceção, deles recebeu acenos e afagos. Penso que o pragmatismo e o caldo de cultura político de que são possuidores os levou ao apoio a Neto Evangelista, candidato do DEM e irmão de origem destes, deste os tempos de PFL. 

Com reconhecida militância e importância política em São Luís, cidade que orgulhosamente dirigimos por décadas, disto nos orgulhamos, posto que temos reconhecida contribuição para a transformação, para melhor, da cidade que hoje habitamos e que desejamos ver continuar nos trilhos do desenvolvimento. Para tanto, após profundo debate interno, meu partido, o PDT, reconhecendo os dotes do candidato, resolveu aprovar uma coligação com o DEM, diga-se, fomos o primeiro partido a hipotecar apoio, logo, para nossa satisfação vieram outros, dentre eles o partido de Roseana o que muito nos alegrou. 

Consumado este apoio, incontáveis blogs e sites noticiosos, a maioria deles, legítimos representantes da direita e de seu braço político nacional o Bolsonarismo, numa tentativa de pautar o debate político e constranger os menos avisados, se esmeraram em divulgar que “O PDT SE ALIA A QUEM O DESTROSOU EM 2009”, afirmativa duplamente falaciosa, senão vejamos. 

Para corrigir a prosa, devemos lembrar que o contrário é que se constitui lídima verdade, foi o PDT que derrotou o sarneyismo em 2006, em memorável campanha, que a nós se juntaram milhares que desejavam mudanças nos métodos de governança e governabilidade, derrotando um modelo que já há muito perdurava. Esta faço absoluta questão de ressaltar, foi uma vitória política, conquistada no campo da política, com batalhas no campo e na cidade, em memoráveis contendas pelas ruas e praças deste Maranhão. 

Penso que aqueles que trabalham este torpe argumento, na tentativa de criar desavenças e toldar o ambiente, tem a obrigação de diferenciar 2006 de 2009: a menos que por má vontade não desejem fazê-lo. Uma data se refere a um acontecimento político e o outro a fato jurídico, ocorrido nas salas e antessalas do nosso, cada vez mais desacreditado STF, com interpretações e versões, não deglutidas pela ética que se assente na decência. Fazer esta diferença conceitual é fundamental.

Saibam todos, não foi a política que nos derrotou: foi o tribunal, e neste, e menos ainda, com tribunal, não fazemos aliança. 

A dinamicidade da política e o desenvolvimento da sociedade nos obrigam a permanecer em permanente transformação. A avaliar e reavaliar fatos e passos, uma coisa apenas nos cobra a história, coerência e respeito com nossa construção e antepassados. Isto respeitamos.

Estamos com o DEM e com Neto Evangelista, não pretendemos ser os únicos, nem nos cabe escolher, ou vetar, seus amigos e novos colaboradores. Quem tem a história que este PDT tem, não encontrará motivos para ter vergonha de sua luta. Vamos com o colóquio das ruas e com força de nossa militância rumo a vitória.  

*Poeta, Compositor e Produtor Cultural

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Réquiem a um pulha…

Por Pergentino Holanda

Raríssimas vezes, em cinquenta anos de jornalismo, abri espaço em minha Coluna para reafirmar aquilo que, em momento anterior, eu já havia noticiado. E o leitor cativo desta página sabe que o que aqui divulgo jamais é posto em xeque, portanto não carece de reafirmação, porque o que alimenta uma caminhada tão longa, de credibilidade inabalável, é a matéria-prima da verdade.

Lido diariamente com fatos, com informações certeiras, e não com sofismas. Não tenho tempo – nem a idade me permite isso – para compartilhar inverdades com o ilustríssimo leitor, muito menos para macular reputações alheias em redes sociais, como alguns, desocupados há mais de duas décadas, dão-se ao trabalho de fazer.

Escrevo porque fiz do jornalismo o meu sacerdócio e dele não me divorcio enquanto saúde e entusiasmo para viver eu tiver. Tive oportunidades de me aposentar aos 45, aos 50, aos 55, aos 60, aos 65 anos. Mas optei por continuar trabalhando como um cidadão digno. Fiz a opção por manter a mente ocupada, por servir aos meus leitores, por ser útil à sociedade. Jamais tive vocação para ser um pulha encostado, para ser um incapaz.

