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A doce ilusão que Flávio Dino cria em aliados de Weverton e Eliziane…

Ministro da Justiça estaria vendendo aos dois, ao mesmo tempo, a ideia de que vai liderar uma chapa para governador em 2026, caso o atual ocupante do Palácio dos Leões, Carlos Brandão, decida permanecer no cargo para eleger um aliado; estaria nesta estratégia dinista a razão para a indefinição dos grupos destes parlamentares entre ele e Brandão

 

Flávio Dino encantou Weverton e Eliziane com a ilusão de que pode repetir em 2026 a chapa vencedora de 2022

Editorial

Quem conversa com aliados do senador Weverton Rocha (PDT) no Maranhão e em Brasília ouve a seguinte sentença: “Flávio vai liderar uma chapa para o governo em 2026; e já trabalha reaproximação com Weverton, que disputará a reeleição. A outra vaga Eliziane terá que disputar com André Fufuca”.

A convicção deste pessoal é a mesma de aliados da senadora Eliziane Gama (PSD). Só que, no caso destes, será Weverton, e não ela, quem terá que disputar a segunda vaga de senador com Fufuca.

O Fufuca citado nas conversas é o deputado federal André Fufuca (PP), cotado para ministro do governo Lula (PT) e forte apoiador do governador Carlos Brandão (PSB); o parlamentar navega em faixa própria, alheio ao embate entre wevertistas e elizianistas.

O blog Marco Aurélio d’Eça apurou que a ilusão sonhada e pregada por aliados dos dois jovens senadores é criada pelo próprio Flávio Dino, por intermédio de interlocutores.

Estes aliados espalham no Maranhão e em Brasília que o ministro da Justiça será candidato a governador, caso o atual Carlos Brandão decida ficar até o final do mandato para lançar um nome mais próximo, inviabilizando o vice Felipe Camarão (PT).

Weverton e Eliziane figuraram na chapa de Flávio Dino em 2018 e derrotaram figurões da política maranhense, como o então senador Edison Lobão (MDB) e o então deputado federal Sarney Filho (PV).

O blog Marco Aurélio d’Eça apontou esta vitória antes mesmo da definição das chapas, em janeiro daquele ano, no post “Confronto de gerações nas eleições maranhenses…”

A possibilidade de repetição desta chapa em 2026 parece ter encantado o entorno dos dois parlamentares, contaminando os próprios senadores.

Nas últimas semanas, Weverton Rocha voltou a criticar fortemente o governo Brandão; o blog Marco Aurélio d’Eça também apurou que o senador pedetista recusou dois convites para conversar com o atual governador – um em São Luís, outro em Brasília.

Sinal de que, não apenas seus aliados, mas ele também, já fora picado pela mosca azul enviada por Dino.

Eliziane, por sua vez, apoiou Brandão em 2022 com a garantia de que seriam ela e ele os candidatos a senador em 2026; ganhou forte projeção no Senado durante o governo Lula, mas tem dependência histórica de Flávio Dino.

Essa esperança gerada por Dino seria a explicação para Weverton, Eliziane estarem, neste momento, numa espécie de muro imaginário entre o governador e o ministro esperando o momento para definir o lado a descer.

Só há um problema nesta equação: há duas vagas em disputa no Senado em 2026 e não três; e é óbvio que se decidir chutar o pau da barraca em relação a Dino, Brandão terá um nome próprio, que concorrerá com a estrutura do Governo do Estado sob seu comando.

Flávio Dino, portanto, está enganando alguém.

Ou a todos eles…

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Os candidatos sem partido e os partidos sem candidatos em São Luís…

Edivaldo Júnior, Wellington do Curso e Dr. Yglesio Moyses tem menos de um ano para conseguir uma legenda que garanta a eles o direito de concorrer à prefeitura da capital maranhense; por outro lado, PDT e PL são as duas únicas grandes agremiações ainda sem nomes para entrar na disputa pela sucessão do prefeito Eduardo Braide

 

Edivaldo perdeu o PSD para Braide, mesmo caminho que deve seguir o PSC, de Wellington; Yglésio precisa encontrar saída para deixar o PSB

Ensaio

O rol de pré-candidatos a prefeito de São Luís apresentado pela pesquisa EPO tem, pelo menos, três nomes ainda sem rumo partidário definido para concorrer nas eleições de 2024.

