Parlamentares apelaram ao vice-governador que entregue o celular para perícia; Carlos Lula pediu prudência aos colegas e levantou suspeitas sobre uso dos poderes para fomentar a crise

REPERCUSÃO DA CRISE. Deputados que se solidarizaram a Mical entendem que o assunto será encerrado coma perícia no celular do vice-governador
Mais tranquila do que era esperado – diante da intensa repercussão do caso – a primeira sessão da Assembleia Legislativa após o escândalo envolvendo mensagens misóginas contra a deputada Mical Damasceno (PSD) e atribuídas ao vice-governador Felipe Camarão (PT) foi marcada pela solidariedade à parlamentar.
- várias deputadas e deputados manifestaram apoio a Mical Damasceno;
- boa parte apelou a Felipe Camarão que entregue o celular à perícia;
- filiada ao PCdoB, Ana do Gás, também reforçou apoio a Mical;
- em defesa do vice-governador, Carlos Lula pediu prudência.
O debate sobre o assunto só começou já no expediente final, com a própria Mical Damasceno em discurso; ela ressaltou que acredita na veracidade das mensagens e cobrou que Felipe Camarão entregue o celular à perícia.
“Se o senhor vice-governador Felipe Camarão não tem nada a temer, que ele entregue o celular para a Justiça. Por que não? O que custa? Rapidamente tudo será esclarecido”, cobrou.
- o mesmo apelo foi feito pelas deputadas Drª Viviane Coelho (PDT) e Daniela (PSB);
- também solidarizaram-se a Mical os deputados Florêncio Neto PSB) e Dr. Yglésio (PRTB).
- o líder do governo, Neto Evangelista (UP), pediu apuração rigorosa para evitar injustiças
O deputado Carlos Lula ponderou que é preciso observar que os dois lados envolvidos sofrem pela divulgação do conteúdo – tanto a deputada, que foi vítima vilipendiada em sua condição de mulher, quanto o vice-governador, apontado como autor das declarações vazadas.
Por fim, Lula levantou as suspeitas de que agentes políticos estejam interessados em fomentar a crise por motivos eleitorais, e disse já ter ouvido até a história de que o blogueiro autor da divulgação teria sido pago para isso.
“De repente se inventa uma crise envolvendo o vice-governador, e mais do que isso, se coloca a honra de uma deputada da Casa no meio da crise. Não quero usar a tribuna para falar o que soube, de quem estaria por trás da criação de tudo isso que aconteceu, até porque teria envolvido dinheiro, de A, de B, de C. Não quero nisso acreditar, mas a Casa não pode transformar isso em pauta política”, pregou o deputado do PSB.
Yglésio chegou a ir à tribuna para fazer o contraponto a Lula, mas o debate não avançou neste ponto…