Meu convívio com a Academia Maranhense de Letras já dura mais de quatro décadas. Tenho com essa instituição e seus membros uma relação de respeito mútuo, pautada também pela reciprocidade afetiva. Sem qualquer modéstia, conheço a AML e suas entranhas protocolares – incluem-se aí os processos eleitorais – bem mais que alguns aventureiros de plantão, de “biografia fake forjada em artigos enfadonhos”, como dizia meu saudoso amigo Jomar Moraes.

Pela minha histórica proximidade com a Academia Maranhense de Letras, por diversas vezes fui assediado a concorrer a uma vaga naquela respeitada instituição. Nunca aceitei. Optei por manter o distanciamento necessário para me portar como o repórter ético que, na maioria das vezes, obtém a informação privilegiada, ajuda a costurar acordos, apoia os projetos e, como nenhum outro jornalista, abre espaços para divulgação das solenidades da Casa de Antônio Lobo.

À exceção do pulha juramentado, escolha aleatoriamente um acadêmico, meu caro leitor, e pergunte a ele se o que aqui escrevi, na semana passada, sobre o forte movimento que se constrói para a sucessão de Sálvio Dino, tem ou não fundamento. Pergunte ao decano. Ouça os mais antigos e os mais novos na AML. Indague o ex-presidente da Casa.

Por diversas vezes a AML convidou, sim, pessoas ilustres do meio intelectual para entrarem no seu quadro de membros. Poderia enumerar aqui vários exemplos, todos eles consumados por eleição consensual. É demasiado leviano negar – ou desconhecer, por ignorância – a história da instituição.

Por raríssimas vezes precisei ser tão enfático numa única nota. Mas meu único compromisso é com a informação. E que fique bem claro: não faço concessão ao blefe.

EM TEMPO: fiz questão de ignorar o nome de Lino Moreira para não dar a ele a importância que ele pensa que tem, quando na verdade não passa de um pulha, puxa-saco dos poderosos e “intelectual fake”.

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A postura medieval da Polícia Militar…

Investigação contra PMs femininas que se mostraram na plataforma Tik Tok, além de intolerante, expõe o sexismo ainda predominante nos meios militares, historicamente impregnados pelo machismo que se impõe a partir das Forças Armadas

 

Policiais femininas da Polícia Militar maranhense em festa do Dia Internacional da Mulher: empoderadas e livres, como deve ser: “lugar de mulher é onde ela quiser”

Editorial

Um aspecto do sexismo reinante em alguns meios sociais, culturais e profissionais maranhenses foi exposto, mais uma vez, esta semana, quando o comando da Polícia Militar resolveu investigar sete PMs do grupamento feminino que viralizaram na rede social Tik Tok.

As moças militares responderam a um desafio da rede, mostrando-se fardadas e, logo em seguida, de roupas civis, como mulheres que são antes de ser policiais militares.

Não ficou claro o motivo que levou a PMMA a abrir sindicância contra a sete mulheres, mas, independentemente de razão, salta aos olhos, sim, a intolerância e o sexismo que impera nos meios militares desde sempre.

Até porque PMs do sexo masculino também já apareceram em ação parecida no Tik Tok. E não se tem notícia de qualquer tipo de investigação contra eles.

Ao contrário do que viu os machistas superiores das militares, a ação delas humanizou a atividade policial, mostrando-as como cidadãs-iguais – até uma forma de tirar do cidadão comum o medo que tem dos homens fardados que estão nas ruas achando-se superiores.

O vídeo mostra as PMs femininas como mulher e cidadã, sem nenhum grau de afronta ou desmerecimento da atividade militar; pelo contrário, aproximam-se das cidadãs comuns 

Mas o machismo e o sexismo imperam não apenas na PMMA.

São características intrínsecas das forças armadas, por mais avanços que se possa reconhecer neste meio nos últimos 50 anos.

Um exemplo: a Academia Militar de Agulhas Negras (AMAN), instituição do Exército que forma oficiais combatentes há 228 anos, só agora, em 2018, recebeu a primeira turma, de apenas 34 cadetes femininas num total de 400 alunos. (Saiba mais aqui)

 

Mulheres cadetes do Exército em formatura da Academia Militar de Agulhas Negras: primeira turma feminina em 228 anos de AMAN

Na própria PM maranhense é reduzidíssimo o número de oficiais superiores.