Ex-prefeito de São Luís e terceiro colocado no levantamento – em condição de empate técnico na segunda posição com o deputado federal Duarte Jr. (PSB) – o ex-prefeito Edivaldo Júnior é o único não filiado a qualquer partido; no início do ano, ele perdeu o PSD exatamente para o próprio Eduardo Braide, que lidera a disputa.

Quinto colocado, segundo a EPO, o deputado estadual Wellington do Curso anunciou nesta terça-feira, 20, que “não apenas concorrerá à prefeitura, mas estará no segundo turno contra o atual prefeito”; o problema é que o partido em que ele está filiado, o PSC, deve apoiar exatamente aquele que ele espera enfrentar em um tète-a-tète.

O também deputado estadual Dr. Yglésio Moyses está em uma guerra judicial tentando sair do PSB, que usa a mesma guerra para tomar-lhe o mandato caso ele decida sair; Yglésio acredita que até setembro resolve sua situação no atual partido, ficando livre para outro rumo partidário.

Mas se há três pré-candidatos sem rumo partidário, pelo menos dois dos maiores partidos maranhenses – PL e PDT – ainda estão em busca de um rumo eleitoral para 2024.

São as únicas legendas nesta situação por que, embora sem candidato próprio, agremiações como MDB, PSDB, PP e PT , devem figurar em coligações de candidatos da base do governo Carlos Brandão (PSB).

Controlado pelo deputado federal Josimar Maranhãozinho, o PL apoiou Duarte Jr. (PSB) em 2020 e hoje ensaia aliança com o presidente da Câmara Paulo Victor, segundo já declarou o também vereador Aldir Júnior; ocorre que, na última semana, Aldir foi substituído no comando municipal da legenda pela deputada federal Detinha, esposa de Josimar.

É Detinha quem vai articular as alianças em São Luís, mas o PL não demonstra proximidade com nenhum dos demais candidatos além do próprio Paulo Victor.

Protagonista de todas as eleições na capital maranhense entre 1988 e 2020 – com candidato próprio ou na linha de frente da coligação – o PDT parece perdido desde o resultado das eleições de 2022, quando ficou em terceiro lugar na disputa pelo Governo do Estado.

No início do ano, o ex-presidente municipal vereador Raimundo Penha chegou a anunciar que o partido não teria candidato em 2024, posição considerada um erro estratégico pela própria militância.

Em busca de rearrumação da casa, o senador Weverton Rocha, comandante do partido, entregou o debate sobre a sucessão ao deputado estadual Osmar Filho e ensaiou reuniões para discutir o processo, que não avançaram.

Se há candidatos sem partido e partidos sem candidatos, os caminhos de Edivaldo Júnior e o PDT podem até se reencontrar, uma vez que o ex-prefeito ganhou as duas eleições na capital com apoio da legenda de Weverton, uma delas – a de 2016 – já como filiado. 

E como PDT e PL estiveram coligados em 2022 – com candidato ao governo e a vice, respectivamente – podem até surgir como a terceira via na guerra anunciada entre o prefeito Braide e a base do governador Brandão.

Para isso, no entanto, precisarão de maturidade para aparar pontudas arestas criadas nos últimos anos…

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Roberto Rocha: “tecnologia está mudando o Maranhão na marra”…

Ex-senador avalia que apesar do colonialismo da classe política, da economia essencialmente estatal do estado e da exclusão social – que leva também à exclusão digital –  o poder do voto tende a estar mais nas mãos do eleitor, graças à internet, o que, em sua avaliação, será bem mais evidente em 2026

 

Um dos mais lúcidos políticos do Maranhão, Roberto Rocha vê momento importante de mudança de mentalidade no eleitor maranhense

Análise de conjuntura

O ex-senador Roberto Rocha fez ao blog Marco Aurélio d’Eça uma contundente explanação do momento político do Maranhão e avalia que o perfil do eleitor está mudando a cada eleição, ainda que sem nenhuma contribuição da própria classe política.

– A tecnologia está mudando o Maranhão na marra; a eleição passada já mostrou que não é mais como antes, basta ver a minha votação e a do Lahésio – disse, ele, referindo-se ao candidato do PSC ao Governo do Estado, que alcançou o segundo lugar, mesmo sem referências políticas estaduais.

Rocha lembra que nunca na história do Maranhão um candidato a senador, disputando com todas as forças políticas estaduais – e ainda enfrentando um drama familiar – teve 1,3 milhão de votos. 

– E quando um candidato a governador sem nenhum prefeito, sem dinheiro, sem grupo, sem nada, ganha de um candidato no cargo de senador, com metade dos prefeitos e a campanha mais cara da história ? – perguntou o ex-senador, referindo-se à campanha do senador  Weverton Rocha (PDT), que terminou em terceiro lugar.

Rocha concorda com a reflexão do blog Marco Aurélio d’Eça, retratada nos posts “O silêncio da oposição maranhense…” e “Sem oposição não há democracia…”, mas ressalta que, embora no momento isto não fique evidente, “historicamente o Maranhão tem dois lados”.

– E será assim em 2026. Com uma diferença maior: o poder do voto estará muito mais na mão do eleitor, porque o processo que estamos vivendo de migração do poder do voto da mão do político para a mão do eleitor estará muito mais avançado – entende o ex-parlamentar.

Para Roberto Rocha, a evolução deste processo de conscientização do eleitor a partir das redes sociais e da internet tem a tendência de dar um salto entre 2022 e 2026; segundo ele, o que já aconteceu no centro sul e nas regiões mais desenvolvidas do país, vai se estender para quase todo Maranhão.

– Gostaria que esse processo fosse mais rápido no nosso estado, mas a pobreza, a exclusão social dificulta. Quanto menor a inclusão social, menor a inclusão digital – ponderou.

Em luto desde antes do fim do processo eleitoral de 2022, com a morte do filho caçula, Rocha passou o primeiro semestre completamente mergulhado.

– Agora que estou colocando a cabeça de fora. É muito difícil perder um filho amado. Nenhum pai deveria ver o filho morrer – desabafa.

Em Brasília na maior parte do seu tempo, o ex-senador pretende retomar sua agenda política no Maranhão.

– Vou iniciar em agosto um podcast – anuncia…

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O silêncio da oposição maranhense…

Teoricamente alçados à condição de contrapontos ao atual governo, os ex-candidatos Dr. Lahésio Bonfim e Weverton Rocha mostram-se alheios ao debate político maranhense, deixando os questionamentos apenas com Simplício Araújo, único que se mantém vigilante em relação ao governador  Carlos Brandão

 

Brandão ganhou a eleição, está “passando a boiada” diante do silêncio de Weverton e de Dr,. Lahésio, que deveriam ser os líderes da oposição maranhense

Ensaio

Muito se tem falado numa construção de hegemonia política por parte do governador Carlos Brandão (PSB), que extinguiu a oposição na Assembleia Legislativa, atraiu todo o grupo Sarney e vem ocupando todos os espaços de poder no estado.

Muito desta hegemonia, porém, se dá pelo silêncio daqueles que disputaram contra ele o Governo do Estado em 2022.

Teoricamente alçados pela população à condição de contraponto ao que faria Brandão no exercício do poder – espécies de porta-vozes da oposição – o ex-prefeito Dr. Lahésio Bonfim (PSC) e o senador Weverton Rocha (PDT) mergulharam em silêncio político, sem nenhuma participação no debate estadual desde o fim das eleições de 2022.