E nunca uma mulher comandou a corporação em seus 184 anos.

Mas os oficiais masculinos – que dominam os órgãos de controle da polícia maranhense – preferem exortar as mulheres na exposição de sua beleza.

Como verdadeiros machos da Idade Média…

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Artigo: é preciso pensar a Educação no Brasil pós-pandemia

Por Gastão Vieira

Este ano, mesmo no meio de uma pandemia, participamos de um seminário virtual sobre a transição dos jovens da escola para o mercado de trabalho. Na oportunidade pude apresentar uma pesquisa desenvolvida pela IDados, com mais de três mil jovens de várias regiões do país.

Entre as conclusões da pesquisa estão, principalmente, os questionamentos sobre como esse caminho pode ser menos tortuoso e pode passar pelo ensino técnico. Os jovens que cursam o ensino médio técnico fazem uma transição mais fácil para o mercado de trabalho e, também, passam menos tempo na informalidade do que os que concluíram o ensino médio regular.

A pesquisa documenta ainda o que já é conhecido, mas pouco considerado nas políticas públicas: trabalho gera trabalho. Quanto mais tempo o jovem fica sem trabalho ou na informalidade, menores são suas chances de obter emprego, e piores são os empregos que obtiver.

Agora, um outro estudo feito pela Fundação Roberto Marinho e o Insper (Instituto de Estudo e Pesquisa) mostra que o Brasil perde R$ 214 bilhões por ano com os jovens que não concluem a educação básica (pré-escola, fundamental e médio).

O cálculo é inédito e aponta as consequências da evasão escolar e da falta de prioridade para a educação, ao mensurar o custo, em valores monetários, para o país e para cada um dos 575 mil jovens que não concluirão a educação básica.

Diante disso, podemos dizer que as pesquisas se entrelaçam, a partir do momento em que a qualidade do ensino e a necessidade de procurar emprego empurram os jovens para fora da escola mais cedo. Só que abandonar a sala de aula, antes de concluir os estudos, dificulta ainda mais a disputa por uma vaga no mercado de trabalho.

É um círculo vicioso que só será interrompido se o ensino médio geral for finalmente implantado…. Se o ensino médio técnico for uma prioridade. O ensino médio geral leva para a universidade, o ensino médio técnico, sozinho, leva prioritariamente para o ensino superior e o técnico para o emprego.

É preciso mudar a realidade atual, focar no que vem por aí pós-pandemia. Descobrir formas de manter o jovem na escola e, principalmente, tentar diminuir essa evasão com ensino de qualidade em todos os sentidos. Talvez criar uma forma de aprendizado que proporcione a todos os estudantes a escolha do próprio caminho com as mesmas chances de disputar uma vaga no mercado de trabalho ou seguir uma carreira acadêmica.

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Políticos evangélicos fatiam Assembleia de Deus entre candidatos a prefeito

Os anúncios de apoio de lideranças eleitas pela denominação aos que disputam as eleições de São Luís sugere a existência de currais eleitorais religiosos ainda no século XXI; mas falta combinar com o eleitor crente, agora mais consciente de sua liberdade e responsabilidade para além da igreja

 

O uso da bíblia como arma político-eleitoral torno-se forte a partir dos anos 2000; mas a circulação livre de informações na internet acenderam a rebeldia da membresia

Editorial

Nas últimas semanas, pelo menos três anúncios de apoio de lideranças políticas aos que disputam a Prefeitura de São Luís repercutiram na mídia envolvendo a igreja Assembleia de Deus, maior denominação evangélica da capital maranhense.

Foi assim no apoio da senadora Eliziane Gama (Cidadania) ao deputado federal Rubens Pereira Júnior (PCdoB).

Foi assim no anúncio de que o secretário de Articulação Institucional e pastor, Enos Ferreira, entraria na campanha de Duarte Júnior (Republicanos).

E foi assim também ao se repercutir a aliança da deputada estadual Mical Damasceno (PTB) ao colega de Assembleia Neto Evangelista (DEM).