Controlador de um partido com forte peso político, sobretudo em São Luís, Weverton vive uma espécie de ano sabático, pouco envolvido nas discussões maranhenses e atuando, discretamente, apenas em Brasília, onde tem mais quatro anos de mandato.

Lahésio Bonfim mergulhou ainda mais fundo; abandonou o o discurso bolsonarista e largou a direita maranhense à própria sorte, sem nenhum tipo de manifestação em qualquer espaço público.

Dos três principais candidatos de oposição ao governo em 2022, apenas Simplício Araújo (ex-solidariedade) se mantém ativo nas redes sociais, com críticas à gestão do estado, críticas à organização política e críticas ao próprio governador.

O silêncio de Weverton Rocha e de Dr. Lahésio Bonfim, a capitulação do grupo Sarney e o adesismo de ex-oposicionistas na Assembleia Legislativa já foi, inclusive, tema do blog Marco Aurélio d’Eça, em fevereiro, no post “Sem oposição não há democracia…”.

Na semana passada, o ex-deputado Joaquim Haickel também se manifestou sobre essa hegemonia de Brandão e viu nela riscos para o próprio Maranhão.

Enquanto isso, diante do silêncio oposicionista, Brandão vai aproveitando para “passar a boiada”, usando uma frase muito discutida nas últimas eleições.

E o povo apenas segue o rebanho…

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De como Roberto Costa levou o MDB de volta ao topo do debate político…

Artífice da construção de uma nova estrutura para o partido, que o coloca no centro das discussões sobre a sucessão municipal em 2024, deputado conseguiu, com as novas filiações, atrair também dezenas de prefeitos, que darão a legenda a condição de uma das maiores nas eleições do ano que vem, apontando também para 2026

 

Ao lado de Hildo Rocha e Roseana, Roberto Costa cumprimenta Cleber Verde, sob aplausos de Braide e Marcus Brandão

Análise de conjuntura

O deputado estadual Roberto Costa é o artífice por trás da reconstrução do MDB maranhense.

O parlamentar, que ocupa a vice-presidência regional do partido – e age como uma espécie de secretário-geral informal -, tirou o partido do ostracismo político e o elevou a condição de um dos maiores na sucessão municipal de 2024.

Para isso, Costa contou com o forte prestígio que tem, tanto na cúpula estadual quanto na cúpula nacional do MDB.

Era fundamental convencer, sobretudo, a deputada federal Roseana Sarney (MDB), maior liderança estadual da legenda, que vai abrir mão da presidência regional em favor de Marcus Brandão, diretor institucional da Assembleia Legislativa.

– O MNDB será protagonista nas eleições municipais de 2024, não apenas em São Luís, mas em dezenas de municípios maranhenses – aposta Roberto Costa, entusiasmado com as filiações ao partido nesta segunda-feira, 29, no Hotel Luzeiros.

Não é de hoje que Roberto Costa trava uma batalha para manter o MDB no centro das discussões políticas maranhenses.

Isolado do debate político desde 2014, quando Roseana deixou o governo, o partido entrou numa aventura na disputa pela Prefeitura de São Luís em 2016, que não teve o aval na direção e acabou amargando a quarta colocação.

Em 2018, Roseana – também a contragosto – encarou uma kamikaze candidatura de governadora, derrotada em primeiro turno pelo então governador  Flávio Dino (PSB).

Foi a partir daí que Roberto Costa decidiu ressignificar o MDB.

Remanescente da derrota para Dino – ao lado de outros deputados estaduais, como Arnaldo Melo e Socorro Waquim – Costa tinha a seu favor o fato de viver integralmente o partido, juntamente com o então deputado federal Hildo Rocha, outro remanescente do grupo Sarney.

Com estas prerrogativas, aproximou-se de Dino, garantiu espaços de poder ao partido – ainda que incipientes em relação à outrora força que a legenda tinha na máquina estadual – e começou a costurar o ressurgimento emedebista.

Esta história começou a ser contada no blog Marco Aurélio d’Eça a partir de outubro de 2021, no post “Roberto Costa revitaliza MDB e o põe no jogo da sucessão…”.

Em 2020, decidiu seguir o grupo que apoiou o prefeito Eduardo Braide (PSD) no segundo turno; e em 2022 conseguiu convencer a  já presidente regional Roseana Sarney a fechar apoio ao governador Carlos Brandão, na disputa contra o pedetista Weverton Rocha.

A vitória de Brandão deu a Roberto e ao MDB as condições de ocupar não apenas espaços de poder, mas fazer com que o já praticamente extinto grupo Sarney retomasse o espaço político, numa aproximação aberta com o governador Carlos Brandão.

Esta aproximação foi coroada agora com a entrada de Marcus Brandão, que vai dirigir o diretório regional, e do deputado federal Cleber Verde, agora comandante do diretório municipal.

– A festa de filiação de Cleber Verde trouxe não apenas a representação do governo Carlos Brandão mas a presença física do prefeito Eduardo Braide; Basta avaliar a partir deste fato para entender o tamanho do MDB em 2024 – assegurou o parlamentar.

A nova configuração do MDB maranhense garantirá uma nova correlação de forças partidárias nas próximas eleições maranhenses; e Roberto Costa deve figurar bem posicionado já a partir de agora, na nova eleição da Mesa Diretora da Assembleia.

Mas esta é uma outra história…

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Duarte Júnior perde espaço como opção da base governista em 2024…

Deputado federal que ficou em segundo lugar nas eleições municipais de 2020 tem tido pouca penetração na mídia como candidato a prefeito, enquanto o presidente da Câmara Municipal Paulo Victor torna-se o principal contraponto ao prefeito Eduardo Braide dentro do grupo do governador Carlos Brandão

 

A única imagem disponível nas redes sociais de Duarte Júnior no carnaval: ao lado da esposa Karen, isolados na multidão da avenida Beira-Mar

Análise de conjuntura

O agora deputado federal Duarte Júnior (PSB) vive momento tímido como opção de contraponto ao prefeito Eduardo Braide (PSD) nas eleições de 2024.

Praticamente radicado em Brasília, Duarte tem tido pouca aparição na mídia e pouca participação nos debates sobre São Luís, perdendo espaço para outro personagem da base governista, o presidente da Câmara Municipal, vereador Paulo Victor (PCdoB).

Próximo do governador Carlos Brandão (PSB), proativo e agregador, Victor tem ocupado todos os espaços disponíveis como opção do base para a Prefeitura de São Luís, sufocando Duarte e abrindo debate direto com Braide.

No carnaval, por exemplo, enquanto Braide e Paulo Victor, ao lado do próprio Brandão, protagonizavam as principais notícias sobre a festa, Duarte Júnior praticamente desapareceu do noticiário.

A assessoria do deputado federal limitou-se a dois releases sobre o mesmo tema: um projeto de lei que torna crime a elevação de preços durante tragédias. Nem o oportunismo do momento – diante da tragédia em São Sebastião (SP) – levou o assunto do parlamentar ao centro do noticiário.

Nas redes sociais – onde sempre foi um dos mais ativos políticos maranhenses – Duarte Júnior também se limitou a uma ou outra postagem ao lado da família; e apenas uma imagem no circuito da folia, na Beira-Mar.

Segundo colocado nas eleições de 2020, deputado federal mais votado de São Luís em 2022, Duarte Júnior tem um recall significativo nas eleições de 2024, capaz de levá-lo a um eventual segundo turno.

Mas a dificuldade de reunir a base governista em torno de si e a falta de apoio explícito do PSB à sua candidatura têm desanimado o parlamentar na corrida pela sucessão municipal.

E esse desânimo torna-se evidente neste momento da campanha…

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A guerra fria entre Brandão e Flávio Dino….