Em comum, Eliziane Gama, Enos Ferreira e Mical Damasceno têm o fato de ser lideranças políticas vinculadas histórica e organicamente à Assembleia de Deus, com licença para atuar politicamente usando a condição de membro da igreja e com forte influência interna na membresia.

Juntam-se a eles o deputado federal Pastor Gyldenemir (PL) e o ex-candidato a vice-prefeito de São Luís, Pastor Fábio Leite (Podemos), que já haviam declarado apoio ao candidato Eduardo Braide (Podemos).

Obviamente que tanto Braide quanto Rubens Júnior, Duarte Jr. e Neto Evangelista exploraram midiaticamente o fato de que os apoiadores levavam consigo uma fatia da AD, cada um com sua influência em um setor da igreja.

Mas isso significa que a igreja está dividida em quatro partes?

Alguém combinou com o eleitor vinculado à igreja?

Algumas das lideranças políticas da Assembleia de Deus reunidas e seus pastores: espaço de poder a partir do controle eleitoral de membros da igreja

Ao longo dos seus 14 anos de existência – sendo o mais antigo em atividade no Maranhão – o blog Marco Aurélio D’Eça sempre criticou o uso das denominações religiosas e a manipulação de crentes em proveito político. (Relembre aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e também aqui)

Mas a despeito das críticas os líderes evangélicos continuara avançando, e perceberam no setor político um filão de troca de favores que levaria ao poder, não apenas institucional, mas também político.

O resultado disto são posts como os que revelaram a profusão de capelães nas forças policiais do Maranhão, algo inédito em toda a história do Brasil – em troca, obviamente, de poder político aos grupos estabelecidos.

Para reforçar esta crítica e pela liberdade de escolha do cristão-evangélico, este blog criou até o termo “coronelismo gospel”, hoje usado com frequência na mídia. (Relembre aqui e aqui)

E agora em 2020, mais uma vez, a religião se envolve na política; e a política usa a religião para angariar votos.

Mas e daí que Eliziane Gama seja a política mais bem sucedida da história da Assembleia, ocupando mandato de senadora da República?

E daí que Pastor Gyldenemir ou pastor Fábio Leite sejam líderes influentes na denominação, com capacidade de liderança da membresia?

E daí que Enos Ferreira seja coordenador da União de Mocidade da Assembleia de Deus em São Luís?

E daí que Mical Damasceno seja filha do presidente estadual das Assembleias de Deus no Maranhão?

Todos eles têm direito de manifestar suas preferências políticas e reivindicar espaço de poder como qualquer cidadão.

O que não pode – e nem deve ser permitido – é que seus lugares-de-fala sejam usados para manipular a consciência dos membros da igreja em proveito próprio ou de outrem, e com anuência dos próprios pastores.

E é por isso que a juventude, os mais esclarecidos e os líderes progressistas dessa denominação precisam se manifestar pela liberdade de escolha do eleitor evangélico. (Entenda aqui e aqui)

Não importando o que pensam o seus líderes…

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Flávio Dino é um “Bolsonaro com sinal trocado”, diz advogado…

Observador da cena política maranhense, Abdon Marinho aponta fracasso das políticas contra o coronavírus, tanto no Brasil quanto no Maranhão, critica anúncio de lockdown seguido por outro, de abertura das atividades, e alerta para o risco de procissão de ambulâncias rumo a São Luís

 

Observador da cena sócio-política no Maranhão, Abdon Marinho faz críticas duras à condução da pandemia, tanto pelo presidente Bolsonaro quanto pelo governador Flávio Dino

Em mais um dos seus contundentes artigos sobre a realidade político-social maranhense e nacional, o advogado Abdon Marinho, classificou esta semana de “Bolsonaro de sinal trocado” o governador Flávio Dino (PCdoB).

Para Marinho, assim como o presidente é responsável pelo fracasso do Brasil contra a pandemia de coronavírus, Flávio Dino também responde pelo fracasso maranhense.

E pelo mesmo motivo ideológico.

– Faço estas reflexões da minha quarentena de quase 60 dias, chegando a duas conclusões: a primeira, é que o fracasso do Brasil e do Maranhão está ai, à vista de todos; a segunda, é que a ignorância ideologizada mata. A pandemia está provando isso – afirma o advogado, exatamente na conclusão do seu artigo.