Nenhum dos dois quer romper definitivamente, pelo menos até 2026, mas os movimentos do governador e do ministro da Justiça é de ocupação de espaços políticos com demonstrações inequívocas de poder de lado a lado, como ocorre na relação entre o Estados Unidos e a Rússia, os maiores player’s da relações internacionais

 

Brandão na França e Flávio Dino com França; ministro leva colega ao Palácio dos Leões, numa visita à governadora em exercício Iracema Vale

Análise da notícia

O ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) aproveitou a viagem do governador Carlos Brandão (PSB) à França para acompanhar ao Maranhão o colega de ministério Márcio França, ministro dos Portos e Aeroportos no governo Lula (PT).

A imprensa maranhense está vendo a visita de França ao Maranhão como mais uma tentativa de Dino de manter seus espaços de poder no estado. (Entenda aqui)

O blog Marco Aurélio d’Eça publicou esta semana o post “Quem é quem no secretariado de Brandão”, baseado em um manuscrito a qual teve acesso; e mostrou, dentre outras informações de forte repercussão no Maranhão, que Ted Lago, o capitão da Emap, empresa que administra do Porto do Itaqui, não deve permanecer no governo Brandão.

O Porto do Itaqui é uma das joias da coroa do governo maranhense – que o administra numa complicada relação com o Governo Federal; chefe do Executivo maranhense por oito anos, Dino sabe a importância estratégica do setor; e tem no ministro Márcio França uma esperança em controlá-lo.

Na foto da visita à governadora em exercício Iracema Vale, no palácio dos Leões, quem está ao lado de Márcio França? Exatamente Ted Lago.

Esta é apenas uma das relações de estica-e-puxa entre Dino e Brandão, uma guerra fria entre os dois – exatamente como vivem os Estados Unidos e a Rússia nas relações internacionais.

Nenhum dos pretende declarar guerra aberta, mas fazem questão de mostrar, cada um a seu modo, o poder que detêm no estado.

Dino mantém no governo Bandão alguns importantes espaços de poder – como as pastas da Educação, das Cidade, a Segurança Pública e outros espaços menores – mas Brandão tem em cada um deles um homem de confiança.

Esta guerra fria entre Brandão e Dino deve permanecer até 2026.

E a sucessão municipal de 2024 – como já mostrou o blog Marco Aurélio d’Eça no post “Estratégia política de Brandão visa o pós-2026…” – terá forte influência na definição do “conflito tácito”.

Mas esta é uma outra história…

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Estratégia política de Brandão visa o pós-2026…

Governador tem dado demonstrações de excelência em articulação, movimenta com maestria peças no tabuleiro do xadrez político, construindo um ambiente que deve lhe dar segurança institucional no controle de sua sucessão e no pós-governo, com aliados em pontos chaves do poder maranhense

 

Os presidentes da Assembleia e da Câmara, Iracema Vale e Paulo Victor, terão papel fundamental na estratégia de Brandão para 2026

Análise de conjuntura

Alguns têm criticado a articulação política do governador Carlos Brandão (PSB) como de caráter hegemônico e totalitário; o próprio blog Marco Aurélio d’Eça já criticou esta movimentação do Palácio dos Leões, como no post “Sem oposição não há democracia…”

Mas, a despeito dos efeitos políticos, a articulação de Brandão demonstra-se de excelência.

O governador tem demonstrado uma habilidade nunca vista em uma liderança política, construindo cenários no agora, mas, sobretudo, abrindo perspectivas de um futuro pós-governo, garantindo o controle da própria sucessão.

Na questão de poder, Brandão hoje tem aliados em pontos chaves, na Assembleia, na Famem, na Câmara, no TCE e, em breve, deve conduzir também processo de ocupação de espaços no Poder Judiciário, sem nenhuma pretensão de totalitarismo.

Calçado nas principais instituições, o governador trabalha também a montagem de um cenário favorável na própria sucessão, em 2026.