Para Abdon Marinho, o fracasso das ações de Flávio Dino se dá, em grande medida, pelo fato de o governador abdicar da luta diária contra o coronavírus para se digladiar em debates políticos com Bolsonaro.

– Enquanto em outros estados os governadores não “estavam nem aí” para o que dizia (ou diz) a Maria Antonieta do planalto, “nosso líder” [Flávio Dino], até quando não tinha nada para dizer ia atrás de quizilas – condena.

Lockdown ou retorno às atividades?!?

A procissão de ambulâncias para São Luís já é um risco real, diante do espalhamento do coronavírus para municípios sem a estrutura necessária para atendimento a pacientes de coVID-19

Capítulo especial em sua análise Abdon Marinho guarda para o lockdown decretado na Grande São Luís.

Segundo ele, as ações de Flávio Dino mostram que ele não tem roteiro algum para o combate à pandemia. Exemplo disso é a falta de sentido no anúncio de um lockdown seguido de outro anúncio, para retorno das atividades a partir do dia 21 de maio.

– Ora, se o estado já estava caminhando para o retomar a normalidade porque o governo aceitou a imposição judicial do lockdown e ainda determinou um rodízio de veículos na capital e nos municípios vizinhos? Se, por outro lado, necessárias as medidas, como falar em retorno das atividades econômicas? – questiona o advogado.

Na avaliação de Marinho, qualquer um que “coloca a cabeça para pensar – mesmo que só um pouquinho – fica com a impressão de que as autoridades maranhenses, o governador à frente, não sabem nada do que dizem.”

O advogado alerta em seu artigo para o risco de uma “procissão de ambulâncias” de todos os cantos do estado, rumo a São Luís, se não for encontrada forma eficaz de tratamento da coVId-19.

Abaixo, a íntegra do artigo de Abdon Marinho:

FRACASSAMOS. O BRASIL FRACASSOU. O MARANHÃO FRACASSOU.

Por Abdon Marinho.

PODE parecer mórbido – ainda que feito na melhor das intenções: orar pelos que partiram –, mas, quase todos os dias, antes de me recolher, dou uma última conferida no número de infectados e mortos pelo novo coronavírus.

Confiro a situação no mundo, através de um aplicativo de monitoramento, olho a situação nos mais variados países, das Américas, da Europa, da Ásia, da Oceania; depois me dedico a situação do Brasil, olhando a situação de cada estado, vejo onde aumentou, o quanto aumentou, se estabilizou – faço isso através do site G1; por fim, examino os números do Maranhão, olhando o quanto que aumentou, as mortes, o alastramento da pandemia pelo interior – geralmente alguém me encaminha o boletim epidemiológico disponibilizado pelas 21 horas.

Uma das coisas que mais me chama a atenção nas análises, antes mesmo dos números, é a posição da curva de infectados.

A do Brasil, comparada com outros países, mesmo aqueles que têm mais casos que nós, parece-me, assustadoramente, inclinada.

O mesmo ocorre com a curva do Maranhão, e os números confirmam isso, como já dissemos aqui diversas vezes.

Em relação aos nossos vizinhos, que começaram a registar casos em datas semelhantes aos registrados por aqui, a situação só encontra paralelo com o Pará.

Já o Brasil, para o desgosto de todos, tornou-se uma ameaça sanitária para os vizinhos e para o mundo, a ponto de diversos países, como, também, já frisamos aqui, mesmos quando suas situações eram desesperadoras, recomendarem que seus cidadãos deixassem o nosso país o quanto antes.

O fracasso foi anunciado desde muito tempo. Fracassamos. O Brasil e o Maranhão fracassaram na implementação de políticas de combate a pandemia do novo coronavírus.

Cada um a seu modo, mas com resultados, no fim das contas, idênticos.

As razões do fracasso estão aí materializadas nos milhares de mortos, nas milhares de famílias enlutadas.

Estão aí na maior crise econômica que se tem noticia – desde sempre.

Estão aí nos milhares de empregos já perdidos e nos que ainda serão perdidos ao longo dos próximos anos, nos seus danos colaterais.

E não é só, a falta de confiabilidade nos agentes políticos brasileiros na condução da crise do coronavírus e na reabertura do mercado, afugentará os investidores já ressabiados com o avanço dos partidos fisiológicos sobre a política econômica do governo.

Tudo isso tornará o nosso fracasso ainda mais retumbante.

O fracasso do Brasil no combate ao coronavírus e aos seus efeitos deletérios futuros podemos creditar, em grande parte, à ausência de governo.

A verdade seja dita, enquanto o mundo todo se curvava a ciência em busca de uma solução para a pandemia o nosso presidente fazia pouco caso, gripezinha, vai contaminar mesmo, desaguando, por fim, no “e, daí?”, quando o número de mortos chegou a cinco mil, e no anúncio de churrasco – depois transformado em passeio de moto-aquática –, quando os mortos atingiram a assombrosa casa dos dez mil.

Apenas para registro, o número de mortos nesta pandemia é muito superior a todas as perdas humanas sofridas pelo país – mesmo as guerras –, em mais de cem anos.

Vejam, enquanto todos os chefes de Estado do mundo constroem consensos internos para combater a pandemia, o nosso presidente busca a dissensão, o conflito com os demais poderes da República, com os governos estaduais, e semeia a discórdia entre os próprios integrantes do governo.

Quem poderia imaginar que um presidente da República poderia demitir seu ministro da saúde, em plena pandemia, só para provar que mandava?

O novo ministro, com quase um mês no cargo, não vez nada de diferente do anterior, e, além de alimentar a indústria de “memes”, não disse a que veio.

Uma semana depois foi a vez de demitir o ministro da justiça e um dos pilares do governo.

Detalhe, ambos os ministros foram demitidos justamente por estarem fazendo um trabalho, reconhecidamente, bem feito.

Mas não é só, além de não assumir o comando da nação em momento de tamanha gravidade, bem diferente do que fez a chanceler alemã, os primeiros-ministros, inglês e espanhol, os presidentes de Portugal, da França e até dos Estados Unidos, o nosso presidente se empenhou em sabotar as medidas de restrições impostas pelos governos estaduais e municipais, supostamente, em nome da causa maior da “economia”.

O resultado é desastroso para o país – para a saúde da população e para a economia.

Enquanto a maioria dos países que tomaram as medidas, a tempo e modo certos, para diminuir o contágio, depois de 60 dias começam a sair, ainda que cautelosamente, do confinamento e a retomar as atividades econômicas, o Brasil está parado pelo mesmo tempo, mas não sabe quando poderá retomar – ou retomar com segurança a atividade econômica do país, sob pena de muitas mortes, porque à falta de governo, operou um isolamento parcial e a curva de contágio ainda está ascendente.

Esta, também, uma das razões pelas quais os investidores querem tomar distância do nosso país – sem contar a grave situação de termos nos tornado uma espécie de pária global, que ninguém confia.

Qual a justificativa ou motivação o Brasil deu para desafiar o consenso global quanto a pandemia? Nenhum.

Assim como não tem qualquer plano para o retorno das atividades econômicas, aliados a isso, a profunda instabilidade política causada pelo governo.

Com declarações e medidas erráticas, supostamente para proteger a economia, o governo, que se tornou uma usina de crise, aumentou o nosso caos econômico.

A economia do país é globalizada. Você não consegue protegê-la sem a confiança dos demais países.

Essa mercadoria, confiança, é tudo que não temos mais.

Nem mesmo os Estados Unidos – para quem o atual governo fez juras de amor eterno e submeteu-se a tudo –, está do lado do Brasil.

O presidente americano quase todos os dias critica – com razão –, os rumos adotados pelo nosso pais.

Mesmo os Estados Unidos, com mais de um milhão de infectados e mais de 80 mil óbitos, dizem que o Brasil não fez o “dever de casa” corretamente.

Na defesa do presidente suas franjas saem com o discurso: “a culpa é dos estados, o governo mandou o dinheiro para combater a pandemia”.

Sem desprezar a importância dos recursos, muitas vezes mais importante do que o dinheiro em si, é a presença do governo, é discurso uniforme, são medidas coerentes. Sem isso, o que fizemos foi “jogar fora” bilhões e bilhões de reais.

Estou certo que uma parte salvou vidas, mas a maior parte dos recursos, frutos do sacrifício que estamos passando e pelos quais passarão as gerações futuras, foi e está sendo jogado fora, no lixo. Tudo pela falta de governo.