Para isso, deve coordenar a montagem de chapas unificadas nas eleições municipais de 2026, evitando embates com o grupo do ministro Flávio Dino (PSB) e consolidando-se cada vez mais entre grupos oposicionistas.

Neste contexto, conta com três peças-chave: o vice-governador  Felipe Camarão (PT), o presidente da Câmara Municipal, vereador Paulo Victor (PCdoB), e a presidente da Assembleia Legislativa, deputada estadual Iracema Vale (PSB).

Felipe e Paulo Victor terão papel importante na sucessão do prefeito Eduardo Braide (PSD), o que, na montagem dos cenários políticos de Brandão, garantirá a Iracema papel importante também em 2026.

É óbvio que os cenários imaginados pelo governador precisam ser confirmados no momento da execução – e isso depende de outros atores, como o próprio Eduardo Braide, por exemplo, e o surgimento de outros atores.

Mas, de uma forma ou de outra, mostra a habilidade do governador.

Se dará certo ou não, só o tempo dirá…

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Sem oposição não há democracia…

Governador Carlos Brandão tem sido elogiado pela abertura de diálogo com todos os setores da política – e muitos apontam que isto é bom para o Maranhão – mas há riscos claros para o país ou estado em que não há o confronto de ideias, ainda que não se viva em ambiente de ditadura, como ensina os estudos sobre o tema

 

Flávio Dino varreu a oposição interna e externa; Brandão agregou a todos e o Maranhão segue “na união”

Editorial

O grande debate político das últimas semanas tem se dado em torno da “capacidade de diálogo do governador Carlos Brandão (PSB)”, que conseguiu formar – em torno dele – um consenso nunca visto na história do Maranhão.

Com oposição restrita ou inexistente na Assembleia Legislativa, Brandão avançou também na Federação dos Municípios (Famem) e tem forte presença na Câmara Municipal de São Luís.

Para todos os atores políticos – cooptados ou cooptáveis – a justificativa é sempre a mesma: “a união é bom para o Maranhão”. 

Será?!?

– Os governos divididos, ou seja, quando o governo não tem maioria no poder legislativo, podem gerar fases de ingovernabilidade. Entretanto, a história recente da América Latina mostra que a ingovernabilidade é geralmente fomentada pelos executivos, e quando estes gozam de amplas maiorias legislativas, há também uma maior tendência a fomentar práticas autoritárias – afirmou o pesquisador Fernando Barrientos, em artigo que dá título a este post. (Leia aqui)

É óbvio que Brandão não tem perfil autoritário e sua história política mostra a busca constante pelo diálogo com todas as forças; o problema está nas próprias forças que se deixam cooptar por interesses outros.

O adesismo de grupos com capacidade política e de poder para contrapor visões de mundo e de estado – mas que preferem compor a reagir – torna o ambiente de poder estéril, inócuo, sem modificação da realidade e girando em torno de si mesmo. 

Para o sociólogo Demétrio Magnoli, a razão de ser do governo é a oposição, que tem legitimidade para se expressar no Parlamento, nos meios de comunicação e na pluralidade partidária.

– O governo só se legitima democraticamente porque existe uma oposição. Quando o povo elege o governo, também escolhe uma oposição, que reúne aqueles que não tiveram votos suficientes para governar, mas representam uma parte da população – explica Magnoli. (Entenda aqui)

O fim da oposição no Maranhão se deu por dois fatores:

1 – a força política e autoritária do ex-governador Flávio Dino (PSB), que varreu grupos poderosos, como o Sarney, emparedou Judiciário e Ministério Público e impediu o crescimento do Bolsonarismo no estado;

2 – a habilidade política de Carlos Brandão, que soube atrair os grupos banidos por Dino, realinhar a divisão de poder institucional e político e conquistar forças que lhe eram hostis.

O resultado é um Maranhão sem contrapontos, em que as mais diversificadas forças políticas seguem um mesmo discurso, uma mesma justificativa, um mesmo entendimento; seja para o bem, seja para o mal.

Se essa “unidade ideológica” servir para alavancar os indicadores econômicos e sociais do Maranhão, aplauda-se.

Se, por ouro lado, servir apenas para a estagnação, com cada qual beneficiando-se do jarro, aí será o caos.

Só o futuro próximo dirá o caminho que foi seguido…

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De como Bolsonaro foi repetindo Trump ao longo do mandato…

A invasão do Congresso Nacional, do STF e do Palácio do Planalto neste domingo, 8, é a culminância de uma série de atos do ex-presidente brasileiro na tentativa de se parecer cada vez mais com o ex-presidente americano, história que o blog Marco Aurélio d’Eça vem contando desde o golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff, no mesmo ano em que o mundo viu a ascensão da extrema direita nos Estados Unidos

 

Bolsonaro tem verdadeira adoração por Trump, e repetiu em atos e palavras o que o ex-presidente americano fez nos quatro anos em que esteve na Casa Branca

Ensaio

Em 9 de novembro de 2016, o blog Marco Aurélio d’Eça escreveu o post “A vitória de Trump e futuro político no Brasil…”.

– Quando figuras como Vladimir Putin, Marine Le Pen, Silas Malafaia e Jair Bolsonaro comemoram a vitória de um líder mundial como o novo presidente dos Estados Unidos, é de se esperar dias nebulosos para a comunidade internacional – alertava o texto, já em seu subtítulo.

À época, o então governador do Maranhão Flávio Dino (PSB) – hoje ministro da Justiça – também alertava para os riscos que representava a vitória de Trump nos EUA.

– O grande beneficiário dessa perda de substância eleitoral da esquerda não foi propriamente outro partido e sim a chamada antipolítica. Porque, se você olhar São Paulo, Rio e Belo Horizonte, ganharam três outsiders – frisou Dino. (Relembre aqui)

Não há dúvida de que a vitória de Trump em 2016 favoreceu a vitória de Bolsonaro em 2018; e o ex-presidente brasileiro passou quatro anos tentando repetir no Brasil o que Trump fazia nos Estados Unidos.

Bolsonaro usou, inclusive, o ideólogo ultradireitista de Trump, Steve Bannon, em sua campanha eleitoral.

E viveu por aqui tudo o que Trump vivia nos EUA: críticas à vacina contra a Covid 19, desdém dos mortos pelo coronavírus, ataques virulentos à esquerda aos latinos e aos povos árabes. 

Assim como Bolsonaro, Donald Trump foi nos Estados Unidos uma espécie de arroto da história; milionário folclórico, o republicano era visto com desprezo pela classe política, da mesma forma como o baixíssimo clero Jair Bolsonaro era visto no Congresso.

Mas a negligência da classe política levou os dois ao poder.

 

As cenas que ganharam o mundo no Capitólio americano em 2021 se repetiram no Congresso brasileiro em 2023, frutos da passagem de Trump e Bolsonaro pelo poder

Assim como Donald Trump, Bolsonaro também não conseguiu se reeleger, como esperado tanto aqui quanto lá. E assim como Trump, Bolsonaro estimulou os ataques que resultaram em invasões no Capitólio americano e na Praça dos Três Poderes no Brasil.

Curiosamente, os dois atos ocorreram em um janeiro após a posse dos adversários de ambos, com a diferença de dois anos e dois: os trumpistas invadiram o Capitólio no dia 6 de janeiro de 2021; os bolsonaristas ocuparam o Congresso Nacional em 8 de janeiro de 2023. 

A invasão do Capitólio foi o último ato de Trump contra as eleições americanas, que ele dizia ser fruto de fraude.

A invasão do Congresso foi o último ato de Bolsonaro contra as eleições brasileiras, que ele diz fruto de fraudes.

Assim como nos Estados Unidos, as instituições democráticas brasileiras resistiram aos ataques golpistas e saíram mais fortes.

E tanto Trump quanto Bolsonaro seguem para a lata de lixo da história mundial.

De onde nunca deveriam ter saído…