O Brasil fracassa miseravelmente no combate à pandemia e na recuperação da economia.

Quando examino os dados do Brasil, por estado, me pergunto a razão do Maranhão, ao invés de se espelhar no que vem sendo feito no Piauí, se inspirar no que acontece no Pará.

O Maranhão, decerto, não é o pior – pelos últimos dados ocupava o sétimo –, mas, não poderia estar melhor?

O Piauí, aqui do lado, faz uma politica de enfrentamento a pandemia de forma mais eficiente; o Tocantins, apesar de suas peculiaridades, a mesma coisa; Minas Gerais, a despeito de uma população três vezes maior que nossa, também; assim como diversos outros estados já citados em textos anteriores.

Claro que parte do insucesso pode ser atribuído aos desacertos do contexto nacional. Mas por que afetou mais ao Maranhão que aos demais estados citados anteriormente?

Acredito – ainda que sem qualquer amparo –, que as causas do nosso fracasso no combate à pandemia são devidas a politização da doença.

Nossos governantes ao invés de estarem focados no combate à pandemia (também) estavam na “rinha” do enfrentamento ideológico com o presidente da República.

Enquanto em outros estados os governadores não “estavam nem aí” para o que dizia (ou diz) a Maria Antonieta do planalto, “nosso líder”, até quando não tinha nada para dizer ia atrás de quizilas.

Durante essa crise pouco temos ouvido falar nos governadores e prefeitos que apresentam melhores resultados no combate a pandemia.

Já os outros todos os dias estão na “mídia”.

É o caso do Maranhão.

Desde o começo percebe-se que o governo estadual não tem um roteiro bem definido (talvez roteiro algum) para combater a pandemia.

Apesar do governador dizer que iria seguir rigorosamente as orientações da ciência, não conhecemos a equipe de cientistas que estejam orientando o governo na tomada de decisões.

E muito pior que isso, a maioria das decisões são questionadas pelos cidadãos.

Não é apenas a imprensa ou o Ministério Público que questionam a ausência de transparência das autoridades locais, mesmo para o cidadão comum elas são incompreensíveis e sem lógica.

Vejam um exemplo, uma semana depois de anunciar a medida extrema de isolamento, o tal do lockdown, leio que sua excelência informou o retorno das atividades econômicas já para o dia 21 de maio.

Ora, se o estado já estava caminhando para o retomar a normalidade porque o governo aceitou a imposição judicial do lockdown – e ainda determinou um rodízio de veículos na capital e nos municípios vizinhos?

Se, por outro lado, necessárias as medidas, como falar em retorno das atividades econômicas?

Agora dizem que fizeram um acordo judicial para levar o lockdown até o dia 17 de maio.

Quer dizer que sairemos do isolamento extremo para o retorno das atividades econômicas a “todo vapor”?

Quem coloca a cabeça para pensar – mesmo que só um pouquinho –, fica com a impressão de que as autoridades maranhenses, o governador à frente, não sabem nada do que dizem.

Uma espécie de “Bolsonaro” com o sinal trocado.

Os últimos dados coletados apontavam para um comprometimento de 97% (noventa e sete por cento) dos leitos de UTI; o governo baixava decreto para se socorrer dos leitos da rede privada; as pessoas já agonizavam nas recepções da UPAS – e morriam – enquanto aguardam por uma vaga.

Isso tudo acontecendo sem que a demanda dos pacientes do interior – para onde a pandemia começa a se alastrar –, se torne mais intensa.

Já são milhares de infectados no interior. Mesmo os menores municípios já apresentam casos de transmissão comunitária.

É quase certo que exista um número significativo de subnotificações.

A rede de saúde do interior do estado é muito precária, muitos municípios não possuem condições de fazerem um atendimento básico.

Se não encontrarmos uma forma de tratamento eficaz logo, o que vai acontecer quando a “procissão de ambulâncias”, de todos os cantos do estado, começarem a se dirigir para a capital em busca de tratamento?

Faço estas reflexões da minha quarentena de quase 60 dias, chegando a duas conclusões: a primeira, é que o fracasso do Brasil e do Maranhão está ai, à vista de todos; a segunda, é que a ignorância ideologizada mata. A pandemia está provando isso.

Abdon Marinho é advogado.

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Bolsonaro começa a emparedar os demais poderes…

Feito cangaceiro em sua marcha ao Supremo Tribunal Federal – com seu exército de empresarios parecendo jagunços milicianos – presidente parece querer passar a ideia do “sou eu quem mando”, típico de déspotas ao sentir a perda da autoridade

 

Momento em que Bolsonaro marcha em direção ao STF, acompanhado de empresários, feito cangaceiros, numa clara intimidação afrontosa ao Estado de Direito

Editorial

Em mais um ato absurdo – e improvável em qualquer circunstância político-social – a marcha do presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal, nesta quinta-feira, 7, é o que se pode chamar de ato final de um déspota.

Um recado, do tipo “estou disposto a tudo para manter o poder”.

Em sua tentativa de mostrar autoridade, Bolsonaro quis dizer quem é que manda, mas apenas tomou mais um ato contra a Democracia.

E a presença da turba de empresários, como espécies de jagunços-milicianos, apenas reforçou a ideia de emparedamento que ele quis passar ao provocar o STF.

Foi um ato arbitrário, desde a sua concepção até o seu desfecho, com a transmissão ao vivo, por suas redes sociais, de uma reunião que não estava sendo transmitida nas redes oficiais do próprio Supremo.

O ato de cangaço de Bolsonaro foi apenas mais um de intimidação àqueles que podem – e devem – apeá-lo do poder. Outros foram feitos antes, como preparativo para este.

E se nada for feito, outros virão, pondo em risco o estado de direito no Brasil.

E o próprio Brasil…

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Efetivo na pandemia, Flávio Dino mostra-se inseguro ao tomar decisões

Governador tem sido um dos mais atuantes nas ações de combate ao coronavírus, sabia que já não tinha estrutura para segurar a demanda de doentes, mas demonstrou falta de coragem para assumir riscos de medidas radicais, como o lockdown, sendo salvo pela Justiça

 

Ao lado dos eu secretário de Saúde, Flávio Dino demonstrou extrema insegurança no momento mais delicado da pandemia no Maranhão

Editorial

Não há dúvidas de que o governador Flávio Dino (PCdoB) tem sido um dos principais líderes políticos em âmbito nacional na linha de frente do combate à pandemia de coronavírus.

Desde o início do isolamento vertical assumiu para si as ações que visavam evitar a proliferação do vírus e a luta pela estrutura que garantisse atendimento digno aos infectados. (Relembre aqui)

Mas, a despeito das ações de Dino, a pandemia avançou forte no estado – tanto pela indiferença da população com a quarentena quanto pela falta de fiscalização dos órgãos de controle e segurança – e chegou o momento de medidas mais radicais.

Mas Flávio Dino demonstra, agora, uma evidente insegurança na tomada da decisão mais dura e necessária, o chamado lockdown, bloqueio geral das atividades.

Há pelo menos duas semanas, o governo maranhense dava sinais de que sua estrutura de saúde já havia chegado ao limite do atendimento aos infectados pela coVID-19. (Entenda aqui, aqui e aqui)

Mas ele não teve a coragem necessária para decretar o lockdown.

Pressionado pelos profissionais de saúde a declarar o fechamento total das atividades, Dino também recebe pressão de outros setores da economia, que pretendem manter o lucro mesmo com a pandemia. (Saiba mais aqui)

A pressão deixou o governador claramente inseguro quanto ao que fazer.

Nesse período, já foi e voltou diversas vezes em relação ao fechamento do comercio, à liberação das atividades e às restrições de circulação no estado.

E nada deu certo.

Restou ao juiz Douglas Martins determinar que o governador decrete o lockdown que ele estava temendo há duas semanas

Para Amenizar sua claudicância, o governador comunista foi “salvo” nesta quinta-feira, 30, pelo juiz da Vara de Interesses Difusos e Coletivos, que determinou ao governo as providências para decretação do lockdown.

Agora ele tem a desculpa de que foi obrigado a decretar o bloqueio – sem sofrer o desgaste que tanto temia – e ganha tempo para reestruturar sua rede de atendimento, que já estava em colapso.

Mas o que saltou aos olhos foi a insegurança do governador.

E no momento mais radical da pandemia…